Winterspell (Magia do Inverno) escrita por ArtGirlLullaby


Capítulo 22
Capítulo 21: A missão


Notas iniciais do capítulo

Porque estou bem humorada hoje #SQN

Ando meio desanimada com a vida ultimamente. Sei que é crise, por isso estou tentando melhorar e minha escrita tem sido mais lenta do que o normal. Espero que entendam :(

Bem, muitos shipper por aqui, então espero que gostem!



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O sol iluminou o local onde Gray dormia e ele abriu os olhos mais pelo incomodo do que por querer acordar. Gemeu irritado pela iluminação e então a cortina foi fechada de repente. Olhando para o lado, viu a silhueta feminina e levou dois segundos para lembrar que Juvia estava com ele.

O mago de gelo se sentou no sofá bocejando e observou a mulher de cabelos azuis.

– Oh, Gray. Você não quer dormir um pouco mais? Está cedo – Juvia comentou retribuindo o olhar atento dele sobre ela.

– Não, já passou o sono.

– É mesmo?

Gray olhou para ela e prendeu a respiração ao notar que ela usava somente uma de suas camisas sob o corpo. Juvia sorriu de modo malicioso e se aproximou. Ele não conseguia desviar os olhos das pernas da maga, o modo como elas se moviam e como eram delicadas e sensuais. Para sua surpresa a maga sentou em seu colo, com uma perna em cada lado, deixando-a numa posição sensual, o cabelo caindo sob seu rosto e o fato que ela só usava a camisa não o ajudava.

– Então não vai se importar em fazer um pouco de exercício, não é?

Com isso uma de suas mãos começou a acariciar seu cabelo, o simples toque dela fez com que Gray parasse de pensar. Ele não sabia o por que ou o que era, mas algo em Juvia fez com que se submetesse completamente. Uma das mãos da maga segurou seu rosto, automaticamente uma mão dele foi para sua coxa, acariciando a marca da guilda e a outra nas suas costas. Ela sorriu e aproximou o rosto do dele fechando os olhos, Gray também fechou os olhos, entreabrindo os lábios e esperando o contato com os lábios dela.

E então ele abriu os olhos num susto e se deparou com o teto, sem Juvia ali, apenas ele, o cobertor e o sofá onde ainda estava dormindo.

– Essa não... – Alguém cochichou da cozinha.

Ele esfregou o rosto num misto de frustração e raiva. Bufando em seguida.

– Gray?

Ele se sentou e olhou na direção da voz. Juvia parada na porta segurando uma vassoura, usando uma camiseta e shorts que ficaram muito largos nela. Seu cabelo estava preso num rabo de cavalo. Ele ficou surpreso a princípio, lembrando do que havia sonhado, e teve vontade de dar um tapa em si mesmo. Aquela Juvia era muito fora da personalidade da maga, como ele se deixou levar por um sonho tão...

– Desculpa se Juvia acordou você e... Eu quebrei um copo sem querer...

– Não tem problema – Ele suspirou – Só tome cuidado pra não se machucar.

– Juvia já vai limpar e está fazendo o café-da-manhã.

– Não precisava – Ele disse se alongando para despertar.

– É um agradecimento por ter cuidado de Ju-de mim – Ela se corrigiu – É o mínimo que posso fazer.

– Tudo bem então – Ele se levantou bocejando mais uma vez.

– Ainda estou terminando, pode tomar banho primeiro se quiser.

– Obrigado – Gray disse se dirigindo ao banheiro. Ele reparou que o chão estava úmido, mas ignorou quando ligou o chuveiro enquanto ouvia Juvia cantando algo na cozinha enquanto terminava o desjejum.

Ela tinha uma voz bonita, e por um momento, o mago de gelo pensou que poderia se acostumar com aquilo. Ainda mais se Juvia fizesse aquilo com o que sonhou... Antes que o sonho tivesse algum efeito sobre ele, Gray mudou a temperatura de quente para frio e soltou uma leve exclamação pela mudança, mas se acostumou rápido. Era um mago de gelo afinal. E o frio nunca o incomodou.

Gray quis rir ao lembrar que Mizuki cantou algo com isso uma vez, fazendo Natsu quase chorar porque não aguentava mais a música (ao que parecia ela cantava só para irritá-lo).

Quando terminou, vestiu uma calça e saiu secando o cabelo com a toalha, indo direto para o quarto buscar uma camiseta. Viu que Juvia já havia arrumado a cama, deixado sem nenhuma bagunça ou sujeira. Ele fitou o local lembrando de como ela murmurou seu nome enquanto dormia. No final das contas ela ainda devia sentir algo por ele...

