O Coelho Exorcista escrita por DarkAngelS2


Capítulo 7
Aberturas


Notas iniciais do capítulo

E aí, galera! Consegui postar mais cedo do que o esperado! Que bom né?
Pra compensar o um mês que demorei pra postar o último! Espero que gostem!



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Mephisto olhava pela janela que cobria quase toda a parede de seu quarto, vestindo seu pijama rosado e com mini ilustrações de shoujos. O quarto de Mephisto era enorme, ele vivia numa grande mansão que podia ser vista de longe, um pouco acima de onde a academia se encontrava. A lua iluminava quase por completo o interior de seu quarto e seu corpo. Ele esboçava um sorriso calmo enquanto via os demônios de nível baixo que se aproximavam da cidade e da academia pelos céus, e causando já alguns problemas para os exorcistas.

– Irmão, o que você está fazendo? – Amaimon veio em sua direção com suas pequenas patinhas pelo chão gelado. Mephisto deu um suspiro curto mas continuava sorrindo.

– Ah, eu não imaginei que uma coisa dessas pudesse acontecer tão rápido.

– O que? – Amaimon escalou as roupas do irmão até chegar ao seu ombro direito e pôs se a olhar pela janela também. Mephisto estendeu a mão em direção a janela, apontando para os demônios no céu.

– Olhe aqueles demônios ali. – Amaiomon direcionou seus olhos diretamente para o céu, depois de ver a fumaça vindo da cidade – Uma coisa assim não poderia ter acontecido a menos que houvesse algum problema com a barreira. – Mephisto cruzou seus braços e fez um sorriso mais sério. A barreira, como seu próprio nome diz, era o que impedia que demônios se aproximassem da academia. Claro, existiam coisas que ela não conseguia fazer. Já houveram vários casos de demônios dentro da própria academia, por isso a barreira só os defendia de ameaças de fora mas algo deveria ter acontecido para que os demônios tivessem conseguido atravessa-la. Mephisto notou isso, logo notou mais uma coisa. Um comportamento estranho vindo de alguns demônios pairando no céu. Eles estavam batendo contra uma parede invisível, enquanto outros seguiam em frente sem ter nenhum problema.

– Então a barreira foi quebrada? – Amaimon se perguntou. Mephisto pôs a mão esquerda no queixo e continuou em silêncio e pensativo. Um minuto depois, ele estalou os dedos e em um “POOF” já estava com suas roupas bizarras novamente. Sua capa branca balançava conforme ele se virava para sair do quarto, jogando Amaimon que estava no seu ombro para o chão.

– Irmão?

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Rin atravessou sua espada coberta de chamas na sombra que havia acabado de socar Ukobach, agora em sua forma pequena. Ele estava encostado na parede, um pouco ferido. A sombra se recuperou do ataque de Rin em questão de segundos e fitou-o com seus olhos verdes e brilhantes. Depois começou a cobrir as paredes e o teto. O som de dois disparos ecoou conforme a sombra se movia pelo teto até chegar ao segundo andar. Yukio veio descendo as escadas logo depois, com uma arma na mão direita e o celular na mão esquerda.

– Yukio, o que foi aquilo?! – Rin vinha correndo até ele.

– Como vou saber? - Yukio respondeu brabo devido a chamada não atendida no celular. – Que droga! O s.r. Pheles não atende!

Mais sons foram ouvidos vindo da sala do gerador de energia. Yukio e Rin se dirigiram até lá mas quando estavam se aproximando, um Ghoul saltou da porta da sala e se moveu rapidamente pelo teto e pelas paredes. Yukio deu um disparo mas o ghoul desviou com agilidade. Outro disparo, e mais uma vez desviado. O ghoul a frente deles tinha forma de um cão humanoide deformado, sua cabeça e sua postura lembravam a de um animal mas seus braços e pernas eram mais longos que o de uma pessoa normal. Ele estava cansado de desviar das balas irritantes de Yukio e o atacou primeiro, movendo seus longos braços. Yukio deu um salto para trás e escapou de ter alguns de seus ossos quebrados pois o piso de madeira ficou muito danificado aonde foi atingido.

– Yukio! – Rin gritou preocupado. Ambos estavam separados pelo ghoul, que logo em seguida moveu seu braço para atacar Rin. Rin pensou rápido também e deu um passo para o lado, mas o tremor que deu quando a mão do ghoul atingiu o chão fez ele perder o equilíbrio. O cão humanoide então moveu o seu outro braço e agarrou Rin pelo pescoço. Pondo ele contra a parede. A espada se soltou da mão dele e ele começou a ter uma sensação ruim de falta de ar por causa das mãos grossas do demônio. Rin começou a contorcer seu corpo e tentar se soltar das garras do demônio.

O cão não fez nada além de ficar segurando Rin pelo pescoço mas conforme o rosto do cão se aproximava de Rin, ele pode entender melhor as suas palavras. No começo elas estavam mal terminadas e não faziam sentido, mas depois soaram mais altas e claras.

