O Coelho Exorcista escrita por DarkAngelS2


Capítulo 14
Welcome to London!


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais



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Aquela seria a primeira vez que Shin viajaria para outro país e estava um pouco ansioso já que seria uma viajem de avião. Não que ele tivesse medo, mas não gostava de viagens longas. Ele tinha se acostumado tanto em usar as chaves douradas que andar de avião estava fora de questão, mas agora ele não tinha escolha.

Depois de embarcar no avião e se aconchegar no banco, ele ficou encarando a janela, apenas esperando alguma aeromoça começasse a falar que iam dar inicio à decolagem. Claro, a ansiedade o deixava um pouco desconfortável mas haviam coisas que passavam pela cabeça dele e o faziam esquecer quase completamente a sua ansiedade. Ele estava pensativo, repassando as imagens de um vídeo no seu celular que tinha pego da internet antes que fosse apagado. Na tela mostrava alguns prédios de Londres, o vídeo havia sido feito por um amador pelo celular, por isso a imagem era meio torta e tremida. Por trás dos prédios havia uma forte torre de luz se é que podia chamar assim. Ele ouvia as pessoas gritando no vídeo e se perguntando o que raios era aquilo que estavam vendo. O vídeo acabou e Shin tornou a guarda-lo no bolso, encostou a cabeça no banco e encarou o teto.

“Se for o que eu realmente acho que é…”, pensou ele mas não conseguiu pensar em mais nada depois, eram tantas perguntas que ele não sabia o que iria acontecer quando descobrisse que estava certo. Ele não queria estar, porque isso significaria mais perguntas e as respostas não viriam cedo.

Caros passageiros, – começou a voz de uma mulher falando no microfone – o vôo de número 20415 com destino à Londres, Inglaterra, já vai decolar. Pedimos a todos que desliguem os aparelhos eletrônicos e respeitem o aviso de atar o cinto durante toda a viagem. – ela continuou explicando sobre os avisos de segurança e coletes salva-vidas, terminou falando sobre lanches que seriam distribuídos em breve – Nós desejamos a todos um ótimo vôo.

Então a viagem se prosseguiu calma e tranquila, Shin passou a maior parte olhando para o cobertor de nuvens abaixo do avião, parecia que a viagem se seguia mais rápida quando ele as encarava. As horas foram passando e ele acabou adormecendo com a cabeça encostada na parede e acordou novamente com a voz da aeromoça ecoando do microfone, avisando que estavam prestes a pousar no Aeroporto de Londres. Shin olhou para a janela e viu que já estava entardecendo, o céu estava coberto pela cor laranja escondido por vários prédios que iam aumentado a medida que o avião ia descendo.

Ao finalmente descer do avião, Shin pegou sua mala e seguiu para a saída. Haviam várias pessoas de várias nacionalidades: americanos, brasileiros, chineses, franceses, japoneses, etc. A grande maioria eram turistas, dava pra notar isso pelas câmeras que eles traziam penduradas no pescoço ou agarradas às mãos.

A espera dele estava um exorcista vestindo o mesmo uniforme preto. O homem era alto e tinha cabelos castanhos curtos e lisos. Ele não segurava nenhuma placa para identificar a pessoa, sabia que era Shin no momento em que ele apareceu com o mesmo uniforme. Com um sorriso, Shin foi até o moreno e os dois se cumprimentaram.

– Welcome to London! – disse o homem, apertando a mão de Shin. – Eu me chamo Arthur Louis. Vim receber você.

– Obrigado. – respondeu com o mesmo aperto de mão.

– Vem, vamos por aqui.

Shin seguiu o homem até o estacionamento do aeroporto e ambos embarcaram em um taxí preto.

– Pra onde? – perguntou o taxista.

– Ruskin Hotel, 23-24 Montague St., por favor. – disse Arthur e então se dirigiu para Shin. – É esse o lugar que você ia ficar?

– É, mas estava pensando em falar com o diretor da filial inglesa…

– Ah, sinto muito por isso. – Arthur falou e o taxista deu partida no carro – O diretor tem estado muito ocupado ultimamente, então talvez demore pra você falar com ele.

– Entendi… – Shin falou meio desapontado.

– Quanto tempo você ia ficar aqui mesmo?

– Ah, iam ser apenas três dias incluindo hoje…

– Então você não veio mesmo pra turismo né? – Arthur riu – Mas é uma pena, temo que vai demorar. Ele tá realmente ocupado mas vou tentar falar com ele. Ver se ele tem algum horário disponível.

