Winterspell (Magia do Inverno) escrita por ArtGirlLullaby


Capítulo 2
Capítulo 2: Prazer, sou a água




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Natsu ficou boquiaberto.

– Mizuki? É você?

Ela riu quando ele correu e a abraçou forte a rodando no ar.

– Nossa! Mizu! Há quanto tempo!

– Eu que diga, Foguete!

Ele riu se lembrando do apelido que ela dera à ele.

– O que está fazendo aqui? – Perguntou ele ao coloca-la no chão.

– Eu que devia perguntar isso! Está todo molhado! – Disse ela.

– Eu...

Ele se lembrou da razão de estar ali e seu peito ardeu de dor. Lucy...

– Pela sua reação, é um problema amoroso, não? – Disse Mizuki.

– Você não faz ideia.

– Vem, vamos sentar ali naquela arvore. Assim não ficamos embaixo dessa chuva repentina.

Ambos desceram um pouco do lugar onde estavam e se sentaram nos galhos das árvores. Mizuki em um e ele em outro. Natsu começou a narrar toda a história, desde como conheceu Lucy até o dia daquela tarde. Mizuki ouviu atentamente até ele concluir.

– E cá estamos – Disse Natsu.

– olha, como sou de fora e estou sabendo de tudo agora, posso te dar duas opiniões. A visão do lado de fora e de mulher. Qual você prefere?

Ele fitou Mizuki que o olhava atentamente, sentada de ponta-cabeça no galho e olhando para ele.

– Me dê as duas, não acho que vá me ajudar muito.

– Bem... – Começou suspirando – Olhando do lado de fora, eu penso que ela é uma imbecil por não ter percebido que você gostava dela. Quer dizer, qual é! Você quase matou um homem queimado para saber onde ela estava e poder ir resgata-la, além de sempre estar do lado dela apoiando-a ela querendo ou não... Como ela não percebeu?! – Aumentou o tom frustrada.

Ele deu um leve sorriso se perguntando a mesma coisa.

– Mas por outro lado... – Continuou – Pode ser que ela tenha percebido sim.

Natsu olhou para ela surpreso e querendo saber mais.

– Talvez ela tenha percebido. Cada gesto, cada olhar, cada palavra... Talvez ela tenha chegado ao ponto de se apaixonar por você ou até de ama-lo... Mas como você nunca mudou e nunca disse anda em... uns dois anos? – Indagou e ele assentiu – Ela simplesmente pensou que não fosse nada demais ou ela que estivesse criando um significado a mais pra tudo por estar apaixonada, vendo que não andava, ela decidiu seguir em frente e superar, assim, aceitando o amor de outro... Também pode ser que ela tenha esperado por você tomar uma decisão, mas cansado de esperar, ela tomou uma: continuar a vida.

Natsu ficou um bom tempo fitando Mizuki. Até que o que ela falou fazia sentido e sendo quem era, conhecia essa parte melhor que ninguém.

– Qual você acha mais provável – Indagou ele.

– Sinceramente? Acho que pode ter sido um pouco de tudo. Talvez ela nem tenha percebido o quanto gostava de você ou que te esperava, apenas decidiu deixar de estar sozinha.

– E ficar nos braços do gelinho?! – Ele se perguntou apertando os punhos. Mizuki deu de ombros.

– Fazer o que. Ele deve ter sido o primeiro cara a virar pra ela e dizer “eu gosto de você, vamos namorar?” – Disse engrossando a voz como se fosse de um cara – ou se não ela deve ter pensado que ninguém melhor para estar com ela do que alguém que ela conhece a tanto tempo quanto você.

Natsu suspirou, Mizuki provavelmente estava certa.

– bem, você falou tanto dessa Fairy Tail, que agora quero conhece-la. Pode me levar lá?

– Claro – Respondeu ele – Só... Não hoje. Eles anunciaram pra Deus e o mundo hoje e estão comemorando... Não vou suportar ficar lá.

