Candidatos a Deuses escrita por Eycharistisi


Capítulo 88
Capítulo 88




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Gina, Hisui, Tech e Dest continuaram a olhar para L, parecendo completamente hipnotizados. E não demorou até também eles começarem a brilhar, erguendo-se os quatro do chão e subindo lentamente no ar, seguindo L.

– Mas que raio se está a passar aqui? – perguntou Shark, baixinho, sem saber como reagir.

– Não! – gritou Esmeralda, a única Parca que não estava completamente presa. Com a única tesoura que lhe restava, lançou-se na direção dos jovens e brilhantes deuses que ainda não estavam a meio metro do chão, pronta para os matar.

Elpída foi mais rápida, correndo para Esmeralda e atirando o ombro contra ela, fazendo-a perder o chão enquanto era projetada para o lado, esmagando-se contra um rochedo caído e depois ficando deitada no chão, completamente imóvel.

– A profecia deve estar a realizar-se – murmurou Niko, fascinado.

Niko, Lilás, Elpída e Shark ficaram os quatro reunidos junto do poço, vendo os seus cinco amigos erguer-se cada vez mais no ar, Gina, Hisui, Tech e Dest formando um círculo, com L no meio. Subiram, subiram e subiram ainda mais, até que, por fim, chegaram à abertura que o cometa abrira no teto. Não ficaram por aí, atravessando a abertura e chegando a um grande e escuro vazio, completamente negro, mas salpicado de muitas e lindas estrelas.

O Livro dos Nomes estava a flutuar sobre a cabeça de L, aberto e rodando levemente, como se esperasse algo. Talvez que a rapariga acordasse, algo que não demorou muito a acontecer. L começou a abrir os olhos, olhando lentamente para cima, fixando o olhar na capa do livro. Estendeu as mãos para ele… e foi então que se ouviu uma explosão.

A montanha das Parcas começou a tremer como se fosse cair a qualquer momento, o chão começando a rachar e libertando Axinite e Obsidiana. Elas, porém, tinham mais com que se preocupar. A substância dourada a partir da qual se faziam os fios da vida começou a brotar de todo o lado, enquanto o sistema de tubagens rebentava e o próprio poço parecia entrar em erupção. Não demorou até pequenos fios da substância se começarem a erguer na direção dos cinco deuses lá no alto, envolvendo-os, torcendo-se e atando-se entre eles, como se estivesse uma aranha a tecer casulos em redor de cada um dos deuses da profecia e depois a ligar os casulos uns aos outros, juntando-os no centro e envolvendo-os de novo, até formar um só casulo gigantesco.

What th’a…? – começou Lilás a perguntar.

Foi então que o casulo inchou, para subitamente explodir. Nada ficou no seu lugar. L, Gina, Hisui, Tech e Dest tinham desaparecido.

* * *

Shark, Lilás, Niko e Elpída ficaram a olhar para o sítio onde antes tinham estado os seus amigos, petrificados e em silêncio, sem saber como reagir.

Atrás deles, Esmeralda começou a rir, primeiro baixinho, mas depois às gargalhadas, como uma autêntica demente.

– Falharam! – guinchou ela, a meio do riso, com os olhos muito abertos – Falharam! Vocês tentaram meter-se com poderes maiores do que os vossos e agora estão mortos! Os deuses da profecia estão mortos! – festejou ela, continuando a rir à gargalhada.

Axinite e Obsidiana aproximaram-se, a primeira com um pequeno sorriso vitorioso nos lábios e a segunda lançando um olhar ainda desconfiado ao sítio onde antes havia estado o casulo.

– Não pode ser – murmurou Niko, sem querer acreditar.

– Vocês viram aquilo? – perguntou Esmeralda às outras duas Parcas – Viram? Eles subiram no ar a brilhar como pirilampos, a pensar que iria acontecer uma grande coisa… e morreram! Explodiram em pó!

Esmeralda continuou com as suas gargalhadas ensandecidas, fazendo Shark cerrar os punhos, os olhos e os maxilares, com força. Todo o seu corpo começou a tremer enquanto tentava controlar-se. No entanto, como poderia ele controlar-se com aquele riso de Esmeralda a ecoar pela câmara?

– Cala-me essa boca! – acabou ele por gritar, com lágrimas nos olhos, lançando-se na direção de Esmeralda, pronto a esmurrá-la até à morte.

Porém, antes de ele lhe conseguir chegar, um novo cometa veio disparado da abertura no teto da câmara, aterrando na frente de Shark.

