E se tudo fosse diferente? escrita por MBS


Capítulo 3
Capítulo 3




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—- AAAAAAAAAAAAAAAAI meu pé, me larga Kevin logo nesse chão – Minha irmã gritava e tirou a atenção de todos, eu ia ter que agradece-la por ter me tirado da situação de resposta.

Corri pra ver o que tinha acontecido, preocupada pelos gritos dela não pararem.

—- PORRA KEVIN, EU TO BEM, AGORA ME LARGA – ela falou tentando soltar dos braços de Kevin, ele quando percebeu que eu estava ali perto olhou pra mim, na esperança de eu o ajudar. Sibilei um “segura ela” e “fica ai” pra ele.

—- O que aconteceu? – perguntei me ajoelhando do seu lado.

—- NÃO TA VENDO NÃO, OLHA PRO MEU PÉ E VE O QUE ACONTECEU – Ela chorava de dor, e o pé dela tava bastante inchado.

Encostei em seu pé e :

—- PUTA QUE PARIU MELANIE, NÃO FAZ ISSO, NÃO TA VENDO QUE EU QUEBREI A PORRA DO MEU PÉ, TEM QUE FICA ENCOSTANDO AGORA? ME LEVA AGORA PRA ENFERMARIA CARALHO. – Ela me olhava com tanto ódio nos olhos que eu comecei a rir.

—- Olha a boca maninha, Kevin, pega ela no colo e leva pra enfermaria, eu vo na frente com o Will e deixo tudo preparado, ela ta com o pé quebrado e os ligamentos rompidos. – Falei na maior calma e pedindo ajuda pro Will, que se espantou quando falei que ele iria comigo.

Olhei meio rápido pra tras, Tony estava la, com cara de preocupado. Sorri meio de canto pra ele, peguei a bolsa da Jess e puxei o Will pelo braço pra fora dali. Sai correndo dali, indo na frente do Kevin que carregava minha irmã aos berros. Quando estávamos relativamente afastados, voltei a caminhar normalmente, tirei meus saltos e deixei meus ombros caírem desanimados.

—- Ei, o que foi pequena? – Will abraçou meus ombros, puxando-me pra perto dele.

—- Tony me pediu em casamento, pra vale, antes de eu sair correndo ajudar minha irma – falei, jogando tudo o que tava na minha cabeça.

—- e você? Aceitou depois de tudo? – Will me pareceu desconfortável com a pergunta.

—-Não dei resposta pra ele – falei sorrindo – e se eu puder evitar, nem vou dar tão cedo.

—- Amem um pouco de juízo nessa sua cabeça. Você não vai casar com ele, nem que eu tenha que te sequestrar no dia do teu casamento – Ele fez parar e encara-lo, ele estava falando sério em questão aquilo.

—- Eu corro o risco de ser sequestrada então, mas eu não vou aceitar. Enfim, agora vai la na enfermaria, fala pro médico de plantão atender ela, fala tudo exatamente como eu falei no restaurante, eu vou pro meu apartamento, to morrendo de dor de cabeça. – Falei dando um beijo em sua bochecha e dando boa noite, sai correndo pro meu apartamento, não aguentava mais ficar com a pressão de todos “esperando minha resposta”.

Chegando lá, tudo estava apagado, exceto a TV da sala, indo lentamente até lá vejo que alguém está deitado no sofá, dormindo. O garoto era alto, pele branca, e cabelos escuros, dormia como um anjo, olhando mais de perto percebi que era o Barry. Sorri ao perceber o quão bonito ele era enquanto dormia.

—- Quer uma foto pequena Malfoy? Acho que você lembra melhor cada detalhe dai – ele falou sorrindo, ainda de olhos fechados.

—- Co-como você sabia que era eu? Eu não fiz barulho nenhum – falei sentando no chão em sua frente.

—- Seu perfume – ele abriu os olhos e me encarou sorrindo.

—- Mas eu não passei perfume – falei, achando estar no “poder da situação”.

