She&Him escrita por River Herondale


Capítulo 3
O Fim


Notas iniciais do capítulo

Nyah, sua feiosa :'( eu havia programado para postar ontem sozinho, mas adivinha? me deixou na mão! Mas tudo bem, sem ressentimentos. É a última parte, espero que gostei e tenham paciência em ler (não conseguia parar de escreveeeeer!) e preciso confessar: apaixonada pela nova geração



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Saindo do trem, Victoire estava de mãos dadas com Teddy. De longe ela enxergava bem sua família vindo buscar seus filhos de Hogwarts, inclusive seu pai. Dominique passou voando ao seu lado e pulou nos braços de seu pai, com saudades.

Ela sentiu a mão de Teddy afrouxar em sua mão, e ele a soltara. Estava agora abraçando seu padrinho, Harry. Ela observava. Observava que, não importava o quanto tudo iria mudar a partir de agora, teria a família por perto para auxiliar.

¨¨¨

– Parece que foi ontem que recebemos a notícia do nascimento de Teddy. – comentou Gina enquanto voltavam para casa no carro trouxa. – E agora é um adulto e formado!

Teddy dividia o banco de trás com o pestinha do James, o introspectivo do Alvo e a pequena Lily. Estava em casa.

– E veja só, está mais alto que eu! – Harry sorriu.

– Fala sério, pai, ele é mais alto que você faz anos. – comentou James com a voz entediada.

Isso fez com que Teddy risse.

– E o que falar de você, senhor James Sirius Potter? – Teddy adorava falar o nome inteiro do garoto para provocar. – Em seu primeiro ano em Hogwarts e já está famoso pelas suas peripécias e – Teddy fez uma voz exageradamente galanteadora. – sucesso com as garotas.

– É sério isso, Jamie? – Gina perguntou, se segurando para não rir.

Lily cantava em coro “O James tem namoradinha, o James tem namoradinha” enquanto James respondia:

– Está no sangue, eu acho.

– Com certeza é mal de nome. – Harry comentou. – Deveria ter nomeado você de Remo Neville Potter.

– Até que não seria má ideia. – Ted completou.

¨¨¨

Era julho de 2016.

Teddy se olhava no espelho, se aprontando para aparatar até Londres. Estava decidido que iria até a chuvosa e fascinante cidade se registrar como um auror em treinamento. Não queria auxílio de seu padrinho para isso. Até poderia, já que Harry era o chefe dos aurores. Mas se conquistaria alguma coisa a partir de agora, seria sozinho.

Eram tempos de paz. Obviamente um ou outro bruxo do mal precisava da atenção do Ministério, mas nada absurdamente perigoso nível Grindewald ou mesmo Voldemort. Ele não se via em outra profissão, mesmo quando pequeno adorava brincar de auror com os pequenos Weasleys.

Ele aparatara até o Caldeirão Furado. Teria ainda tempo para se apresentar ao seu tutor, por isso decidiu se alimentar no bar. Fizera seu pedido e fora sentar em uma das mesas do lugar. Era como se visse fantasmas estar naquele lugar. Lembrava a vez em que fora por ali para comprar seu material escolar de Hogwarts pela primeira vez, a vez em que fora com Victoire em época de Copa de Quadribol e todos os lugares estavam em festa. O pior era quando ele imaginava que possivelmente naquela mesma cadeira daquele mesmo banco seus pais um dia poderiam ter sentado, que uma vez eles passaram por ali para comprar pela primeira vez o material escolar de Hogwarts. Era no mínimo enlouquecedor.

Teddy chacoalhou a cabeça, afastando os pensamentos. Quando foi beber mais um gole de sua bebida, sentiu uma mão tocar a sua. Rita Skeeter.

– Que coincidência mais maravilhosa encontrar o jovem Lupin aqui neste bar! – a voz de Rita estava esganiçada. A mulher não era jovem a muito tempo, mas insistia em agir como uma. – Permite que eu sente com você?

Teddy fez um sinal que sim. Não seria mal educado com Rita, pois sabe lá o que ela iria escrever depois.

– Como vai o relacionamento com a Weasley, metamorfo? Há planos de casamento?

– Tenho dezoito e ela dezesseis. Há tempo, não acha?

– Oh sim, sim. Ano que vem, quando ela for maior de idade o casamento saí, com certeza.

– Não foi isso que quis dizer! – Teddy tentou se justificar.

– Claro que não, docinho. Parece que foi ontem que a grande e emocionante copa de Quadribol na Patagônia aconteceu. Bem, duvido que você se lembre de algo a não ser dos beijos que dava na Weasley.

