Candidatos a Deuses escrita por Eycharistisi


Capítulo 82
Capítulo 82




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Ficaram alguns momentos a olhar uns para os outros, sem saber como reagir, até que Saya perguntou, numa voz muito trémula:

– Onde está o Tech? E a Gina?

– A Gina está a salvo, no quarto dela – disse Bella – Mas o Tech…

– O que tem o Tech? – perguntou Dest, começando a ofegar de medo.

– As Parcas são aquelas três raparigas…. Tu sabes, a Erbma e…

– Ah, não – gemeu Dest, numa voz débil, enquanto empalidecia terrivelmente – Tech! – exclamou, começando a correr desembestado na direção da sala comum.

– E a Circe?! – perguntou Hisui, apontando para a Sobrinha caída no chão, ao ver que quase toda a gente corria atrás de Dest.

– Eu ajudo-te com ela – aprontou-se Ouro.

Enquanto Hisui e Ouro tratavam de tentar despertar a Deusa Adepta do Saber, os outros corriam pelos corredores da escola, à procura de Tech e Snow, que tinham ficado na sala comum com as Parcas.

– Tech! – gritou Dest, mal entrou na sala comum, chamando todas as atenções para si. No entanto, o seu gémeo e Snow já lá não estavam.

– Ai, por favor, não, por favor, não, por favor, não – murmurava Dest, com as mãos na cabeça, prestes a entrar em pânico.

– Não o consegues encontrar? – perguntou-lhe Bella, segurando-lhe o rosto entre as mãos, tentando acalmá-lo.

– Numa situação normal talvez conseguisse, mas agora estou demasiado agitado, eu não consigo pensar, não consigo… – disse Dest, todo a tremer, os olhos enchendo-se de lágrimas de desespero.

– Olá, malta – cumprimentou Burn, chegando-se nesse momento junto deles – O que se passa? Que caras são essas?

– Viste o Tech? – perguntou Dest, atirando-se a Burn, agarrando-o pelos ombros e abanando-o levemente.

O Deus Supremo do Fogo ficou tão surpreendido com o estado em que o rapaz estava que nem sequer se queixou de estar a ser agarrado e sacudido.

– Sim, ele e o Snow iam a caminho da biblioteca – revelou Burn.

– Vamos! – exclamou Dest, começando de imediato a correr no encalço do irmão.

– Mas o que é que se passa?! – perguntou Burn, admirado, enquanto corria atrás dos amigos.

– As Parcas – disse-lhe Softhe que, por ser humana, não conseguia acompanhar a corrida dos amigos e estava um pouco mais atrás – As Parcas estão aqui na escola, disfarçadas.

Burn fez uma expressão muito chocada e assustada.

– Isso é mau – murmurou ele, correndo propositadamente devagar para poder acompanhar a passada de Softhe.

Dest entrava já desembestado na biblioteca, soltando um suspiro de alívio quando viu o gémeo sentado numa mesa, junto de Snow.

– Tech – suspirou, deixando-se cair em cima do irmão e abraçando-o com força.

– M-mas o que é que se passa? – perguntou Tech, confuso e atrapalhado.

– Estávamos preocupadíssimos contigo – disse Bella.

– Mas porquê, o que é que se passa? – perguntou Tech.

– As Parcas estão aqui na escola – revelou Bella – Vieram para te matar. A ti e aos outros deuses da profecia.

Tech empalideceu.

– C-como sabes isso? – perguntou ele.

– É uma longa história – disse Bella – Mas aquelas três raparigas novas com quem passaste a tarde toda… São as Parcas disfarçadas.

– Onde é que elas estão agora, Tech? – perguntou Dest, afastando-se por fim do irmão e abanando-o suavemente.

– E-eu não sei – disse Tech, ainda desorientado com a reviravolta dos acontecimentos – Elas foram-se embora depois de a Circe ter um ataque qualquer na sala comum…

– Ataque? – repetiu Saya – Então aquelas alucinações… foram provocadas pelas Parcas. A Circe com certeza que as reconheceu de algum modo, por isso é que ela estava a falar na “morte escondida pelo rosto de um anjo”.

– Espera – pediu Softhe, erguendo as mãos – Disseste que elas se foram embora depois disso?

Tech acenou nervosamente e Softhe lançou olhares preocupados em volta.

– Quais são as probabilidades de elas terem ido atrás da Circe, para a impedir de nos contar a verdade sobre elas?

* * *

Mudança de planos – disse uma das gémeas na mente das Parcas.

– O que é que foi agora? – rosnou Esmeralda, furiosa.

Os idiotas já encontraram o outro rapaz do Destino. Mas a Destruição está agora sozinha, com a Circe desmaiada e um Deus Adepto da Terra a tentar despertá-la.

– Parece-me perfeito – disse Esmeralda, abrindo um sorriso perigoso – Matamos dois coelhos de uma cajadada.

– Onde estão eles agora? – perguntou Obsidiana.

No jardim.

Esmeralda desatou à gargalhada, um som tão maldoso que até arrepiou as duas outras raparigas.

– Ainda por cima estão fora da escola – constatou ela, começando de imediato a avançar na direção do jardim – Perfeito. Eles nem saberão o que os atingiu.

Obsidiana e Axinite trocaram um olhar levemente preocupado antes de seguiram a Irmã. Não demorou muito até chegarem ao jardim e tiveram apenas de penetrar um pouco no arvoredo para se deparar com a Deusa da Destruição ajoelhada junto da Deusa Adepta do Saber, que parecia ter acabado de despertar, tonta e desorientada. O Deus Adepto da Terra estava ao lado delas, somente a observar as duas raparigas a falar em voz baixa. Portanto, foi ele quem primeiro as viu.

– Cuidado! – gritou, atirando-se para cima de Hisui, espalmando-a contra o chão e fazendo com que o raio de luz verde que Esmeralda lançara falhasse o alvo por pouco. Acertou, em vez disso, numa árvore por trás deles, que de imediato morreu, as folhas ficando castanhas e caindo enquanto o tronco se tornava negro, os ramos mirrando e retorcendo-se.

Ouro engoliu em seco ao ver o efeito que aquele raio tivera na árvore, perguntando-se o que seria de Hisui se aquilo realmente lhe tivesse acertado.

Agora era Circe quem tinha de se preocupar com isso, rebolando pelo chão para escapar do raio que agora se diria a ela, escondendo-se por detrás de uma pedra que explodiu em centenas de minúsculos pedacinhos, a maior parte tornando-se pó.

– Ora, então? – perguntou Esmeralda, com um sorriso maldoso, ao ver que falhara de novo o alvo – Querem brincar às escondidas, é?

Hisui empurrou Ouro de cima de si, os dentes rangendo de raiva enquanto os olhos vermelhos brilhavam perigosamente.

– Tu é que vais desejar nunca ter saído do teu antro, sua cabra – rosnou ela enquanto se levantava, pronta para a luta.


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