—- Seu cheiro natural, você tem cheiro de cacau.

—- Sério? Nossa – falei espantada encarando o chão. Ele me conhecia tao bem assim. Quando percebi ele estava levantando meu rosto, e eu involuntariamente virei meu rosto sobre sua mão.

—- É claro que é sério, não sei porque duvida ainda que eu te conheço melhor que todo mundo. – Ele sorriu. Retirou a mão e sentou ao meu lado no chão – O que foi? Você ta mais quieta que o normal, só falando frases curtas. Não que isso seja um problema mas...

—- Barry cala boca – falei rindo e me aconchegando em seu peito. – Só vamo pra cama, eu to com muita dor de cabeça e só quero dormir e esquecer hoje. Alem do mais, que hora você saiu da festa? – falei levantando um pouco a cabeça e ficando com meu rosto a centímetros do dele. Eu queria o beijar. Calma, como assim? Eu não podia, ele é meu melhor amigo, desde... sempre. Não podia pensar assim dele

“Mas é ele quem sempre esteve do seu lado idiota, ele quem te protege dos ataques do Tony, quem aguenta suas histerias, quem ta sempre com o ombro pronto pra aguenta suas lágrimas e pra secá-las também”.

—- Faz pouco tempo, eu tava cansado e irritado com o Tony parecendo que não tinha falado nada pra você. – ele falou colocando uma das mãos sobre o peito pra afagar meus cabelos até que eu percebi que a mão dele tava com um curativo.

—- O QUE FOI ISSO? QUEM FEZ ISSO COM VOCÊ BARRY? ME FALAAAA – falei saindo quase de imediato do peito dele e pegando sua mão, ele se assustou com meus berros e começou a rir.

—- Não foi nada minha pequena – ele tinha me chamado de “MINHA pequena” era isso mesmo? – foi só uma briguinha, nada demais. – Ele falou puxando-me pro seu peito de novo e encarando a tv.

Como eu ainda sou um pouco mais ágil que ele, eu sentei sobre suas pernas (não pensem besteira mentes poluídas), e coloquei minhas mãos em seu rosto. Ele estava espantado com a minha ação mas foda-se

—-Primeiro Senhor Barry Allen: Se fosse nada demais eu não tinha feito escândalo. Segundo: Eu me importo com você e exijo respostas as minhas perguntas. E terceiro: Como assim... – Ele me puxou e me beijou. Um beijo calmo, romântico e que demostrava todo o sentimento dele por mim. Eu não correspondi de primeira, mas depois cedi, e bem, nós dois demonstramos o que sentíamos há anos, só não havíamos percebido. Barry me puxou para mais perto dele, uma de suas mãos em minha cintura e a outra em minha nuca. Sinceramente, nunca em 3 anos de namoro ganhei um beijo assim de Tony, desses de me fazer perder o ar, falando em ar o beijo acabou por causa dele, droga.

—- Cala boca nanica, to falando que não foi nada e eu faria de novo se eu precisasse, sempre vou te proteger, mesmo não sendo tão bom em luta quanto você.

Eu o olhei espantada tanto pelo beijo quanto por ele ter acabado de admitir que brigou por minha causa. Comecei a socar seu peito, por ele não querer admitir que era por minha causa que ele se machucou. Ele segurou meus pulsos e percebeu que eu tava chorando.

—- Hey, para com isso, eu não beijo tão mal assim – ele sorri pra mim e seca minhas lagrimas.

—- Idiota, não é por causa do beijo. Porque não me falo que foi por minha causa que você brigou? – encarei-o.

—- Eu não falei isso – ele encarou o teto e delicadamente me tirou do seu colo e ficou em pé.

—- Acabou de falar com linguagem corporal. -- Falei, levantando e seguindo ele.

Ele estava só com uma calça de moletom, agora que eu percebi. Senhooooor que corpo que esse menino tem.

—- Não complica Mel, não vou falar – ele abriu a geladeira, e eu sentei no balcão da cozinha.

