Notas Mortais escrita por Ryskalla


Capítulo 6
A Cantiga Amaldiçoada


Notas iniciais do capítulo

Esqueci que tinha esse salvo aqui no pc, espero que gostem XD



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Houve um conto sobre uma cantiga amaldiçoada que caiu no esquecimento, mas como todas as coisas esquecidas... Esse conto encontraria uma maneira de ser relembrado...

–:-:-

Havia uma menina que não podia abandonar a sua cama. Sua existência era solitária até o dia em que viu uma criança com longos cabelos que cobriam metade do seu rosto parada na porta do seu quarto. Desesperada por um laço de amizade, a menina tentou fazer com que a criança se aproximasse.

— Venha aqui, por favor! — A menina implorou, porém a criança negou com a cabeça. Ergueu o dedo indicador e depois o do meio. Após isso ergueu os braços e imitou os ponteiros de um relógio, levando a mão para o ouvido depois. Aquilo era uma espécie de enigma? A pobre garota tentava entender os gestos que a criança repetidamente fazia. — Um, dois... Isso eu já entendi. Um, dois relógios escutam?

A criança parou de contar com os dedos, mas permaneceu com sua imitação de um relógio e indicando o ouvido. Demorou um bom tempo até que a menina conseguisse entender.

— Um, dois, tic, toc? — Após falar aquelas palavras a criança sorriu e foi embora. — Venha aqui!

Ela retornou e continuou parada na porta. Por mais que a menina tentasse convencê-la de todas as formas a se aproximar da cama, a criança não estava tentada a atendê-la.

— Você vai se divertir! — Ela murmurou e a criança deu um passo. Que criança misteriosa! Esse era o pensamento da garota. Por alguma estranha razão, a criança tornou a repetir os gestos do enigma anterior, porém havia algo de diferente dessa vez. Agora a criança sinalizava para que a menina fosse até ela, porém logo após apontava para a própria boca e depois para a garota que vivia prisioneira em sua cama.

— Um, dois, tic, toc... Venha aqui? — Ela tornou a dar um passo para trás e aguardou pacientemente enquanto a menina tentava resolver o enigma. — Você vai se divertir!

Novamente foi capaz de arrancar um sorriso da criança que avançou dois passos. Ela repetiu os gestos do primeiro verso, mas apontou para uma boneca após o “tic, toc”

— Quer brincar? — E quando a criança concordou, a menina não poderia se sentir mais feliz! Estava começando a entender a brincadeira. Era uma cantiga que a criança tentava lhe ensinar! Sorriu e sua nova amizade enigmática fez um sinal para que fechasse seus olhos. Deixando-se levar pelo ritmo, a menina murmurou alegremente: — Os meus olhos irei fechar.

E com seus olhos fechados, ela sentiu a gélida mão da criança segurar seu pescoço. A menina abriu os olhos imediatamente, no entanto a última coisa que viu foram dois dedos pálidos. E então a dor e a escuridão. Não conseguia gritar com a criança agarrando seu pescoço, sua vida ia se esvaindo, mas ela ainda teve tempo de ouvir a voz baixa e arranhada de sua assassina.

— Um, dois, tic, toc... Sinto dor. Aqui é frio, não há calor... Um, dois, tic, toc... Te peguei e agora é a sua vez! — Ela acreditou que havia morrido depois daquelas palavras, mas acordou. Não conseguia ver, porém sabia que estava no quarto de alguém. Podia ouvir o som de alguém digitando...

De alguma forma, sentia o Sol tocar sua pele, mesmo que ele não a aquecesse. Nunca estivera em um lugar tão frio! E seus olhos doíam tanto... Tentou falar, porém sua voz era baixa e arranhada. Assim como a voz daquela criança.

A menina entendeu o que deveria fazer.


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