Arena das Almas escrita por Beatrice, Natsumi


Capítulo 6
VI - Gritos de socorro


Notas iniciais do capítulo

Gente bonita, estamos de volta! Pedimos perdão pela demora, mas em meio a provas, trabalhos, atividades e a correria dos compromissos não tivemos tempo para escrever. Finalmente acabamos o capítulo, que ficou mais leve mas mesmo assim tem várias coisas importantes.
E a maior novidade: a fanfic agora tem trailer! *O* Este é o link, esperamos que curtam! https://www.youtube.com/watch?v=1fVWuFen2Is
Tenham uma boa leitura!



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‘’Uma ótima noite, senhoras e senhores, estamos aqui já com notícias ferventes dos tributos. Ontem, Dean Winchester do Distrito 7 entrou em conflito com Gordon Walker do Distrito 2. Pelas imagens, Dean se descontrola após uma conversa com Gordon e leva seus punhos até a face de seu adversário, aliás, um golpe certeiro! Os guardas tiveram que separá-los e ambos foram proibidos de treinar pelo resto do dia. Bom, algo me diz que essa edição dos jogos será bastante ardente. Sobre a atitude de Dean, me pareceu que o desespero tomou conta dele. Esperamos que consiga recuperar o seu controle, pois a Arena deste ano está enlouquecedora...’’

O apresentador Marion terminou de fazer o seu comentário sobre a briga dos tributos. Bobby, atordoado, afundou o rosto nas mãos como se seus pensamentos queimassem dentro da cabeça. Levantou, com os braços na nuca respirando fundo e procurou o que dizer, sem sucesso. Todos estavam na sala, igualmente encabulados.

Sabiam o quão prejudicial essa notícia seria para conseguir patrocínio. A glória do desfile simplesmente fora ofuscada para Dean.

Ele se levantou.

– Aonde vai, garoto? - perguntou Bobby.

– Treinar, vou precisar me virar sem os patrocinadores, não é? - respondeu Dean, ríspido.

Gordon, ainda não terminei o que comecei. E quando terminar, não vai sobrar nem vestígios de sua alma podre. Me aguarde na Arena, fez a sua ameaça silenciosa e saiu em passos pesados.

xXx

– Bom dia – disse Jo. – Cadê o Dean? Não o vi voltar ontem à noite.

– Eu também queria saber - disse Bobby, preocupado.

– Ele acordou cedo para ir treinar. Não estava de bom humor - Jody respondeu.

– É bom que treine o dobro do que os demais. Por conta desse escândalo ridículo não terá ajuda dos patrocinadores por um bom tempo, o que o deixa nas mãos da Cornucópia. Terá os primeiros dias para provar ao público o contrário, é a única alternativa – Bobby os relembrou, cutucando a comida com o garfo. Não tinha fome.

– Ainda teremos a apresentação e a entrevista, ele pode chamar a atenção de novo nesses eventos – Jo sugeriu.

– Ele pode se sair bem o quanto for, querida. Mas não conseguirá mostrar seu controle psicológico, o que é inevitável para um vencedor. Nesse tipo de jogo, o que vale mesmo é você se manter lúcido e racional enquanto seu pior medo te trucida por dentro – Jody explicou em uma voz calma.

Jo nunca a vira tensa como naquele minuto.

– Gregorian Pentifer, já ouviu falar? - Bobby lhe perguntou.

– Sim, claro. Ele obteve nota máxima na apresentação das habilidades – Jo respondeu, lembrando-se do desfecho daquela edição. – Era carismático, inteligente e tinha tudo para vencer. Mas ao final, ele arrancou toda a pele do rosto e deixou que um espírito rasgasse sua garganta até a morte.

– Exato. Ele venceria, porém a arena o enlouqueceu. Demônios sussurravam em seu ouvido sobre sua irmã, que deixara sozinha. Diziam que ela não tinha paz, que a culpa por ela estar sendo aterrorizada agora era dele. Ele via imagens dela berrando, chamando em meio a sangue por seu nome, pela sua proteção. Ele começou a ver imagens dela, dizendo para fazer coisas inimagináveis para se encontrarem. Imagens dela queimando no mais ardente fogo. E então, não pôde mais suportar. – Bobby não teve a intenção de assustar, mas precisava deixar claro o quanto Jo precisava ser forte e o tamanho da besteira que Dean tinha feito.

– Ou seja, os organizadores são criativos – concluiu Jody. - Temos acesso às informações sobre cada novidade após a edição, e todos os anos eles surpreendem.

Jo passou o resto do café da manhã sendo orientada quanto ao controle psicológico, dicas e tudo o que poder lhe ser útil. Uma das dicas foi reconhecer o seu ponto fraco, e ela já sabia qual era: seu pai, Bill, que fora morto por cães do inferno em uma armadilha.

Os três terminaram de comer e se dirigiram para a área de treinamento.

– Pode deixar que eu falo com Dean - Bobby avisou Jody, já que o pedido era para que os dois fossem treinados separados.

