Notas Mortais escrita por Ryskalla
Notas iniciais do capítulo
Esqueci que tinha esse salvo aqui no pc, espero que gostem XD
Houve um conto sobre uma cantiga amaldiçoada que caiu no esquecimento, mas como todas as coisas esquecidas... Esse conto encontraria uma maneira de ser relembrado...
–:-:-
Havia uma menina que não podia abandonar a sua cama. Sua existência era solitária até o dia em que viu uma criança com longos cabelos que cobriam metade do seu rosto parada na porta do seu quarto. Desesperada por um laço de amizade, a menina tentou fazer com que a criança se aproximasse.
— Venha aqui, por favor! — A menina implorou, porém a criança negou com a cabeça. Ergueu o dedo indicador e depois o do meio. Após isso ergueu os braços e imitou os ponteiros de um relógio, levando a mão para o ouvido depois. Aquilo era uma espécie de enigma? A pobre garota tentava entender os gestos que a criança repetidamente fazia. — Um, dois... Isso eu já entendi. Um, dois relógios escutam?
A criança parou de contar com os dedos, mas permaneceu com sua imitação de um relógio e indicando o ouvido. Demorou um bom tempo até que a menina conseguisse entender.
— Um, dois, tic, toc? — Após falar aquelas palavras a criança sorriu e foi embora. — Venha aqui!
Ela retornou e continuou parada na porta. Por mais que a menina tentasse convencê-la de todas as formas a se aproximar da cama, a criança não estava tentada a atendê-la.
— Você vai se divertir! — Ela murmurou e a criança deu um passo. Que criança misteriosa! Esse era o pensamento da garota. Por alguma estranha razão, a criança tornou a repetir os gestos do enigma anterior, porém havia algo de diferente dessa vez. Agora a criança sinalizava para que a menina fosse até ela, porém logo após apontava para a própria boca e depois para a garota que vivia prisioneira em sua cama.
— Um, dois, tic, toc... Venha aqui? — Ela tornou a dar um passo para trás e aguardou pacientemente enquanto a menina tentava resolver o enigma. — Você vai se divertir!
Novamente foi capaz de arrancar um sorriso da criança que avançou dois passos. Ela repetiu os gestos do primeiro verso, mas apontou para uma boneca após o “tic, toc”
— Quer brincar? — E quando a criança concordou, a menina não poderia se sentir mais feliz! Estava começando a entender a brincadeira. Era uma cantiga que a criança tentava lhe ensinar! Sorriu e sua nova amizade enigmática fez um sinal para que fechasse seus olhos. Deixando-se levar pelo ritmo, a menina murmurou alegremente: — Os meus olhos irei fechar.
E com seus olhos fechados, ela sentiu a gélida mão da criança segurar seu pescoço. A menina abriu os olhos imediatamente, no entanto a última coisa que viu foram dois dedos pálidos. E então a dor e a escuridão. Não conseguia gritar com a criança agarrando seu pescoço, sua vida ia se esvaindo, mas ela ainda teve tempo de ouvir a voz baixa e arranhada de sua assassina.
— Um, dois, tic, toc... Sinto dor. Aqui é frio, não há calor... Um, dois, tic, toc... Te peguei e agora é a sua vez! — Ela acreditou que havia morrido depois daquelas palavras, mas acordou. Não conseguia ver, porém sabia que estava no quarto de alguém. Podia ouvir o som de alguém digitando...
De alguma forma, sentia o Sol tocar sua pele, mesmo que ele não a aquecesse. Nunca estivera em um lugar tão frio! E seus olhos doíam tanto... Tentou falar, porém sua voz era baixa e arranhada. Assim como a voz daquela criança.
A menina entendeu o que deveria fazer.
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