Red Eyes escrita por Lamartine


Capítulo 17
Capítulo Dezessete


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos! Me desculpem novamente pela demora no capítulo, semana que vem haverá outro. Obrigada a todos novamente que comentaram e fizeram meu dia. Bom, aproveitem o capítulo e deixem seus comentários maravilhosos. Até mais!



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O amanhecer estava quase rompendo a madrugada quando tudo começou. As árvores balançavam e inclinavam-se perigosamente enquanto eram atingidas de forma súbita e constante pelos ventos gélidos e cortantes que pareciam se enfurecer a cada nova tentativa frustrada de derrubarem-nas. Os altos e estrondosos trovões eram acompanhados por nuvens extremamente carregadas que ameaçavam alagar a cidade abaixo a qualquer momento, entretanto, mesmo com todos os ruídos provenientes da tempestade e os inúmeros batimentos cardíacos ao redor, os ruídos mais altos que não eram ofuscados pelos demais eventos ainda eram originados da corrida dos membros da guarda pela floresta gelada ao perseguirem uma possível ameaça a segurança dos mestres e demais membros do clã.
Os rosnados ferozes de Felix despertaram-me do transe e me fizeram correr do quarto para a saída nos fundos do castelo que davam acesso mais rápido a floresta. 
“O que está havendo?” – Perguntei a Renata que segurava suas mãos de forma ansiosa – provavelmente pela necessidade de proteger alguém com seu poder.
“Demetri rastreou um recém nascido próximo, há indícios de que houve um assassinato dentro dos muros de Volterra de um dos turistas que visitam a cidade. Um vampiro se alimentou” – Ela respondeu rapidamente e eu levantei uma sobrancelha.
“Por que a guarda teve que ser acionada numa perseguição quando apenas Felix e Demetri poderiam ter escoltado o vampiro até os mestres?” – Franzi o cenho. Normalmente em situações como estas em que um vampiro é acusado de se alimentar dentro dos limites da cidade, é acionado apenas alguns poucos membros para erradicar a ameaça.
“Ainda não sei, mas ambas sabemos que a situação deve ser realmente perigosa para ter sido acionada até os membros da guarda de elite” – Ela sussurrou e eu assenti.
“Eu não fui acionada. A guarda de Elite sai numa caçada e a chefe deles não?” – perguntei.
“Eu iria avisá-la, tudo aconteceu rapidamente, não havia como ter sido organizado, quando saíram você chegou” – Ela divagou, gesticulando ao redor.
“Renata, por que eu não fui avisada?” – Perguntei em um tom mais sério.
“Mestre... mestre Aro deu ordens expressas a Alec a alguns dias atrás de que se alguma situação com recém nascidos fosse desencadeada você não deveria ser acionada para ir” – Ela engoliu, mesmo sem necessidade.
O gosto da raiva invadiu minha boca e eu assenti de forma contida, mas antes que pudesse agir sobre isso, os rosnados cessaram e as sombras da guarda se aproximaram da entrada.
“Levem-nos para a sala do trono, os mestres já devem estar aguardando” – Alec rosnou enquanto dois vampiros corpulentos eram trazidos por Santiago, Felix, Demetri e outro que não em dei tempo de identificar. Os olhos vermelhos de um dos recém nascido pegaram os meus e por um segundo ele sorriu de forma sádica. Retribui o gesto com uma olhada fixa ao que ele rapidamente desviou o olhar.
“Jane, vamos, precisamos nos assegurar de que os mestres não corram perigo. Explicarei tudo depois” – Ele correu e eu mesmo desgostosa, acompanhei.
                                         ***
A sala do trono estava repleta de rosnados e silvos, a tensão era palpável e quase visível no ar ao redor. Amber estava ao lado de Marcus em seu trono e Renata segurava o manto dele como se seus dedos fossem costurados ao tecido negro, Alec estava ao lado de Caius com os olhos afiados entre os dois vampiros ajoelhados, pronto para usar seus poderes a qualquer movimento que julgasse inadequado e preocupante. Me aproximei do trono de Aro que encontrava-se vazio e apenas com um olhar dele, soube que o lugar vazio ao lado pertencia a mim. Eu seria sua guarda pessoal naquele momento. Me coloquei ao seu lado e tentei não olha-lo com todas as perguntas que rondavam minha mente. Sua mão roçou suavemente o tecido do meu vestido negro num gesto de conforto ou gratidão.
“Hoje, veio até mim a informação de que ambos estavam causando alvoroço nos limites da cidade assustando os turistas de forma alarmante. Tolerável já que não expôs o nosso mundo. Intolerável quanto ao fato de que esta é nossa cidade e que as regras aplicadas dentro dos muros não são as mesmas aplicadas fora deles” – Aro começou com sua voz suave carregada de uma seriedade absoluta que fizeram com que eu me lembrasse de quem ele era. – “Como se não bastasse estas, houve também o fato bastante preocupante de que caçaram e alimentaram-se de um ser humano dentro da cidade. Negam?” – Ele perguntou sorrindo.
Os vampiros ficaram em silêncio o encarando e com apenas uma mudança de postura de Aro eu entendi o recado. Os gritos de agonia de um dos vampiros arrogantes trouxeram um pequeno sentimento de satisfação em mim, sentimento este que se foi no momento em que Aro gesticulou e os gritos cessaram junto a retirada do meu poder sobre ele.
“Negam?”- Aro repetiu.
“Não” – O outro respondeu temendo o mesmo destino do companheiro.
“Que lastimável” – Aro suspirou – “Uma verdadeira lastima o fato de que este crime é punido com a morte” – Ele se preparou para levantar-se, mas antes que pudesse tocar os vampiros e saber se seus dons eram uteis antes de mata-los, um deles se manifestou.
