Arena das Almas escrita por Beatrice, Natsumi


Capítulo 5
V - A visita de Gordon


Notas iniciais do capítulo

E aí, gente *v* tudo certo?
Voltamos com a continuação, e já garantimos que agora a ação vai começar. Antes de entrarem na Arena, o que acharam disso? Hahahaha.
Boa leitura!



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– Você tem ideia do que fez, garoto? – Bobby exclamou enquanto andava de um lado para outro na sala, frustrado. – Sabe o quanto esse episódio vai te tirar pontos com patrocinadores se virar notícia?

– Gordon mereceu, o que fiz a ele foi pouco – Dean retrucou, carrancudo. Ajeitou a bolsa de gelo no maxilar que recebera um soco no meio da briga.

– Pouco?! Você quase o estrangulou! Brigas não são permitidas nas semanas de treinamento. Seria melhor guardar essa raiva para a Arena.

– Não, Bobby, você não entende – Dean levantou-se e se colocou na frente do mentor para que prestasse atenção. – Você não ouviu o que Gordon disse. Ele mandou alguém atrás de Sam. Você tem que dar um jeito de verificar se ele está bem.

– Dean, isso foi um blefe – Bobby disse como se fosse óbvio e Dean, um idiota. – Ele só queria que você perdesse o controle e causasse confusão. Acha mesmo que ele perderia tempo mandando alguém atrás do Sam? Os distritos são longe demais para isso.

– Ele parecia bem convicto do que estava dizendo – Dean insistiu. Seu rosto latejava por causa da pancada, mas ele não pararia de falar enquanto não convencesse Bobby de que Sam estava em perigo. Precisava ter certeza de que seu irmão ficaria bem. – Gordon já tentou acabar com a nossa raça uma vez, o que te faz pensar que ele não faria de novo?

– O fato de que ele já vai ter essa chance daqui alguns dias com o irmão mais velho. Não parece suficiente para você?

– Não, não parece. Bobby, só tente fazer contato com alguém no 7 para checá-lo, ok? Não estou pedindo nada de mais, é só um telefonema. Não podem te negar isso.

Bobby bufou e balançou a cabeça. Não acreditava em nada que Dean dizia, mas se isso o faria recobrar a concentração, mentiria para que tudo ficasse bem. Tentaria contatar o distrito mais tarde.

– Está bem, está bem. Agora vá para o seu quarto, não vão aceitá-lo de volta no centro ainda hoje. Amanhã continuamos, e trate de prestar mais atenção no que eu falo.

Dean agradeceu com um tapinha nas costas e fez o que lhe foi mandado. Seu olho também estava meio inchado depois da luta corpo a corpo. Teria feito mais estrago em Gordon além do quase estrangulamento se Cassie Robinson não tivesse avisado os instrutores e os Pacificadores não tivessem chegado logo.

Estivera observando Cassie de longe por uns momentos durante o treino, sem saber se deveria se aproximar ou não. A relação deles era complicada, e ele não tinha certeza se ela gostaria de falar com ele após tanto tempo e em uma situação como essa. Afinal, ou apenas um deles voltaria para casa, ou nenhum.

Deixou esses pensamentos de lado. Amanhã retornaria ao treinamento, e talvez os dois se encontrassem no caminho.

xXx

Sam havia acabado de voltar de uma caçada quando bateram à porta da casa. Nada muito perigoso, apenas dois ghouls escondidos em uma das áreas em que se cortava lenha. Foi até a sala e abriu a porta.

Um Pacificador estava parado ali. Seu capacete estava erguido, de forma que mostrava seu rosto severo e olhos e cabelos escuros.

O coração de Sam disparou. Haveria alguma chance de ele estar ali porque o vira guardando as ferramentas de caça? Sempre fazia tudo com a maior cautela possível. Olhou para baixo, para suas roupas, e viu que estavam cobertas de poeira e terra devido à longa caminhada na mata.

– Posso ajudar? – perguntou em uma voz neutra.

– Estou aqui para a inspeção – o Pacificador respondeu, dando uma olhada no interior da casa por cima dos ombros de Sam.

– Que inspeção? Não fui avisado de nada.

– É um novo ato nos distritos. Estamos começando hoje, só para ver se não há nada de errado com as casas. Posso?

Sam não viu alternativa a não ser abrir espaço para que entrasse. Embora achasse aquilo muito estranho, não tinha autoridade para questionar um Pacificador. De qualquer forma, não haveria nada de incomum ou ilegal escondido ali, já que todas as armas ficavam na floresta. Talvez um ou dois livros sobre lendas, mas pode ser curiosidade, Sam pensou, já bolando desculpas.