O seu brilho branco era intenso, deixando pequenas partículas brancas no ar enquanto se movia, como uma cauda. Quando poisou com força no espaço entre Shark e as Parcas, a partículas caíram suavemente sobre a esfera brilhante, perdendo-se no meio de toda aquela luz. Um segundo depois, essa esfera moveu-se, como se alguém estivesse agachado no chão, completamente escondido pelo brilho, mas agora se erguesse. Ao mesmo tempo, o brilho esbateu-se, começando, lentamente a desaparecer.

A primeira coisa a revelar-se foi uma longa e ondulada cortina de cabelo negro, descendo pelas costas da figura vestida de preto e vermelho.

– Hisui? – chamou Elpída, sem fôlego.

Hisui olhou por cima do ombro, para os amigos, os olhos vermelhos brilhando mais intensamente do que nunca enquanto ela fazia um sorrisinho perigoso.

– Olá, malta – cumprimentou ela, piscando-lhes um olho antes de voltar a sua atenção para as Parcas – Não acharam que se iam ver livres de mim tão facilmente. Pois não? – perguntou, dando um passo ameaçador na direção das três raparigas.

Obsidiana e Axinite recuaram. Esmeralda limitou-se a soltar um estalido de desprezo com a língua.

– Admito que tive essa esperança – disse ela – Poupar-me-ia ao trabalho de ter de ser eu a matar-te.

Hisui riu-se baixinho, fazendo Obsidiana e Axinite recuar ainda mais. Apesar de Hisui estar de costas para eles, até Elpída, Shark, Niko e Lilás se arrepiaram de medo. Se o som da voz de Hisui já era aterrador, não queriam nem imaginar como seria o olhar que ela estava a mandar a Esmeralda. A qual parecia, insensatamente, não se sentir minimamente intimidade.

– Desafio-te – disse Hisui, inclinando ligeiramente a cabeça para o lado.

Esmeralda lançou um olhar desconfiado a Hisui, mas acabou por sacudir levemente a cabeça, como se para afastar outros pensamentos (talvez a voz do bom senso), e fez um sorriso perigoso enquanto se preparava para lutar.

Apenas teve tempo de dar um passo na direção de Hisui. Logo depois caiu de joelhos, ofegando agarrada ao peito.

– O que é que me fizeste?! – perguntou Esmeralda, sem ar.

– Nada – disse Hisui, com ar falsamente inocente.

A seu lado poisaram logo depois outros dois cometas brancos que, ao erguerem-se, revelaram ser Dest e Tech, vestidos de negro e azul. Lançaram sorrisos alegres aos seus amigos antes de correrem atrás de Axinite, que soltou um gritinho ao se agarrada pelos dois rapazes.

– Soltem-me! – exigiu ela, debatendo-se como um potro bravo.

– Não me parece – negou Tech, conseguindo imobilizar Axinite.

Dest chegou a boca ao ouvido de Axinite e sussurrou, muito baixinho:

– Morre…

E a rapariga soltou um grito, revirando os olhos, para no momento seguinte ficar a pender dos braços de Tech, com um fino fio de sangue a escorrer do nariz. O Destino largou-a no chão como se fosse um saco de batatas.

– Onde está a Gina?! – perguntou Niko aos gémeos, prestes a entrar em pânico.

Tech e Dest limitaram-se a apontar para a ponta oposta da câmara, onde Gina estava, vestida de negro e verde, inclinada na direção de Obsidiana para lhe poder poisar uma mão no ombro, uma vez que a Parca do Nascimento estava ajoelhada no chão. As duas raparigas olhavam-se fixamente.

– Gina? – chamou Niko, cuidadosamente, aproximando-se.

Gina olhou para ele, largando o ombro de Obsidiana e endireitando-se lentamente. Quando ela o fez, todos viram o pequeno escorpião que lhe passou por entre os dedos, trepando para se colocar sobre as costas da mão de Gina, como uma sinistra luva.

Obsidiana caiu no chão, o olhar vazio e o rosto pálido não deixando dúvidas quanto ao facto de estar morta, envenenada pela picada do escorpião.

Todos desviaram a atenção de Gina quando ouviram o som de um outro corpo a cair no chão. Este era o de Esmeralda, tão deformado que ninguém se atreveu a olhar muito tempo para ele.

– O que é que lhe fizeste? – perguntou Shark, muito baixinho, como se tivesse medo da resposta.

Hisui encolheu os ombros, com falso ar inocente.

– Derreter ossos, rebentar órgãos, inflamar nervos e tendões… enfim, nada demais.

Shark empalideceu visivelmente, mas logo a sua atenção foi desviada por outros assuntos.

Um novo cometa branco estava a descer do buraco no teto da câmara. E dele surgiu L, sorrindo e abraçando um livro contra o peito.


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