Arena das Almas escrita por Beatrice, Natsumi


Capítulo 8
VIII - Para conquistar o público


Notas iniciais do capítulo

[Beatrice]:
Parece que milagres realmente acontecem, não é? Quase um ano depois, Arena das Almas é atualizada!

Gente, nem sei por onde começar a me desculpar. Peço, humildemente, que perdoem essa demora enoooorme em postar outro capítulo. Nós perdemos a noção do tempo com essa história. Ficamos cheias de coisas para fazer da escola, com a correria dos estudos e da vida particular, e a inspiração acabou indo embora por um longo tempo. Mas, como sempre dizemos: não vamos desistir dessa história, não importa quanto tempo se passe. Espero que ainda estejam conosco!

Agora, sobre o capítulo: ele ficou um pouco curto, mas não queríamos nos demorar mais em postar. Faremos melhor nos próximos, agora que o dia de entrar na Arena se aproxima - e estamos cheias de ideias para ela.

Sem mais delongas, desejo uma boa leitura a todos!



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— E agora vamos divulgar as notas que os tributos receberam em suas apresentações! — anunciou Marion, o apresentador, com um sorriso tão brilhante que era de cegar. — Os Idealizadores disseram que dar essas notas foi um tanto difícil, o que só significa que essa edição dos Jogos Vorazes será realmente concorrida. Todos os tributos mostraram um desempenho surpreendente!

Dean não queria ouvir o que Marion tinha a dizer sobre as apresentações. As palavras do demônio que fora seu teste não deixavam sua mente desde que saíra da sala. Havia comentado o assunto com Bobby, mas não havia o que fazer. Ambos estavam presos nos Jogos Vorazes.

Contudo, Dean fizera uma promessa silenciosa: se aquele demônio realmente havia matado sua mãe e sabia o paradeiro de John, então ele iria vencer não só por Sam, mas também para matá-lo.

— Do Distrito 1 — Marion começou a divulgar as notas, atraindo a atenção de Dean e dos outros quatro reunidos na sala de televisão do apartamento —, Bela Talbot recebeu nota 8!

— Maldita ladra — Bobby resmungou de seu assento, tomando um gole do cantil que nunca abandonava.

— Michael Pratt, nota 6! — Marion prosseguiu.

Dean se lembrou do garoto que aconselhara durante a semana de treinamento. 6 não era uma nota boa, tampouco uma nota péssima, considerando a idade, principalmente. Mike deveria ter treze anos, e conseguira a metade do máximo. Dean imaginou o que ele teria feito.

— Gordon Walker — disse Marion, fazendo Dean cerrar os punhos — teve uma nota 9! — O apresentador riu. — Não gosto de favoritismos, mas parece que temos um competidor em potencial aqui!

— Espero que vocês dois tenham tirado mais do que isso — disse Jody, apreensiva. — Essas notas são levadas em consideração pelos patrocinadores, e o mais importante, no momento, é ter alguém para patrociná-los dentro da Arena.

Dean bufou.

— Pode esquecer quanto a mim, Jody. Eu ultrapassei o tempo permitido e ainda deixei o demônio escapar.

— Cale a boca, vamos ouvir as outras notas — ralhou Bobby.

A jovem do 2 e o casal do 4 tiveram a mesma pontuação, 8, enquanto que os Distritos 3, 5 e 6 não passaram da nota 7. Dean e Jo prenderam as respirações quando Marion chegou ao Distrito 7.

— Dean Winchester, nota 7! Joanna Harvelle, nota 8!

Ninguém disse nada por um momento. Jo havia tirado uma nota boa, mas nada que se destacasse dos demais. E Dean havia escorregado na apresentação, distraíra-se com a fala do demônio, e um caçador experiente como ele receber 7 era algo, no mínimo, inaceitável.

— O que podemos fazer, a partir de agora, é trabalhar ainda mais duro para chamar a atenção dos patrocinadores — foi Yara, a acompanhante dos tributos, que se manifestou primeiro. — Não devemos nos desanimar. Ainda há a entrevista amanhã, e é lá que o carisma realmente conta! E isso, eu lhes garanto, Dean e Jo têm de sobra! Faremos um trabalho incrível nas roupas, vocês verão...

Ela continuou tagarelando, enquanto os quatro, tributos e mentores, trocavam um olhar.

xXx

Mal os estilistas haviam terminado de vestir Dean para a entrevista, um dia mais tarde, Bobby adentrou o quarto de preparação.

— Já podem parar de cutucá-lo, preciso falar com o garoto a sós — disse, fazendo sinal para que os três saíssem. Com um último toque, eles se foram.

