O Coelho Exorcista escrita por DarkAngelS2


Capítulo 6
A Menina em Branco


Notas iniciais do capítulo

Ok, acho que vocês já querem me matar né?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/530004/chapter/6

A noite chegou tão rápido que quando Rin percebeu já haviam pessoas batendo na porta do dormitório dele e dor irmão. Ele soltou os utensílios e os ingredientes na bancada da cozinha, limpou as mãos com um pano e foi atender a porta.

Claro, não era apenas Rin quem estava cozinhando. Não, também não era Yukio já que ele não levava jeito para isso. Como os dois eram os únicos que estavam morando nesse antigo dormitório, o café da manhã era sempre feito por um demônio que amava cozinhar. Ukobach era um demônio pequeno, também chamado de Espírito da Fogueira. Ele uma cabeça grande e o corpo pequeno, como o de um macaquinho. Tinha orelhas cor de vinho bem grandes e pontudas como as de um morcego, dois chifres pequenos, olhos dourados e um nariz redondo. Suas pernas eram grossas e também tinham cor de vinho, sua cauda era da mesma cor e a ponta tinha a forma de um tridente, suas mãos também eram bem grandes. Ele vestia um avental pequeno e luvas enormes.

As primeiras pessoas a chegar foram Bon, Konekomaru e Shima. Logo atrás vinham Izumo e Paku. Rin recebeu todos eles com empolgação, logo em seguida, eles o acompanharam até a cozinha geral. Rin estava preparando sukiyaki, teriyaki, além de outros pratos com arroz.

Como era de se esperar, Rin só recebia elogio dos colegas pelo cheiro da comida. Rin não podia deixar de se gabar, pelo menos um pouco, já que essa era uma das poucas habilidades que ele se dedicava mais do que nos estudos. Esse foi um dos comentários que Yukio fez ao entrar na cozinha e cumprimentar os recém- chegados e claro, fez com que a animação de Rin diminuísse um pouco mas também causou boas risadas que se podiam ouvir do lado de fora do dormitório.

Usagi podia ouvir as vozes altas e animadas de todos. Ela estava na frente do dormitório com Fujimaru nos braços, quase com medo de entrar. Ela havia acabado de chegar mas não se sentia confortável para bater na porta. Eles nem iriam ouvir mesmo que ela batesse na verdade, mas não tinha coragem de encarar Rin depois daquela manhã.

Ainda pensativa, ouviu uma voz também animada vindo em sua direção e chamando o seu nome. Ao virar o rosto, viu Shiemi quase tropeçando por correr tão rápido até ela.

– Shiemi, cuidado! Pode acabar se machucando se correr assim.

Shiemi estava sempre vestindo um kimono, exceto nos dias de aula e durante as missões, e hoje não era um desses dias. Era compreensível que ela pudesse tropeçar por correr demais.

– Eu estou bem. – respondeu ela um pouco afobada e sorriu para a amiga – Ainda bem, eu achei que tinha sido a última a chegar.

– Bem, talvez nós duas tenhamos. Eles estão fazendo muito barulho lá dentro.

O sorriso de Shiemi se desfez por um segundo e ela se sentiu envergonhada por ter se atrasado. Mas saber que Usagi também estava com ela fazia ela se sentir mais aliviada. Sem mais delongas, Shiemi abriu a porta sabendo que ninguém iria recebe-las pelo barulho que vinha da cozinha. As duas entraram e como de costume no Japão, deixaram seus sapatos na entrada e seguiram o som das vozes.

Ao passarem pelo corredor bem iluminado, Fujimaru desceu dos braços da dona e correu até o lugar de onde vinham todos os gritos. Ele andou por debaixo da mesa sem que ninguém o notasse até parar em frente às pernas de Izumo. Ela levou um susto grande quando sentiu o coelho pousar nas suas pernas que seu grito chamou a atenção de todos. Fujimaru mostrou sua carinha branca apoiada na mesa, logo todos o reconheceram

Izumo teve seu rosto completamente corado pela vergonha e pela fofura do coelho, que logo em seguida saltou para a mesa para cumprimentar o resto das pessoas. Foi aí que Shiemi e Usagi chegaram também.