“-rota...”, Rin abriu mais os seus olhos, “Aquela que nos ameaça…”.

Yukio bombardeou o ghoul com vários tiros nos braços e nas costas assim que conseguiu. Ele estava armado com as duas mãos e não deu nenhum descanso até o demônio soltar o seu irmão. O corpo do ghoul se contorcia conforme recebia os tiros e foi abrigado a soltar Rin. Embora ferido, ele moveu seu braço mais uma vez e atacou Yukio. Mas dessa vez, Yukio não desviou. Um vulto azul se meteu entre os dois e cortou o longo braço do ghoul. Ele gritava de agonia enquanto o sangue escorria pelo chão destruído. Mesmo com a dor agonizante, ele tentou mover o outro braço para tentar atacar mais uma vez mas recebeu um tiro na cabeça e seu corpo desapareceu.

– Por que você não desviou, idiota! Podia ter morrido, sabia?! – Rin dizia irritado.

– No fim das contas, acho que eu e você temos mesmo alguma coisa em comum, nii-san. – Yukio sorriu, tentando mais uma vez ligar para Mephisto. Rin olhou por uma janela a sua frente e apontou os demônios no céu para Yukio. – O que é aquilo? Eles não deveriam ser capazes de passar pela barreira! – ele dizia preocupado.

– Espera, não vai me dizer que alguma coisa aconteceu com a barreira!

– Não sei! É por isso que estou tentando-- – Yukio foi interrompido pela voz de Mephisto vindo do celular.

– Yoooo! – Mephisto cantou. – Se não é o Okumura-sensei. A que devo esta humilde ligação?

– S.r. Pheles, por que aqueles demônios estão invadindo a academia?!

– Ah, então você já notou? – Mephisto respondia calmo e bem-humorado.

– Sim! Acabamos de ser atacados por dois tipos de demônios aqui no dormitório! – Rin roubou o celular do irmão e começou a falar irritado. Yukio pegou o celular de volta.

– Oh, isso é mesmo uma pena! Bom, mas como vocês podem ver os demônios já começaram a invadir e a causar problemas.

Rin e Yukio deixaram o dormitório para ver a situação do lado de fora enquanto continuavam a conversa com Mephisto. Eles podiam ver a fumaça subindo da cidade enquanto mais demônios, grandes e pequenos, sobrevoavam os céus. Alguns também, tinham problemas e ficavam batendo contra uma parede invisível.

– Como quebraram a barreira? – A voz de Yukio soava séria, enquanto a de Rin um pouco preocupada.

– Não foi.

– Como assim?

– A barreira continua em pé. – Agora a voz de Mephisto não era brincalhona como sempre fora. Ele parecia estar mais sério. – Mas, de alguma forma, alguém conseguiu fazer algumas aberturas para que os demônios pudessem atravessa-la.

– Como assim?! Quer dizer que alguém fez isso?! – Rin gritava no celular do irmão.

– Possivelmente. Neste momento, eu estou tentando reconstruir a barreira mas muitos demônios de nível intermediário já invadiram. Também já mandei vários exorcistas nas áreas norte e leste onde há maior concentração desse nível de demônios. Precisam de mais gente na área sul. Leve os exwires com você.

– Mas...

– Então, boa sorte! – Mephisto cantou novamente e a ligação foi cancelada. Yukio fechou seu celular e o meteu no bolso, recarregou suas armas e tomou liderança. Dando o primeiro passo para frente.

– Vamos. Se não fizermos nada, as coisas vão piorar. – Ele olhou para Rin e mais uma vez tirou o celular do bolso. – Temos que avisar aos outros exwires. Tente contatar o trio de Kyoto. Eu falo com o resto.

– Yukio... – Rin interrompeu – Aquele ghoul...ele falou alguma coisa naquela hora. Ele disse sobre alguém que o ameaçava. Não entendi direito o que aconteceu mas eu acho que ele estava com medo de alguém. Alguém em especial....

–--------

Os barulhos vindos da cidade ecoavam altos devido a invasão dos demônios pelas aberturas da barreira. Mas mesmo assim, muitos não se deram conta e continuaram a dormir como se nada estivesse acontecendo. Só perceberam quando tremores começaram a surgir e disparos de armas e os gritos dos exorcistas ecoavam pelas ruas da cidade.

Felizmente, todo esse barulho ainda não havia alcançado a academia completamente então os alunos puderam dormir sossegados. Para Usagi não foi diferente. Embora Fujimaru estivesse tentando acorda-la, metendo seu focinho gelado no nariz dela, ela se recusava a deixar as cobertas. Lutava para manter os olhos fechados mas quanto mais se mexia, seu sono ia embora. Depois de muitos minutos se revirando para escapar dos movimentos do coelho branco, seus olhos finalmente se abriram e ela encarou o coelho irritada.