A porta do elevador abriu e a primeira coisa que viram foi Dean frente a frente com Gordon, novamente. Bobby praguejou, mas Jody o olhou pedindo calma. Logo, os dois se separam e voltaram para suas atividades. Jo fez o mesmo, até porque o tempo até a apresentação seria escasso.

xXx

Mais uma vez, um grito. E mais outro. Um mais ensurdecedor que o outro, que agitou as mais escuras sombras e perturbou os mais poderosos anjos. Os corvos não dormiam. Um homem se debruçou pela dor. O ar estava rarefeito e frio, frio de modo a esfriar a garganta que se estrangulava a cada palavra que a atravessava.

– Socorro... – ele clamou, com toda a sua força. Mas não passou de um ruído rouco.

Um riso agudo ecoou.

– Não sairá daqui vivo- uma voz sussurrou em seu ouvido. Sentiu novamente aquele ar gélido entrando em seu tímpano e desequilibrando sua mente inteira. – E quando morrer, precisaremos de mais... Muito mais! As inocentes são as mais divertidas... – A voz oscilava entre homem e mulher, velhos e novos, mas sempre branda.

Ele sentiu os olhos pesados. Antes de fechá-los completamente, contudo, teve tempo de pensar. Ela se foi, ela se foi... eu não posso morrer.

xXx

Dean estava ajudando Jo com as armas, a pontaria dela não era uma das mais leais. Ele tinha visto como ela se dava muito melhor com pequenas facas ou objetos que pudessem ser atirados ou mantidos cobertos.

– Jo, você precisa segurar esse negócio firme, ok? Você não vai atingir nem o próprio pé desse jeito. Alinhe os ombros e os braços, agora tente – Dean instruiu, já que o instrutor estava ocupado com outros tributos.

Dessa vez, melhor que todas as outras. Jo olhou para Dean em busca de opinião, Dean acenou em aprovação. Jo sorriu torto.

– Obrigada. E relaxa, você vai dar um jeito para obter patrocinadores em toda essa confusão - Jo incentivou-o. Dean apenas retribuiu o sorriso.

Danem-se os patrocinadores, ele pensou.

Passaram o resto dia treinando como se os jogos fossem começar amanhã. Jo nas armas e Dean nas armadilhas e livros, os campos que precisavam de mais habilidade. Era o momento em que ambos mais sentiam falta de casa, que se lembravam de suas companhias e como tudo era menos sufocante. Por mais que tivessem uma vida medíocre, não eram personagens de algum tipo de divertimento para adultos desocupados sedentos por derramamento de sangue do outro.

Dean tentava fazer um nó quando Mike, o menino que da última vez fez o nó em segundos, foi ajudá-lo. Não disse sequer uma palavra, apenas mostrou devagar um passo a passo e saiu.

Já Jo não errava mais nenhum tiro. A cada vez que atirava, pensava em Ellen e Bill. Não se lembrava muito bem do pai, apenas do sentimento de tê-lo por perto. Ainda assim, sabia que fora um caçador exímio. Eu consegui, pai e mãe, pena que vocês talvez não vejam de perto. Jo pensou afastou esses pensamentos da cabeça, pois isso a atrapalharia.

– Pessoal, o treino acabou. Vejo-os amanhã – anunciou a coordenadora geral, Klen.

Jody e Jo foram se preparar para jantar, enquanto Bobby ficou com Dean mais uns minutos.

– Dean, tome cuidado com Gordon. Ele tem conseguido te manipular muito bem, não deixe que isso aconteça de novo, ouviu?

– Bobby, se for para dar sermão eu não sou mais moleque e...

– Mas agiu como um! – Bobby disse em um tom mais alto.

Dean fechou os olhos e contraiu os lábios.

– Bobby, você ligou para Sam? – perguntou. O mentor hesitou e desviou o olhar. – Gordon fez bruxaria com Sam. E não me venha dizer que é truque, porque conheço a fala de um demônio e Gordon é quase que semelhante a um. Então, eu estou aqui treinando feito um idiota para que as pessoas me assistam, gostem de mim e quem sabe me patrocinem para aumentar minha chance de vencer e ir saber se Sam está vivo. Para ir cuidar do meu irmão que na verdade pode estar morto por causa de um babaca e seja tarde demais para mim. E você vem querer me dar sermão de como me controlar? Bobby, eu estou pouco me importando com patrocinadores. Eu quero é arrancar a cabeça do Gordon e depois pensar em vencer. Eu sei o que eu faço, eu sei matar e sei me manter controlado até o ponto que é necessário.

– Dean, vou verificar o bem estar de Sam – Bobby garantiu, finalmente convencido. – Se concentre porque não é só você que precisa de seu irmão. O próprio Sam também precisa que você volte para casa, e você sabe disso. Além do mais, tem mais gente que se importa com vocês dois. Não seja egoísta.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam desse novo capítulo? Dá para ver que muitas tretas vem a caminho, não é? Não deixem de comentar suas opiniões, elas são muuito importantes para nós! Tentaremos postar o próximo logo haha *u* E falem o que acharam do trailer também! Beijos, e até a próxima postagem!