– Oh, bem na hora! - Shima foi o primeiro a falar e os outros as cumprimentaram de longe. Rin apenas acenou quando elas chegaram já que não podia perder tempo lá. Izumo não se sentiu obrigada a dizer nada mas Paku que estava ao seu lado se levantou para cumprimenta-las. Shiemi apresentou ela à Usagi e em pouco tempo parecia que já tinha feito mais uma amiga. Elas se sentaram perto da Izumo novamente, o que deixava ela ainda mais nervosa.

Enquanto todos conversavam e se divertiam, Usagi notou a ausência de uma pessoa. Era provável que Rin não tivesse encontrado Takeru naquela manhã. Ele estava tendo muito trabalho por causa dos dois, era realmente uma pena mas em um pequeno momento de seus pensamentos, ouviu-se a porta da entrada abrindo e então, passando pelo corredor até a sala da cozinha, apareceu aquele cabelo verde fácil de se reconhecer, carregando na mão uma sacola que dentro continha ao que parecia ser uma caixa.

– Pelo visto cheguei a tempo. – ele disse arrastando uma cadeira e se sentou. A voz dele já era reconhecida por todos e consequentemente ao ouvi-la, Rin soltou todos os itens das mãos e saiu de perto do fogo, com os olhos lacrimejando.

– Wasabi, você veio!

– Não me chame de wasabi, eu não sou nenhum tipo de molho!

– Mas como você–

– Seu irmãozinho falou comigo – ele disse com um sorriso arrogante.

Não demorou muito até que Yukio também se juntasse ao resto do grupo. Ele desceu o andar do seu dormitório acompanhado de um gato preto de duas caudas, de olhos grandes e redondos e com um par de chifres pequenos na cabeça. Como Kuro era um demônio gato, e como todos os demônios, só ele podia ser entendido por Rin. O gato correu feliz até a mesa, sua boca babava de fome ao sentir o cheiro da comida que Rin estava preparando. Fujimaru apenas ficou encarando o gato como fazia com todos os demônios até que Kuro finalmente notou a presença do coelho ao seu lado. “Oh, quem é você?”, disse Kuro enquanto olhava para o coelho com os olhos bem abertos. Depois começou a rodea-lo, Fujimaru seguiu seus passos com a cabeça. Kuro não se sentiu ameaçado em nenhum momento, ao invés disso ele sorriu e tentou chamar a atenção do outro para alguma brincadeira mas infelizmente não deu muito certo.

“Hm, você não muito de falar não é?” Kuro inclinou a cabeça, desfazendo o sorriso. Fujimaru inclinou a cabeça também.

Usagi também se sentia preocupada com reação ao gato que se aproximava do coelho sem ser atacado nem nada. Ele também não demonstrava medo. “O poder de um demônio pode ser mais forte que os divinos? ...” Ela se perguntou, depois balançou a cabeça para os lados, tentando ignorar esse assunto por um momento. Não queria que isso viesse a estragar tudo o que Rin havia preparado até agora.

– TÁ PRONTO! – A voz alta e alegre de Rin ecoou pela cozinha toda quando todos já haviam terminado de ajudar a arrumar a mesa. Os olhos de Kuro ficaram ainda mais brilhantes e ele pulou na mesa excitado. – Ei, Kuro, você precisa sair da mesa. Eu vou pôr as coisas aí.

“Certo!” Ele obedeceu com um sorriso e desceu da mesa. Fujimaru foi atrás dele. Acreditava-se que ele tinha feito um novo amigo.

Depois de ajeitar todas as panelas na mesa, todos se sentaram, agradeceram pela comida e, sem mais delongas, começaram a comer. Não era segredo entre os alunos do curso que Rin era um excelente cozinheiro e ele se orgulhava muito disso. Era uma das coisas (talvez a única) que fazia melhor que Yukio. E os elogios vinham de todos os lados, de Shima, de Shiemi, Bon, Paku, Kuro e até de Izumo. Tudo isso só fazia o sorriso e o ego de Rin subir um pouco mais.