– Entendo – Disse Mizuki se sentando normalmente de frente à ele – Ei, não se preocupe, as coisas vão melhorar. Você vai ver.

– Espero – Ele sorriu – Mizuki, pode me explicar porque me sinto bem ao redor de você?

– Deve ser por causa da minha magia – Explicou – Sabe como é, purifica tudo, alivia, é o melhor remédio para tudo. Até para um coração partido. Normalmente minha presença causa calma ao meu redor por conta da energia magica em mim...

– Entendi – Disse sorrindo.

– Por isso, durante os próximos dias, estarei ao seu lado e te ajudarei e não sentir tanta dor. Sei que para nós isso é muito, muito pior do que para uma pessoa normal. Ainda mais se ela for mesmo sua Companheira.

Natsu rolou os olhos.

– Queria saber quanto tempo a Juvia vai ficar chorando... Não deve estar sendo fácil para ela... – Pensou Natsu.

– Pera, a chuva está sendo causada por essa maga que gostava do cara que a tal de Ludi tá?

– É Lucy – ele quase riu ao se lembrar de como ela o corrigiu da primeira vez que ele disse errado – e sim. A chuva é por causa da Juvia, a mulher da chuva.

– Por que não disse antes? Posso parar isso já!

– Pode?

Mizuki assentiu e desceu da árvore, logo depois Natsu também. Ela andou até o um pouco à frente, no meio da chuva. Ergueu os olhos aos céus e fechou, levantando as mãos e se concentrando. A chuva diminuiu rapidamente e depois de algumas gotas, já havia parado de chover. As nuvens começavam a se dissipar e fizeram uma imagem linda à frente deles no pôr-do-sol.

– Não tem como a Juvia ser como eu – Disse Mizuki antes de virar e fitar Natsu novamente – Então como ela fez chover?

– É a Magia dela. Ela é uma maga da água. Talvez vocês se deem bem.

– Uau, depois me apresente à ela sim? Não é comum magos “normais” conseguirem alterar o clima.

– Tudo bem. Não sabia que você conseguia fazer isso também.

– Não sei... – Ponderou Mizuki – O que consigo fazer a manipular a água que está acumulada lá em cima. Tudo o que fiz foi absorver.

– Se alimentar, huh?

– Quase isso – riu – não devia ter me lembrado de comida. Agora estou com fome! – Disse Mizuki passando à frente dele – E você vai pagar!

– Por que eu?

– Para ser educado! – Disse ela.

– Nem vem com essa!

– Qual é onde fica a amizade?

– No meu bolso que não é!

– Seu chato!

Os dois entraram em Magnólia em meio à discussão.

Juvia estava parando de chorar quando olhou pela janela de seu quarto na Fairy Hills. Ela ainda estava chorando quando a chuva parou, então... Como? Ela fitou o lindo céu alaranjado enfeitado por dezenas de nuvens que se dissipavam. Ela uma imagem de tirar o fôlego.

– Tao lindo... – Pensou Juvia.

Ela conseguiu parar de pensar no mundo e apenas fitar o cenário à sua frente por um bom tempo, antes de voltar a chorar, mas ao ver que não voltou a chover, ela ficou confusa e fitou o céu. Preocupada com o que aquilo poderia significar.

– Ah... To satisfeita! – Disse Mizuki com a mão na barriga estufada.

– Devia, olha como comeu!

– Nem vem, seu lado da mesa tem muito mais prato!

Um garçom chegou com a conta. Natsu pagou mesmo que custasse o olho da cara. Valia a pena, e afinal, era um momento que teve com uma velha amiga que não via há... ele nem sabia há quanto tempo! Na volta, Natsu percebeu que Mizuki estava com um pouco de frio e passou um braço por seus ombros a trazendo para mais perto dele.

– Desse jeito você vai congelar mesmo!

– Cala a boca – Disse ela rindo e passou um braço em sua cintura ficando confortável no calor dele.