– O que você quer? – ela esfregava as mãos nos olhos enquanto Fujimaru descia da cama e apontava para a janela do quarto. Ela se levantou ainda com as mãos nos olhos e tentou olhar pela janela iluminada. Seus olhos ainda estavam meio cerrados por causa da luz mas aos poucos ela pode ver melhor a fumaça subindo e então alguns demônios sobrevoando o céu noturno. – O que é isso? – ela se perguntou amedrontada. Nunca tinha visto tantos demônios em um só lugar assim.

Seu celular começou a tocar, desviando os olhos da garota para o aparelho eletrônico. Ela rapidamente o apanhou e atendeu a ligação. Do outro lado estava falando Yukio.

– Okumura-sensei, o céu está....

– Eu sei. – Yukio interrompeu – Não tenho tempo para dar explicações agora mas todos os exwires precisam se dirigir para a área sul. Já falei com a Kamiki-san e a Moriyama-san. Venham imediatamente!

– C-Certo! – ela desligou o celular e agarrou uma calça na sua mala. Não se preocupou em trocar a camiseta do pijama, apenas vestiu uma jaqueta e calçou seus sapatos. Saiu do seu quarto apressada mas tentando não fazer muito barulho para que os outros não acordassem. A sua frente estava Izumo.

– Isso é um saco mas vamos logo! – ela disse com um rosto inexpressivo.

– Sim!

–---------

Izumo e Usagi já tinham deixado a academia e agora estavam se dirigindo para a área sul da cidade para se reunirem com Yukio e os outros exwires. Izumo já tinha chamado seus familiares, Mike e Uke, dois demônios raposa brancos que serviam à família Kamiki. Fujimaru seguia sua dona aos saltos sem se afastar dela. As duas seguiram pelas ruas da cidade sem nenhum problema por um tempo, viraram esquinas e atravessavam a rua sem esbarrar em nenhum demônio mas logo que pensavam que estava tudo bem, dois Reapers grandes apareceram diante delas. Os Reapers são demônios de nível baixo, que possuem sapos, por isso eles tem a aparência de sapos gigantes embora possam crescer em vários tamanhos diferentes. Na Europa, alguns crescem asas, saltam sobre as águas ou criam ondas supersônicas. Na academia, eles são utilizados para treinamento atlético. Reapers possuem a habilidade de ver através dos olhos das pessoas e ler suas emoções: raiva, ódio, tristeza, ambição, medo, ou qualquer tipo de agitação, eles iram atacar. Izumo já tinha lidado com eles durante o treinamento de exorcista então ela já sabia a manter um pouco a calma diante dele mas Usagi nunca tinha visto um desses antes. Logo quando o maior dos Reapers pôs os olhos nela, pode ver o medo em seus olhos e atacou imediatamente.

O Reaper maior saltou entre as duas garotas, assim que pousou no chão o vento fez com que as duas garotas se distanciassem uma da outra, voando uma para cada lado. Logo que ele fez o primeiro ataque, Izumo também já não conseguia mais manter suas emoções calmas. O reaper menor também saltou, agora fazendo as duas garotas rolarem com força até baterem nas paredes das casas.

– Que droga... – Izumo resmungou, tentando se levantar do chão – Uke, Mike, acabem com eles! – ela ordenou às raposas brancas que não pareciam muito satisfeitas em servirem à garota mas assim eles seguiram as suas ordens. As duas raposas deram um longo salto à uma velocidade incrível que Usagi nem pode perceber. Os dois rodeavam o demônio sapo e o atacavam sem descanso, Mike abocanhou o sapo e ele deu um grito de agonia. Uke fez o mesmo e ele gritou ainda mais. O sapo se contorceu mas voltou a atacar Izumo, ele abriu a boca e soltou a língua na direção dela. Izumo conseguiu desviar em questão de segundos mas a língua do reaper bateu com força em um poste de luz. Ele se rachou e começou a cair, Izumo estava bem em baixo dele.

– Kamiki-san! – Usagi gritou.

Por um momento, tudo se fez silêncio. Apenas uma voz se destacou naquela hora, Usagi ouviu bem, ecoando com força e confiança. “Presa da Serpente”, lâminas de ar atravessaram o poste salvando a vida de Izumo e ao mesmo tempo, fazendo cortes profundos e fatais nos dois reapers. Usagi virou seu rosto automaticamente. Lá estava ela, iluminada pela lua, a exorcista de Primeira Classe Alta da academia, com cabelos longos e vermelhos presos à um rabo de cavalo e segurando uma lâmina roxa em uma das mãos. Izumo reconheceu ela assim que viu o seu ataque.

– Kirigakure-sensei!

– Oh, vocês deram sorte! – ela sorria – Certo, onde está aquele gatinho medroso do Yukio?


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Notas finais do capítulo

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