Notas inicias: Por algum motivo, o nyah está cortando minhas notas iniciais, então colocarei aqui mesmo orz mas assim que conseguir resolver esse problema escreverei as notas em seu devido local.

Bem, essa segunda temporada de Free! estava pedindo por uma RinTori. Sério, aquelas conversas através de olhares, os sorrisos e bagunçadas de cabelo estão acabando comigo. O shipp está descaradamente canon e married couple! SENPAI NOTICED YOU ♥
Apesar da existência ''Sousuke'' (nada contra, até shippo um pouco SouRin /corre), eu fiquei muito feliz por não terem deixado a gracinha do Nitori de lado.
E chega de enrolar... Boa leitura~

★

Counting Stars

Oh, I'm not sure what this is gonna be
(….)
Hold my breath as you're moving in
Taste your lips and feel your skin
When the time comes, baby, don't run
Just kiss me slowly

O verão estava chegando ao fim, mas a temperatura naquela noite estava agradável, com exceção de algumas rajadas de vento que teimavam em soprar vez ou outra. A lua estava alta no céu, proporcionando uma bela iluminação natural ao enorme pátio da Academia Samezuka. O local que ficava repleto de pessoas durante a maior parte do dia, agora estava na mais completa penumbra, o que era de se esperar. A maioria dos alunos estava recolhida em seus respectivos quartos, entretanto, um rapaz encontrava-se acomodado em um banquinho distante da entrada dos dormitórios – embora as chances de alguém aparecer por ali fossem praticamente remotas, precaução nunca era demais.

Rin olhou novamente seu relógio de pulso e suspirou.

Será que ele acabou dormindo? O pensamento não era muito animador, mas não deixava de ser uma possibilidade. Nitori estava treinando mais do que o costume, então era de se esperar que seu corpo não aguentasse todo aquele esforço. O ruivo, de certa forma, sentia-se aliviado por saber que Ai estava descansando naquele momento, ao invés de estar cedendo a mais de um de seus caprichos.

– Rin-senpai? – Uma voz conhecida o chamou. Perdido em pensamentos, ele não percebeu que a mesma pessoa que povoava seus pensamentos estava sentada ao seu lado, encarando-o com curiosidade.

– Achei que não viria hoje, Ai – Disse após recuperar-se do susto – Você está bem?

– Ah, sim! Desculpe-me pela demora. Momotarou-kun decidiu que agora seria uma ótima hora para mais um de seus interrogatórios sobre a Gou-san, e eu não consegui vir mais cedo. – Nitori suspirou, e apoiou-se no ombro desnudo de Rin.

Matsuoka não pode deixar de sentir compaixão pela situação do mais novo. Dividir quarto com alguém como Mikoshiba Momotarou não deveria ser nada fácil. Rin bagunçou as madeixas acinzentadas de Nitori, atitude esta, que demonstrava que ele havia feito um bom trabalho. A mão trilhou um perigoso caminho até o rosto do outro rapaz, e o fato de não ter sido impedido atiçou ainda mais sua libido, e ele não mais se conteve. O ruivo depositou um casto beijo na bochecha na esquerda de Aiichiro, notando como a pele naquela região estava incrivelmente quente. Ele abriu os olhos e confirmou suas suspeitas.

Nitori Aiichiro estava corado e exibia um bico que o deixava ainda mais adorável.

– O que foi, Ai? – Rin provocou.

– Nada – Bufou, inflando as bochechas em uma atitude infantil. Adorável.

– Então vamos! – Ele levantou-se e ofereceu a mão para sua companhia, que foi prontamente aceita.

– Para onde? – Nitori perguntou, em um misto de animação e curiosidade.

– Você verá.

A caminhada durou alguns minutos, tempo suficiente para preencher o vazio que sentia sem o rapaz de cabelos acinzentados ao seu lado. Praticamente tudo naquele ano conspirava contra o relacionamento deles: além de suas responsabilidades como capitão do time de natação – que não eram poucas –, o ruivo ainda tinha que pensar sobre seu futuro após a graduação no colégio. Se isso ainda não bastasse, ele agora não mais dividia quarto com Nitori, mas sim com Sousuke. Não que ele estivesse reclamando, o moreno era um precioso amigo, mas Rin não podia negar que sentia falta de seu enérgico kouhai.

Sendo assim, aqueles encontros noturnos foram uma maneira que os dois amantes acharam para driblar a falta de privacidade e tempo de ficarem juntos. Eles se encontravam pelo menos duas vezes por semana, e Rin podia desfrutar, enfim, de sua cota de ‘’Nitorismo’’. Em menos de um ano, a presença do mais novo em seu dia-a-dia havia se tornado essencial.

– Cuidado para não cair – Eles já haviam saído do caminho asfaltado e andavam por uma trilha irregular no meio de algumas árvores.

– S-Senpai... Para onde estamos indo, afinal? – Nitori perguntou, enquanto agarrava-se no ruivo como se sua vida dependesse daquilo.

– Calma, estamos quase lá – Rin reconheceu uma parte da trilha em que as árvores tornavam-se mais espaçadas e o chão menos esburacado – Pronto... Chegamos!