Eles atravessaram a ponte e não viram ou notaram o olhar de uma certa loira de olhos castanhos sob eles.

– Natsu? – Indagou ela.

Mas ele já não podia ouvir.

Seria dela que Juvia e ele conversavam mais cedo? Da garota com cabelos azuis? Talvez... Ela sentiu um leve aperto no peito e ignorou, fechando sua janela. Pelo jeito essa noite ele não invadiria seu quarto... Isso não soava certo. Ignorou o máximo que pode, mas em seus sonhos a garota aparecia de costas – Como ela tinha visto – E Natsu ia atrás dela, a abandonando.

Ela acordou assustada com o pesadelo. O medo de que algo assim acontecesse era quase insuportável. Por isso, tentou esquece-lo. Fitou a janela vendo que era manhã e chovia. Juvia... Pensou Lucy triste. Ela provavelmente não conseguiria falar com a maga da água tão cedo. Ela foi tomar um banho antes de ir para guilda, quando saiu dele, o céus já havia limpado e estava tudo claro.

Que raios estava acontecendo com o tempo?!

Chegando na Guilda, todos estavam um pouco apreensivos. Mira não conseguia ficar parada e rezava para que Natsu chegasse mais cedo, antes de Lucy, assim poderiam conversar, mesmo que um pouco. Para todos na Guilda sabiam bem dos sentimentos do Dragon Slayer e de como ele estava planejando para contar à ela... Talvez Gray tivesse pensado que era apenas uma brincadeira ou então que ele não faria mesmo... Ou simplesmente decidiu faze-lo antes dele.

Mesmo assim, Gray devia ter sido mais cauteloso ao tentar contar para Juvia e pelo menos ter dito à ela que não sentia o mesmo. Ao invés de ter demorado tanto e dado falsas esperanças para a mesma.

– Mira-nee, você vai quebrar o copo desse jeito...

Mira tirou os olhos de Lisanna e fitou o copo que ela apertava com tanta força que talvez fosse quebrar mesmo. Ela o colocou no balcão e suspirou.

– Não há o que fazer! To com muita aflição.

– Todos estamos, mas quebrar os copos não vai adiantar – Lisanna sorriu ao pensar que seria já o quinto que ela quebrava por angústia de não saber como estava seu amigo. Juvia era mais fácil saber, ela só olhar o céu para saber quando ela estava chorando, mas Natsu não tinha como dar esse tipo de sinal.

– Oi pessoal! – Cumprimentou Lucy.

Mirajane suspirou, não seria dessa vez que ela conseguiria falar com Natsu claramente junto com a Guilda.

– Parecem tensos.

– bem, estamos um pouquinho preocupados com a Juvia... Você viu como choveu ontem – Disse Lisanna.

Não deixava de ser verdade, mas não podiam dizer à Lucy que Natsu a amava, isso iria fazer tudo muito pior. Se ela largasse Gray por Natsu, o mago do gelo poderia se sentir usado e traído. Se ela ficasse com Gray, Natsu estaria acabado e Lucy podia acabar se afastando dele. Não podiam fazer nada, além de deixar que o rio levasse tudo à seu modo.

Lucy se sentia culpada pela dor da amiga. Mas o que ela poderia fazer?

Logo depois, um gato azul entrou na Guilda voando.

– Há! Venci! – Gritou Happy triunfante. E então viu Lucy sentada no seu lugar de sempre no bar – Lucy! – Ele voou até ela e ficou em seu colo.

– Bom dia, Happy! – Sorriu.

– Happy, você não vale por estar voando! – Gritou Natsu entrando logo em seguida.

A guilda ficou um pouco em silêncio ao ver ele entrando tão animado. O clima ficou tenso ao ver onde Happy estava. Ele não tinha culpa, estava tentando fazer tudo e demonstrar que estava bem, normal. Natsu foi até ele e Lucy e cumprimentou levantando o braço.

