Red Eyes escrita por Lamartine


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Olá! Como estão?
Obrigada as duas queridas que recomendaram minha estória, sério, vocês fizeram meu dia ♥
Bom, esta estória está chegando a seu caminho para o fim, mas eu continuarei escrevendo outras, não se preocupem.
Novamente, muito obrigada pelas recomendações e comentário. Até mais!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/530880/chapter/14

1.200 anos. Esta é a quantidade de anos que já vivi, observando os humanos por horas, vendo suas mais terríveis e belas proezas, participando de batalhas com os Volturi. Eu vi regras sendo quebradas e punições sendo aplicadas e mesmo depois de tudo isso, ver mestre Marcus levantar-se do seu trono e acenar para que Amber o seguisse ainda foi uma das cenas mais inacreditáveis de toda a minha existência.

Todos nós os encaramos estarrecidos e boquiabertos, todos exceto Aro. Ele olhava o casal deixando a sala do trono com uma expressão pensativa e o cenho levemente franzido.

"O que diabos aconteceu aqui" – Demetri me perguntou baixinho e eu apenas balancei a cabeça.

"A pergunta de um milhão de dólares" – Sussurrei enquanto a porta da sala se fechava.

***

O dia passou de forma rápida, com os membros da guarda divididos, alguns eufóricos com a perspectiva de um novo membro como Felix e Heidi, outros neutros como Santiago e Afton, e a outra parte composta principalmente por Renata, Alec, Caius, Demetri e eu, desconfiada. Não era a toa que recém-nascidos eram constantemente vigiados. Eles eram indomáveis, o sangue humano ainda em seus corpos os fazia selvagens, eram impulsivos, em resumo, significavam problemas. Havia exceções, é claro, como por exemplo, vampiros recém-nascidos cuidados por seus mestres. O vampiro recém-nascido possuía uma enorme e inesgotável fonte de fidelidade com o vampiro que os transformara, desta forma, com seus respectivos mestres por perto, era fácil doma-los, mas este não era o caso de Amber. Não, ela não tinha laços de fidelidade. É bom que mestre Marcus esteja ciente de onde está se metendo.

Logo a luz do sol deu lugar à luz da lua e estrelas, jogando um brilho melancólico nas paredes do Palazzo Dei Priori e uma sensação de tranquilidade aos ares dentro do castelo.

Amber não foi vista pelo resto do dia, assim como mestre Marcus, então me dirigi até o corredor que daria para meu quarto e vi Demetri conversando baixo com Alec que pela careta que fazia denunciava que mais um plano de Demetri tinha chegado.

"Qual é a grande bomba agora?" – Perguntei a Demetri quando me aproximei beijando suavemente a bochecha de Alec.

"Demetri enlouquecendo. Nada novo" – Alec ironizou e eu sorri quando Demetri fechou a cara.

"Eu só estava comentando sobre o ocorrido na sala do trono. Essa nova vampira está fazendo Mestre Marcus agir estranhamente" – Ele comentou e eu concordei – "Então, como guarda pessoal dele, você deveria ir até lá e... procurar por sinais de que ela está usando algum dom escondido ou algo do gênero em mestre Marcus" – Ele terminou.

"Oh sim e acredito que logo após devo vir informar-lhe de tudo não é Demetri?" – Revirei os olhos internamente em diversão.

"Claro! Eu sou um membro da guarda, é meu dever prezar pela segurança dos mestres" – Ele levantou uma sobrancelha solenemente.

"Claro. Tome meu conselho Demetri, não tente bancar o fofoqueiro, tudo bem? Mestre Marcus aceitou treinar a recém-nascida, não é nosso direito questionar suas escolhas e o que ele faz. Se ele precisar de ajuda, você será o primeiro a saber, após mim" – Eu sorri.

"Você deveria verificar" – Ele resmungou e eu o encarei fixamente até que ele ergue-se as mãos em falsa rendição – "Tudo bem, tudo bem".

"Achei que mestre Aro a tivesse punido com distanciamento de Demetri, irmã" – Alec falou e eu quase mordi o lábio quando percebi a verdade.

