Percy

Ah, Las Vegas. Ares bons, pessoas interessantes, tudo. É tudo maravilhoso por aqui. Ou pelo menos é o que dizem. A estadia em Vegas estava ótima, até aquilo acontecer. É uma longa história… por onde eu começo? Bem, acho que devemos ir bem do começo, antes mesmo da segunda parte do grupo aparecer. Tudo começou na manhã do dia 29 de Outubro, alguns dias antes do Halloween, quando eu, Annabeth, Luke, Thalia, Bianca, Leo e mais algumas pessoas do grupo resolvemos passar o Halloween em Vegas, numa casa de um parente de Thalia. A essa hora, ainda estava tudo bem, melhor do que eu imaginava.

–Naquela manhã-

–Vegas, baby! – Thalia mostrou todos os seus dentes em um sorriso exagerado. Seu sorriso era tão grande que pensei que fosse explodir. Tinham acabado de anunciar que o avião tinha pousado. Leo, Calypso, Annabeth, eu, Thalia, Luke e Bianca estávamos chegando agora, as 6:15 da manhã. Cedo? Não, imagine. Enquanto isso, o resto do pessoal chegaria aqui perto das 20:00.

Annabeth dormia quieta no assento ao meu lado. Tive que acordá-la, não por vontade, já que ela dormia angelicalmente e era ótimo observá-la sem ela perceber, mas porque o avião já tinha pousado e precisávamos descer. Acordei Annabeth cutucando-a e dizendo que já tínhamos chego. Ela acordou sem eu precisar me esforçar muito.

–Thalia, quem são seus tais parentes? – Bianca perguntou, levantando de seu assento, todos a acompanharam. Não aguentava mais ficar dentro de um avião.

–Vocês vão ver – Ela virou-se, piscou, depois começou a andar – E não liguem muito para o jeito deles. São dois irmãos, o garoto... É quente. Sério... – Thalia começou mas Luke lançou-a um olhar mortal, então ela parou de falar do garoto – A garota é bem feminista, então não tentem ser... Garotos adolescentes e "dane-se a vida" perto dela – Me entreolhei com Luke e Leo e nós três estremecemos, mas não acho que as garotas tenham percebido.

–Então temos que ser como gays? – Leo disse, esse garoto nunca perde a piada.

–Idiota – Thalia revirou os olhos e continuamos a andar.

Dentro do aeroporto pude relaxar. Finalmente, sem aviões. Não, eu não tenho medo de altura, mas não gosto de voar. Faz com que eu me sinta vulnerável. Olhei para os lados, meus olhos procuravam Annabeth. A encontrei junto a Thalia, conversando com um loiro, devo acrescentar que ele me lembrou o Luke em alguns aspectos, e uma garota de cabelos castanhos avermelhados. Ambos aparentavam ter uns vinte anos*.

Me aproximei deles, mas ainda estava com um pouco de medo da morena... Ou ruiva... Sei lá.

–Ah, Ártemis, Apolo, esse é o Percy. Percy, esses são Apolo e Ártemis – Annabeth fez as apresentações sorrindo.

–Hum... Oi – Sorri, nervoso.

–Não precisa ficar com medo dela, garoto – Apolo sorriu. Seu sorriso era receptivo e alegre.

–Cale a boca, Apolo – Ártemis revirou os olhos – Você é um idiota. Não precisam ter medo de mim, só acho que os garotos são machistas e inúteis.

–Ah, é obvio que não precisam ter medo de você, já que você os acha inúteis, não é, maninha?

–Não sou sua maninha. Você é só alguns segundos mais velho que eu.

–Vamos logo, chamem o pessoal – Thalia ordenou e eu sai com Annabeth em direção a Caly, Leo, Luke e Bianca. Os chamamos e eles vieram rapidamente em nossa direção. Depois, voltamos para perto dos gêmeos e Thalia.

–Então... Esse é o Luke, meu namorado, aqueles são Leo, Calypso e Bianca – Thalia apresentou-os – O pessoal que vem mais tarde são o Frank, Hazel, Piper, Jason, Nico, Grover e Juniper.

–Vocês tem mesmo espaço para toda essa gente? – Bianca arqueou as sobrancelhas.

–Sim. Nossa casa tem seis quartos e dois sofá-cama. Não nos pergunte porque tantos quartos, mas como moramos em Las Vegas, muitos parentes vem nos visitar então fizemos alguns quartos de hóspedes. Vocês estarão em quatorze, então é bem simples de dividir – Apolo sorriu – Pelo menos para Ártemis, é.

–Mas é fácil. Observem: Três num quarto, mais três num outro e três em outro, e três em outro, já deram doze. Dois sofá cama chegam em quatorze. Simples.

–Onde arranjaram tantas camas e móveis? – Perguntei curioso.

–Somos bem amigos de um carpinteiro chamado Hefesto... – Ártemis explicou.

–E temos vários colchões porque tem o Hypnos, ele é dono de uma loja de colchões. Por aqui é tudo meio improvisado – Apolo continuou a explicação.

–Vocês só podem estar brincando – Leo disse, surpreso – Meu pai é o Hefesto!