Escondido pelas árvores existia uma clareira com um pequeno lago. O gramado era vasto e de um verde vívido, e algumas pedras espalhadas pelo chão completavam a paisagem. Aquele local proporcionava uma bela vista do céu, que estava salpicado com vários pontinhos brancos. Eles sentaram-se em duas pedras próximas ao lago, e permaneceram em silêncio por alguns minutos.

– Esse lugar é lindo, Senpai! – Nitori disse por fim, enquanto observava o entorno extremamente encantado.

– Eu achei este lugar por acaso, em uma das caminhadas com Sousuke. E pensar que existia um lugar assim no colégio. – Rin encarava seu rosto refletido no lago, e não percebeu a mudança na expressão de sua companhia.

– Yamazaki-san, hm? – O rapaz indagou em um tom desanimado. De repente, a paisagem não parecia tão bela assim.

– Oh! Não me diga que está com ciúmes, Ai? – Rin provocou-o pela segunda vez naquela noite. Aquilo estava se tornando um inconveniente hábito.

– Sim... Eu estou com ciúmes dele... – Ele encarava seus próprios pés, e uma expressão triste estampava seu delicado rosto. Uma combinação que acentuava ainda mais sua beleza andrógena.

Rin coçou a nuca e olhou para o lado, desconcertado. Sem saber o que fazer para dissipar a desconfortável atmosfera, ele limitou-se a permanecer em silêncio e esperar pela continuação.

– E-Eu sei que Yamazaki-san é uma boa pessoa e que você o considera um amigo importante... – Nitori mordeu seu lábio inferior. Se ele verbalizasse tudo o que se passava em sua mente, certamente decepcionaria o mais velho. Mas agora não havia mais volta – E n-não que eu duvide do Senpai, mas eu sinto ciúmes do passado que vocês compartilham, e medo do seu futuro. Medo de você iniciar uma nova etapa da sua vida e esquecer-se do tempo que passou comigo, medo de ser deixado para trás...

– Ai... – O ruivo estava genuinamente surpreso. Aquela era a primeira vez que ele ouvia Nitori falar tão abertamente sobre seus sentimentos.

– D-Desculpe-me. Eu não quero estragar nossa noite juntos falando sobre besteiras. – O rapaz de cabelos acinzentados até tentou sorrir, mas a tristeza que aquele ato o trazia era evidente.

– Não diga isso. – Rin suspirou. Era hora de colocar um pouco de bom senso na cabeça avoada de seu kouhai. – O passado é passado. Nem você e nem ninguém poderá mudar o que aconteceu. O que importa é que eu estou com você, aqui e agora. Em vez de pensar no passado, pense no presente e no futuro que nós temos pela frente.

Ah, aquilo fora extremamente embaraçoso de se dizer, mas, aparentemente, suas palavras surtiram um efeito positivo em Aiichiro. Seus olhos, que até então estavam sem vida, brilhavam como duas pedras preciosas.

– Eu vou te abraçar, Rin-senpai!

A pessoa em questão não teve tempo sequer para reagir. O mais novo praticamente agarrou-se em seu pescoço, e a força impregnada na atitude foi responsável por levá-los ao chão. Os fiapos do gramado incomodavam os ombros desnudos do ruivo, mas tal pensamento passou a ser insignificante diante da visão que lhe era proporcionada. Sentado em seu colo, Nitori sorria como uma criança que havia acabado de aprontar uma travessura. Rin alcançou o rosto sorridente do rapaz com ambas as mãos e o puxou para baixo, beijando seus lábios com desejo. Ele mapeava a pequena cavidade com a língua, e de vez em quando mordia seu lábio inferior, tomando o devido cuidado para não machucá-lo. A carícia foi apartada com desgosto, e somente porque eles ainda precisavam respirar. Matsuoka esperou sua respiração normalizar para comunicar uma decisão que havia tomado há um tempo.

– Ai... Você será o próximo capitão do time. – O ruivo disse, apontando para o peitoral do mais novo.

– Ehhh? Não brinca com essas coisas,Senpai! – Retrucou, visivelmente sem jeito. Suas bochechas avermelhadas não eram decorrentes unicamente da inusitada notícia.

– Eu estou falando sério. Você disse que tem medo de ser deixado para trás? Então continue se esforçando para se tornar um bom nadador e capitão. E depois... – Ele sussurrou a última parte no ouvido do rapaz de cabelos acinzentados, finalizando a confissão com um selinho em seu lóbulo.

Nitori corou fortemente após escutar aquelas palavras, e lágrimas de pura felicidade rolavam por sua face.

– Hai! – Ele concordou, enquanto um belo sorriso iluminava sua face.

Fantasiar sobre o futuro não era algo que combinava com sua personalidade prática, mas imaginar-se com Nitori daqui à dois, três ou dez anos soava extremamente interessante, e Rin permitiu-se sorrir, sentindo seu peito aquecer diante daquele prospecto.

Olhando para o céu estrelado, o ruivo desejou, bem lá no seu íntimo, estar sempre ao lado de Nitori.

‘’ Não importa quanto tempo demore. Eu estarei sempre te esperando, Ai...’’ ¹