Cap.2 – Reunião

Clary se sentou na cadeira da biblioteca, inquieta. Quando chegaram, o clima estava tenso, Maryse estava sentada na ponta da mesa principal, Simon, agora tornado caçador de sombras, em uma cadeira ao lado de Alec, ambos encarando o chão, Magnus, conversando silenciosamente com Robert. Todos vestidos no uniforme de caça as sombras, fora o feiticeiro, que resolveu cair na moda punk preto e prata com glitter, seu cabelos negros trançados em dreads. Clary não conseguiu ouvir a conversa dos dois homens, somente ruídos abafados de tons exasperados e preocupados, fora isso, o local estava silencioso e melancólico.

– Bom, vocês chegaram – Alec quebrou o silencio, em tom e aparência cansada, estava com sua pele pálida e olheiras roxas por baixo de seus olhos azuis, deixando-o com uma aparência abatida.

– Sim – falou Jace, encarando seu parabatai,- Fomos chamados. – Jace levantou a sobrancelha direita – Aconteceu alguma coisa?

A conversa de Magnus e Robert cessou, o caçador e o feiticeiro se dirigiram a mesa principal.

– Nós estávamos conversando... – Falou Robert Lightwood, ele estava com a postura tensa, Clary notou, seus olhos escuros cansados e com olheiras – Algumas fofocas e intrigas estão rodando pela rede do submundo e uma em especial esta tirando o sono de varias pessoas...

– Para ser mais exato – cortou Magnus, Clary nunca o viu com tal mau humor – Esta mais que “tirando o sono de varias pessoas”. As coisas estão ruins no submundo. – suspirou – Esta rodando um rumor que uma grande destruição chegara há este século...

– Rumores são comuns – cortou Maryse – Não é como se devêssemos dar ouvidos a tudo que roda pelo submundo.

– Eu concordo, mas... – respondeu Magnus, se sentando ao lado direito de Alec, seus braços cruzados – A questão é que, muitos feiticeiros estão tendo sonhos e previsões de um passado e futuro entrelaçados, esta acontecendo mudanças de clima e fenômenos estranhos, tais como terremotos e tsunamis seguidos, maior indicio de violência, embora os demônios pararam de aparecer tanto quanto antes, suas ações indiretas aumentaram nos mundanos, tornando-os mais violentos, os vampiros e lobisomens estão fazendo seu papel, as fadas caladas e sumidas, os feiticeiros tendo pesadelos dessa ‘destruição’... Esta horrível a comunicação agora, esse boato vem se espalhando há meses e a rede esta calada agora, em todos os meus séculos de idade, a rede nunca ficou silenciosa, isso é estranho.

– Concordo – disse Robert, sentando-se ao lado de Maryse – no entanto, precisa-se ter uma certeza do que esta acontecendo e provas para levar esse assunto a Clave.

– Sim – disse Magnus, levantando-se da cadeira e dirigindo seu olhar a Clary, Jace, Isabelle, Simon e Alec – É por isso que vim aqui.

– Mas é isso que eu não entendo – disse Simon, levantando-se também, estava quieto até agora, ainda encarando o chão – Você quer que...

– Nós investiguemos o rumor – Disse Jace, no qual estava ao lado esquerdo de Clary, sentado junto a mesa, seus olhos brilhando – Certo?

– Sim – respondeu Magnus, um meio sorriso se formando em sua face – Eu gostaria que vocês investigassem a origem desse rumor, é claro, se for possível.

– É – falou Jace, expondo um meio sorriso – e também seria interessante encontrar o resto da história de “destruição”

– Sim – Concordou Clary, ela estava se sentindo má humorada com toda aquela tensão na biblioteca – estou tendo o mesmo pesadelo há meses, é tudo muito embaçado e vermelho, me lembro de Idris ardendo em sangue e chamas, cabelos escarlates... Depois tudo apaga...

– Não se force – disse Jace, ao seu lado, acariciando seus cabelos. Clary sentiu um arrepio de prazer percorrê-la, sempre acontecia, cada toque, cada beijo de Jace, fazia-a flutuar para um universo paralelo, onde só havia eles...Os beijos de Jace, seu cheiro de sol, seu gosto, seus olhos e cabelos dourados, seus braços a sua volta... Clary piscou os olhos, forçando-se ao mundo real – Acredito que sejam visões, assim como as que Ithuriel mandava a você.

Sim, assim espero – Clary soltou o ar, que não sabia que segurava, sentia-se angustiada sempre que tentava se lembrar dos pesadelos, já fora aos irmãos do silencio, mas de nada adiantou, sua mente não estava bloqueada, mas só avia fragmentos, memórias embaçadas e sonhos – Assim espero.