– Está bom mesmo! – Usagi comentou.

– Superou minhas expectativas. – adicionou Takeru.

– Hehe – Rin riu orgulhoso, logo depois reparou que Takeru ainda estava usando seus óculos escuro mesmo sendo noite. – Por falar nisso, Wasabi, você nunca tira esses óculos.

– Não. – respondeu calmo e direto, sem parar de comer. Após o comentário de Rin, os outros perceberam isso também. Não houve nenhum dia em que Takeru não tivesse tirado aqueles óculos. Estaria tudo bem se fosse apenas por causa do sol, mas ele estava dentro de um dormitório a noite. Não fazia o menor sentido.

– É verdade, por que você nunca tira esses óculos? – Usagi perguntou. Os outros olharam para o esverdeado, esperando uma boa resposta.

– Enxergo melhor no escuro.... – ele respondeu com calma e com segurança, sem tirar os olhos da comida. Os outros ao seu redor ficaram quietos processando a resposta que ele acabara de dar.... Que tipo de desculpa foi aquela? ....

Ninguém sabia se iria valer a pena perguntar novamente. Ele respondeu duas perguntas com tanta segurança, embora a segunda tenha sido uma completa desculpa, que ninguém sabia o que mais ele poderia inventar. Por fim, tiveram que engolir a resposta do esverdeado e voltaram a comer.

Usagi ficou curiosa por um momento sobre Yukio. Sendo de que ele era um grande cozinheiro, será que Yukio era também? Ela queria arriscar a perguntar.

– Ahm, Okumura-sensei... – Ela começou, Yukio voltou seus olhos para ela. – Bem, pelo que eu já notei, você e seu irmão parecem completamente opostos. Mas será que você sabe cozinhar também?

Yukio apenas sorriu.

– Ah, não. Na verdade eu nem cozinho.

– Ele não tenta desde que cortou o dedo com uma faca quando era criança. – Rin adicionou com uma risada.

– Hoje em dia, dá para se viver sem mesmo saber cozinhar. Eu prefiro deixar a cozinha para as pessoas que sabem cozinhar. – Ele continuava a sorrir sem dar atenção as piadas do irmão.

– No fim das contas você só este com medo da faca! – Rin adicionou, agora Shima havia começado a dar risadas baixinhas.

– Não é por um motivo infantil como esse!

A discussão dos gêmeos dessa forma era imperdível. Embora os dois já tivessem discutido várias vezes, assisti-los dessa forma nunca causou tantas risadas. Começou apenas por Shima, Shiemi corou um pouco com vergonha de rir mas o clima na cozinha estava tão alegre que ela não podia deixar de se empolgar também. E aos poucos os sorrisos foram sendo compartilhados com todos naquele lugar.

–------

Assim que todos terminaram de comer, Rin começou a tirar os pratos da mesa e arruma-los na pia. A conversa ainda continuava na mesa quando Takeru tirou de uma sacola caixa média que cheirava a algo doce.

– O que tem aí? – Sheimi ficou curiosa, não só ela, todos.

– Só um presentinho de agradecimento.

Ele abriu a caixa branca e dentro dela haviam duas metades diferentes de tortas. Uma era de morango com creme, a outra era diferente e tinha uma cobertura roxa-meio azulada. Rin ao ouvir as vozes inquietas dos outros perguntou em voz alta enquanto lavava a louça.

– O que é?

– Okumura, temos torta! Vai precisar de mais pratos! – Suguro respondeu a ele em voz alta também. Os olhos de Rin brilharam, ele nunca tinha feito nenhum tipo de doce antes. Era ótimo que Takeru tenha se preocupado em trazer para lá hoje. Rin deixou a louça de lado por um momento e abriu as portas de um armário preso a parede, pegou 10 pratos e talheres e os levou até a mesa.

