Cap.7 – Aproximação

Clary estava aturdida, a visão de corpos e sangue fez seus ossos gelarem e até agora permaneciam assim. Um grande frio passou por seu corpo fazendo-a tremer, ela já vira sangue, destruição, mortes e guerra antes, no entanto, aquilo a apavorara. Jace estivera parado ereto no beco, sua mão direita apertando firmemente sua lamina serafim, os nós dos dedos de ambas as mãos brancos, sua visão encarava a pilha de cabeças humanas mutiladas, e Clary sabia, não eram apenas humanos mortos, pois os pedaços dos corpos que aparentavam terem sidos rasgados em pedaços sangrentos, em sua maioria, possuíam marcas de caçadores de sombras, garras de lobisomens, dentes e cinzas em roupas que revelavam ter havido vampiros, assas, peles coloridas, garras e olhos de gatos, típicas marcas de feiticeiros, no entanto, o que mais a aturdia, era a mensagem gravada a sangue no fim do beco, Clary sentia o frio em seu interior se solidificando, unindo seus ossos e pele, congelando-a, o que era aquela mensagem? O que significava?

Naquele momento Jace agarrou sua mão, enviando choques de calor pelo corpo de Clary, descongelando-a e a puxou correndo sem uma palavra para fora do beco. Ela deixou-se ser puxada, se sentia horrorizada e tinha a nítida certeza de que Jace também se sentia assim. Eles correram aceleradamente para longe do beco assombroso e apenas quando finalmente pararam ao chegar em frente à casa de Luke.

Jace estava pálido, seus olhos dourados arregalados, ele apertou sua mão.

– Clary... – sussurrou ele, seus olhos encontrando os dela, seu cabelo bagunçado quase os escondendo – Aquilo...

– Uma mensagem... Uma aproximação? – Clary sussurrou de volta, fatos se cruzando em sua mente, a história de destruição rodando pelo submundo sem ser ouvido e os corpos dos mesmos e de caçadores de sombras rasgados em pedaços e espalhados em um beco, uma torre de cabeças mutiladas... Clary conteve um soluço, suas mãos estavam tremendo, sua mão direita na de Jace, mas sua esquerda fechada, os nós dos dedos brancos, percebeu, sua mão estava sangrando onde suas unhas a estavam escavando. – Poderia ser... Uma aproximação do que estávamos dando inicia a investigar...

– A destruição? – cortou Jace, arregalando ainda mais seus lindos olhos, ele apertou mais a mão esquerda de Clary – Mas quem iria querer se vingar dos seres do submundo e dos caçadores de sombras juntos... Quando chegamos ao beco não havia demônios, mas cheirava a eles, no entanto, aquele tipo de coisa...

– Não parece o trabalho de um só demônio – ponderou Clary, um pensamento abordando sua mente, a assustando, seus ossos voltaram a gelar – todo aquele trabalho... Seria mais de um demônio, no entanto, deixariam rastros...

– O sangue pareceu recente, e quando chegamos, não havia um demônio sequer no beco – os olhos de Jace faiscaram, ele a puxou escadas a cima da casa de Luke, rumo a porta – Vamos, agora eu tenho certeza, não é apenas um simples rumor, a destruição, o que quer que ela seja ou signifique, temos certeza de uma coisa, é real, e precisamos de nossos aliados.