– É claro que me lembro. Foi há dois anos atrás...

– Não te culpo. São os hormônios.

Teddy estava a ponto de perder a cabeça.

– O que os uniu, Teddy Lupin? Acha que o fato de que tanto seu pai quanto o dela já foram atacados pelo mesmo lobisomem? Ou porque ela como sendo veela tem poderes sobre você, e se encantou? Há alguma chance de que, por serem próximos desde a infância tenha feito com que fossem um “casal prometido”?

– Ela não é uma veela, e que relação tem de nossos pais terem sido atacados por Graymark...?

– Deve ser doloroso falar sobre isso, eu sei. – Rita conferia seu caderninho de anotações, satisfeita.

– Como é morar com Harry Potter? Pretende seguir a mesma carreira que seu padrinho e seus pais? Harry o impulsionará na sua futura profissão? Seus piercings e penteado refletem a uma personalidade de rebelde sem causa? Teddy Lupin?

Teddy se levantara com sua caneca e colocava no balcão.

– Foi ótima a conversa, Srta. Skeeter, mas te dou a liberdade de inventar as minhas respostas para essas perguntas de modo que quiser. Até logo.

– Onde vai, Sr. Lupin? A imprensa saberá de sua falta de educação com uma dama! – ela gritava enquanto ele saía do bar.

¨¨¨

– Edward Lupin.

Era sua vez de entrar na sala de teste de aurores. Saberia agora quem seria seu treinador, e estava eufórico. Respirou fundo e encarou o que viria agora.

As fases para ser um auror eram: provas de caráter, testes de aptidão, defesa pessoal, perseverança, dedicação e habilidade para aguentar pressões. As duas primeiras fases ele já fizera e passara com sucesso, estava na terceira, em que conheceria seu treinador em defesa pessoal.

– Sr. Lupin. – a mulher cumprimentou. – Preciso-lhe fazer algumas perguntas para começar seu treinamento.

– A vontade. – o garoto respondeu.

– O que o levou a querer seguir a carreira?

– Bem, em primeiro lugar para presar a segurança do mundo bruxo. Casos de famílias inocentes destruídas por bruxos terríveis é o que mais me toca.

– Então é um motivo pessoal.

Quase, ele queria dizer.

– Prazer, meu nome é Lynn Branstone.

Teddy pegou na mão da mulher em cumprimento.

O treinamento do primeiro dia fora básico. Os feitiços que ele mais usava era Expelliarmus e Estupefaça, e a cada nova regra dada por Lynn, ele tinha que decorar e obedecer. Era só o começo, mas era barra pesada.

– Está dispensado, Tonks.

– Tonks? – Teddy arfou enquanto recolhia suas coisas.

– Desculpe, Lupin. – Lynn passou a mão nos cabelos. – Sabe, você é idêntico a sua mãe.

– Você a conheceu?

– E como. – Lynn Branstone se agachou para pegar suas coisas também, sua camisa levantando. Ela tinha uma tatuagem, estava escrito: “Para Hufflepuff, os aplicados eram Os merecedores de admissão.” – éramos amigas na época de escola e entramos em treinamento ao mesmo tempo, nesta mesma sala. Fizemos nossa primeira tatuagem juntas. – ela riu. – Ela estaria orgulhosa de você, Ted.

É o que eu mais procuro em fazer, Teddy queria responder.

¨¨¨

– Oh, meu Deus, aumenta o volume, Ted! – Victoire gritou para seu namorado. Estavam no carro dos Potter nas ruas do interior da Inglaterra. Estava tocando uma música de uma banda indie trouxa que Victoire amava.

Teddy aumentou. Victoire abriu a janela e colocou a cabeça para fora, recebendo a brisa em seu rosto. Estava anoitecendo, o céu alaranjado.

Ela voltou a se sentar normalmente. Estava de shorts, uma camisa leve e coturnos. Em suas longas madeixas loiras tinha uma coroa de flores. Parecia uma fada.

– Essa música pode ser considerada nossa de tantas vezes que já a ouvimos.

É a nossa música. – ela cantarolava junto com o cantor britânico de voz rouca. – Ela me lembra nós.

Na estrada em que estavam agora era só plantações. Raramente tinham casas, e por um momento, Victoire se sentiu a dona do mundo. Ela e Teddy.

– Pare o carro, Ted! – foi quase um grito, e Teddy parou o carro bruscamente, preocupado.

