Memories escrita por Lady Liv


Capítulo 1
Falling


Notas iniciais do capítulo

Inspirada no video:: https://www.youtube.com/watch?v=jB-ipf5UEkk Sugiro que vejam o video, ou ouçam "Don't Let Me Go" do Reign, para entrar mais no clima da Oneshot.



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Eu estava caindo.

Oh Deus, eu estava caindo.

Ele havia pulado e estava vindo em minha direção.

Tudo havia acontecido tão rápido. E eu estava com tanto medo. O vento batia em minhas costas e me fazia arrepiar da cabeça aos pés.

Meu Deus! O que seria de mim?

Ele ia me salvar.. Não ia?

Ele tinha que me salvar.

Por mais que eu tentasse acreditar nisso, não conseguia. Parecia tudo ir tão devagar... As pessoas dizem que quando está a beira da morte, sua vida passa diante dos seus olhos. Como uma garota da ciência, sempre acreditei ser impossível. Mas tinha seu fundo de verdade, afinal. Pois eu os vi. Meus irmãos, que amo tanto, eu vi minha mãe... Meu pai, meu amado pai. Amigos.

Mas quando se está caindo, e quando vê sua vida, não importa como, mas seus pensamentos sempre vão parar em uma só pessoa.

E meu pensamento caiu nele.

"- Qual o seu nome?

— Não sabe meu nome?

— Não. Eu sei o seu nome... - Segurei o riso. - E você? Sabe o seu nome?

— Peter Parker."

Nossa primeira conversa, eu nunca iria esquecer. Estudávamos há muito tempo, e em todos aqueles anos só trocamos talvez um "Boa Tarde", "Bom dia". Teria sido diferente se eu me aproximasse mais cedo?

Poderíamos ter aproveitado tantas coisas juntos.

Conheci garotos antes. Já havia beijado alguns. Mas havia algo nele, que eu tinha visto antes mesmo da zorra toda de Homem Aranha. Peter era especial, o jeito dele, e eu sempre admirei a força que ele tinha para encarar os fatos, como quando seus pais foram embora. Saber do Homem-Aranha? Minha admiração por ele havia aumentado muito mais.

E ele havia dividido aquilo comigo.

Por um longo tempo, fiquei indecisa se o agradecia por tal confiança, ou se o batia por me fazer carregar tal fardo.

De todas as maneiras, eu estava ferrada. Eu sabia que ia acabar sobrando pra mim. Mas eu nunca imaginei que tudo isso fosse ir tão longe.

Talvez por que ele me dava a sensação de ser imortal. De estar protegida.

Tantas discussões, nós tivemos. Apesar de brigar com ele, a minha raiva dele era porque eu o amava. Eu me odiava por ama-lo. Eu o odiava por fazer eu ama-lo. E ainda tinha aquela maldita promessa que ele fez ao meu pai.

Não o culpo, apesar de minha visível frustração.

A nenhum dos dois aliás.

Papai já não estava mais aqui e Peter. Bom... Ele nunca foi bom com promessas. Nós terminávamos, e voltávamos... terminar... voltar... Eu ficava com raiva, eu o esmurrava... Ele segurava meus pulsos e me beijava com força... É, os beijos eram a melhor parte. Seria melhor, no entanto, que ele tomasse uma decisão definitiva.

E finalmente ele o fez.

Que ironia do destino!

Não me arrependo de tê-lo desobedecido, e ter vindo até a Usina. Eu queria ajuda-lo a combater Electro.

Lutei por aquilo que achava certo e era importante pra mim. Só...

Eu só queria ter mais tempo.

Eu só queria passar mais tempo ao lado daquele que amo.

"— ... E sem ofensas, mas você estava errada. Sobre estarmos em direções diferentes, nós não estamos.. Você é minha direção. - Suspiramos, encostando nossas cabeças. - Sempre vai ser a minha direção."

Estava triste e com raiva. As lágrimas que eu havia segurado queimando em meus olhos.

Triste ao saber que ele sofreria.

Eu não quero ir.

Não me deixa ir, Peter.

"— Você me beijou...

— É, me desculpa. Não resisti. - Eu podia sentir sua respiração batendo em meu rosto - Você gostou?

— Foi meio apressado."

Eu vou morrer.

.... E eu vou morrer jovem.

É assim que tudo acaba? Momentos que se vão? A vida tem que continuar depois?

E eu tenho de aceitar. Eu preciso realmente aceitar isso.

Eu fiz minha escolha. Eu escolhi ficar do lado dele, assim como ele escolheu ficar comigo.

Eu amava Peter Parker mais. No entanto, foi o Homem-Aranha que eu vi antes de morrer. Mesmo assim, me sinto segura. Estou a aceitar isso, mesmo não querendo ir agora. Eu queria fazer algo a mais por ele, no entanto, tudo que eu posso lhe dar, são memórias.

Memórias, Peter.

Agarre-se a elas.

Há tanto que eu precisava lhe dizer, lhe contar. Tantos sonhos.

Fechei os olhos, senti a teia segurar firmemente em meu busto.

Só desejo que tudo seja rápido e indolor. E que ele supere, assim como superei a morte de meu pai. E... Que não se esqueça de mim.

Que nunca se esqueça de mim.

E eu não senti mais nada. Não consegui mais mexer meu corpo. Não consegui abrir os olhos. A voz dele indo para cada vez mais longe, memórias ou realidade? Se esvaindo... Assim como minhas esperanças...

E de repente, se foram.

'Você nunca se esquece do rosto da pessoa que foi sua última esperança'.


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