POV Tony.

—- O QUE VOCÊ FEZ COM ELA STARK? – Barry entrou na sala já fazendo escândalo e me puxando pra ficar em pé e encara-lo. – ELA SAI HÁ ALGUMAS HORAS PRA PASSAR UMA SEMANA FORA E VOCÊ JÁ CONSEGUE A FAZER SOFRER UM ACIDENTE E FICAR EM ESTADO GRAVE? EU NÃO TE DISSE QUE NÃO ERA PRA VOCÊ NÃO MACHUCA-LA MAIS?

—- EU SEI DISSO ALLEN, NÃO PRECISA ME JOGAR NA CARA. EU JÁ TO MAL O BASTANTE, E EU PERCEBI QUE EU SÓ TO CAUSANDO MAL PRA ELA. – respirei fundo e continuei – Por isso, que quando eu souber que ela ta fora de risco, o caminho está inteiramente livre pra você. Eu saio da vida dela a partir do momento em que ela sair de estado de risco. – falei isso olhando-o e sentando novamente.

Olhei pra cima e notei a Anne, ela estava pálida e em choque provavelmente. Quando ela notou o meu olhar abaixou a cabeça e veio sentar ao meu lado. ‘A ficha caiu’ pensei.

—- E se alguma coisa acontecer com ela Tony? – ela falou em um sussurro – Ela é minha melhor amiga, eu não sei o que eu faria sem ela aqui, do meu lado. – Falou colocando a cabeça entre as mãos.

—- Nada vai acontecer com ela Anne. Você sabe que uma coisa que a Mel nunca faria é desistir, e eu sei que ela vai lutar pra viver, pra voltar aqui do nosso lado. – Falei puxando Anne pro meu lado e a abraçando. EU estava mal por saber que a Mel tava em uma sala de cirurgia... Mas a Anne, ela tava destruída.

Notei que Barry sentou ao outro lado de Anne e pegou uma de suas mãos, assim como eu, tentava acalma-la.

Depois de 8 horas de espera, notei que minha irmãzinha estava no colo do meu pai dormindo, minha mãe ao seu lado com um terço na mão, tio Bruce andando de um lado para o outro, Anne encostada em Barry e eu olhando pela janela da sala de espera. Quando escutei uma porta abrindo, notei a mãe da Mel, Diana, saindo meio pálida.

—- Como ela está meu bem? – Tio Bruce foi o primeiro a falar, se colocando ao lado da mulher

—- Ela teve muitas complicações durante a cirurgia, mas está bem, por hora. Ela foi levada para o quarto. Se quiserem eu levo vocês lá, mas não da de todo mundo ir agora.

Minha mãe se colocou ao meu lado e falou que estavam indo e que amanhã voltavam para vê-la. Eu, Anne, Barry e Bruce seguimos Diana até um quarto, tinha uma porta de vidro e uma pessoa lá cheia de aparelhos e um respirador ligado. Ela estava mais branca, e só agora minha ficha caiu de que ali estava a menina que eu mais amei, e fui eu também que quase tirei sua vida acidentalmente. Anne colocou-se a chorar de novo, mas entrou no quarto e pegou uma das mãos da amiga.

—- Hey loirinha, me diz que você ainda ta ai, que vai acordar e que tudo isso não passou de um pesadelo ou um dia ruim. – Falou pausadamente entre as lágrimas. – Eu preciso de ti aqui Mel, pra ser minha irmã, mãe, amiga todo o tempo. Quem vai me ajudar nos meus treinos ou nos trabalhos se não for você? Por favor, acorda.

Tia Diana puxou Anne pro seu lado e saíram do quarto, provavelmente ela daria um remédio pra acalmar a Anne. Bruce estava aos pés da cama da filha olhando-a, e assim como sua esposa, saiu do quarto, mas notei que ele estava com lágrimas nos olhos.

—- Pelo jeito sobrou nós dois – Barry falou pegando em uma das mãos dela e eu na outra.

—- Olha Barry, eu sei que você me odeia e me culpa por tudo isso. Mas nessa cama está a menina que ambos amam, então por favor, uma trégua enquanto ela ta aqui eu agradeço. – encarei-o.

—- Concordo. Ela não ia querer a gente assim – Ele falou acariciando o rosto dela.

POV Melanie

A ultima coisa que eu me lembro é de ter sido jogada pelo para-brisa do carro. Tony falando comigo e depois disso, nada. Mas agora, eu estava fora do meu corpo, estava leve, sem dor, em PAZ, estava vendo-me, ali, toda machucada, médicos indo e vindo nessa sala de trauma, todos gritado pra acharem uma sala de cirurgia vaga pra mim.

