Além dos livros FreMione escrita por Artemis Stark


Capítulo 12
Epílogo




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Capítulo 12
Epílogo

Hermione estava sentada quando ouviu um barulho no andar de cima. Subiu os degraus correndo e entrou no quarto com a varinha preparada.

– Mas o que está acontecendo aqui?

Ela viu os irmãos trocarem um olhar cúmplice e ficarem vermelhos, como ficavam quando eram pegos fazendo algo errado. Ela cruzou os braços e bateu os pés no chão.

– Ainda estou esperando uma explicação – ela disse ao ver o quarto.

– É.. bem... Sabe o que é...

– Não, não sei... Ainda esperando uma explicação – ela falou sem perder a seriedade.

– Foi uma experiência... Experiência que fizemos depois de ler o maravilhoso livro que você nos deu de presente, mamãe – Amy falou.

– Experiência? – ela falou levantando uma de suas sobrancelhas. – FRED! Venha já aqui!

– Mas, mamãe, você sempre nos incentiva a ler e aí lemos e lemos e tem a magia involuntária... – Luke continuou, aceitando a ideia da irmã. Ele escondia as mãos atrás das costas, enquanto sua gêmea enrolava um cacho de seu cabelo vermelho.

– O que houv- Ohhh Nossa... Como fizeram isso? – ele falou sorrindo. Hermione deu uma cotovelada nele, que tirou o sorriso do rosto e repetiu a pergunta, mudando a entonação – Como fizeram isso?

– Magia involuntária... Meu livro... Cada uma que vocês inventam... – Hermione falou olhando para o quarto. Todos os móveis estavam pendurados no teto. De ponta cabeça. Do chão, saía um lustre. O quarto estava, literalmente, de cabeça para baixo. A bronca só não continuou por que um grito agudo veio do quarto ao lado. Fred correu para lá, sendo seguido por Hermione. O casal de gêmeos começou a rir baixinho.

– Isso tudo vai mudar! Vai mudar, sim! – uma pequena bruxa gritava andando pelo quarto – Quando eles forem para Hogwarts...

– Leanne, está tudo bem? – Hermione perguntou entrando no quarto da filha mais velha.

– Claro que não! – a adolescente disse de forma impaciente. Viu quando o pai entrou no quarto e ela apontou um dedo para ele – E tudo é culpa sua, pai!

– Minha? – Fred perguntou sem entender a raiva da filha.

– Sim, sua culpa! Eu estou brava com você! A CULPA É TODA SUA! Esses gêmeos estragaram meu diário!

– Como eles fizeram isso? – Hermione perguntou.

– Com aquela maldita invenção sua e do tio Jorge que explode tinta! – ela respondeu sem parar de encarar o pai furiosamente. Os alhos azuis escuros cheios de lágrimas. Aquilo partiu o coração de Fred.

– Desculpe, filha... Eu já falei que eles não podem mexer nos produtos que estão em teste...

– Adianta muito falar e depois se divertir com o que eles aprontam... – ela cruzou os braços.

– Amy, eu...

– Não quero falar com você! – ela virou de costas. Hermione segurou a mão do marido quando ele tentou se aproximar da filha e falou sem emitir som, apenas um leve mexer de lábios:

– Eu falo com ela – o ruivo saiu do quarto fechando a porta atrás de si – Cadê o diário? – ela perguntou para a filha. Andou até a escrivaninha apontada por Amy. Folheou algumas páginas... estava totalmente destruído.

– Em Hogwarts eu coloquei um feitiço nele. As páginas aparecem em branco se alguém, exceto eu, abri-lo. Aqueles dois pestes ficaram bravos e colocaram a bomba de tinta.

– É um ótimo feitiço esse que você colocou no diário.

– Aposto que papai nem liga! Só se importa com a bagunça dos gêmeos – Leanne falou deitando-se na cama. O rosto escondido no travesseiro. Hermione sentou-se ao lado dela e passou a mão pelos fios do cabelo castanho acobreado.

– Você sabe que isso não é verdade. Seu pai tem muito orgulho de você.

– Ele não liga para notas.

– Ele não ligava para as notas dele. Só que ele se importa com o que é importante para você.

– Mesmo?

– Claro... Contei para você como começamos a namorar? – a jovem negou com a cabeça e sentou-se na cama.

– Ele pediu para o senhor Libri, da Floreios e Borrões, fechar a livraria para mim... Fiquei horas lá dentro!

– Sério?! E ele esperou você? Em uma livraria?