"Que punição horrenda. Ficar longe de mim" – Demetri brincou colocando o braço em meu ombro como um apoio. – "Aguente firme Janie, eu sei o quanto pode ser difícil" – Eu apenas o encarei enquanto ele sorria.

"Acho que seria prudente retirar seu braço do ombro de Jane, Demetri, da ultima vez que verifiquei, ela ainda não tinha se tornado um apoio" – A voz de Aro perfurou a bolha de diversão ao nosso redor e Demetri rapidamente retirou seu braço.

Virei na direção de Aro ouvindo vagamente o sussurro de desculpas de Demetri e o olhei confusamente enquanto ele nos olhava avaliativo.

"Jane, por favor, me acompanhe até a biblioteca, há algo que quero discutir com você a sós" – Ele nem ao menos esperou que eu assentisse e se foi pelos corredores.

"Boa sorte" – Alec sussurrou e eu revirei os olhos empurrando Demetri suavemente e indo atrás de Aro.

"Oh não, a distancia de mim a matará" – Ouvi Demetri sussurrar e o ignorei.

A biblioteca estava iluminada, suas longas estantes impregnadas com histórias dos Volturi, Itália e qualquer outra coisa que Aro e os outros mestres achassem fascinante. Aro estava sentado em sua cadeira habitual e me apontou o local em sua frente para que eu sentasse. Fiz o que ele indicou e esperei.

"Achei que você tinha entendido quando disse que suas interações com Demetri estavam restritas" – Ele sussurrou.

"Por um momento eu esqueci. Eu estava apenas conversando sobre..." – Comecei a explicação, mas fui cortada por sua voz.

"Pensamento errado, Jane. O seu castigo continuará sendo um castigo, independentemente do que aconteceu, ainda deve me respeitar" – Seu semblante era calmo, mas não sua voz.

"Desculpe mestre" – Pedi ainda confusa com seu tratamento.

"Você pode me chamar pelo nome quando estivermos a sós Jane, eu já disse isso" – Ele levantou uma sobrancelha.

"Não posso quando seu tratamento é de um governante com sua subordinada" – Eu indaguei. Não estava sendo rebelde, longe de mim, apenas não conseguia entender o que tinha acontecido.

"Jane, eu ainda vejo a pequena aventura de vocês passando por cima das minhas regras como algo que foi além do desrespeitoso, sentimentos não irão diminuir minha capacidade de governar, você está ciente disso, não está?" – Ele perguntou.

Sim, claro que eu estava ciente disso. Por um minuto esqueci com quem estava falando. Aro era instável, eu sabia dos riscos.

"Eu sei" – Assenti tranquilamente e ele sorriu ao tocar em minha mão e acariciar suavemente com seu polegar.

"Vejo que os eventos na sala do trono ainda estão rondando as mentes dos outros e a sua também" – Ele endireitou-se novamente.

"Claro! Depois de anos vendo mestre Marcus apático para toda e qualquer coisa que pudesse ter acontecido no mundo, vê-lo sorrir e ainda proferir as palavras que proferiu é motivo suficiente para gerar uma confusão, não acha?" – Suspirei.

"Acredito que sim. Marcus é um enigma para todos nós" – Ele concordou.

"No que estava pensando? Quando o viu sair, notei sua expressão" – Comentei.

"De fato" – Ele sorriu para mim – "Eu estava confuso, ainda estou de qualquer forma, ele ainda não saiu do escritório desde que levou a recém-criada da sala do trono. Por um minuto achei que... algum laço, especial por assim dizer havia se formado entre ambos" – Sua expressão tornou-se pensativa.

"Como o que? Naquele momento eu também achei isso. Acha que Amber é a companheira dele? Como isso é possível?" – Eu perguntei franzindo o cenho.

"Talvez sim, talvez não, é cedo para dizer algo concreto. Seu amor por Didyme não era uma ilusão Jane, não sei como seria possível que ele ficasse tão catatônico se não tivesse ela a sua companheira" – Ele cruzou as pernas em contemplação.

