Razões escrita por Isabella Cullen


Capítulo 1
Capítulo 1 Despedida


Notas iniciais do capítulo

Amores a fiction está finalizada então vou postar todos os dias um capítulo. Ela tem 11 capítulos ok? Espero que goste e ela é bem tranquila!



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- Eu juro que não sei o que estamos fazendo aqui.

A voz de Alice soou em algum lugar perto de mim. Eu não estava prestando atenção ao que ela estava falando há alguns minutos. Conseguia captar frases soltas como esta. Meus olhos estavam fixos na porta da igreja a nossa frente, todos os convidados já tinham chegado. Não tinham sido muitas pessoas convidadas, só mais os mais íntimos. A igreja estava de certa forma vazia, muito diferente do que eu imaginava. Muito diferente do que tínhamos planejado.

- Acho que vai chover.

Ouvi Alice falar, mas foi só isso. O carro dele parou na frente da Igreja e atrás da árvore que estava eu o vi sair com os irmãos. Meu coração apertou com a cena, eles rindo e brincando uns com os outros. Meu coração acelerou e eu desejei como nunca estar mais perto, mas não poderia. E então ele parou, olhou para frente e respirou fundo e se ajeitou. As lágrimas escorriam pelo meu rosto. Alice falava mal tudo que podia agora e eu somente tinha olhos para o noivo. Edward estava casando hoje com Tânia Swan.

Ele entrou e eu fiquei ali sem saber o que fazer, eu não queria ver Tânia entrar radiante em um vestido branco lindo e exclusivo. A cidade toda comentou que ela encomendou o vestido em uma grife restrita em Paris e que Esme voou com ela especialmente para que o designer atendesse as duas pessoalmente. Ele casaria com minha irmã, minha irmã mais velha e eu ficaria aqui para relembrar que um dia ele jurou me amar para sempre.

Eu me pergunto o que é para sempre? Eu me pergunto o que seria amor eterno? Para mim foi muito curto, muito rápido e avassalador demais. Sorri com as lembranças das coisas mais simples que fizemos. Fugir correndo da chuva de Forks para nos abrigar em uma loja vazia, tomar café sentados na calçada esperando o ônibus chegar, esperar um terminar o dever de casa do outro, brigar feito dois meninos de rua como dizia minha mãe, dar beijos escondidos na escola, amassos depois das aulas e transar pela primeira vez na cama dele.

Poderia dizer que sabia dos motivos que ele escolheu ela. Mas eu não tinha. Ela era líder de torcida e ele não era do time de futebol. Ele se formou em administração e ela em moda. Ele queria uma casa no interior e ela em Nova York, Paris ou Madri. Ele tinha projetos ambientais e ela usava peles de animais mortos nos desfiles em que fez. Ela era totalmente aventureira e ele caseiro demais para a sanidade de uma pessoa como ela. O quanto ele mudaria por ela ou o quanto ele a queria? Não, eu não entendia os motivos deles, mas ele estava lá. Casando com ela e eu aqui, assistindo.

O carro dela parou na porta e Irina sua madrinha saiu primeiro ajustando o vestido vermelho. E Tânia saiu gloriosa com seu vestido estilo sereia, coroa e véu. Seu corpo muito bem valorizado em cada corte. Esme saiu depois que ela e a ajudou com o vestido. Era o casamento do ano, muitos queriam ser convidados, mas foram bem seletos. Meus pais já estavam lá dentro e eu tinha a desculpa perfeita para não estar ali: estágio em Londres. Eu deveria estar em Londres bem longe desse casamento, mas eu não resisti eu precisava vê-lo pela última vez. Não tinha a menor pretensão de vê-los em sua bolha de felicidade.

Enxuguei as minhas lágrimas quando Tânia entrou. Acabou. Para Alice eu deveria estar cantando You Oughta Know da Alanis, bebendo em algum bar próximo ou num pub em Londres com Jacob. Mas isso não fazia meu estilo, não seria eu se fizesse então eu achei melhor vir e vê-lo e superar. Em uma aula de psicologia comportamental meu professor falou de luto. O que é o luto? O ser humano parecia não conseguir superar a perda de seus entes queridos seja ele de qual nível for. A morte nunca foi algo aceitável, por isso ele dizia ser importante o velório. A cerimônia toda era como se o externo dissesse para o interno que acabou. Trágico demais aquilo, mas ele sempre aconselhava seus pacientes a irem no velório e verem o corpo de quem eles perderam, de alguma forma isso seria bom em algum nível psicológico. Eu estava seguindo seus conselhos.

- Vamos. – disse para Alice fomos para o meu carro que estava estacionado mais distante. Enquanto caminhava brincando com as chaves eu lembrei do mês passado. Da última vez.

“ – Você está linda.

Corei tímida.

- Efica mais linda assim.

Eu ri com ele e nos beijamos apaixonadamente como sempre.

- Quando você vai?

- Em cinco horas. Londres.

- Eu te amo, nunca esqueça disso.”

Eu queria rir, era impossível esquecer Edward. Ele seria sempre o homem que abriria a porta para você, que se preocupa com seu espirro e que te liga para dar bom dia e boa noite. Ele seria o homem que você amou com todas forças e que te marcou como nenhum homem faria. Não era estúpida para pensar que uma pessoa superaria isso jamais, esse tipo de amor é único e raro. Nenhum outro conseguiria fazer isso comigo e eu aceitava isso em algum lugar dentro de mim.

- O que vai fazer agora?

Alice perguntou enquanto eu destrava o carro. Eu não disse muita coisa sobre o depois com ela, só avisei que estava vindo para ver ele entrar na igreja.

- Obrigada por vir comigo.

Ela me abraçou solidária. Eu não precisava disso. Só precisava voltar para Londres, a passagem já estava no carro, a mala nem tinha sido desfeita. Um dia talvez isso tudo fosse passado e não doesse tanto, um dia não hoje.

- O que você vai fazer agora?

Dei os ombros.

- Viver.


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Notas finais do capítulo

E então minhas lindas? O que me dizem?