– Sim... Seu pai é um homem romântico...

– Eu sei... – ela falou em voz baixa – Vocês se amam mesmo, né? Mesmo sendo tão diferentes – Hermione sorriu.

– Não é porque seu pai gosta de piadas e brincadeiras que ele não se importa com o sentimento dos outros.

– E como ele te pediu em namoro?

Hermione, então contou sobre os passeios que ele organizou naquele sábado, tantos anos antes... Hermione perdeu-se em pensamentos...

– Eu não fiz para comprar seu perdão – ela o interrompeu nesse momento.

– Nem eu pensei isso, Fred!

– Fiz apenas para mostrar que posso ser um cara romântico. Um cara que merece a pessoa maravilhosa que você é. Hermione, por favor, você aceita ser minha namorada e, um dia em um futuro não muito distante, espero, minha esposa?

Hermione abriu a boca e, pela primeira vez em muitos anos, ela não sabia articular uma resposta. Abriu e fechou a boca.

– Fred...

– Eu sei que te magoei de uma forma imperdoável, eu apenas estava perdido – ele recomeçou a falar – Mas, eu entendi... Sem você eu fico perdido. Eu preciso e quero você ao meu lado, Hermione – ela permaneceu quieta. Aquilo a pegou de surpresa, milhões de pensamentos e sentimentos borbulhavam sem eu cérebro, em seu coração. O silêncio dela apenas deixava o ruivo ainda mais nervoso. Ele levantou-se, andando de um lado para o outro – O que mais eu preciso fazer? – ele começou a balbuciar palavras incompreensíveis e frases entrecortadas e só parou ao sentir os lábios dela em contato com o seu. Ele a abraçou, puxando-a ainda mais para si. As línguas se encontravam, num beijo já muito desejado. Os lábios dela foram até a orelha dele:

– É claro que eu aceito.

– Mamãe? – Leanee perguntou ao notar o olhar ausente de Hermione.

– Desculpe, querida. Apenas lembre-se disso: seu pai tem orgulho dos gêmeos por serem como ele, mas ele também se orgulha da garota estudiosa e amante de livros que você é.

No outro quarto...

– Papai, mas você pregava peças em seus irmãos! – Luke exclamou.

– Há limites – ele falou – e diário de irmã é um desses limites.

– Não brigue com a gente, papaizinho. Apenas adoramos seus produtos... – Amy falou sentando no colo de Fred. Ele não pôde evitar um sorriso.

– Eu sei disso, crianças. Só que vocês sabem que não podem mexer nos produtos... Estão de castigo – anos trás Fred jurava que jamais falaria uma frase dessa.

– QUÊ? – os dois perguntaram juntos. Estavam acostumados com a mãe dando castigo.

– Castigo. Nada de quadribol ou voar em vassouras durante duas semanas.

– Mas, mas... – Luke começou. Fred ficou em pé e os dois agarraram-se em suas pernas - Não faça isso, papai! – Fred rolou os olhos. Os dois conseguiam ser mais dramáticos que qualquer criança que ele já conhecera.

– Papai, nós amamos você do fundo do nosso coração! Sou sua princesinha ruiva! – Amy falou com a voz chorosa.

– Parem com isso! Se reclamarem o castigo aumenta para um mês! – ele falou como nunca e gostou do efeito. Rapidamente o casal de gêmeos afastou-se. Cada um sentando calado em sua cama.

Saiu do quarto fechando a porta atrás de si, viu que a porta do quarto da filha estava fechada. Passou a mão pelos cabelos e foi em direção à cozinha.

– O que houve dessa vez? – ouviu Spencer, o filho mais velho, perguntar – O que os gêmeos fizeram para a Leanne?

– Mexeram no diário dela... Com a bomba de tinta.

– Funcionou? – o jovem de 16 anos indagou animado.

– Sim... Mas sua irmã está brava comigo... Acha que eu protejo os gêmeos? – encarou o rapaz. Spencer foi o único que nasceu com o cabelo totalmente castanho como o da mãe. Ele gostava de estudar e ler, mas não perdia a oportunidade de pregar alguma peça quando possível.

– Hummm não é que você protege... é que bem...

– Fale logo, Spencer! – Fred pediu – Como irmão... O que acha?

– Acho que os protege, sim. Nunca me incomodou muito sabe? Mas, Leanne é mais... sensível.

– Você nunca fez nada com ela...

– Ela é minha irmãzinha – o rapaz pegou uma fruta e levantou-se – Ah... e estou cuidando dela em Hogwarts... Aquele loiro aguado do filho do Malfoy anda muito assadinho pro lado dela.