—- Ta bom, e eu vou pra minha cama – Pulei do balcão e fui subindo as escadas, percebi os olhos dele queimando minhas costas – SOZINHA.

Cheguei no meu quarto e tirei minha roupa e fui pro banho. Após uns 15 minutos, ouvi batidas na porta, eu estava ainda “seminua”, só de calcinha e com o roupão vestido mais sem amarrar.

—- Entra – falei.

—- Trouxe seu remédio de dor de cabeça, você comentou que tava e tal – Barry falou entrando e deixando do meu lado na pia.

—- Obrigado – Olhei-o pelo reflexo no espelho

—- Não tem de que – ele ia saindo do banheiro.

—- Você foi o primeiro a não ficar olhando pro meu corpo, sem me achar mas qualquer um ficaria me secando ou “me comendo com os olhos” se me visse assim – fiz um movimento com as mãos subindo e descendo em direção ao meu corpo.

—- Primeiro: Não sou qualquer um. Segundo: já vi seu corpo e sei cada detalhe, cada cicatriz que tem, e quando cada uma ficou marcada pra sempre na sua pele, mesmo com as tatuagens pra esconder. Terceiro: não preciso ficar te “secando” agora, já que vou dormir com você. – Ele piscou e fechou a porta do banheiro.

—- Idiota – murmurei depois que ele saiu.

Tomei o remédio, e sai do banheiro, a visão pra minha cama era linda. Ele estava deitado de barriga para baixo na minha cama, uma das pernas pra fora das cobertas, mostrando que, como sempre, ele dormia só de cueca (isso não vai presta), ele estava com a cabeça virada para o lado contrario da onde eu ia deitar. Fui lentamente até meu guarda roupa e peguei meu pijama curto, um de calção preto e uma regata de caveira, e fui pra cama, deitei digamos longe dele. Percebi que meu remédio já tava fazendo efeito, minha dor já estava passando.

Quando eu estava quase dormindo percebi que alguém me puxou pro meio da cama, como eu sei? Primeiro: braços em volta da minha cintura e Segundo: a cama tava gelada. A pessoa em questão me virou e colocou seu braço em volta de mim, eu no caso tava meio desconfortável, então deitei no peito dele.

—- Acho que ia dormir longe de mim pequena? – Ele perguntou com um voz de sono.

—- Não, só tava esperando você fazer isso.

—- Ninguem manda já tá acostumada a dormir no meu peito – ele falou dando um leve risinho.

—- A é assim, ok, eu durmo do meu lado da cama longe de você então – eu me levantei um pouco, tentando me desvencilhar dos braços dele e deitar do meu lado da cama, mas ele me puxou mais pra perto dele.

(OBS: Nunca havia acontecido nada entre eu e Barry, até o beijo na sala nós eramos melhores amigos, sim, dormíamos juntos, mas sem nada nunca acontecer, ele me protegia como um irmão mais velho e sempre estava do meu lado quando eu precisava como um bom amigo).

—- Não vai não, vai fica aqui do meu lado – Barry me puxou pra cima dele e me fez olhar em seus olhos – Dorme aqui, briga comigo amanhã pelo meu realismo.

—- Em cima de você? É uma boa, mas não iria prestar. Então melhor eu dormir do seu lado mesmo – fui pra rolar pro lado dele mas ele manteve firme as mãos em minha cintura, me mantendo em cima dele. Olhei sem entender o que ele queria.

—- Eu falei que era pra prestar? Ou, eu falei que era pra deitar do meu lado e sair de cima de mim? – Ele mordeu o lábio inferior, e eu sabia que aquilo significava que ele estava pensando em algo “divertido” pra noite.

—- Não falou, mas to vendo que eu sou a única racional nesse quarto.

—- Para de reclamar, tá só nós dois em casa. Ouvi o Lucca falando que a Anne vai dormir com ele hoje lá no apartamento dele e do Kevin. Então aproveita vai, por mim, por nós. – Ele me olhou com seus olhinhos implorando pra que aproveitássemos a noite.


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