Gray balançou a cabeça. Não devia pensar essas coisas.

Quando ele entrou na cozinha, Juvia estava terminando de fritar algo e ele ficou curioso, se aproximando por trás dela e olhando por cima do ombro dela.

– O que está fazendo?

Juvia deu um pulo pelo susto, pois não tinha notado ele entrar na cozinha muito menos se aproximar dela. Gray segurou seus braços para que ela não se queimasse e nem jogasse as coisas para o alto.

– Ei! Cuidado!

– Você me assustou – Juvia suspirou.

– Desculpa – Gray pediu.

Juvia percebeu tanto a aproximação como o modo em que o corpo dele estava quase colado e abraçado ao dela, por isso corou e tentou se afastar, até sentir ardência em uma parte da mão. Ao gemido dela, Gray se afastou e observou o mesmo que ela: a marca avermelhada e começando a inchar da queimadura que fez quando levou o susto.

– Ah, droga! – Ele exclamou pegando a mão dela e esfriando com sua magia.

– Não se preocupa – Juvia disse – Apenas olhe a comida para não queimar, Juvia pode cuidar disso rápido, só precisa de água.

– Precisa de gelo – Ele respondeu sem parar de esfriar a mão dela.

– Preciso de água.

– Se não colocar gelo vai piorar.

– Juvia pode se curar com água – Ela retrucou explicando.

Gray parou surpreso com a informação e Juvia aproveitou o momento para puxar a mão e caminhar até a torneira. A maga não era capaz de fazer isso até algumas semanas atrás, em diversas missões, Juvia ficou ferida e precisou de tratamento como todos os outros. Sim, a água ajudava a se recuperar, mas não a curava.

– Você consegue fazer isso? – Ele exclamou ao vê-la abrir a torneira e colocar a mão ferida sob a água corrente.

– Mizuki ensinou uma ou duas coisas para Juvia – A maga sorriu.

Gray observou como a maga de água se concentrou momentaneamente na água corrente e o ferimento. Então, a água se moveu de modo diferente, fazendo desenhos espirais chegando até o ferimento, tomando forma de uma flor azul e adquiriu um brilho rapidamente. Em seguida, a água escorreu normalmente, perdendo o brilho a cor e deixando a mão de Juvia sem uma marca sequer.

– C-como... – Ele tentou formular a frase, mas estava pasmo demais para isso.

– Gray! – Juvia exclamou olhando para trás dele. Quando ele seguiu o olhar viu os ovos que ela fritava queimando.

– Droga! – Ele disse indo tentar fazer algo, mas Juvia o afastou com um suspiro. Tirando os ovos da frigideira e jogando no lixo por estarem queimados demais para que se salvasse algo – Não dava pra usar aquela magia pra restaurar? – Gray perguntou.

– É de uma magia de cura, não de tempo ou restauração – Juvia riu baixo.

– Desde quando sabe fazer isso? Quando fomos em missões você nunca fez.

– Mizuki ensinou há algum tempo. Por hora, Juvia não consegue curar outros ou ferimentos graves. Só serve para os ferimentos mais leves como cortes, ralados, queimaduras...

– Entendi – Gray comentou – Isso tem a ver com o fato de você ser a Fonte da Vida?

– Juvia... Não sabe – Ela admitiu – Juvia também não sabia até a bruxa dizer. Mizuki provavelmente queria contar, mas não sabia como.

– Você confia muito nela, não? – Disse Gray um pouco irritado.

– Mizuki quase morreu para me salvar... Acho que não tem algo mais precioso do que isso.

– Eu também fiz isso – Gray murmurou baixo para que ela não ouvisse, então coçando a nuca o mago corou um pouco – Aliás, eu queria ter te perguntado antes... – Ele fitou as roupas da maga e ela continuou esperando o que ele ia dizer – Porque está usando minhas roupas?

– Ah – Juvia corou – As roupas de Juvia estavam sujas, então eu lavei e deixei para secar. Como Juvia tirou a maior parte da água não deve demorar, mas não me senti confortável para andar só de toalha na sua casa então... – Ela estendeu os braços como se mostrasse a roupa – Espero que não se importe! Prometo que vou lavar elas também!

– Nah, tudo bem – Ele respondeu – Só fiquei surpreso.

– Desculpa... – Juvia disse abaixando um pouco a cabeça.