– Quê? – Fred sentiu o rosto corar – Mas sua irmã tem apenas 14 anos! E ele tem... ele é do seu ano, não?

Spencer riu da preocupação do pai.

– Mais uns meses e ela faz 15... Não foi nessa idade da Tia Alicia quando você ficou com ela? – ele piscou marotamente e, se não fosse pelo castanho dos cabelos do filho, diria que era seu reflexo quando mais novo – Minhas conversas com o tio Jorge são bem produtivas – e saiu rindo.

– Eu vou matar o Jorge!

– Por que quer matar seu irmão mais uma vez? – Hermione perguntou entrando na cozinha.

– Nada... – ele falou. Na certa Hermione ficaria toda feliz pelo filho do Malfoy estar interessado na filha deles – E Leanne?

– Está mais calma – Hermione sentou-se no colo dele, passando a mãos pelos fios ruivos já mais claros pela idade.

– Ela me odeia...

– Não diga isso. Ela apenas puxou o temperamento Weasley.

– Eu deixei os gêmeos de castigo – Fred disse.

– Como? – os olhos de Hermione arregalaram-se sem acreditar no que acabara de ouvir.

– Isso mesmo. Duas semanas sem quadribol ou vassouras. – ele disse sério. Hermione sorriu e murmurou no ouvido dele:

– Você fica tão sexy quando fala sério assim – Fred riu. Ambos foram interrompidos pela volta de Spencer.

– Por favor! Chega de irmãos não acham?

Fred não conseguia dormir. A casa estava em silêncio, mas estava preocupado com Leanne. Saiu do seu quarto e foi até o aposento dela. Abriu a porta e foi até a escravinha. Abriu o diário e viu o resultado da sua invenção: páginas e páginas destruídas. Pegou a varinha e sussurrou um feitiço próprio para limpar a tinta. Quando virou de costas para sair, ouviu a voz dela, meio rouca pelo sono:

– Papai?

– Oi, Nennie. Não queria te acordar... – ele foi até a cama e sentou-se ao lado da filha. Ela olhou para o diário e o pegou. Viu sua caligrafia surgir claramente nas páginas antes sujas de tinta.

– Você... – ele assentiu calado. Fez um feitiço e uma suave luz iluminou parcialmente o ambiente.

– Olha... Eu queria que você entendesse uma coisa... Um lado meu gosta quando meus produtos dão certo e eu gosto de ter filhos que são como eu e seu tio Jorge.

– É, eu sei... – ela falou enrolando-se no lençol e baixando a cabeça. Fred segurou levemente o queixo da filha e levantou-o.

– Mas, isso não quer dizer que eles podem estragar suas coisas. E tampouco quer dizer que não me orgulho de você. Sabe o que eu tenho no meu escritório? – ela negou com a cabeça – Tenho afixada todas as suas notas. De todos os anos.

– Mesmo? – apesar da pouca luz, Fred notou o brilho de felicidade nos olhos da filha.

– Claro! Todos vocês são especiais para mim de um certo modo. Eu te amo, Nennie e me orgulho de você, mesmo não gostando dos meus produtos.

A garota abraçou o pai, que retribuiu o gesto. Ela disse:

– Eu gosto das invenções. Só não gosto quando elas são usadas contra mim e quando você protege aquelas duas pestes.

– Eles foram devidamente castigados – ele disse sem romper o abraço. Ouviu a filha rindo. Separaram-se e ajeitou sob os lençóis – Mas, sabe que o melhor castigo poderia vir de você... – Fred falou rindo de lado.

– Está sugerindo que eu pregue uma peça neles? Sou péssima nisso... – o ruivo deu um beijo na testa dela, apagou a vela e falou antes de fechar a porta:

– Spencer é ótimo nisso e ele faria de tudo por você...

–--

Como já era previsto, os gêmeos estavam mais emburrados que nunca durante o café da manhã.

– Vocês dois mereciam o castigo! – Hermione ao ver o bico que eles tão dramaticamente faziam.

– Já mexemos nos produtos antes – Luke falou – E nunca recebemos um castigo desse.

– Vocês estragaram o diário da Leanne – Hermione falou enquanto terminava de servi-los. Fred terminava de preparar um suco de abóbora e colocava a jarra na mesa.

– E eu já disse que se ficarem reclamando o tempo do castigo vai aumentar – Fred falou levantando uma sobrancelha. Spencer conteve uma risada. Era realmente hilário ver seu pai bancando o homem sério.