– Ohhhh! - os olhos dele brilhavam ainda mais – Isso parece ótimo! Valeu Wasabi!

– Acho que não vão parar de me chamar assim, não é?

Os pratos foram distribuídos e Takeru serviu todos eles, já que era ele quem tinha trazido as tortas. A maioria preferiu a de morango já que não queriam arriscar a de cobertura azul. Rin apenas começou essa por não negar nenhum tipo de comida. Usagi também queria a de morando mas aquela azul era tão diferente mas não parecia ser ruim. Ela pediu então ao esverdeado a azul.

Ela cravou o garfo na torta e trouxe até a sua boca. Inesperadamente, não era ruim. Ao contrário da aparência incomum, ela era saborosa!

– Nossa, de que é feito essa aqui?! – ele perguntou alegre.

– Blueberry.... – Takeru respondeu com um sorriso sério, apenas esperando a reação da garota. Aos poucos começou a se rir quando ela ficou imóvel ao ouvir a resposta dele. Rin começou a se contorcer também e aos poucos, sua risada foi se tornando mais alta.

– Há há há! Que ironia! – o riso foi compartilhado com Suguro e Shima mas de forma mais baixa. Usagi continuava imóvel, agora sem mais vontade comer. Rin sentou-se ao lado de Takeru e envolveu seu braço em volta do pescoço dele. – Puxa, eu não imaginava que você tinha um senso de humor assim! Há há há!

– Algo de errado comigo? – ele se sentiu estranho com esse comentário. Usagi, por outro lado, não tinha nenhum senso de humor aos olhos de Rin. Ela mantinha uma expressão séria que não falava nada.

– Ei, Usagi. Vamos, você devia rir um pouco mais! Não tem senso de humor, por acaso?

Ela continuou quieta, se levantou da mesa sem dizer nada e se retirou da sala(Fujimaru seguindo ela), murmurando “Não tenho senso de humor, é?”. A cozinha ficou quieta por alguns segundos. Aquilo foi estranho, uma brincadeira assim não deveria ser o suficiente para deixar alguém irritado daquele jeito. Shiemi começou a se preocupar. Ela decidiu ir atrás dela quando, do nada, as luzes se acabaram por completo. “Um apagão?”, Rin perguntou mas Yukio confirmou pela janela, era só no dormitório que havia acabado a energia.

– Talvez algum curto. – Suguru sugeriu.

Houveram uns barulhos estranhos vindos mais abaixo deles. Todos se levantaram e ficaram alertas enquanto o silêncio tomava conta do dormitório. Takeru agora, levantou seus óculos até o topo da cabeça, recolhendo um pouco de sua franja. “Eu vou atrás dela ver se aconteceu alguma coisa”, ele disse já indo em direção a porta mas a voz de Yukio o parou.

– Espere! É perigoso ir sozinho nessa escuridão!

O silêncio tomou conta mais uma vez quando um som calmo e leve vinha se aproximando deles. Aos poucos era possível ver uma luz branca iluminando cada vez mais a escuridão. Ela era rápida e parecia ter uma forma esférica. Eles ficaram admirando enquanto a esfera luminosa saltava no ar, deixando um rastro branco que aos poucos desaparecia, e enfim saiu da cozinha em direção a outro lugar.

– Yukio, o que era aquilo?

– Não sei, nunca vi algo parecido. – uma gota de suor começou a descer pelo rosto dele. – De qualquer forma, não se descuidem. Eu vou checar a energia. – Yukio saiu da cozinha com calma, olhando para os lados, checando se não havia nenhum demônio por perto. Felizmente, a luz da lua que atravessava as janelas do corredor era de grande ajuda para ele. Mas Rin não era de esperar, ele saiu sem se preocupar com demônio algum, ficou mais interessado naquela luz esférica que tinha aparecido. Ele se apressou e então correu o corredor da direita até uma divisão. Yukio tentou pará-lo mas não precisou. Ele parou sozinho ao virar o corredor e lá, ficou parado olhando. Apenas olhando. Yukio o alcançou e então viu a mesma coisa que ele.