Gray deu um meio-sorriso para ela e bagunçou um pouco os cabelos da maga de água, virando-se e dizendo que ia fazer o desjejum que ela tinha preparado. O café da manhã foi silencioso, com apenas um ou outro comentário de Gray comentando que ela cozinhava bem, ao que Juvia respondia apenas com palavras curtas ou com um movimento de cabeça. Percebendo que a maga não queria conversar, ele ficou quieto.

Assim que terminaram, Juvia trocou-se para suas roupas que estavam secas. E então seguiram para guilda.

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Lucy acordou ainda se sentindo sonolenta, porém a luz da janela estava a incomodando, não deixando que voltasse a dormir. Ainda parecia ser cedo, por volta das seis da manhã. A loira tentou abrir os olhos e se movimentar, só então percebendo que algo a envolvia por completo. Quando os seus olhos se ajustaram a claridade, viu que Natsu a abraçava pela cintura, a deixando perto dele. Ele não estava usando força bruta, mas tão pouco parecia querer largar, mesmo que estivesse dormindo. O Dragon Slayer provavelmente nem percebeu o que abraçava, como uma reação natural a presença de algo perto dele. Lucy corou ao perceber que ela retribuía o abraço.

Ela tentou se desvencilhar do abraço sem acordá-lo, mas isso se mostrou uma tarefa mais difícil do que parecia. Seu abraço era firme e, embora estivesse confortável e quentinha, queria fechar as cortinas ao menos e sair daquele abraço. Não parecia certo estar nos braços de Natsu sabendo que ele tinha uma Parceira, e ela um namorado.

Quando finalmente conseguiu se afastar, Natsu resmungou e ela conseguiu fechar a cortina. Em seguida, o mago de fogo a puxou de volta para a cama, a abraçando de modo mais firme e muito mais perto do que antes, encaixando seus corpos um no outro, deixando a cabeça dela no espaço entre seu peito e pescoço, o braço esquerdo enlaçando sua cintura, o direito fazendo uma espécie de travesseiro enquanto seus dedos entrelaçavam nos cabelos louros fazendo uma leve massagem e uma das pernas dele se enlaçou com as dela.

Lucy corou e tentou se afastar novamente, mas ao ver o rosto adormecido e tão calmo de Natsu ela hesitou em escapar. Ele parecia extremamente confortável e ainda cansado. Não queria acordá-lo. O Dragon Slayer pareceu perceber sua distância em meio ao sono e voltou a puxá-la, sem que ela relutasse dessa vez, ele curvou o rosto para que sentisse o perfume do cabelo dela. Ele inspirou profundamente, e por um momento Lucy achou que ele estivesse acordado, mas então o mago suspirou e voltou a respirar devagar e calmo, voltando a um estado mais profundo de sono.

Ela não deveria deixar isso daquele jeito, mas ele estava cansado demais e não queria acorda-lo por algo tão trivial. Lucy também estava muito confortável nos braços dele sendo aquecida de modo tão... Amável. Acabou deixando a sensação a carregar de volta ao sono. Sentindo inveja por um breve momento, da garota que tinha conseguido o coração do seu melhor amigo de modo incondicional e profundo.

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Mira jogava Hime para cima e a pegava em seguida no colo, repetindo a ação algumas vezes enquanto caminhava para a guilda ouvindo a risada da exceed. Logo ao seu lado, o Mestre conversava com ela animado, Blume e Laxus logo atrás segurando algumas sacolas (Blume estava e sua forma semi-humana para ajudar) que eram para o café da manhã deles na guilda e alguns suprimentos que acabaram.

– Como acha que estão os outros? – Mira perguntou segurando Hime que estava sem ar de tanto rir.

– Estão bem – Hime sorriu – Posso ver cada um deles!

– Como assim? – Mira indagou.

– Hime tem dois tipos de poderes – Blume explicou – O primeiro é “ver” as pessoas com quem teve contato recente por algum período de tempo. É como uma câmera que dura algum tempo em volta deles antes de sumir.

– Incrível! – Mira elogiou.

– Se for alguém que eu gosto, pode durar muito mais tempo, semanas até – Hime sorriu – E no caso da Blu-nee eu também consigo falar com ela mentalmente não importa a distância!

– Mais ou menos – Blume rolou os olhos.

– Qual é o outro? – Makarov perguntou.

– Proteção – A exceed transformada respondeu – Ela é como um amuleto de proteção ambulante vivo. Pode evitar as piores coisas, mas não pode parar se vierem a acontecer – Blume explicou.