Observou de longe o Pacificador fazer seu trabalho, olhando debaixo de almofadas e do tapete. Abriu gavetas e armários, mexeu em alguns objetos, mas não fez nenhum comentário ou pergunta. Demorou-se alguns segundos a mais na cozinha, e Sam já estava quase perguntando se tinha algo de errado quando ele se virou e anunciou:

– Terminei aqui. Obrigado por seu tempo e desculpe o incômodo.

– Sem problemas – o Winchester respondeu, abrindo novamente a porta para que ele fosse embora. Em seguida, trancou-a.

Balançou a cabeça, tentando imaginar um motivo que poderia ter levado o presidente Snow a tomar essa medida. Não era como se as pessoas mantivessem drogas debaixo do colchão. Era para aquilo que serviam os mercados negros.

Sentou-se no sofá, de frente para a pequena televisão da sala. Pensou em como Dean estava, se preparando para os Jogos Vorazes. Deveria ter sido eu, pensou com pesar. Agora, por enquanto, tudo o que poderia fazer era torcer pela vida dele e esperar que as transmissões começassem. Depois, tentaria arrumar um jeito de lhe conseguir patrocinadores.

Coçou o braço distraidamente enquanto ainda pensava em Dean e Jo. Encontrara com Ellen algumas vezes desde a despedida, mas as palavras que trocavam eram poucas. Ambos estavam preocupados demais para uma conversa muito longa.

Seu braço coçou de forma mais insistente. Logo, o esquerdo também estava ardendo em várias partes. Confuso, Sam olhou para baixo e um calafrio subiu por sua espinha. Seus olhos se arregalaram.

Marcas negras surgiam em todas as partes. Estranhos desenhos retorcidos e confusos, símbolos dos mais variados tipos. Cobriam boa parte de sua pele, e a cada segundo ficavam mais escuras, como se alguém as estivesse pintando naquele momento. E, conforme as marcas escureciam, mais queimavam.

Símbolos de rituais satânicos, Sam percebeu enquanto terror o invadia. De onde aquilo surgira? O que significava?

Um grito ficou preso em sua garganta quando a sensação de fogo se espalhou, de dentro para fora. Ele levou as mãos ao pescoço e sentiu que a pele ali também ardia. Suas vias respiratórias se obstruíam de repente.

O Pacificador.

Ele devia ter feito alguma coisa, mas a essa altura já estava longe. A primeira ideia que veio à mente de Sam foi um saquinho de bruxa. O homem havia se demorado mais na cozinha, não era? O feitiço podia estar escondido lá, em algum lugar.

Sam tentou levantar do sofá, mas seus joelhos cederam no primeiro passo e ele caiu no chão. Suas mãos estavam vermelhas, quase em carne viva. A cabeça parecia que explodiria a qualquer momento. Quando olhou para as marcas novamente, elas dançaram em frente de seus olhos, oscilando a cada piscada.

Conseguiu se arrastar até a cozinha, ofegando. Seu peito e pulmões doíam com o esforço. Ergueu o rosto para olhar em volta, mas tudo estava embaçado. Nem sabia por onde começar. E, pelo que sentia, não tinha muito tempo para decidir.

Tateou o bolso de trás da calça em busca do isqueiro que sempre mantinha consigo e o puxou. Ao olhar para cima de novo, a primeira coisa que focalizou foi o balcão da pia. Mesmo sendo uma esperança vaga, rastejou até ali e puxou a porta, engasgando com a própria língua, que parecia ter dobrado de tamanho.

Ali estava, no meio dos canos, para seu total espanto e alívio: um saquinho marrom fechado com um laço verde. Sam esticou a mão do isqueiro e agarrou o saco de forma desesperada.

Sua visão escureceu.

A próxima coisa de que teve consciência foi o pacotinho pegando fogo. A sensação de ardor foi desaparecendo aos poucos, e ele pôde voltar a respirar regularmente.

Deitou-se no chão, sem disposição alguma para levantar. Respirou fundo. Seu cérebro estava cozido e, ao erguer as mãos na altura dos olhos, viu que os braços não estavam diferentes.

Sam imaginou por que teriam feito aquilo. A ideia de o Pacificador ter sido um monstro passou por sua mente, mas se aquele era o caso, ele poderia muito bem tê-lo matado pessoalmente assim que atendeu a porta.

Também não conhecia nenhuma bruxa com motivos para eliminá-lo. Então, restava a opção de ser um humano. Sam descobriria o que estava acontecendo. E já tinha seus palpites desde que vira a colheita dos outros distritos.


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Notas finais do capítulo

Talvez demoremos a postar o próximo, pois temos que estudar para provas até o final da semana que vem. Mas não deixem de comentar, sim? Não podemos saber o que acham sem que vocês nos digam. Pode ser qualquer coisa, o que gostou ou não, o que espera que aconteça... Vá em frente, sem medo!
Até o próximo ^^



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