No final do corredor, coberta uma luz branca e brilhante, estava uma garota completamente branca. Seu rosto não se podia identificar por causa da grande luz que cobria todo o seu corpo mas dava para perceber, ela estava sorrindo. Momentos depois ela se virou e atravessou a janela aberta no final do corredor.

– O ...que...era aquilo? Um fantasma? – Rin perguntou, assustado com o sorriso medonho da garota.

– Não faço ideia. Antes de mais nada temos que-

– AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! – um grito alto e feminino atravessou o corredor. Era a voz de Usagi. Takeru não perdeu tempo e saltou um passo pra fora da cozinha seguindo o grito quando, mais uma vez, a mesma esfera branca apareceu diante de todos, agora mais veloz. Ela saltava de cantos em cantos por todo o corredor, indo em diferentes cômodos do dormitório inteiro. Yukio estava completamente desarmado naquele momento, suas armas e balas estavam todas guardadas no seu quarto. O mesmo andar em que a esfera se dirigia.

Quando Yukio olhou em volta, Takeru não estava mais lá assim como Rin. Obviamente, ele teria seguido Takeru a procura da garota que gritou a alguns segundos.

Embora aquela esfera parecesse ser inofensiva, era óbvio que estava ligada com a garota branca que vira a poucos momentos. Yukio não pensou muito. Ele não podia fazer nada desarmado então apressou seu passo até as escadarias, deixando os exwires no controle enquanto ele não estivesse lá para auxilia-los.

Yukio apressou-se ao abrir a porta do dormitório que ele e seu irmão compartilhavam e assim que a porta se abriu, agarrou suas armas e as carregou imediatamente. Ao sair, ele apontou a arma para a esfera que pairava em frente à sua porta. Ela não fez nada por uns momentos mas assim que começou a se mexer velozmente, Yukio não hesitou em atirar. A bala foi desviada e ricocheteou na parede. Houve mais um tiro mas novamente desviado. A esfera deixou o local para o andar mais baixo. O grito de Shiemi pode ser ouvido por Yukio logo depois. Ele então desceu as escadas apressado para se juntar aos exwires e mais uma vez, estava ela de novo. A menina em branco.

O grito de Shiemi também pode ser ouvido por Rin que agora estava distante, ele havia seguido Takeru por um tempo mas depois acabaram se separando. Rin não sabia mais para onde ir, se deveria voltar ou não. Ele andou procurou nos banheiros e em outras salas mas não havia encontrado nenhuma pista de Usagi, o mesmo para Takeru.

Em meio aos seus pensamentos num corredor escuro, passos lentos acabaram encontrando Rin e junto disso, uma luz forte e branca, com um sorriso medonho. Rin tomou posição, já quase desembainhando sua espada.

– Eu não sei o que você veio fazer aqui. Mas o que quer que seja, deixe meus amigos em paz! – ele disse tentando se paciente mas a garota deu uma curta risada e permaneceu com seu sorriso. – Se é assim que você quer então, eu não vou me segurar!

Dito isso, as chamas azuis já haviam envolvido por completo o corpo de Rin, sua cauda apareceu e seus dentes e orelhas se tornaram mais pontudos que o normal. Ele apontou a espada para a menina e saltou para cima dela quase no mesmo instante. Ela deu um salto longo, mantendo o sorriso e correu para outro lado. Rin a seguiu, seguindo a luz que iluminava o corredor. Em pouco tempo Rin acabou se encontrando com Yukio e os outros exwires.

– Nii-san, você a encontrou? – Yukio esperava uma boa noticia pelas chamas que cobriam o corpo de Rin.

– Eu estava seguindo ela por aqui...Vocês não viram?

– Não, acabamos de chegar desse lado – Suguro respondeu.

A risada foi ouvida mais uma vez, a menina apareceu diante de todos eles e seguiu pelo corredor a sua direita. Como o grupo era muito grande, Yukio separou a equipe: Rin e Shiemi iriam pelo mesmo lado que Rin acabara de vir, enquanto Yukio, Suguro e Konekomaru seguiriam o mesmo lado que a menina foi. Izumo e Shima ficariam perto de Paku para protege-la em caso de qualquer problema, embora Izumo não se sentia bem perto de Shima.