Victoire abriu a porta do carro e saiu correndo até a plantação de margaridas que estava a sua direita. Ela abrira os braços e estava com os olhos fechados. Parecia um anjo. Estava tão delicada, tão suave, tão adorável. Teddy nunca tivera tanta certeza que a amava.

O garoto se aproximou por trás e tocou nas mãos estendidas dela. Parecia uma pintura, um retrato. Ela respirava suavemente contra ele, e então se virou para ele, encarando os olhos âmbar do garoto.

– Me beije o mais intensamente possível, Teddy. Eu quero tanto você.

Teddy a agarrou, segurando-a pelas pernas em volta de sua cintura. Ela era tão fácil de carregar. E ele nunca cansava do sabor dos lábios dela. Só os dois, ninguém para interromper, ninguém para ver. O mundo era deles definitivamente.

Eles agora estavam no carro, no banco de trás. Victoire tirara a camiseta de Teddy e passava sua mão por todo o peito do namorado. Ela então tirou sua própria camisa e assentiu para Teddy.

– Eu quero. Eu quero muito.

Victoire confiava o suficiente em Teddy para tudo, nunca tinha vergonha de ser ela mesma ou das pessoas ao seu redor. Não tinha filtro no relacionamento deles. Era só ele e ela.

¨¨¨

Era setembro de 2016.

Mais um ano letivo, e Teddy teria que se despedir de sua namorada. Ficaria longos meses sem vê-la, apenas em cartas. E o pior: esse inferno duraria até 2018. Ele não poderia esperar tanto tempo.

Mas quem ama espera, não é?

Victoire sempre soubera a profissão que gostaria de exercer: curandeira no St. Mungus. Ela sempre fora uma garota decidida, independente e forte. Teddy a amava tanto por isso.

– Eu não vou suportar ficar tanto tempo longe de você. – Ele repetia isso enquanto a beijava pela milionésima vez naquela manhã. Por favor, se cuide lá.

Victoire ria com a preocupação exagerada do namorado.

– Eu sobreviva muito bem antes de você participar da minha vida, então vou continuar a sobreviver. Calma, meu amor. Só nunca se esqueça de escrever toda a semana me contando as novidades da família, do departamento de aurores, das bandas novas que você conhecer. E fique longe das meninas! – essa última parte foi uma brincadeira.

– Vou escrever sempre, pode deixar. E fala sério, só há duas mulheres em minha vida: você e a Lily.

Victoire beijou a mão de Teddy que apoiava em seu rosto pequeno.

– Estou ansiosa para receber uma carta sua dizendo que passou no teste de auror.

– E você vai. Não vou te decepcionar.

Victoire não podia mais atrasar para entrar no trem. Teddy deixou que ela ficasse a sós com seus pais e irmãos. E vê-la entre uma família apenas fez com que ele desejasse em criar uma com ela.

¨¨¨

– Jules?

Teddy estava no Ministério da Magia, e de longe observara uma cabeleira acaju. Ele reconheceria seu amigo Jules Hooper mesmo de olhos fechados.

Com sua natureza metamorfomaga, Teddy transformara suas feições em algo semelhante as feições de Jules e se aproximara sorrateiramente do amigo, trombando com ele.

– Me desculpe, senhor, só estou tentando chegar aos sanitários o mais rápido possível.

– Espera. – Jules falou. – Eu tenho certeza de que um copo de vodka congelada no Caldeirão Furado não cause efeitos neste nível. – ele encarava o seu eu na sua frente. – Teddy, seu metamorfomago de merda. – Jules o abraçou com força, como se não o visse há treze anos. – Não acredito, cara.

– Você tinha sumido. – Teddy comentou. – E eu pensei: que amigo nós somos? – Jules deu uma risada.

– Eu passei as férias inteiras com meus pais e mentindo para minha família que havia me formado da no colégio interno católico apenas para garotos na Escócia. Sério, mentir requer grande força de vontade.

– Eu imagino. – Teddy comentou. – Eu queria muito poder conversar, mas tenho uma papelada para assinar sobre minha preparação para me tornar auror. Podemos nos ver um dia desses?

– Teria algum problema hoje de noite? Um pub trouxa, talvez.

– Ótimo, sem problemas. Te mando um patrono quando sair do treinamento.

– Perfeito, cara. Temos que finalmente afundar o pé junto.

¨¨¨

Os corredores de Hogwarts estavam diferentes para Victoire. Parecia sem cor. Tanta gente sem graça e desinteressante.

