Minha Namorada Contratada escrita por pequenaapaixonadaporletras


Capítulo 11
E eu esqueci que era tudo uma farsa.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo meio triste e mais explicativo do que tudo, então, perdão. Mas, é o especial do dia dos pais. Obrigada à todas que comentaram, vou responder assim que puder!
Por favor, prestem atenção. Embora seja meio curto, é extremamente importante para entender a série de acontecimentos que vem depois, e são muitos, seguidos um após o outro!



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Kagome estava na minha casa. Novamente. Não que eu não gostasse que isso estivesse virando rotina. Ela passava aqui todo dia na hora do almoço. Discutia coreografias e estratégias com Rin e a ensaiava por uma hora. Era o máximo que ela poderia dar de uma agenda já lotada, e pude ver que ela estava se desgastando como nunca. Às vezes, ela trazia uma pilha de papéis para avaliar enquanto comia, sem querer realmente largar Rin. Pelo que eu pude observar ao decorrer de duas semanas, ela não era só secretária, embora essa fosse sua posição oficial na empresa. Ela era a dona e aquela que resolvia absolutamente todos os problemas. Incrível.

Com o passar do tempo, também descobri várias outras coisas. Ela não pode comer chocolate. Jakotsu faz exames nas suas pupilas com certa freqüência. Ela é uma pessoa bem simpática e que sempre dá tudo de si. Ela gosta de Rin, e quer que a mesma entre na Academia. Ela cora quando eu me aproximo demais, seja perto ou longe de pessoas. E também gosta de ler por diversão. E, além de Kagome, descobri que Priscila é uma pessoa incrível. Ela ensaiava todos os dias com Kagome e Rin, embora não almoçasse conosco. E, mesmo depois que Kagome ia embora, ela ficava uma hora a mais, dando dicas e discutindo coisas sobre dança com Rin. E descobri, também, que estava ficando irritado por minha irmã ter tanta atenção assim.

– Eu me sinto mal comendo aqui todo dia. – revelou Kagome, corando.

– Ora, você está ajudando bastante nossa filha, Kagome. – lhe sorriu meu pai – Além disso, agora o Sesshoumaru come aqui também. E é bom ter a família reunida.

– Mas é sábado. – disse ela, olhando para Rin – Eu realmente espero que não esteja incomodando.

– Ora, ser treinada pela Hyori-senpai, um incômodo? – Rin lhe sorriu – Não se preocupe. Além disso, você já viu quão sincera eu posso ser.

– Sho, está tudo bem para você? – perguntou Kagome ao meu lado.

Não, porque você está me esquecendo, mulher, e eu ainda tenho que lhe conquistar porque você simplesmente não é como as outras que caem no meu charme de pessoa fria e distante, pensei. Mas, ao invés de falar isso, preferi manter as aparências e lhe afaguei a cabeça.

– Não se preocupe em vir para cá. Além disso, nós estamos lhe dando muito trabalho também. Você está com olheiras terríveis.

Ela corou imensamente e Izayoi me encarou, com raiva.

– Isso não é coisa que se diga! – ralhou ela.

– Não, tudo bem. – sorriu Kagome – Eu realmente ando um tanto ocupada. Jakotsu anda horrível esses dias...

– O fim está próximo. – riu Priscila macabramente atrás de Kagome, fazendo com que ela desse um pulo na cadeira.

– Priscila! – ralhou Kagome.

– Perdão, Ka-chan. – ela sorriu e cumprimentou a todos – Mas é sério. Jakotsu vai fazer os exames logo, logo, então o fim do seu mau-humor está próximo. Acho que vou dar um chocolate para ele.

– Você quer adiantar a sua morte? – perguntou Kagome, puxando uma mecha do cabelo de Priscila.

– Isso dói! – gemeu Priscila, se afastando – Tudo bem, tudo bem... Eu estava só brincando. Puxa vida, você anda estressada.

– Perdão. – disse Kagome, suspirando – Eu acho que realmente preciso de um dia de descanso.

– Domingo não vai poder descansar. – observou Priscila – É a viagem das pupilas, lembra? Um dia inteiro de atividades físicas, dança e estudo dos alimentos. Fora que Jakotsu vai estar em um humor horrível... – elas suspiraram juntas.

– Quem é Jakotsu, afinal? – perguntou Rin – Eu nunca entendo. Ele é como um pai?

– Está mais para segundo namorado possessivo. – observou Priscila – E gay, é claro.

As duas riram e eu dei de ombros para um olhar de “Você não tem ciúmes dele?” do meu pai. Então, com os lábios, repeti “gay” e ele pensou um instante. Depois, assentiu a contragosto. Pelo jeito, meu pai era mais possessivo do que eu imaginava. Senti-me um namorado tão bom e permissivo depois disso.

– Ele é o nosso nutricionista, coreógrafo, chefe e amigo. – explicou Kagome para Rin – Nós dançamos num clube, é como uma casa de show. Só nos apresentamos lá, e ele é muito feliz nos gerenciando. Às vezes tenho medo dele, mas é uma pessoa realmente gentil.