– Papai fez um feitiço que limpou toda aquela sujeira – Leanne falou olhando para o pai – Depois você me ensina?

– Claro – ele disse sentando-se à mesa.

– Viu? Aquele caderno bobo nem foi destruído! – Amy falou cruzando os braços.

– É! – seu gêmeo concordou.

– Acho melhor vocês dois ficarem bem quietinhos, senão a vassoura de vocês vai virar casa de fada mordente de tão abandonada. – Spencer sussurrou para os irmãos mais novos. Eles tinham sete anos e, obviamente, acreditaram na história.

– O que houve? – Hermione olhou para os filhos ao perceber que eles começaram a comer calmamente e pararam de reclamar – O que disse para eles, Spencer?

– Nada,... – ela desconfiou do filho, mas não insistiu no assunto. Afinal, os gêmeos haviam parado de reclamar.

– Suas coisas já estão prontas? – Hermione perguntou ao ver que os filhos tinham terminado de comer.

– Nós ficamos o ano todo fora e quando voltamos, ainda somos expulsos... Reparou nisso, Leanne? – Spencer falou ajudando a recolher os pratos da mesa.

– Pois é,... mas chegamos e já nos jogam na Toca – a irmã falou levantando-se.

– Vocês são dois chatos – Luke mostrou a língua para eles – Nós gostamos de ir para casa da vovó.

– É, e o vovô vem pegar a gente num carro transparente e voador! Viu, nós vamos – Amy falou cruzando os braços.

– Não, vão não – Fred rebateu. Seus filhos eram realmente bem inteligentes – Já mandei uma coruja explicando o que houve aqui ontem a noite. Vão todos pegar uma chave do portal que seu avô vai trazer.

– Viu só!? – Spencer deu um tapa leve na cabeça dos dois – Agora vamos ter que viajar desse jeito horrível.

– Não bata neles, Spencer! – Hermione brigou. – E não queremos nos livrar de vocês. Seus avós querem passar um dia com os netos, apenas isso.

Fred olhou para a esposa sabendo que não era só isso. Aquele não era qualquer dia, apesar de não ser comemoração de namoro ou casamento. Os dois se olhavam de modo tão intenso que, momentaneamente, esqueceram que estava cercado pelos filhos. Saíram de seu estado ao ouvir a voz do filho mais velho:

– Quer apostar que logo teremos outro irmão? – Spencer perguntou, cutucando Leanne que riu.

– Outro irmão?! – Luke perguntou.

– Não quero mais irmão – Amy disse cruzando os braços – Eu sou a caçula!

– Eu sou o caçulo – Luke respondeu empurrando Amy.

– Eu que sou! – Amy falou mais alto.

– Parem os dois! – Hermione falou separando os gêmeos. – Amy é a caçula, ela nasceu um pouco depois de você, Luke – ela falou passando a mão pelos cabelos ruivos do filho. Os dois mostraram a língua um para o outro. Antes que a briga continuasse, Fred pegou os dois e jogou-os sobre os ombros. Ambos riram, esquecendo-se da recente briga.

– Vamos pegar a mala? Tenho certeza que até o meio dia já estarão imundos! – e saiu com as crianças que riam descontroladamente.

– Farão o mesmo passeio de sempre? – Leanne perguntou enquanto terminava de organizar a louça na pia.

– Sim, querida. – Hermione respondeu e com um movimento da varinha a louça começou a ser limpa.

– Não é lindo o amor, minha irmãzinha? – Spencer perguntou com a mão no peito de um jeito que lembrava incrivelmente o pai quando estava fazendo alguma piada.

– Sim, é sim, Spen – ela disse rindo e corando levemente. O irmão percebeu e logo ficou sério.

– Mas, não para você, ouviu bem? Aquele Malfoyzinho tem andado muito com você, não? – o rosto dela ficou tão vermelho que Hermione precisou esconder o sorriso.

– Não enche, Spencer! – Leanne exclamou – E vai arrumar suas coisas! Mamãe já pediu! – ela falou brava, empurrando o irmão para fora da cozinha.

– Então,... – Hermione puxou conversa. Conhecendo bem a filha já sabia que a mala dela estava organizada e em cima do sofá – Scorpius Malfoy?

– Eu ia te contar quando estivéssemos a sós... O que parece impossível nessa casa... – Leanne falou olhando para os pés – Não aconteceu nada, mas... ele está sempre aparecendo onde estou e... Sendo gentil,...