Ela sentia falta de Teddy a esperando no fim do corredor, pronto para lhe dar um beijo. Agora que suas duas melhores amigas estavam namorando na escola ela se sentia mais ainda solitária.

O que a resgatava da solidão era a presença constante dos membros de sua família que já haviam ingressado em Hogwarts. Sua linda e querida irmã Dominique (a garota recebia muita atenção pela sua beleza), sua prima fofa Molly, seus primos Fred e Roxanne e James. O que ela seria sem sua família.

¨¨¨

– Manda mais uma rodada, garçom. – gritava Jules na bancada do Pub. A música estava demasiado alta, e Teddy precisava confessar: estava se sentindo estranho, meio traíra sem Victoire. Jules empurrou um drink para o amigo. – À nossa amizade.

– À nossa amizade. – Teddy brindou.

Jules movimentava sua cabeça junto com a música. Ele piscou forte e disse:

– Cara, tem uma gata ali que tenho quase certeza que está dando em cima de mim. Se importa que eu...?

– Vai lá, Jules.

– Poxa, Ted, era pra ser uma noite de reencontro entre amigos!

– Relaxa, cara. Outro dia a gente combina com mais antecedência.

Jules saíra de perto e fora dançar na pista. Teddy se segurava para não rir escandalosamente.

Ele percebera que várias garotas o observavam. Seu cabelo estava num tom roxo agora, e chamava atenção com os seus piercings. Uma delas se sentou ao lado dele espremendo os peitos no vestido agarrado e pediu ao garçom:

– Uma vodka, por favor.

Teddy sentia a presença da moça, mas se recusava em se movimentar. Não queria que ela achasse que ele estava interessado nela.

– O garoto de cabelo roxo não se importaria em dançar com esta dama? – ela tinha uma voz aveludada e era muito segura de si. Quando Teddy percebeu, ela estava bem em pé na sua frente, os peitos avantajados quase esfregando na cara do garota.

– Desculpe, eu namoro.

– E quem disse em namoro? Eu hein, é uma dança inocente. Vamos, não vai me fazer esperar!

Ela também tinha piercings. Um no nariz, outro na parte de cima da boca e vários na orelha, inclusive um alargador. Parecia uma garota de pôster pin up, ele precisava reconhecer. Nem de longe era feia.

E era tão diferente de Victoire.

– Não estou no clima, desculpe.

A garota tocou no cabelo dele, e ele estremeceu. Ela voltava a falar:

– Sabe, uma vez conheci um cara como você. Estava meio perdido em uma dessas pubs, e ele falava com uns amigos sobre “como tem trouxas que sabem fazer música” e “bandas bruxas enjoam fácil”. Nós ficamos naquela noite, e então encontrei uma varinha estranha nas roupas dele, igual a essa que está no seu bolso. – ela apontou para o bolso do casaco do menino, que estava elevado com a forma da varinha. – Ele ameaçou que apagaria minha memória, mas então negociei: eu devolveria a varinha dele se ele não usasse nenhum feitiço em mim. E foi o que fizemos. Achei que ele era louco por um bom tempo, já que nada disso fazia sentido. Mas quando você começa a notar que há vários assim, rola até uma fascinação. Vocês nos chamam de trouxas, né? Quem não é bruxo?

Teddy não tinha saída agora. Era contra lei os trouxas saberem da existência bruxa, e mesmo que fosse apenas uma garota, era errado. Quem quer que fosse o bruxo que fizera aquilo errara imperdoavelmente. E Teddy arrumaria o erro de qualquer jeito.

– Me sinto mais confortável agora. – ele tomou a mão da garota e a levou para a pista. Estava um pouco enferrujado nos flertes, já que parara desde quando começou a ficar com Victoire. Mas precisaria convencer a garota.

– Como funciona esse negócio de bruxos? É uma tribo? Eu posso participar?

– É uma realidade. Nascemos assim e vamos então para uma escola de bruxaria aprender poções, feitiços, se defender e tal.

– Incrível.

Ele estava tentando ganhar a confiança dela. Se queria ser auror um dia, tinha que se arriscar.

– Gostaria de ir em algum lugar mais tranquilo?

– Já? Bruxos são tão apressadinhos assim?

A garota agarrou a cabeça de Teddy enquanto eles saiam para o beco do lado do pub. Ela parecia ansiosa.

Teddy a empurrou em uma parede, e ela beijava a mandíbula do garoto. Concentrado, ele tirou a varinha de seu bolso sem que ela percebesse e apontou nela. Ele sussurrou:

– Obliviate.