— O que foi agora, Bobby? — Dean perguntou, olhando-se no espelho. Estava vestido com uma calça social preta que lhe caía perfeitamente bem, sapatos de grife lustrados e surpreendentemente confortáveis. Não trajava terno, apenas uma camisa de botões, também preta, cujas mangas iam até os cotovelos. O colar que ganhara de Sam estava em seu pescoço, a contragosto dos estilistas, que queriam colocar outras joias.

Bobby fechou a porta.

— Já sabe o que vai falar?

— Depende do que me perguntarem.

— Não tem nada preparado ainda?

— Eu sou bom no improviso, vou me sair bem. — Dean continuou olhando para o espelho, concentrado na gola da blusa, que tinha os primeiros botões abertos.

Bobby agarrou seu cotovelo de repente, fazendo-o olhar para ele.

— Você acha que isso é alguma brincadeira? Por acaso viu sua nota? Porque aquela porcaria conta muito! Se eu fosse um patrocinador, não ajudaria ninguém com menos de 9, você entende bem isso? Porque não é o que parece! Estamos a um dia de entrar na Arena, que não temos a mínima ideia de qual seja, e você me diz que não sabe o que vai falar na sua entrevista. Você quer voltar para o Sam? Quer sobreviver? Então, faça as coisas direito!

Praticamente gritou as últimas frases. Dean se livrou do aperto e se afastou, incomodado com aquelas palavras. Voltar para Sam era o que mais queria. Seu irmão precisava dele.

— Me garanta que vai cuidar de Sam e eu faço a melhor entrevista que a Capital já viu — propôs em voz baixa.

— Não precisa me pedir para cuidar de Sam — disse Bobby. — Eu já faria isso, e Sam também sabe se cuidar sozinho. É bom você conseguir algum patrocinador hoje.

— Não precisa falar duas vezes.

— É, talvez quatro sejam o suficiente — foi a última coisa que o mentor disse antes de sair do quarto.

Meia hora depois, Dean se encontrou com Jo no elevador para irem até o local da entrevista. Seu queixo caiu. Uau, era só o que conseguia pensar ao olhá-la.

O vestido dela era longo, tão longo quanto aquele momento parecia ser. Ele não era extravagante quanto o anterior; era inteiro liso, mas valorizado quanto ao caimento que contornava cada curva de seu corpo. Suas cores também eram trabalhadas em tons distintas de marrom, do escuro ao avermelhado dos troncos das árvores, tom sobre tom em um degrade elegante, apenas interrompido pelo corte no tecido, que deixava a mostra uma das pernas. E aquelas cores eram tão bem expressas que faziam Jo se lembrar de casa.

— É bom ver alguém bonito de verdade no meio dessa gente da Capital — Dean comentou ao se aproximar dela, com um sorriso charmoso.

Jo riu.

— Você não está nada mal também.

— Vamos, já estamos em cima da hora e podemos perder as entrevistas do Distrito 1 — chamou Yara, trazendo consigo Bobby e Jody. Ela enfiou todos no elevador sem esperar um consentimento e apertou um botão.

Não demorou muito até chegarem ao prédio da televisão, onde todos os tributos já estavam prontos. Foram colocados em ordem, e os mentores tiveram de deixá-los para se juntar à plateia.

Dean assistiu, junto de Jo, à entrevista de Bela Talbot. Ela estava realmente bonita em um vestido cheio de pérolas, e a expressão carregava arrogância. Dean achou que a plateia havia gostado dela, mas mudou de opinião depois de perceber que o povo aplaudia praticamente com a mesma intensidade todos os tributos. Teve vontade de quebrar a tela e invadir o palco quando Gordon apareceu, fingindo-se de bonzinho. Conteve-se, porém. Daria o troco na Arena, dali a não muito tempo.

Do Distrito 7, Jo foi a primeira a ser chamada. Dean desejou boa sorte, e ela se dirigiu até o palco. Os poucos minutos que a entrevista duravam pareceram não ser o suficiente para que ela falasse tudo o que tinha para falar, mas Dean sentiu que, se fosse um patrocinador, com certeza seu dinheiro estaria nela. Jo foi carismática, determinada e interagiu com o entrevistador, além de ouvir inúmeros elogios sobre sua aparência.

— Agora, vamos receber Dean Winchester, ainda do Distrito 7, um voluntário para os Jogos! — Marion anunciou, incentivando os aplausos do público.

Dean colocou seu melhor sorriso no rosto e caminhou até lá. Entrou acenando para a plateia, piscou para as damas, apertou a mão de Marion e só então se sentou na poltrona ao lado dele.

— Então, Dean, como você está? — Marion perguntou, da mesma forma como começara com os outros.

