Arena das Almas escrita por Beatrice, Natsumi


Capítulo 1
I - Colheita


Notas iniciais do capítulo

Então, essa é a primeira fic que escrevemos juntas, esperamos que dê certo hahaha. Tentaremos atualizar duas vezes por semana, mas com as aulas voltando será mais complicado.Boa leitura a todos!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/529237/chapter/1

– Quando for me usar como parte de seu plano genial outra vez, me lembre de te dar umas porradas antes.

– Qual é, Dean, deu certo! Por que está reclamando tanto?

– Verdade, não tinha como dar errado, certo? O espírito daquela maluca não poderia ter arrancado as minhas tripas! Quer saber? Está tudo ótimo!

Sam, sem dar importância às palavras de seu irmão, achava graça em como Dean era irônico. Com a pá que cavou a cova, quebrou o tampo do caixão. Uma nuvem de poeira e terra levantou, mostrando a imagem translúcida dos ossos já em decomposição. Dean salgou-os e jogou gasolina para que nada além de cinzas restassem após o término das chamas. Não queria voltar a ver aquela alma outra vez...

Na cripta lia-se: Leona Richter, morta pelo marido enlouquecido pela miséria que vivia. Sua alma voltara cheia de ódio por todos os homens e sedenta por vingança.

– Vamos, iremos nos atrasar para a colheita - disse Sam, como se o pouco humor de segundos atrás não existisse mais.

Guardaram os instrumentos atrás de uma das árvores daquela densa floresta. Não era o lugar mais seguro considerando as suas funções, mas era o melhor lugar dentro do Distrito 7. Enquanto voltavam para casa, encontraram as pessoas se preparando para a colheita como eles. As feições eram as mesmas, os sentimentos, pensamentos... Ninguém trocava uma palavra, inclusive Sam e Dean.

A casa ficava a quase 15 minutos da floresta, humilde como todo o distrito. Há dois anos ela estava vazia com a falta de John, pai dos irmãos, que desaparecera em sua última caçada. Nenhuma notícia desde então. Deixou apenas o seu diário com todas as suas anotações.

John entrou para a vida de caçador logo após ter perdido sua mulher, Mary, que fora morta por demônios enfurecidos no quarto de Sam quando ele tinha seis meses. Alguns acabam escapando para o ambiente dos vivos com todo ódio de ter ardido tempos no fogo do inferno. A família Winchester vinha lindando com criaturas como essa, sobrenaturais, há 22 anos dentro do distrito e além da fronteira quando conseguiam ultrapassá-la. Desde espíritos, lobisomens, vampiros, djins, metamorfos e a lista seguia em longa extensão.

O distrito de lenha não era o maior de todos, mas as pessoas podiam se surpreender com a quantidade de criaturas sobrenaturais que era possível encontrar ali. As florestas, que ocupavam a maior parte da área, eram um dos melhores esconderijos para monstros. Fantasmas também eram comuns, dada a quantidade de cidadãos que morria a cada dia, fosse de fome ou mortos injustamente por Pacificadores.

– Sam, você está bem? Está com a cara fechada desde que saímos da floresta.

– Estou. É que, se um de nós for chamado, Dean, seria melhor se o pai estivesse aqui.

– Você e o pai viviam brigando, se ele estivesse aqui com certeza vocês estariam discutindo outra vez. Escute, Sammy, não deixarei que nada aconteça com você, ok? Lidamos com coisas piores do que isso, deixe de ser sentimental, pelo menos agora.

Dean tentou tranquilizá-lo, mas não era o melhor no assunto. A idade dos tributos escolhidos era dos doze até os vinte e seis anos. A cada ano, cada um colocava o nome de acordo com o número de vezes que tinha participado do sorteio – e isso se não precisasse das tésseras.

Este ano, portanto, o nome de Sam estaria lá em treze papeis, e o de Dean, em dezessete. Seria mentira falar que nenhum dos dois estava nervoso, principalmente o mais velho, por ser seu último ano antes de ficar livre.