A garota se soltou dele, confusa.

– Quem é você?

– Isso não interessa. Vá para casa, descanse. E tudo que você sabe sobre o mundo bruxo precisa ser esquecido.

Teddy voltou para dentro do pub, seu coração pulando. Onde é que se metera?

¨¨¨

Na frente de Victoire uma coruja pousara com uma carta entre os picos. Era Teddy.

Toda semana ela recebia uma carta do garoto contando novidades. O dente de leite de Lily que caíra, uma foto sua, um sonho. Era seu momento favorito nas semanas.

Na carta daquela semana dizia o seguinte:

Victoire, preciso ser breve, pois não iria aguentar tanta cerimonia para contar a grande novidade: sou praticamente um auror! Passei no treinamento, agora a fase é realmente ir atrás de bruxos do mal em campo com as equipes de rastreamento. Eu simplesmente não podeia esperar mais um segundo para te contar. Aliás, seu pai mesmo me parabenizou! Ele disse que eu sou “alguém que merece estar ao lado de sua preciosa filha” ou algo do tipo. Harry fez uma festa em casa (que aliás, não foi nada sem você). Estou com uma saudade absurda de seu sorriso. Te amo,

Seu Teddy.

E um fervor de orgulho tomou conta dela. Seu Teddy quase auror! Ela abraçou a carta contra seu peito.

¨¨¨

Era dia de buscar Victoire na estação King’s Cross. Ele estava no carro dos Potter sentado ao lado de Lily e Alvo que reveriam o irmão mais velho. Ao chegar na plataforma nove três quartos, quase todos os Weasleys estavam lá. Seu padrinho ia cumprimentando todos enquanto esperava sua namorada sair.

Quando ela pulou do trem, ela pôs as mãozinhas no rosto, emocionada em revê-lo. Ele era quase um auror, já que faltava apenas uma fase no teste para passar. Ela o abraçou com força.

– Senti falta do seu cheiro. – ela disse

O penteado de Teddy finalmente mudara. Ele inspirara em um corte antigo do pai, da época em que ele era um Maroto. Ele adorava ouvir relatos dos Marotos quando mais novo, achava incrível imaginar seu pai como um dos reis de Hogwarts em sua época ao lado de Sirius Black e James Potter. Naquela semana ele havia folheado um álbum de fotos que Harry guardava de seu pai, e as fotos daquela época era uma preciosidade ser tamanho.

Ele amava ser um Lupin.

– Senti falta de você por inteiro. – ele disse.

O treinamento duro de auror reforçara os braços de Teddy, ganhando músculos. Ele não parecia mais um garoto, e sim um homem. Tinha dezenove anos agora, e Victoire dezessete. E para ajudar ele não fazia a barba fazia três dias. Não era só preguiça, mas ele se achava mais “adulto” com os pelos no rosto.

Victoire depositou um beijo na boca do namorado e foi abraçar os familiares em seguida.

¨¨¨

– Teddy, preciso te mostrar uma coisa.

Estavam na casa da família de Victoire e eram férias. Dominique estava na casa de uma amiga e Louis fora brincar na casa da vovó Molly com seus primos. Gui trabalhava e Fleur estava ocupada demais com a casa. Victoire e Teddy estavam no quarto dela, e ela tirou um pacote grande e pesado debaixo do guarda-roupa. Ela viu os olhos do namorado arregalarem.

Ela pôs o pacote em cima da cama com um pouco de dificuldade.

– Você sabe o que é isso?

Ele fez que não com um gesto de cabeça.

– Dica: se você cheirar essa pilha verá que tem cheiro de coruja e papel guardado. E se memórias e amor tivesse cheiro, com certeza exalaria dessa pilha pesada.

– São minhas cartas?

– Todas elas, em ordem cronológica. – Victoire pegou uma das cartas na pilha. – Sempre quando me sinto sozinha em Hogwarts, ou sinto sua falta, eu leio uma. Às vezes leio aquela em que você diz palavras bonitas, outras vezes leio aquelas que você fala do seu cotidiano para eu me sentir próxima de você. Não me enjoo delas nunca.

– Palavras escritas nunca morrem ou são esquecidas. Temos que dar o valor que elas merecem. – Teddy disse por fim.

¨¨¨

Era setembro de 2017.

Victoire encararia seu último ano em Hogwarts naquele momento. Estava apreensiva. Teddy fora com ela naquela manhã e ele a deixava entretida com seus beijos e abraços. James que observava tudo saiu correndo quando viu seu quase irmão Teddy olhar para ele, repreendendo-o.