– A não ser que você coma chocolates. – observou Priscila – Eu juro que aquele homem não é normal. Quer dizer, aquela mulher. Ele não gosta que se refiram a ele como homem. – Priscila abanou as mãos como se isso fosse normal.

– Ele é atirado, também. – observei, entre uma garfada e outra.

Kagome e Priscila riram tanto, que a primeira ficou vermelha.

– Piadas vindas do frio e impiedoso Sho? – Kagome me apertou uma bochecha – Fofo.

– Só falei a verdade. – observei.

Na verdade, estava realmente feliz por ela me dar um pouco de atenção. Talvez eu fosse um namorado carente, afinal de contas... Mas nunca admitirei.

– Falando no diabo... – murmurou Kagome, ao puxar o celular que tocava – Alô, Jak-chan. – ela atendeu – Sério? Que útil, estou precisando descansar... Não acredito! Sim, eu sei, eu tenho que me cuidar... – ela lançou um olhar zangado para Priscila, que sorriu amarelo – Não, Jak-chan, eu não quero me demitir! – ela esperou por um longo momento, enquanto nós comíamos e Priscila mexia no celular – Sério? – ela riu diabolicamente, olhando Priscila – Sim, sim. Obrigada por avisar. Até mais! – ela desligou – Priscila Changsun... – murmurou diabolicamente.

– Não me mate! – pediu a mesma – Mas, você estava cansada, fui perguntar se podia ter uns dias mais leves, e ele me deu uma real bronca e me pediu para explicar. Ele então sugeriu que levássemos Rin para ensaiar conosco, das oito às dez. Ela não precisa se apresentar.

– Não. – respondi simplesmente.

– É claro que sim! – rebateu Rin, me olhando zangada.

– Bem... Eu concordo com o Sho nessa. – Kagome olhou para Rin como quem pede desculpa – Se apresentarmos Jak-chan para Rin... Você sabe como ele é.

– Você tem razão, mas não pode continuar assim, Kagome. – ralhou Priscila – Você é humana também, e devo dizer, uma humana frágil e muito teimosa. Sho, você sabe a rotina da Kagome? Sabe quantas horas ela tem dormido ultimamente?

– Quatro. – respondi – Você leva trabalho para casa, não é? – perguntei acusadoramente para Kagome, que olhou para baixo, triste – Rin pode ensaiar com vocês. Mas não vai se apresentar naquele clube. Kagome não se apresentaria, se eu pudesse controlá-la.

– Ainda bem que sabe que não pode. – Kagome falou e ergueu as sobrancelhas.

– Não é tão ruim. Apesar de parecer... – ela olhou para meu pai, meu irmão e minha mãe – Eles sabem?

– Não. – respondeu Kagome simplesmente.

– Ok. – murmurou Priscila – Mas, Kagome, hoje você vai para casa quatro da tarde.

– Mas já é uma da tarde! – reclamou ela.

– E você tem uma pilha acumulada de papéis para tomar conta que eu sei. – Priscila lhe lançou um olhar diabólico – Perdão, Senhor Taisho... – ela chamou timidamente, e meu pai a olhou, surpreso.

Eu podia entender. Nem eu mesmo esperava. Priscila era, na verdade, muito tímida. Não conseguia lidar com meus pais com muita facilidade. Ela nem conversava direito com o patriarca da família.

– Sim? – ele respondeu.

– O senhor não sabe se poderia pegar a empresa das mãos de Naraku? Ou o Sesshoumaru? Tenho certeza que a Kagome não iria se importar em deixar a empresa nas mãos do senhor, além do que, ela já trabalha bastante. Talvez, uma fusão? Eu posso ajudar. Eu sou graduada em Administração. – revelou, tanto desconfortável.

– Priscila! – lhe repreendeu Kagome – Não posso pedir isso!

– Na verdade, não só pode, como eu já dei entrada nesse processo. – revelou meu pai, surpreendendo a todos, menos Izayoi - Sabe, Kagome, eu não sabia que era uma Higurashi, mas fiz minhas pesquisas sobre você. – ele olhou para ela com uma expressão de “Eu sei de tudo” – Uma vez que não podem confirmar a existência do seu irmão bastardo que consta no testamento de seus pais, eu estou lutando nisso, com uma boa equipe de advogados, para tirar a empresa de Naraku e entregar em suas mãos. Eu me responsabilizei como seu tutor.

Ela pareceu branca por um momento. E então, ficou vermelha. E, para meu total desespero, caiu no choro.

– Ka-chan! – falou Priscila, agitando as mãos no ar, sem saber o que fazer.

– Kagome... – a chamei, puxando-a para mim.

– Perdão. – ela murmurou, olhando para meu pai, que a encarava preocupado – Eu só... Não estou acostumada... A ter alguém cuidando de mim assim. A ter... Um pai. Perdão.

Meu pai sorriu e se levantou, indo até Kagome e a puxando para um abraço.

– Não se preocupe. – ele disse num tom grave – Você é importante para essa família. Como uma filha.

E, nesse momento, quase não me lembrei de que todo aquele namoro era baseado numa grande farsa.


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Notas finais do capítulo

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