Red Eyes escrita por Lamartine


Capítulo 18
Capitulo 18


Notas iniciais do capítulo

Olá novamente em um longo tempo. Oficialmente de férias, irei publicar o mais rápido possível os próximos capítulos. Obrigada a todos que comentam e acompanham a estória. Vocês sempre fazem meu dia. Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/530880/chapter/18

Os incidentes alguns dias atrás deixaram para nós a árdua tarefa de seguir em frente com cautela e mais responsabilidade que antes. Durante anos as regras dos Volturi permaneceram as mesmas, eram simples, eram certeiras e eram cumpridas sempre, entretanto, os eventos que ocorreram não podiam ser negados, não havia como esconder a tensão entre todos os membros do clã, era quase visível na forma na qual os vampiros caminhavam, em como se olhavam, como se esperassem um ataque vindo totalmente do nada. Todos estavam alerta.
Conforme os dias foram passando, o ocorrido fora deixando de ser uma ameaça constante, afinal, não havia motivo para pânico e alvoroço, eram todos espetacularmente treinados para combate.
Enquanto o sol estava se pondo atrás de uma das montanhas que cercavam a cidade dando lugar a uma enorme variedade de cores no céu quase escuro, eu andava pelos corredores me certificando de que tudo estava bem. Ao passar por um corredor em particular que dava acesso ao pátio atrás do castelo, ouvi um ruído, um cantarolar suave que vinha dos jardins, intrigada pelo som e curiosa por quem estaria o fazendo fui até lá calmamente.
Amber estava sentada em um banco na sombra, a luz do sol que se esvaia apenas atirava pequenos raios que tocavam a lateral do seu rosto dando lugar ao brilho característico dos vampiros.
“Não deveria estar aqui sozinha, é perigoso” – Eu comecei suavemente, indo até ela.
“Jane, sinto muito, eu não percebi que estava aí” – Ela se assustou um pouco com a intromissão, mas a me ver sorriu um pouco.
“Sim, parecia bastante distraída, posso?” – Perguntei apontando para o banco em que ela estava.
“É claro” – Ela concedeu lugar ao se afastar da ponta e eu sentei ao seu lado.
“Achei que estaria com mestre Marcus agora” – Comentei olhando para ela. Seu sorriso caiu um pouco.
“Eu deveria, mas estava precisando de um pouco de tranquilidade para colocar os pensamentos em dia” – Ela suspirou olhando novamente para o céu.
“Eu tenho notado que está distraída ultimamente, ficou assustada com o que aconteceu?” – Franzi o cenho.
Amber subitamente ficou tensa. Foi uma mudança sutil, mas eu sempre fui observadora, seu olhar ficou fixo e seus ombros outrora relaxados pareciam ganhar um peso considerável.
“uh... Um pouco. Acho que a brutalidade deles me fizeram relembrar a noite em que eu mesma fui vítima disso” – Ela sorriu nervosamente e eu cerrei os olhos.
“Amber, há algo que queira compartilhar? Não precisa se assustar comigo, não irei causar nenhum dano a você, nem julgar qualquer ato que tenha praticado ou compartilhar nenhuma das coisas que me disser” – Eu tentei passar o máximo de confiança e sinceridade que consegui reunir e parecia ter funcionado já que seus ombros voltaram a relaxar um pouco e ela olhou para mim relutante.
“Eu estranhamente confio em você” – Ela sussurrou e eu senti meus lábios se contorcerem em um pequeno sorriso. Era um sentimento estranho ter alguém confiando em você, mas não era desagradável. Ela suspirou antes de continuar. – “Eu... acho que estou me apaixonando por Marcus” – Ela sussurrou como se fosse algo perigoso e eu prendi a respiração.
“O que?” – Tentei entender.
“Eu estou apaixonada por Marcus e eu estou aterrorizada com isso e o que pode significar e eu não sei nem o que farei sobre isso, não posso simplesmente chegar e contar tudo, eu sei sobre ele e Didyme e o que aconteceu foi horrível e eu não faço ideia do que fazer” – Seus olhos estavam arregalados e ela gesticulava tão rápido quanto falava.