– Que tal amanhã sairmos só nós duas e você me conta essa história?

–--

Quando se viram sozinhos, ambos sentaram no sofá. Fred puxou Hermione para seu peito e falou:

– E suas coisas? Já estão arrumadas?

Ela riu e respondeu:

– Sim, senhor Weasley. – Fred correu para pegar a pequena mala e ambos aparataram.

Quando pousaram na areia fofa, ambos retiraram os sapatos. Fred, como sempre, retirou a camisa também e correu para a água, enquanto Hermione sentava na areia. Ela lembrou-se da primeira vez que estiverem ali...

Fred olhou para Hermione que estava totalmente concentrada em seu trabalho e não percebeu a presença dele. Ficou um tempo apenas admirando sua namorada, encostado no batente da porta.

– Sabe que dia é hoje? – ele perguntou de repente. A súbita voz a assustou e Hermione levou a mão ao peito.

– Fred! Que susto! O que faz aqui? – ela perguntou levantando-se e indo ao encontro dele.

– É assim que recebe o namorado mais perfeito e mais lindo desse mundo? – ele fez uma falsa expressão de dor. Ela riu e o beijou.

– Apenas que ambos estamos em horário de trabalho. Combinamos de almoçar juntos... Eu sei que vocês Weasley tem um apetite interminável, mas ainda são nove horas.

– Por horário para um sequestro, não acha? – ele piscou marotamente.

– Sequestro?

– Sim. Estou sequestrando você nesse exato momento. – ele falou segurando-a pela mão e puxando-a para fora do escritório.

– Fred! Eu preciso trabalhar, não posso sair agora – Hermione falou, tentando parar, mas ele era bem mais forte.

– Eu sei, por isso o sequestro. – Fred continuou ignorando a relutância dela em andar. As pessoas já começavam a olhar e Hermione tentava manter a voz baixa e chamar menos a atenção.

– Fred, pare por favor – ele parou, mas sem soltar a mão dela.

– Eu preciso terminar aqueles relatórios... – ele percebeu que ela mudou o tom de voz. Mas, ele apenas falou mais alto.

– E eu preciso de você. Pessoal, - o ruivo disse aumentando ainda mais sua voz, nessa hora todos olhavam para eles – quero anunciar um sequestro. Nada será roubado, exceto a senhorita Granger aqui...

– Fred!

–... Peço que voltem aos seus trabalhos e não me denunciem aos aurores – ele continuou ignorando tanto os protestos dela quanto o riso dos homens e suspiros das mulheres – Caso contrário, serei obrigado a enviar um produto bem especial da Gemialidades Weasley – Fred pegou Hermione e a jogou sobre o ombro.

– FRED! Largue-me, agora!

– Continuem seu trabalho como se nada tivesse acontecido. A lindíssima senhorita Granger estará de volta amanhã. – e saiu sorrindo consigo mesmo. Assim que alcançou um ponto onde era permitida a aparatação desapareceu, levando Hermione em seu ombro.

Quando Hermione foi colada no chão, ela percebeu que estavam bem longe do Ministério. Estavam em uma praia. Toda a raiva dela se dissipando.

– Fred, onde estamos?

– Primeiro, eu vou dar um mergulho. Quer vir comigo? – ele dizia isso tirando os sapatos, meias,...

– Não! Não tenho biquíni! – ela tentou ser discreta ao olhar o peito dele, quando Fred puxou a camisa que vestia. Ele percebeu os olhares e falou:

– Pode olhar, sou todo seu... – a frase dele a deixou ainda mais sem graça. Fred estava com uma sunga por baixo da calça. Ele riu e correu para água gritando:

– Espero por você!

Ela tirou os sapatos e sentou-se sobre a areia. Minutos depois, ele voltava. A visão dele andando molhado, apenas de sunga e o reflexo do sol nos fios avermelhados e na pele clara, eram o sinônimo da perdição.

– A água está uma delícia... Tem certeza que não vai entrar comigo.

– Não é justo... Você está preparado – ele sentou-se ao lado dela e murmurou:

– Ao seu lado, sempre estou preparado – Hermione sentiu a malícia e deu um tapa leve no braço dele – Você pode transfigurar sua roupa íntima em um biquíni, afinal... você é uma bruxa.

– Minha varinha ficou no Ministério.

– Hummm... Eu posso ajudar nisso então – Fred beijou o ombro dela e depois o pescoço.

– Que tal você emprestar sua varinha e eu mesmo faço o feitiço?