Claro, a morte de um companheiro era a pior das coisas que poderia acontecer a um vampiro. O laço era incrivelmente forte, eram dependentes um do outro, o simples pensamento de perdê-los causava dor ao vampiro.

Mas tinha que haver um 'mas' em tudo isso. Mestre Marcus poderia ter uma nova companheira mesmo que não fosse Amber? Não, companheiros eram únicos... A menos que...

"O dom dela" – Tudo clicou e me atingiu como mil tijolos.

"O que?" – Aro perguntou confuso.

"Lady Didyme. Ela tinha o dom de manter as pessoas felizes, certo? Mestre Marcus comentou comigo. E se o que deixou mestre Marcus catatônico fosse a ausência da aura de felicidade que Didyme emanava? Isso combinado pelo amor que ele sentia por ela seria o suficiente para mate-lo daquela forma, não?" – Ele levantou-se e andou pela sala.

"Sim, isso seria suficiente, Jane você é maravilhosa" – Ele sorriu e eu sorri de volta levantando e parando em sua frente.

"Essa pode ser a segunda chance de mestre Marcus, eu sei disso. Pode ser que não com Amber, mas com outra pessoa, algo parecido com o que tinham com Didyme" – Eu terminei.

"Isso seria maravilhoso, mas ainda temos um problema" – Ele suspirou.

"E qual seria?" – Perguntei.

"Marcus tinha uma ligação com Didyme. Precisamos saber se essa ligação era de um companheiro ou apenas provocada pelo amor que ambos sentiam. Se descobrimos isso, Marcus poderá ter uma segunda chance" – Aro terminou. Sim, eu iria conseguir isso.

"Sim, iremos descobrir" – Eu sorri.

***

"Acha que poderia funcionar?" – Alec perguntou mais tarde enquanto eu contava o que tinha acontecido alto o suficiente para Demetri escutar no final do corredor.

"Não temos nada a perder" – Eu retruquei.

"E se não der certo? E se apenas alimentarmos esperanças falsas para nós mesmos e mestre Marcus?" – Demetri perguntou.

"Não iremos Demetri. Isso tem que funcionar" – Murmurei.

"E como faremos isso?" – Alec perguntou.

"Primeiro, Aro irá tentar descobrir qual a ligação que há entre Marcus e Amber, depois, se poderia haver uma possível possibilidade de esperança na busca de uma companheira. Depois, nós a procuramos caso não seja Amber" – Eu dei de ombros e os outros concordaram.

***

Passaram-se as horas e logo a manhã penetrou o céu o deixando incrivelmente bonito com suas cores celestiais, o dia parecia que iria ser claro e que as nuvens cinzentas não apareceriam hoje. Era uma bela manhã, mas seria assim até o fim?

Amber e Marcus estavam na biblioteca, ele a mostrava agora o livro que Aro escreveu com a história dos Volturi e toda a trajetória que haviam feito até hoje. Era uma história longa e por alguns minutos senti piedade dela, mas não era esse o motivo do meu pessimismo em volta do dia.

Nas horas anteriores, Demetri havia encontrado uma forma de conversar comigo. Por sua voz não era transmitido muito, mas seus olhos turbulentos denunciavam que Sulpicia o fazia falta. O que me levou a me perguntar o que haviam falado naquele fatídico dia em que fomos pegos por Aro nos corredores das esposas. Lady Sulpicia permanecia na torre, vigiada pelos guardas e nas raras vezes em que fazia uma aparição, lançava olhares de relance a Demetri e tentava se focar em Aro e no que falava.

"Jane, estamos sendo convocados na sala do trono. É urgente" – Alec me chamou seguindo para a sala.

Não, o dia nunca poderia trazer a segurança de que nuvens cinzentas não estariam por perto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não esqueçam de comentar tudo o que acharam, opiniões, sugestões, críticas e tudo o que vier na cabeça de vocês :)
Até o próximo capítulo (irei me esforçar para ser super rápido).



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Red Eyes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.