“Oh não” – O de cabelos negros sorriu – “O mais lastimável disso tudo não é a morte, mas o que o aguarda quando aquilo que é precioso a você for retirado de cena” – Aro o olhou de forma agressiva – “Nós sabemos onde tocar e nós sabemos como tocar e quando isso acontecer, tudo cairá aos pedaços e tudo o que tínhamos voltará a ser nosso...” – A pausa seguiu-se dos olhos impiedosos do vampiro ajoelhado agarrando os meus olhos com voracidade. Ele me queria.
O som de porcelana quebrando foi a última coisa que o vampiro ouviu antes que sua cabeça fosse arrancada do seu corpo com um rosnado de Aro.
O vampiro ao lado não demorou para ter o mesmo destino, mas antes disso seu olhar se voltou a Amber enquanto ele sorria.
Meus olhos caíram sobre Aro ainda com olhos vidrados de pura raiva.
“Queime-os” – Ele rosnou para Santiago e virou-se para mim.
“Precisamos conversar” – Ele sussurrou e virou-se indo embora, mas o sussurro não foi para mim, Caius e Marcus levantaram-se imediatamente acompanhando-o. Marcus levando Amber consigo até Demetri e sussurrando para escolta-la ao quarto.
     “(...) O que tínhamos voltará a ser nosso”- A frase gritou em minha mente enquanto meus olhos acompanhavam suas saídas.
                                               ***
A reunião dos mestres na biblioteca durou quase duas horas completas, até que saíssem de lá. Invés de buscar repostas sobre a ativação da guarda exceto de mim a Alec, eu me prostrei no corredor esperando a saída dos mestres, longe o suficiente para não se detectada, perto o suficiente para ver a porta.
Após horas que para mim pareceram incontáveis, eles finalmente se dispersaram, quando Caius e Marcus haviam se distanciado cerca de três corredores, Aro fez menção de sair apenas para ser parado por mim em frente as portas da biblioteca.
“Preciso falar sobre algo” – Eu pedi.
“Não podemos nos falar agora, preciso resolver alguns assuntos” – Tentou desviar o foco suavemente.
“Eu preciso falar sobe algo, Aro e precisa ser agora, por favor” – Eu pedi novamente olhando em seus olhos e mostrando-o que não iria ceder a um desvio. Ele cedeu.
“O que há?” – Ele ficou de pé, olhando-me enquanto fechava a porta e me dirigia até ele.
“A algumas horas atrás a guarda foi ativada para a perseguição dos dois vampiros que você executou, a guarda de Elite foi ativada, mas eu não. Segundo Renata houveram ordens expressas suas a Alec de que quando uma situação dessa acontecesse, eu não deveria ser avisada. Por quê?” – Perguntei de forma direta e séria. Aro me olhou avaliativo por alguns segundos antes de se pronunciar.
“Mesmo sendo chefe da guarda, suas obrigações como guarda pessoal de Marcus ainda vigoram, mesmo que não tenha sido requisitada frequentemente por ele desde a chegada da recém nascida. Precisava de você aqui caso algo acontecesse e Marcus precisasse ser protegido” – Ele finalmente disse, mas não, essa não era a razão.
“Por favor, não minta para mim. Essa não é a verdade, ou pelo menos não toda” – Eu pedi.
Aro suspirou enquanto desviava o olhar para a porta atrás de mim e ficamos assim por alguns segundos ou minutos até que ele disse.
“Os vampiros que foram executados hoje, não são apenas recém nascidos aleatórios, durante semanas investigamos o surgimento da recém nascida que Marcus está ensinando e dos demais que apareceram, os indícios indicam que há relações entre as criações, há objetivos Jane, alguém está criando eles em prol de alguma coisa, eles estão sendo usados” – Ele respirou fundo – “Até hoje não sabíamos quem estaria por trás dessas criações, não haviam suspeitos, nem Victoria poderia ter transformado tantos em tão pouco tempo e de forma tão escolhida. Ela teria sido rastreada por Demetri ao entrar em Volterra” – Ele terminou.
“Mas então por que o criador da recém nascida não foi rastreado?” – Eu franzi o cenho e ele sorriu suavemente – “Alguém está encobrindo os rastros dos vampiros” – Eu terminei surpresa.
“Sim, mas acredito que seja lá quem estava fazendo isso, não está mais já que detectamos estes. O motivo pelo qual foi parado ainda continua um mistério” – A frustração era visível em seu rosto.
“Você... você disse que até hoje não havia suspeitas de quem poderia estar agindo dessa forma, isso quer dizer que agora há, quem?” – Eu precisava desesperadamente da informação. Era necessário saber sobre o que estaríamos enfrentando.
“Vladimir e Stefan. Não haviam suspeitas sobre eles, haviam desaparecido há muito tempo, mas hoje, o que aquele vampiro disse me fez pensar. Eles querem derrubar os Volturi e eles querem que eu, seu inimigo número um seja o primeiro a cair. Eles sabem onde tocar” – Ele me olhou com o rosto dolorido – “Eles irão tocar na única fraqueza restante em mim, é por esse motivo que você não foi acionada, por esse motivo as ordens de segurança, por esse motivo Alec impediu Renata de avisá-la” – Ele sorriu tristemente.
“Eles virão atrás de mim” – Eu terminei olhando em seus olhos vermelhos pesarosos.
“Eu disse que iria destruir você” – Ele terminou colocando um beijo terno em minha testa e me puxando para ele em um abraço quase desesperado que sentia como se quisesse proteger-me dos perigos invisíveis ao redor.
Sim, definitivamente devíamos saber com quem estávamos lidando.


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Notas finais do capítulo

Comentem!
Até o próximo capítulo!



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