Os dois se arrumaram em silêncio, colocando as roupas praticamente iguais. Trancaram a porta ao sair e se dirigiram para a praça principal, onde mais de metade do distrito já estava reunido. Fizeram suas identificações e foram em direções diferentes, para os grupos de suas respectivas idades. Parentes dos jovens estavam reunidos em volta para assistir.

Dean não pôde deixar de reparar em como sua seção era a menos cheia. Não eram muitos os que sobreviviam até os vinte e seis anos. Sam cumprimentou alguns de seus conhecidos.

Alguns minutos depois, o palco foi preenchido. Uma cadeira foi ocupada por Bobby Singer, o mentor mais velho dos Jogos Vorazes e amigo caçador dos Winchester. Meio bêbado e velho, o homem era um gênio. John muitas vezes deixara os filhos sob os cuidados dele enquanto saía para caçar.

Em outra cadeira a mulher mentora que o acompanhava se sentou. Jody Mills era seu nome, se não se enganavam. Pacificadores guiaram a mulher que escolhia os nomes até o microfone. Ela se apresentou como sendo Yara Menzel, uma jovem de cabelos coloridos e tatuagens excêntricas em uma das bochechas. Após o breve filme sobre os anos escuros de Panem, ela anunciou:

– Sejam bem-vindos, cidadãos do Distrito 7! Vamos iniciar a nossa colheita para os tributos desse ano. Como a tradição manda, primeiro as damas.

Foi até o vidro da direita e pôs a mão lá dentro. Para fazer suspense, remexeu os papeizinhos dobrados com uma lentidão exagerada. Por fim, tirou um, desdobrou-o e leu em voz alta:

– E a nossa escolhida é... Joanna Beth Harvelle! – Ela vasculhou a praça em busca dela. - Joanna, queria, onde você está? Ah, olhe ela ali!

Jo se adiantava em meio a multidão, escoltada por um Pacificador. Sam e Dean trocaram um olhar de tristeza ao ouvirem o nome dela, e um pior ainda ao localizar Ellen entre os pais.

Assim que ela se posicionou ao lado de Yara, a mulher foi até o vidro dos homens e remexeu os papeis. Pigarreou ao desdobrá-lo e chamou:

– Samuel Winchester!

Dean sentiu como se tivesse acabado de pular na frente de um trem em movimento; seu coração falhou uma batida. No palco, Bobby Singer fechou os olhos com aquela notícia. Ao ver o irmão mais novo sendo encaminhado até lá, Dean não pensou ao dar um passo em frente e berrar:

– Esperem! Esperem! – Empurrou os outros que estavam no caminho, mas foi impedido por um Pacificador. – Eu sou voluntário como tributo! Me ofereço no lugar dele.

– O quê? – Sam ficou chocado. – Dean, o que está fazendo? Cale a boca e volte para o seu lugar.

– Quieto, Sammy, eu cuido disso – ele respondeu rispidamente. – E então? – perguntou para os apresentadores.

A multidão estava em silêncio. Yara Menzel ficou encabulada por uns segundos, perguntando a todos se aquilo poderia ou não acontecer. Finalmente, deu uma risadinha animada e disse:

– Bem, parece que temos um voluntário. Qual o seu nome?

– Dean Winchester.

E ele foi levado até o palco para o lado de Jo, enquanto Sam era posto de volta em seu lugar, bradando protestos e soltando pragas. Não olhou para trás. Yara bateu palmas ao perceber que os dois eram irmãos.

Dean e Jo foram obrigados a trocar um aperto de mãos como se não se conhecessem. Ela tinha um olhar sério e determinado.

Embora tivesse berrado por instinto ao ouvir o nome de Sam, Dean não se arrependeria daquela escolha. Tinha prometido que o protegeria, e era o que vinha fazendo desde que a mãe deles morrera. Quando John viajava, era ele quem cuidava do irmão mais novo. Não seria agora que pararia.

Yara se voltou para os espectadores, sorrindo.

– Por favor, aplaudam os tributos dessa edição dos Jogos Vorazes, Joanna Beth Harvelle e Dean Winchester!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O título do capítulo e os acontecimentos foram bem manjados, sabemos, mas lembrem-se de que é só o começo ushauhsuahsaEntão, o que acharam? Devemos continuar? Não deixe de comentar, por favor *-*Até o próximo!