– Não, não... Vai contra meus princípios – ele olhou firmemente nos olhos dela – Você não confia em mim?

Eles estavam namorando há algumas semanas, mas ainda não tinham tido relações sexuais. Mas, ambos sabiam que a hora havia chegado. Hermione começou a desabotoar a blusa que usava, mas Fred interrompeu seu movimento e terminou o serviço. Com um gesto da varinha, o sutiã transformou-se em um biquíni azul. Ela terminou de se despir, ficando em pé. Ele também ficou em pé e a beijou. Corpos se encontrando. Hermione saiu do abraço e murmurou:

– Será que me alcança, Weasley? – saiu correndo em direção ao mar. Ele levou alguns segundos até sair correndo atrás dela. Deixou que ela mergulhasse e depois surgisse entre as marolas do mar calmo. Chegou perto dela, puxando-a para si.

– Hermione... – ele falou olhando-a – Você é perfeita. Desculpe... – ela colocou um dedo nos lábios dele e Fred sentiu o gosto salgado da água.

– Pare de me pedir desculpas. Nós já nos acertamos, não é mesmo?

– Sim, mas... – ele disse inseguro – Hermione, - Fred a puxou para cima, fazendo com que as pernas dela se entrelaçassem na sua cintura – eu apenas pergunto para ter certeza... Certeza que a mulher que eu amo me perdoou. – o ruivo viu quando os olhos dela abriram-se em choque – Eu te amo, Hermione.

– Eu também, Fred

Depois daquele dia, todo ano voltavam. Hermione tirou as roupas, ficando apenas com um biquíni e foi até o mar. Ficaram por lá, brincando, conversando e se amando.

No final do dia, ambos sentaram na areia apreciando o pôr do sol.

– Amanhã vou sair com Leanne. Ela conversar comigo – Hermione viu que Fred murmurou algo e riu.

– Quando soube sobre Scorpius?

– Spencer contou. Eu mesmo vou me encarregar para que nosso filho leve uns presentinhos para esse rapaz abusado – ela riu.

– Deixe de ser bobo...

– Não é bobeira. Eu sei muito bem como um rapaz de 16 anos pensa... Ainda mais sendo filho de quem é.

– Não fale assim de Draco, ele nos ajudou, no final das contas – Fred odiava ter que admitir isso. Por isso raramente o fazia em voz alta.

– Deve ser castigo: o pai querendo roubar minha mulher e o filho querendo levar minha pequena Leanne! – o ruivo resmungou levantando-se. Hermione ficou em pé também e encarou os olhos de Fred.

– Ele não vai me roubar de você. Eu te amo e ele sabe disso.

– Sabe... mas desde que Astoria o abandonou bem que ele tenta se aproximar de você, não? – Hermione não podia negar a verdade na frase do marido. Beijou-o e falou com os lábios colados ao dele:

– Eu te amo. Nós vamos realmente estragar o dia de hoje discutindo sobre o Draco?

– Não – Fred disse puxando-a para mais um beijo apaixonado.

–--

Quando voltaram para casa e todos os filhos dormiam, Fred disse, sentando ao lado dela no sofá:

– Nunca imaginei que minha vida seria tão feliz e perfeita.

– Nem eu... Mas, concorda que chega de filhos? – ela perguntou sorrindo.

– Sim! Concordo! – respondeu deitando a cabeça no colo dela, até por que quero fazer com que essas nossas fugas se tornem mais frequentes...

– Ainda faltam alguns anos para que os gêmeos entrem em Hogwarts... – Hermione falou fazendo cafuné nos cabelos ruivos. - Quando todos estiverem lá, Spencer vai ter voltado.

– Nós o colocamos para fora de casa e o mandamos arrumar um emprego!

Ambos riram e, sem perceber, adormeceram no sofá. Ajeitaram-se e Fred tinha o braço em volta da cintura de Hermione. Spencer e Leanne encontraram os pais assim, quando desceram de madrugada para preparar a peça que pregariam nos gêmeos. A menina pegou um cobertor e os cobriu.

O casal acordou no dia seguinte, com os gritos dos gêmeos. Dessa vez, eram eles, e não o diário, que estavam cobertos de tinta.

Talvez a vida deles fosse assim, com filhos indo e voltando, brigas entre irmãos, ciúmes de pai, ciúmes de marido. Um pregando peça no outro, gritaria, sujeira de tintas e quarto de ponta cabeça. Mas uma coisa eles tinham certeza: não trocariam essa vida por nada.


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