– Ainda! – Hime exclamou voando até ficar cara-a-cara com a irmã – Quando eu for a princesa dos exceeds, vou pedir pra minha mãe me ensinar! – Um deles ia comentar sobre aquilo, mas antes que Blume notasse quem era, ela mesma respondeu.

– Você nem sabe se é filha da Rainha mesmo.

Hime mostrou a língua e voltou para onde estava Mira e Makarov, pousando na cabeça do velho com uma cara emburrada.

Eles chegaram até a guilda, Laxus largou as sacolas na cozinha e se sentou na cadeira com cara de poucos amigos, Blume ajudou Mira a ir guardando enquanto Makarov foi para sua sala, deixando Hime na mesa com as duas.

– Bem... Se pode ver os outros, então o que os outros estão fazendo? – Mira perguntou tentando aliviar a tensão.

Hime olhou para um ponto vazio do teto, como se visualizasse que via.

– Romeo acordou e cobriu Wendy, deixando ela mais confortável e agora está esperando ela acordar. Gray e Juvia estão a caminho, Erza, Lisanna e as outras também. Levy está brigando com aquele cara assustador algo sobre agarrar ela dormindo – Mira deu uma risadinha com isso, anotando para perturbar ambos mais tarde – Natsu e Lucy ainda estão dormindo e Happy está com eles... Ah sim, o seu namorado está ignorando o casal, Blume, mas também está a caminho.

– Namorado? – Blume indagou fazendo careta.

– É, o exceed preto.

Mira já estava dando pulinhos enquanto Blume fez um som de desgosto e irritação.

– Ele não é meu namorado, eu mal o conheço! – Blume respondeu irritada – Para com essa mania de achar que todo mundo é namorado um do outro.

– Mas a linha do destino de vocês tá junta! – Hime exclamou.

– Que seja, eu não quero nada com ninguém. Se tiver uma linha eu corto, simples assim – Blume bufou, retornando a sua forma original depois de terminar o que fazia – Onde está Mizuki e Kei?

– Estão no hotel terminando de se arrumarem.

– Quero conversar com eles, até mais – E assim, Blume saiu.

– Ei – Mira a chamou sentando na cadeira onde Laxus estava sentado e saiu sem que ninguém reparasse – O que quis dizer com “Linhas do destino”?

– São linhas vermelhas que ficam amarradas no dedo de uma pessoa, o fim dela é amarrado ao dedo da pessoa a quem ela está destinada a amar.

– Isso é ótimo! – Mira disse animada – Você já viu alguma aqui na guilda?

– Quase todo mundo aqui está amarrado a outro daqui – Hime fez uma careta – Alguns fizeram um nó cego enorme e vai demorar a desfazer para encontrar quem era no final.

– Então... – Mira pegou um papel e caneta, olhando animada para inocente Hime que não entendia o porquê de tanta curiosidade sobre isso – Quem são os “destinados”?

.

.

.

– Droga! – Lucy reclamava correndo com Natsu e Happy – Isso que dá você querer tirar uma soneca! Estamos atrasados!

– Foram só cinco minutos – Natsu respondeu bocejando.

– Foram cinquenta minutos! – Lucy respondeu.

Natsu coçou o olho, num sentimento de nostalgia ao correr atrás da loira a caminho da guilda.

Quando acordou e viu que eles estavam aconchegados aos braços um do outro, ele tentou se afastar, sabendo que poderia ser ruim. Muito ruim. Porém quando ela relutou em soltá-lo, não achou forças para lutar contra ela e sua vontade de continuar ali, o que resultou nele adormecendo de novo. E assim começou a troca de soneca de um e de outro, até que Lucy acordou e percebeu que estavam atrasados.

– Vocês são dorminhocos – Happy comentou também com sono por ter despertado tão de repente.

– Você também é! – Lucy retrucou.

– Aye...

Quando abriram a porta, ofegantes pela corrida, parte da guilda olhou para eles e os cumprimentou. Gray veio até Lucy a cumprimentando com um beijo, Natsu agradeceu o fato de estar com sono e ofegante demais para dar atenção a qualquer coisa que não fosse respirar e um lugar pra dormir.

– Você está bem? – Perguntou Wendy.

– Sim – Natsu bocejou de novo – Só com sono.

– Não dormiu bem? – Lisanna Perguntou.

– Dormi, mas ainda estou com sono.

Alguns segundos depois uma bolha de água fria estourou em cima de Natsu o encharcando. Ele começou a xingar enquanto Mizuki se aproximava deles junto com Juvia, outra bolha preparada em mãos.