– Yo, Lucy!

– Bom dia, Natsu! – Cumprimentou Lucy sorrindo.

Por um momento ela se perguntou porque ele não a chamou de “Luce” como fazia já há algum tempo, mas antes que ela pudesse perguntar, alguém mandou o Natsu voando contra uma parede num simples chute.

– Idiota! Você vai apostar uma corrida com alguém que não conhece nada e nem ninguém na cidade?! E se eu tivesse me perdido? Sabia que um rato me perseguiu ali atrás? Sério, onde foi que você colocou seu cérebro?! Você devia de usar ele na cabeça, sabia?! E se alguém me sequestrasse? Como você ia me achar?!

Ok, a garota estava tendo uma crise histérica numa briga com Natsu e ninguém estava entendendo nada.

Lucy olhou a garota de cima a baixo e por seu cabelo, foi impossível não reconhecer que era ela que estava com Natsu noite passada andando abraçadinhos. Se era sobre ela que ele e Juvia conversavam, ao que parecia estava tudo bem agora. Eles pareciam bem amigos... Mas porque Natsu nunca falou sobre ela antes?

– OK, ok, para de gritar e ser irritante! – Reclamou ele se levantando e ficando frente à ela.

– Eu paro quando você deixar de ser idiota!

Ela nunca vai parar... Pensaram as pessoas na guilda.

Um pigarro fez os dois olharem para Lucy, Mira e Lisanna. Os olhos de Mizuki pararam em Lucy por um instante, em Happy e em seus olhos novamente. Lucy pode ver nesse momento o quanto a garota era bonita. Ela era linda, de olhos grandes com dupla cor e um cabelo que fazia-se em ondas. E tinha um corpo bonito e proporcional também.

– Natsu – Mizuki fitou Mira quanto ela falava – Não vai apresentar sua amiga? – Perguntou com um sorriso ao ver que o Dragon Slayer estava bem aparentemente.

– Ah sim, Mira esta é-Ai! – Disse ele. Durante sua fala, Mizuki o acertou com um forte tapa na nuca – Pra que isso?!

– Me apresente devidamente, eu lá sou uma garota pra ficar rondando por aí até você me apresentar pra todo mundo?!

– Sim, sim – Fez ele suspirando. Se tinha uma coisa que ele sabia era que não adiantava discutir com Mizuki.

Ele subiu no balcão, e ajudou Mizuki a subir também. Para ele foi fácil, ele pegou-a e levantou tão facilmente que ela parecia ser uma boneca com peso de pena.

– Ei, Pessoal! – Gritou ele – Essa é a Mizuki! Ela vai ficar conosco por uns tempos! E-AI! O QUE FOI AGORA?! – Gritou Natsu para Mizuki que bateu nele de novo.

– Pare de gritar.

– Você queria que eu apresentasse a Guilda e eu to fazendo isso!

– Você não tá fazendo bem feito, deixa quieto.

– O QUE?!

– Para de gritar! Argh, você é irritante – Disse limpando o ouvido onde ele gritava.

Natsu fez uma cara de “WTF?!” misturada com “alguém me salve dessa doida” e todos riram. Em seguida começaram a fazer perguntas para Mizuki que ainda não havia descido do balcão.

– quantos anos você tem?!

– 19! – Gritou respondendo.

– Onde mora?

– No mundo! - Riu.

– Como conhece o Natsu?

– Somos amigos de infância.

– Que tipo de magia você usa?

Mizuki sorriu para essa pergunta que ela tanto esperava e Natsu deu um meio sorriso sabendo a resposta e esperando a reação de todos.

– Muito prazer, eu sou a água.

Vendo a confusão de todos, Natsu deu seu sorriso característico e colocou os braços atrás da cabeça.

– Sou a Dragon Slayer da Água!


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Notas finais do capítulo

Peço desculpas a quem leu o terceiro. Não tinha reparado que o segundo não tinha sido postado ;-;



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