– Não, tudo bem. A culpa é minha por vir tão de repente mesmo.

– Poisé, eu até que fiquei curioso quando o chefe disse que alguém da filial japonesa ia vir pra cá. O que você veio fazer?

– Ah, eu vim aprender um pouco. Achei que seria bom se as filiais pudessem se ajudar. – ele disse fingindo sinceridade mas Shin de certa forma não estava mentindo. Ele acreditava que poderia aprender alguma coisa se visse a forma como os exorcistas ingleses executavam suas tarefas com relação aos demônios e que poderia ganhar alguma experiência com isso.

– É interessante mesmo, mas você não tem permissão pra se meter num exorcismo por aqui.

– Eu sei, como disse, apenas quero aprender. – ele sorriu – Também acho que uma forma de fazer isso é compartilhando conhecimento. Acho que é uma das melhores formas.

Shin sorriu mais uma vez mas o sorriso que estava no rosto de Arthur desapareceu por algum motivo quando ele tocou nesse assunto e Shin não sabia porquê.

– É...seria uma forma… – Arthur respondeu sem emoção em sua voz.

O restante da viagem foi meio silencioso mas felizmente o silencio foi quebrando quando Arthur comentou que Shin falava o inglês muito bem já que a maioria dos estrangeiros que ele via sempre tinham dificuldades em falar corretamente.

– Eu pratiquei bastante – disse Shin, sentindo-se orgulhoso, um pouco até demais….

Foram mais ou menos 30 minutos do aeroporto até o Hotel Ruskin, Shin pode observar bem a diferença dali e de Tóquio. As ruas eram diferentes, as construções eram bem ornamentadas, cheias de detalhes com os quais sempre via nos filmes e lia nos livros. As grades e as janelas eram detalhadas, as pessoas andavam de um lado para o outro e aos poucos as luzes das ruas começaram a se acender. Shin pode observar pelo caminho algo que jamais imaginou que veria, a enorme Ponte de Londres completamente iluminada estava, agora, abaixando as duas pontes de cada lado e permitindo os carros passarem para o outro lado.

Arthur pode ver os olhos de Shin brilharem naquele momento, e o que mais podia acontecer? Shin sabia que estava ali por algum motivo mas nem por isso deixava de se interessar pelas maravilhas de Londres. Ele parecia uma criança olhando pra todos os lados pela janela do taxí. Não podia negar que não estava empolgado de estar ali.

Infelizmente, eles não passaram pela ponte. Fizeram um desvio e então chegaram até o Hotel Ruskin. Shin saiu do taxí e puxou a mala pra fora do carro. Arthur saiu também.

– Obrigado por me acompanhar até aqui. – Shin falou curvando-se para Arthut que ficou constrangido pela formalidade do outro. Depois Shin estendeu a mão.

– Não há de quê. – ele sorriu de volta e apertou a mão de Shin mais uma vez. – Olha, o chefe ainda vai estar ocupado amanhã mas como você falou sobre aprendizado e conhecimento, você não tá a fim de passar lá no curso?

– Sério? – Shin pareceu surpreso.

– Claro! Você é nosso convidado! Tem mais é que ir.

– Bem, se é assim eu aceito.

– Ótimo, então como você não tem chave nenhuma eu venho buscar você...lá pelas 9 horas?

– Claro.

– Bem então, bye! Good evening!

– Good evening!

Arthur voltou a entrar no taxí e Shin entrou no Hotel, enquanto o carro preto desaparecia de vista. O Hotel Ruskin não era muito grande, tanto que Shin não teria como pagar um hotel muito caro. O próprio Mephisto cobriu a viagem dele e dependendo de quanto mais tempo fosse ficar ali, teria que gastar um pouco mais.

O quarto era extremamente pequeno, a cama ficava logo ao lado da porta. Havia uma escrivaninha e um armário perto da janela e o banheiro ficava logo atrás, também minúsculo, mas Shin não se importava. Ele estava mais é que feliz que pudesse finalmente se deitar e descansar da viagem. As preocupações e os pensamentos nem vieram a sua mente, ele já estava dormindo.

Acordou aos sustos quando ouviu alguém batendo na sua porta. Ele se levantou quase que num salto e a abriu. Arthur estava do outro lado.

– Olá – disse alegre.

– Olá… – Shin disse esfregando os olhos – Passou da hora?

– Mais ou menos, são recém 9 horas na verdade. – ele disse consultando o relógio.

– Desculpa, eu já vou me arrumar.