– Qual é o fascínio desse pestinha em contar ao Harry que estou te agarrando? Ciúmes?

– De quem? Da prima ou do irmão?

– Do fato de eu ter namorada, óbvio. O malinha é imaturo demais para ter uma.

Eles voltavam a se beijar.

Quando ela teve que entrar no trem, parecia um déja-vù. Mais um ano longe dela não! Mais longe ele observava Malfoy dando adeus ao seu filho Scorpius (era muito estranho imagina-lo como seu primo na realidade) e do outro lado a família Potter agora com dois filhos em Hogwarts e Rony Weasley com a esposa Hermione e o pequeno Hugo.

¨¨¨

Era o dia em que Teddy iria buscar o papel de aprovação no departamento dos aurores. Isso se ele tivesse realmente passado. Ele não dormira direito na noite anterior com a euforia que sentia. Seria um belo presente de natal, ele pensou. Ganhar o desejado cargo definitivo de auror ao lado de seu padrinho Harry Potter, o auror que revolucionara o departamento dos aurores.

A bruxa que ficava na secretaria do departamento tinha uma cara de poucos amigos, mas nem isso abalava a felicidade de Teddy Lupin. Quando ouvira seu nome ser chamado, seu coração parou. Era a hora da verdade.

Um dos bruxos do departamento entregou o envelope para o garoto. Ele então notara que a porta daquela sala era aberta, revelando seu padrinho. Harry sorriu para ele, encorajando-o.

Teddy puxou o papel do envelope, e lá estava escrito em letras douradas: aprovado.

Teddy se segurou para não gritar de felicidade, abraçando seu padrinho com força. Era oficial, era um auror.

Estava tão orgulhoso.

Ele estava tão feliz que nem se importava com o seu cabelo que mudava de cor a todo o momento enquanto ele caminhava nas ruas de Londres. Alguns trouxas observavam, curiosos. Mas e daí? Ele estava tão feliz!

– É uma nova tinta para cabelo que muda de acordo com o humor, nunca viu não? – ele comentou para uma mulher que passava ao seu lado, apontando assustada.

¨¨¨

Era o último dia de Hogwarts de Victoire.

A neta mais velha dos Weasley finalmente se formaria. Adeus, linda e brilhante Hogwarts! No trem enquanto voltava, Victoire se lembrava do dia em que Teddy se formara. Em como ele olhava pela janela com nostalgia. Doía tanto ter que abandonar aquele lugar. A cada quilometro que se distanciava da grande escola de magia, uma nova sensação: liberdade, responsabilidade, alívio. Mas ao mesmo tempo saudade e medo.

Quando pulou do trem, viu Teddy ao longe. Naquele momento ele conjurou um feitiço e luzes brilhantes formaram um texto em cima da cabeça dele: “Quer ser minha mulher, Victoire Weasley?”

Ela começou a chorar ali mesmo, largando para trás suas malas e indo beijar Teddy.

Ele colocou o anel no dedo dela enquanto ela repetia “sim” sem parar. Estava chorando.

– Quero viver o resto de minha vida ao seu lado, Vic. – ele beijou a testa dela e fez uma careta, brincando. – E antes que pergunte, claro que eu falei com seu pai antes. Tive que pagar um dote caro, mas... Brincadeira. Ele gostou da ideia, por mais que sua mãe tenha me contado que ele chorou depois, com medo de perder sua “menininha”. Mas eu vou cuidar bem dela para ele.

¨¨¨

Um ano depois saía o casamento de Teddy Lupin e Victoire Weasley. Seis meses depois do casamento ela seria uma curandeira do St. Mungus. Muitos diziam que eram irresponsáveis demais para viverem um casamento. Outros diziam que eles só curtiam a vida sem se importar com o que viria. Mas qual era o problema? Eram jovens, e nada importava. Nada importava enquanto eles se amassem.


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Notas finais do capítulo

Sempre dói dar fim em alguma fic :( eu morro por dentro, hahahaha
O título pode ser "O fim", mas eu interpretaria como "o fim da adolescência" do casal. Depois que eles se casam, o que vem? Eles têm filhos? Quantos? Quais os nomes? E seus primos? E depois? e depois e depois e depois? E como será a geração depois dessa geração? Enfim, tem tanta coisa legal para se pensar (e criar!). Vamos botar a cabecinha para pensar, e criar e manter viva a chama do universo Harry Potter! Comentem tudo, mostrem que leram e que estão aí! Bjão



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