“Amber, Amber, Amber acalma-se” – Eu segurei suas mãos para contê-la e ela me olhou como se sua cabeça fosse explodir a qualquer momento. Respirei fundo e comecei a falar:
“Olhe, eu sei que parece totalmente impossível e eu estou realmente surpresa com tudo isso, mas não acho que há motivos para pânico” – Ela me olhou como se outra cabeça acabasse de surgir em mim – “Sim, eu sei que é inesperado e foi um choque para você, eu realmente, realmente entendo, mas...” – Eu suspirei.
“O que?” – Ela perguntou após um segundo.
“Mas se você não ceder e não disser, só vai piorar tudo porque vai ter que conviver com a dúvida e a incerteza do “E se...”, então, você deveria contar porque se você disser e ele te disser de volta, então tudo mudará, Amber. Você terá um motivo pelo qual morrer e viver, um motivo pelo qual continuar a sua existência e isso bastará” – Eu sorri levemente.
“Mas e se eu voltar a esse banco com um coração partido?” – Ela sussurrou com os olhos cheios de veneno.
“Então vamos achar outro motivo pelo qual continuar” – Eu sorri e ela também – “Mas se serve de encorajamento, eu nunca vi mestre Marcus falar e nem mesmo olhar para um visitante na sala do trono, todos nós ficamos surpresos com o aconteceu naquele dia. Isso não é algo que se vê todo dia, muito menos aqui”
“Obrigada Jane” – Ela sorriu de novo e inesperadamente seus braços se fecharam ao meu redor. Eu soltei o ar dos meus pulmões com surpresa, mas após alguns segundos consegui me recuperar o suficiente para enrolar meus próprios braços ao seu redor.
“A qualquer momento” – Eu sorri em seu cabelo.
“Eu irei até lá, eu irei contar tudo” – Ela levantou e estava indo até o corredor quando parou e me olhou com um sorriso malicioso – “Aro estará sozinho em seu escritório agora que irei tomar Marcus emprestado” – E com isso sumiu pelo corredor.
Eu congelei. Ela sabia.
Por um momento fiquei ali, pasma, mas um segundo seguinte sacudi meus temores. Amber é uma amiga, não há perigo algum.
                                      ****
O ar gélido batia contra meu corpo enquanto eu olhava as estrelas acima, enquanto Amber estava – esperançosamente – se declarando para Marcus, eu continuava no mesmo banco pensando e aproveitando a tranquilidade da noite. Era uma bela noite na Itália. O som de um galho perto das arvores a frente me tirou dos meus devaneios e eu me levantei instantaneamente olhando ao redor tentando encontrar a origem do ruído, a escuridão do local dificultava o rastreamento e não havia aroma predominante para que eu me guiasse, então decidi me aproximar mais para verificar.
“O que está fazendo, Jane?” – A voz de Aro me fez pular um pouco e eu instantaneamente me virei para olhá-lo. Seus olhos estavam observando cada movimento atentamente.
“Nada, eu estava apenas distraída” – Eu assegurei. Seus olhos vermelhos se tornaram quase uma fenda quando ele me avaliou, claramente percebendo a mentira nas minhas palavras.
“Venha, não é prudente estar aqui sozinha, especialmente você” – Ele estendeu a mão para mim ainda com desconfiança.
“É claro, vamos” – Eu sorri encorajadora enquanto passava por ele, mas sem tocar sua mão, apenas coloquei meu dedos ao redor do seu braço coberto pelas mangas do terno caro o que apenas serviu para que Aro desconfiasse ainda mais.
“Algum motivo especial para não me deixar tocar sua pele?” – Ele sussurrou perigosamente baixo.
“Nenhum. Amber compartilhou algumas coisas comigo mais cedo e eu não gostaria que visse antes dela resolver tudo” – Não era exatamente uma mentira.
“É claro” – Ele concordou antes de nos guiar para dentro do castelo. Enquanto eu andava com Aro ao meu lado, não pude deixar de olhar novamente para as arvores e sentir a incomoda sensação de estar sendo observada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Feliz 2018!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Red Eyes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.