Como os dois corredores iriam se encontrar, poderiam conseguir cerca-la. Rin e Shiemi seguiram por um lado, passando por paredes escuras que aos poucos começou a ficar iluminada pelo brilho branco que estava no fim.

Ela sorria em frente a uma porta, esperando todos chegarem. Rin sentia que estava perto de descobrir alguma coisa. Assim que chegasse até ela, alguma coisa seria esclarecida, e foi.

A luz se apagou.

–------

Assim que aquele brilho completamente branco se foi, a energia havia voltado ao normal. Usagi estava em frente a porta, vendo Rin e Shiemi a sua frente. Takeru saiu da porta atrás dela, carregando Fujimaru em seus braços e de volta com os óculos escuros no rosto.

Tudo estava confuso naquela hora. Rin não entendia nada. Era Usagi quem estava ali, brilhando antes? Yukio se perguntava a mesma coisa mas a resposta parecia ser clara, vendo como ela ria na frente de todos.

– Vocês deviam ter visto a cara de vocês! Há há há! – Sim. Ao julgar pela atitude dela naquele momento, não havia dúvidas. Todos continuavam quietos, Takeru apenas sorria.

– E-Espera aí...- disse Rin pausadamente – Isso tudo então...você...?

– Sim! Há há há! Você devia ter visto a sua cara! “Eu não vou hesitar” Há há há! - ela tentou fazer uma imitação dele – Isso é o que você ganha por ter dito que eu não tenho senso de humor!

A cabeça de Rin ainda não tinha processado tudo, ninguém tinha na verdade. Mas conforme os outros começavam a falar sobre o acontecido, Yukio encarava a garota seriamente, sem que ela percebesse enquanto Rin ficava sendo um puxa-saco para a garota.

– Me diz como você fez isso! – Rin dizia, empolgado.

– Não, impossível.

– Por favor! Eu nunca mais insulto você!

– Não dá, demônios não podem fazer isso.

– Você é a rainha da comédia!

– Aliás, não é a mesma coisa com suas chamas? – Ela murmurou.

“Então, foi sobre isso que o S.r. Pheles havia me dito”, ele se pensou. É claro, como Yukio era um dos instrutores do curso, era óbvio que ele havia sido informado sobre Usagi também. “O tipo de poder dela …”

– Espera, - Rin continuou – Então aquela esfera...?

– Era o Fujimaru – Usagi sorriu.

– O QUE?!

Ao ver de todos ali em volta, o clima parecia estar alegre de novo e melhor ainda, era como se Usagi tivesse esquecido um pouco daquele ódio que ela teve por Rin quando descobriu que ele era o filho de Satã. Agora, pelo menos naquele momento, tudo estava bem.

– Espera! Wasabi, você sabia disso então?!

– Não mesmo, mas depois que eu encontrei ela não pude deixar de participar. – ele sorriu, mexendo no cabelo.

– Não é justo! Traíra!

As risadas de todos se amontoaram mais uma vez naquele lugar mas claro, houveram certos riscos que Yukio não podia deixar passar. Ele chamou por Usagi com uma foz de autoridade e uma expressão séria. Naquele momento, as risadas se foram.

– Totsuka-san, eu não sei o que você fez mas você devia ter levado em conta que alguém pudesse ter se machucado. – A voz de Yukio soava forte, não parecia mais aquela pessoa gentil que ela tinha conhecido no primeiro dia de aula.

– Ei, não tem porque falar isso. Ninguém se machucou. – Rin a defendeu.

– Mesmo? Nii-san, você desembainhou sua espada, não foi? – Rin ficou quieto. Yukio tinha um ponto. Rin havia tentado atacar Usagi pensando que ela era uma inimiga. Se por acaso ela acabasse ferida seria um problema. – E eu também, eu quase cheguei a atirar em um de meus alunos. Você tem ideia dos problemas que podia ter causado?!