Dito isso, Shin foi para o banheiro lavar o rosto e arrumar o cabelo enquanto Arthur esperava pacientemente olhando pela janela.

– Não se preocupa, fuso horário é complicado mesmo.

– Nem me fala...

–--------------

As paredes tinham eram feitas de tijolos de cor pastel, o corredor estreito era bem iluminado e haviam portas negras dos dois lados por todo ele. Shin e Arthur chegaram a uma sala onde vários exorcistas estavam trabalhando na frente dos computadores, atendendo telefonemas e, alguns, tratando de pessoas feridas.

Exorcistas entravam e saiam quase toda hora. A tela enorme na parede mostrava cada atividade demoníaca através de pontos amarelos que piscavam freneticamente.

– Um de nível intermediário perto da ponte! – gritou um exorcista verificando a tela enorme.

– Tem Reapers no Times Square! – gritou outro.

Mais um time pequeno deixou a sala, quase esbarrando em Shin que tinha acabado de entrar. Uma mulher de cabelos castanhos presos num rabo de cavalo também tinha acabado de entrar, esbarrando em Shin sem querer.

– Ei, cuidado, você! – gritou ela, e saiu apressada pela sala – WILL?! Alguém ai viu o Will?

– Não. – responderam os exorcistas sem tirar os olhos dos computadores. A mulher suspirou mais uma vez e tornou a procurar pela sala. Um dos exorcistas que estava de olho nos pontos amarelos na enorme tela, se levantou e se dirigiu para a morena.

– Srta. Gwen! Acabaram de surgir três Salamanders perto da escola!

– QUEEEE?! WILL CADÊ VOCÊ, DROGA?!

A moça chamada de Gwen passou como um furacão percorrendo por toda a sala, entrando em todas as portas que haviam ali. Era tão rápida que fazia com que os papéis da mesa voassem e as capas do uniforme de Shin se movessem.

– É bem agitado aqui – comentou ele. – É até um pouco familiar.

– ANDA! ANDA! TEMOS TRABALHO! – Gwen voltou todo o seu caminho, arrastando pelo punho um garoto completamente pálido de cabelos loiros e sem nenhuma expressão no rosto, carregando na mão, uma espada de bainha preta e ornamentos dourados. Gwen atravessou a porta e o garoto esborrou em Shin, ambos acabaram caindo no chão.

“Foi nesse momento que eu o conheci…”

– Você de novo! Você não olha por onde anda?! – berrou ela.

– Desculpa… – respondeu ele, se levantando e estendeu a mão para o garoto que olhou para ele desinteressado mas aceitou a ajuda. – Me desculpe por isso também.

– Não me importo… – respondeu ele da mesma forma.

– Ei, ei! Temos que resolver um problema se nos dá licença! Vamos, Will!

Ta bom…. – e mais uma vez, saiu sendo arrastado pela mulher.


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Notas finais do capítulo

Oi gente! Tudo bem com vocês? Vocês não querem me matar né? Oque? Foram só...quase dois meses...Só isso! ^^''' Ok, desculpa. Gente, falando sério eu tive vários problemas pra fazer esse capitulo. Não foi só falta de criatividade porque eu fiquei empolgada pra escrever de verdade. Fiz muitas pesquisas antes de começar mas lá pelo final não saiu do jeito que eu queria. A partir desse momento minhas ideias foram desviadas pra outras histórias que eu queria fazer e não conseguia mais me concentrar nessa. É bom dificil quando você tem várias ideias e não consegue parar de pensar nelas. Você só quer simplesmente botar elas em pratica. É assim.
Não foi só isso, a faculdade também começou e eu tive que me esforçar mais pra aprender a programar. E esse ano eu estou fazendo estágio, então provavelmente vou levar mais tempo pra escrever.
Acreditem, eu quero mesmo terminar essa história. Não é justo com o pessoal que ta acompanhando, eu nao posso parar então mesmo que leve muito tempo, eu ainda vou escrever pra vocês. Sinto muito pela demora, não sei se vai acontecer de novo. Provavelmente vai mas eu não vou abandonar vocês! =^.^=
Ainda quero explicar um pouco mais sobre o que o Shin fez no proximo capitulo mas vai ser o ultimo desse flashback dele. Depois quero começar o festival de Tanabata! Espero que vocês continuem lendo!
Espero que todos vocês tenham compreendido. Desculpa se esse capitulo ficou pequeno, realmente não é justo depois de tudo isso ://
Até a próxima! Beijos, Dark



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