Depois de mais conversa, uma mini-van espremida e várias outras coisas, chegávamos na casa dos gêmeos. Não era nem um pouco pequena, mas não era como se fosse uma mansão. Tinha uma piscina não tão grande do lado de fora, uma pequena parte verde, e a casa tinha realmente seis quartos. Os quartos de hóspedes não eram muito grandes, mas num tamanho bom para caber uma cama de casal e um colchão, uma beliche e um colchão e coisas do tipo.

A festa de Halloween seria no dia trinta e um numa casa perto daquela, e as decorações já tinham começado a serem colocadas por aí. Vira e mexe, eu esbarrava em uma caixa cheia de aranhas de mentira ou em alguns Jacks (aboboras) de caras assustadoras, mas a lenda de Jack abobora nunca me deu medo. Quem tem medo de abobora?

–Vocês não vão ficar de moleza fazendo comprinhas não, hoje podem sair e fazer o que quiserem, comprar fantasias se ainda não tiverem, mas amanhã vão nos ajudar na decoração do salão – Ártemis disse.

–Relaxem. Pare de pegar no pé deles, Ártemis – Apolo reclamou.

Aquela típica confusão de irmãos foi começando, mas saímos antes que ela acabasse.

(...)

Depois de muitas brigas por causa de fantasias, uma ida ao aeroporto para pegar o resto do pessoal, mais tecido e fantasia para lá e para cá, finalmente o dia trinta chegou. Nem tão finalmente, afinal, hoje teríamos que ajudar Ártemis com a decoração do lugar.

Acordei cedo porque Ártemis estava passando em todos os quartos com um megafone e gritando "VAMOS LÁ SEUS LERDOS, LEVANTEM! TEMOS MUITO A FAZER. ACOOOOOOOOOORDEM!".

Desci as escadas para a cozinha junto a Frank e Jason.

–Dá tempo de desistir? – Jason perguntou, se jogando na cadeira.

–Levanta daí, jegue. Temos que ajudar se quisermos nos divertir – Repreendi.

–O garoto de olhos verdes tem razão! – Ártemis apareceu do além e gritou para Jason. Aí está o problema: Ela esqueceu que estava com o megafone, e isso fez todos que já estavam acordados e na cozinha darem um pulo, principalmente Jason, já que ela disse diretamente para ele e mais perto dele – Ops.

–Acho que estou surdo – Leo, que incrivelmente já estava acordado quando descemos, disse.

–Desculpem – Ártemis fez uma careta.

–Tudo bem – Sorri, cutucando meu ouvido para ver se a sensação de surdez passava.

–Bom dia! – Annabeth apareceu sorridente na escada.

–Bom dia – Lancei-lhe um sorriso e ela retribuiu. Ártemis, por algum motivo, revirou os olhos e saiu.

Todos desceram depois de um tempo. Os dezessete (incluindo Ártemis e Apolo) se sentaram pela casa para comer. Eu me sentei perto de Bianca e Nico, que estavam perto da piscina, em cadeiras de plástico brancas.

–Uma pena que o Aaron não vem, teriam muitas bri... – Bianca começou, mas Nico a repreendeu – Seria bem divertido – Ela sorriu amarelo. Annabeth apareceu com uma cadeira alguns segundos depois.

–Hey, Annie – Bianca sorriu.

–Oi, Bia – Annabeth a cumprimentou e sorriu de volta. Essas duas são amigas desde quando? Olhei para Nico, que fez um gesto de "Estou tão confuso quanto você".

–Vocês s-são... Amigas? – O mais novo dos diAngelo tirou as palavras da minha boca. As duas garotas riram.

–Agora somos – Annabeth respondeu o garoto e se sentou logo em seguida, começando a comer.

Terminei alguns minutos depois. Todos já estavam mais do que prontos para ir até a casa e começar a decoração, inclusive eu. Estava animado porque... Qual é, gente? É Halloween!

Chegamos no local rapidamente mesmo indo a pé até lá. Só começaríamos hoje e amanhã faríamos o que não conseguimos fazer hoje, como a parte da comida. Ártemis deu as ordens de decoração. A casa favorecia muito o tema: era antiga, com piso de madeira e eu estava com medo mesmo sem a decoração.

–Então agora só... Se espalhem e vão decorar! – Apolo sorriu e deu uma piscadela, saindo do lugar onde estava para outro lugar da casa com uma caixa cheia de morcegos. Peguei uma caixa também e fui explorar a casa. Acabei decidindo ficar no último quarto do segundo andar.

–Duas semanas já se passaram faz tempo – Uma voz feminina disse perto de mim – Deveria me agradecer – Thalia nunca me olhou tão mortalmente como olhava agora.

–Passaram duas semanas, mas não consigo contar para ela. Toda vez que estou com coragem de contá-la, eu digo algo idiota ou ela diz que eu sempre vou ser o melhor amigo dela. Saberia como é difícil de dizer se estivesse no meu lugar.

–Isso aí é drama de criança da sétima série! – Thalia jogou as mãos para o alto – Você tem dezesseis anos, Percy, não doze. Você é corajoso. Tome vergonha na cara – Lia cruzou os braços e eu a ignorei. Depois de algum tempo, ela foi embora e eu continuei a espalhar vassouras por aí e colocar teias de aranha no teto.