Notei eles pararem e pegarem o desfibrilador, eu estava tendo uma parada cardíaca. Olhei para a janela da sala e notei que Tony estava lá, encarando meu corpo, encarando a telinha mostrando meus batimentos, aquela linha reta.

Sai do lado do meu corpo e fui pro lado do Tony. Tentei toca-lo, mas nada. “Eu vou voltar meu bem, eu vou” . Depois disso fui levada para a bendita sala de cirurgia e escutei minha mãe falando que a decisão era minha, que se eu não aguentava ficar lutando todo o tempo eu poderia ir, que ela sentiria muita falta mas que eu poderia ir me paz. Ela começou a cantar uma música que cantava quando eu era pequena e perdia meu sono por causa de pesadelos, estava mais acalmando a si mesma do que a mim, que estava me vendo ali sendo aberta.

Voltei a sala de espera, ou o meu espírito voltou, e vi todos os meus amigos e familiares ali angustiados sem nenhuma noticia. De todos ali, a Anne era a mais destruída, ela não parava de chorar e o Tony e o Barry tentavam acalma-la, acho que essa cena ficaria em minha memória. Percebi Tony se levantando e puxando a caixinha com a minha aliança de noivado, colocou em seu colar. Me dirigi para o seu lado e 'peguei' em sua mão, era como se ele tivesse notado a minha presença ali, pois ele olhou para o meu lado, mas voltou a chorar com isso. Uma lembrança veio na minha cabeça, um verão na casa do Tony, todos nós lá, todos os amigos em um fim de semana normal, sem treinos, sem aulas chatas da academia, sem absolutamente nada. Poderíamos até ser considerados adolescentes normais. Todos sorrindo, felizes, algumas meninas tomando banho de sol nas espreguiçadeiras, nossos pais conversando em uma mesa ali perto, outros de nós na piscina ou assim como eu e o Tony, apenas admirando a vista da casa, mas sem ninguém nos notar.

—-Sabe pequena, eu nunca canso de ficar aqui com você em vez de estar lá rindo e se jogando na piscina como nossos amigos estão. Você me faz bem e ser eu mesmo – ele falou me puxando pra mais perto e beijando o topo da minha cabeça.

—- Eu também não canso de ficar aqui. Parece tudo tão fácil lá fora quando eu to aqui – falei o encarando.

—- Parece mesmo... Mas eu queria te pedir uma coisa.—ele olhou pro horizonte – Já faz tempo na verdade que eu queria te pedir...

—- Fala Tony, você tá me assustando assim – falei puxando seu rosto para ele me olhar nos olhos.

—- É que... eu queria te pedir se você aceita ser minha namorada, oficialmente, e futuramente minha esposa e mãe dos meus filhos.—ele falou puxando uma caixinha do bolso e a abrindo, ali tinha uma linda aliança (OBS: O link da imagem está no final da pagina, e a primeira é a que ele deu como pedido de namoro, mas o segundo link é o que usavam diariamente como aliança de namoro) incrustada de pedras. Era simplesmente maravilhosa.

—- é claro que eu aceito meu amor – sorri e ele puxou minha mão e deslizou pelo anelar a aliança.

—- Me promete nunca me abandonar, que nada nem ninguém nunca vai nos separar e que sempre vai estar do meu lado – ele falou com as mãos no meu rosto.

—- é claro que prometo Tony, claro que sim – falei e sorri. E assim nos beijamos, e fomos contar pra todos que só gritaram um “FINALMENTE”.

E agora, lá estava eu, deitada nessa cama de hospital cheia de tubos, com os meninos que eu tanto amo ali do meu lado, minha melhor amiga deitada em um quarto dopada com seu namorado la junto. Eu acho que tudo isso só esta acontecendo por questão de escolha, ir ou não ir, certo e errado... Foi tudo o que eu fiz minha vida toda, que agora causam tanta dor pra quem eu sempre tentei proteger. Senti uma pontada em meu peito, e quando olhei para o meu corpo inerte e os dois meninos gritando naquele quarto, notei que eu, quer dizer, meu corpo, estava tendo uma parada cardíaca. Notei Tony ficando mais branco que o normal e Barry gritando com os médicos para salvaram minha vida. Depois de 10 tentativas de reanimação, eu voltei, e estava estável novamente, ou será por enquanto?