– Foi o suficiente para despertar ou precisa de mais? – Ela sorriu debochada.

– Não, está bom – Ele respondeu irritado e se colocando em chamas para se secar – Já despertei.

– Ótimo, porque já discuti a missão com Makarov.

– Certo! Eu mal posso esperar! – Natsu disse cerrando um punho no outro.

O Mestre chamou a Mizuki e Kei por um momento e eles subiram as escadas. Enquanto isso, Natsu olhou ao redor da guilda procurando o que fazer. Ao avistar Juvia conversando com Gajeel, decidiu ir até lá comprar uma briga por diversão. Porém quando estava para se afastar, alguém o segurou. Ficou sem palavras ao ver Lucy segurando seu braço.

A maga celestial não soube bem por que fez aquilo. Porém no momento em que viu Natsu indo em outra direção correndo, quase como se quisesse se afastar dela, não se conteve. Ela podia sentir que Natsu estava se afastando um pouco mais a cada minuto, e depois da conversa da noite passada, ela sabia que ele estava fazendo de propósito.

E isso machucava.

Assistir Natsu se afastar dela sem fazer nada doía muito mais do que suas batalhas. Era como se parte dela se fosse e doía de um modo que não conseguia descrever. Não podia continuar a deixar isso acontecer e simplesmente ficar parada assistindo a pessoa mais importante para ela continuar partindo aos poucos. Então antes que tirasse uma conclusão, seu corpo se moveu e segurou-o para que não fosse para o outro lado da guilda, mas se sentasse ao seu lado e conversasse com ela... E Gray.

Ela elevou os olhos para os ônix confusos que esperavam pacientemente por alguma explicação.

– Natsu, eu...

– Atenção a todos! – O mestre gritou do andar de cima, com Keitaro e Mizuki em cada lado – Tenho um anuncio a fazer!

Com isso, toda a guilda se reuniu no andar de baixo, mais próximo o que podiam sem subir o andar e poderiam ouvi-lo. Com isso, Natsu se soltou dela e também se aproximou da aglomeração no andar de baixo, empolgado e curioso com a missão. Lucy tinha um mal pressentimento sobre isso.

Ao perceber como a namorada parecia aflita, Gray entrelaçou seus dedos aos dela, dando um leve aperto, quando ela o fitou, o mago sorriu lhe dando segurança. Lucy sorriu de volta e decidiu se aproximar também para ouvir o que o Mestre tinha a dizer.

– Muito bem, como perceberam, estamos com alguns inimigos.

– Isso não é novidade, velho – Cana reclamou – Eu quero entender o que aconteceu ontem aqui.

– Eu explico – Disse Kei dando um passo para frente – Como todos aqui sabem, Mizuki é filha de uma deusa. Semideuses só são concebidos se eles tiverem um propósito maior, uma missão a cumprir. E essa é razão de Mizuki ter vindo para Magnólia e reencontrar Natsu.

– O que eu tenho com isso? – Natsu indagou.

– Já vou chegar nessa parte – Kei disse calmo – Ao norte, uma grande massa de magia negra vem se formando por conta de seres malignos, criados basicamente da malignidade.

– Zeref tem alguma relação com isso? – Romeo perguntou.

– Indiretamente – Kei respondeu – É a consequência de uma magia antiga, esquecida e proibida chamada de Winterspell. Alguns magos ambiciosos a encontraram e agora estão sob sua influência. Esses magos já não tem mais uma consciência própria, eles só tem o objetivo de liberar a força maligna completamente e o que os move é a loucura que a malignidade causou.

– Espera! – Lisanna pediu um pouco confusa – Você não disse que os magos já estão sob influência dessa magia? Isso não significa que ela já foi liberada?

– Não – Kei disse – O que eles acharam foi apenas um fragmento. A Winterspell é muito mais do que isso, ela está bem selada, porém eles vem conseguindo ganhar força e quebrar o selo aos poucos.

– Essa não... – Lucy ecoou.

– Isso não é tudo – Kei continuou – A aquela maga que veio ontem é uma das influenciadas por aquela magia. Como puderam ver, ela foi completamente corrompida e a malignidade a deixou muito mais forte do que esperávamos. Chamamos elas de bruxas e há muito mais delas por aí.

– Elas vão atacar de novo? – Freed perguntou.