Usagi já não se sentia mais bem ouvindo as palavras de Yukio daquela maneira. Ela ficava de cabeça baixa, com sem nenhuma expressão no rosto.

– Eu sinto muito... – Usagi já não se sentia mais bem ouvindo as palavras de Yukio daquela maneira. Ela ficava de cabeça baixa, com sem nenhuma expressão no rosto.

Vendo aquela tensão no ar, Shiemi deu um passo para frente para tentar acalmar um pouco a situação.

– Bem, isso é verdade, Yuki-chan. Mas é verdade que ninguém se machucou também. – ela sorria para Usagi ao pôr a mão no seu ombro - E também, eu fiquei assustada naquela hora mas depois disso tudo, eu realmente me diverti!

A voz de Shiemi era tão doce e tão gentil. Não havia como não amar uma pessoa como ela que estava sempre por perto para defender seus amigos.

Yukio deu um suspiro longo e deixou o assunto quieto por enquanto. Como ninguém havia se machucado, não havia nada o que fazer realmente. O grupo voltou para a cozinha onde o outro trio se encontrava. Após mais algumas explicações, todos voltaram a sorrir novamente. A conversa s seguiu até o momento em que todos tiveram que ir embora. Shiemi voltou para a casa com a sua chave dourada já que não ficava no dormitório feminino. O resto do grupo se despediu de Rin e Yukio e voltaram para os seus dormitórios normais. Por incrível que parecesse, Takeru estava com eles, embora ninguém soubesse se ele estudava ou não na academia.

O grupo se separou. Meninas para um lado, meninos para o outro, todos em direção aos seus dormitórios. Usagi iria junto com Izumo e Paku mas a voz de Takeru a impediu, assim que Suguro, Shima e Konekomaru já tinham se distanciando um pouco mais.

– Ei... – ele disse numa voz calma. Usagi virou seu corpo para ele. – Você realmente deveria tomar cuidado com o que você faz.... – Sua cabeça estava baixa mas seus olhos estavam direcionados para ela.

– Como...?

– Como eu sei não importa. – ele completou e ao mesmo tempo respondeu à pergunta dela. – Isso realmente pode acabar se tornando um problema depois.

Takeru se virou e se dirigiu para fora da escola, deixando Usagi parada ali, mais uma vez cheia de dúvidas.

–------

Deveriam ser umas três da madrugada quando Kuro acordou sonolento devido à alguns barulhos pequenos que aos poucos se tornaram fortes e altos. Yukio e Rin dormiam bem, sem escutar nenhum barulho porém, Kuro não conseguia dormir.

Ele desceu da cama de Rin, com os olhos ainda meio cerrados, enquanto dava um grande bocejo. Abriu a porta e foi descendo as escadas para ver de onde vinham os barulhos que não o deixavam dormir. Conforme ele descia, eles iam ficando mais fortes e mais altos. Assim que Kuro parou próximo a cozinha, uma forte força lançou Ukobach em direção a parede, em sua forma de demônio verdadeira.

“O-O que houve?!”, Kuro estava espantado ao ver Ukobach tentando se mover. Uma sombra surgiu da entrada da cozinha, agarrando Ukobach pelo pescoço. Os olhos verdes da sombra brilharam ao ver que Kuro estava lá a sua frente. “Eu tenho- “, ele hesitou por um momento ao ver os olhos da sombra se encontrando com os seus. Kuro se moveu rapidamente para as escadas. “EU TENHO QUE CHAMAR O RIN!”

–------

“RIIIIIIIIIIIN!”, Kuro gritava, pulando em cima da cama e do corpo de Rin milhares e milhares de vezes até ele acordar. “Rin, acorda! Demônios! Demônios!”

– Hã?! O que foi?! – ele acordou surpreso sem entender nada ainda. Apenas via Kuro preocupado.

“Demônios! Demônios! Eles estão aqui! Ukobach está com problemas!”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Coelho Exorcista" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.