— Muito melhor agora que estou entre tantos rostos bonitos — Dean respondeu, ainda sorrindo largamente.

Marion riu, enquanto a plateia soltava gritos de aprovação.

— Então você não está com nem um pouco de medo do que está por vir?

— Eu nunca tenho medo — disse Dean de imediato. — Vou enfrentar tudo o que vier de cabeça erguida, não importa o que a Arena seja.

Ouviu-se um “uhhh” impressionado da plateia.

— Agora sim vejo determinação por aqui — disse Marion. — Mas conte-me, Dean, sempre foi seu plano se voluntariar? Porque pareceu que foi de última hora, apenas quando seu irmão foi escolhido. Como foi isso?

Dean sentiu um frio na barriga, mas disfarçou.

— Foi de última hora, Marion. Você nunca espera que vai ser escolhido, mas é ainda pior quando é um membro da sua família que é chamado. Eu não deixaria Sam ir para os Jogos. Não havia outra opção a não ser tomar o lugar dele.

— Ele é a sua única família?

Hora de apelar para o emocional, Dean pensou. Tinha de conquistar aquelas pessoas, e não havia jeito melhor de fazer isso do que fazê-las se emocionarem com uma história triste.

— Atualmente, parece que sim. — Baixou os olhos para exagerar. — Nossa mãe morreu quando éramos crianças e... nosso pai está desaparecido. Sam está sozinho em casa agora, e eu voltarei para ele, custe o que custar.

— Meu Deus! — exclamou Marion, tocado. — Tenho certeza de que todos estamos torcendo para que você volte, sim. E faremos tudo para encontrar seu pai. Qual o nome dele?

— John Winchester.

— Bem, pois agora o país sabe que ele está desaparecido e isso não vai passar em vão. Todos aqui esperam que vocês três possam se reencontrar, não é, pessoal? — Marion perguntou.

A plateia urrou, e Dean pôde até ver algumas mulheres limpando as lágrimas dos olhos.

— Mais uma pergunta antes que nosso tempo acabe, Dean — disse Marion. — Ah, esses três minutos não servem para nada, há tanto que eu gostaria de saber!

— E tanto que eu gostaria de falar! — Dean concordou. — Por mim, poderia ficar aqui a noite inteira conversando.

Outro som de aprovação do público.

— O que você fazia no Distrito 7? — perguntou Marion. — Imagino que a vida por lá não deve ser fácil, especialmente depois que seu pai sumiu. O distrito é conhecido pelas florestas que fornecem lenha, você trabalhava nesse ramo?

— Trabalhava? — Dean repetiu, bem-humorado. — Ora, Marion, falando assim até parece que já estou morto! — Eles riram. — Não, na verdade, meu ramo era outro — o caçador continuou com as mentiras. — Eu estava me preparando para me tornar um Pacificador.

Marion se impressionou.

— Essa é uma profissão muito digna! Você sempre quis fazer parte das tropas?

— Sempre — afirmou Dean. — É um sonho que tenho desde novo. Sempre quis ser um Pacificador para proteger as pessoas, garantir a segurança e a ordem nos distritos.

Quis morder a língua ao falar tudo aquilo, já que o que acontecia era justamente o contrário. Tudo que os Pacificadores faziam era aterrorizar a população –e dificultar o trabalho dos caçadores por patrulhar as fronteiras, mas isso era outro assunto. Ele precisava ganhar a Capital; se eles acreditavam que os Pacificadores eram maravilhosos, ele fingiria que acreditava nisso também.

— Mas então isso quer dizer que já tem certa familiaridade com armas, não é? — inquiriu Marion, interessado.

— Alguma, sim, e com lutas também. — Dean sorriu.

— Parece que temos um novo competidor em potencial aqui! — Marion exultou no momento em que o sinal que indicava o término do tempo para a entrevista soou. — Está na hora de encerrarmos, Dean, mas sua presença hoje foi incrível. Estamos todos mais animados para vermos os Jogos com você neles!

— Ainda nos falaremos mais, Marion — Dean disse, apertando a mão dele mais uma vez. — Durante a entrevista com o vencedor — completou, brincando, mas foi o suficiente para que a plateia fosse à loucura.

— Que a sorte esteja sempre a seu favor, Dean Winchester!

Ao deixar o palco, com um sorriso ainda maior do que aquele de quando entrara, Dean sabia que tinha conquistado patrocínios, e estava um passo mais perto de voltar para casa.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Já têm apostas, palpites, sugestões? Haha nos contem tudo, estamos curiosas! Não deixem de comentar, por favor; reviews são super incentivadores, e nos ajudam sempre a melhorar *-*

Muito obrigada por ler e até o próximo o/



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