– É o que queremos evitar – O Mestre respondeu – A Missão de Mizuki é encontrar as Relíquias que protegem os selos e o que eles chamam de Elementos da Vida, e assim, reforçar o selo para eliminar a magia negra antes que ela se espalhe ainda mais – Ele tomou uma posição séria e voltou a falar – Como ouviram ontem, aparentemente Juvia é a Fonte da Vida... – Ao terminar de dizer, a guilda inteira involuntariamente olhou para a maga, fazendo com que ela se encolhesse – O que significa que elas provavelmente vão atacar novamente.

– Nós vamos proteger a guilda...!

– Não sejam tolos – Mizuki interrompeu aos que iriam começar a discutir – O nível delas está muito mais alto. Como viram, mal conseguimos lidar com uma delas, acha que conseguem lidar com cinquenta? Cem? – Ela perguntou e ao ver a guilda no silêncio da dúvida ela deu um leve suspiro e continuou – Como nós cuidamos da Bruxa, as outras provavelmente ainda não sabem que a Fonte da Vida é a Juvia e está aqui. Então ganhamos algum tempo, mas não sei quanto tempo vai demorar para elas descobrirem e atacarem de novo.

– A única coisa que protegeu vocês disso antes, foi a própria ignorância da Juvia – Kei explicou – Como ela não sabia o que realmente era, não liberou seu verdadeiro potencial. Mas agora que tem consciência disso não tem como impedir que ela continue crescendo e logo vão perceber a presença dela aqui.

– Juvia pode controlar! – Juvia disse – Mizuki está ajudando!

– Juju, eu estou te ajudando a treinar e controlar toda essa magia, mas eu não posso impedir seu poder mágico e nem mesmo ocultá-lo – Mizuki disse com calma e gentil para Juvia – Elas vão perceber cedo ou tarde.

– De início – Makarov continuou – Não era para que soubessem sobre as bruxas, pois o desconhecimento os protegeria, porém depois do ataque não havia como esconder mais. Nós precisamos nos proteger, mas também temos a obrigação de proteger aos cidadãos desse mundo. Por isso, elaboramos uma missão extra especial.

– Uma missão? – Indagou Elfman.

– Sim. Vou designar um grupo de magos para ir junto com Mizuki em busca dos outros Elementos da Vida e seguir para o Norte, eliminar o centro de magia negra e neutralizar essa ameaça.

– Ei, como vamos achar os outros Elementos? – Gray perguntou.

– Eu já tenho a localização de todos – Mizuki respondeu – Dois deles já estão com as bruxas e não há mais nada a ser feito a esse ponto. Dos outros, só faltava a Juvia que era impossível de se localizar justamente porque não sabia que era um.

– Mas e as Relíquias? – Lucy perguntou.

– Elas tinham metade delas – Mizuki respondeu –, mas consegui roubar a principal e esconder. Sem elas não podem fazer nada com Winterspell. As outras já estão com seus devidos Elementos e os protegendo.

– E quem vai nesta missão? – Natsu perguntou.

Os que já sabiam de mais detalhes prestaram atenção, esperando seus nomes serem anunciados. A tensão se fez no ar, todos apreensivos com tamanha importância da missão.

– Por hora selecionamos apenas alguns – O mestre disse – Mizuki e Keitaro serão os líderes, não só por conhecerem melhor o inimigo, mas também por serem quem requisitaram a missão – Os dois assentiram – O resto do grupo até agora foi composto por aqueles que tem maior resistência contra magia negra.

Lucy olhou para Natsu, pois sabia que ele era um dos selecionados, junto com Gajeel e Erza provavelmente... Não, se fossem chamar Natsu, provavelmente iriam chamar o time inteiro, não é? Eram um time, afinal. Eram mais fortes em campo juntos, já estavam habituados a lutar lado a lado, fora a estratégias... Era o lógico.

– Sendo assim – Makarov continuou – Os que já selecionamos até agora foram: Natsu, Happy, Wendy, Charles, Blume, Erza e Juvia.

E as exclamações de reclamações que seguiram logo após o anúncio, fez com que Lucy percebesse que não era a única indignada por ter sido deixada de fora. Não podia ser deixada de fora. Não quando Natsu estava indo numa missão tão perigosa.

Era isso o que ela esperava.


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Notas finais do capítulo

Taa-DAM! You're out bitches!

E entõ o que acham? Mais alguém deve ir na missão? O Mestre, Mizuki e Kei tomaram a decisões certas? E o que fazer diante disso tudo? Vamos lá! Quero teorias, quem sabe não faço alguma? :D

Beijinhos!

~-AGL



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