Candidatos a Deuses escrita por Eycharistisi


Capítulo 64
Capítulo 64




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Yngrid sabia que teria de levar Darkness para o quarto de L, pois não lhe parecia que a rapariga saísse de lá tão depressa, depois do que acontecera. Mas, antes disso, teria de levar para lá também Hisui, Tech, Dest e Gina. O que não se afigurava nada fácil.

– O Tech e o Dest estavam na sala comum – comentou Yngrid com Darkness, para quebrar o silêncio – Mas não faço ideia de onde estará a Hisui. E a Gina ainda menos.

– De certeza que alguém nos poderá dizer onde estão – disse Darkness, otimista.

Yngrid engoliu em seco e continuou na direção da sala comum. Como esperado, Tech e Dest ainda lá estavam, com Saya, Lilás, Softhe, Circe, Snow, Elpída, Bella e Ónix. Todos eles, sem exceção, fizeram expressões reprovadoras quando a viram chegar com o Deus Supremo da Morte.

– D-Dest, Tech – chamou Yngrid, torcendo as mãos nervosamente – Darkness gostaria de falar convosco.

– Fale – disse Dest, cruzando os braços na frente do peito.

– Gostaria de o fazer junto dos outros deuses da profecia – disse Darkness, baixando a voz para mais ninguém ouvir.

– Porquê? – perguntou Tech.

– Tenho algo para vós – disse Darkness, inclinando ligeiramente a cabeça para o lado enquanto fazia um pequeno sorriso.

Tech e Dest trocaram olhares, hesitantes em aceitar mas curiosos sobre o que seria.

– Temos de encontrar a Hisui e a Gina – lembrou Yngrid – Sabem onde elas poderão estar?

– A Gina deve estar no jardim, com o Niko, como é costume – disse Lilás – A Hisui não sei. Elpída, sabes onde está a Hisui?

Elpída virou o rosto para o lado, de maxilares cerrados.

– Não, não sei – murmurou, antes de sair apressadamente da sala.

– Que bicho lhe mordeu? – admirou-se Bella.

– Onde nos iremos reunir, depois de encontrarem a Hisui e a Gina? – perguntou Tech, trazendo todos de volta ao assunto que anteriormente se estivera a debater.

– No quarto da L – respondeu Yngrid.

Tech e Dest acenaram e levantaram-se, saindo da sala comum. Os outros rapidamente os seguiram.

– Vamos ao jardim – convidou Darkness, lançando um sorriso amoroso a Yngrid.

* * *

– Ana.

– Não.

– Humm… Filipa.

– Não.

– Beatriz. Raquel. Mariana.

– Não, não e não.

– Hã… Leopoldina.

Gina atirou a cabeça para trás, rindo à gargalhada. Niko não conseguiu evitar soltar também um risinho, completamente seduzido pelo som da gargalhada de Gina. Era tão difícil fazê-la rir…

– É claro que não, que horror.

– Não me podes pedir para adivinhar o teu segundo nome sem me dares uma pista – queixou-se Niko, fazendo beicinho.

– Eu não te pedi para adivinhares – negou Gina, continuando a desenhar um esquilo no papel que tinha apoiado nas coxas das pernas dobradas – Tu pediste-me para adivinhar o teu e depois ofereceste-te para adivinhar o meu.

– Tu soubeste logo que o meu era Nikolai – resmungou Niko, apertando mais o braço que tinha em redor dos ombros de Gina, ajeitando a cabeça que ela apoiara no seu ombro.

– Diga-se que não tiveste originalidade nenhuma ao escolher o teu terceiro nome.

– Não gostas do meu nome? – perguntou Niko, preocupado.

– Gosto – respondeu Gina, encolhendo os ombros – Mas é só uma versão mais curta do teu segundo nome. Nada de original.

– E o teu é original?

– Nem por isso – negou Gina, baixinho.

Niko olhou a rapariga, os cabelos negros de novo na frente do seu rosto apesar de ele os ter afastado há poucos minutos trás. Voltou a empurrar os cabelos de Gina para trás das suas orelhas, deliciando-se com a sua beleza.

– Por que letra começa o teu segundo nome? – perguntou Niko, voltando ao jogo.

– Por T – respondeu ela, rindo.

– Tânia. Tatiana. Telma – Gina abanava a cabeça a cada nome que Niko disparava – T… T… Trambolha.

Gina riu-se à gargalhada.

– Trambolha?! Mas tu queres apanhar?!

– Oh, vá lá, não sejas má – pediu Niko – Já percebeste que não vou conseguir adivinhar o teu segundo nome. Porque não mo dizes?

Gina soltou um pequeno suspiro.

– Trinity.

– Trinity – repetiu Niko, beijando suavemente o topo da cabeça de Gina – É bonito.

– Vem aí alguém – suspirou Gina, amarrotando a folha em que estivera a desenhar, atirando-a para o charco e levantando-se do chão, abandonando o abraço de Niko.

– Ainda não me explicaste como sabes essas coisas – disse Niko, levantando-se também.

– Desde que as pessoas começaram a aparecer por aqui para me espiar, aprendi que posso pressentir a aproximação delas atrás da vibração da terra – disse Gina, batendo com o calcanhar no chão.

– Engenhoso – murmurou Niko.

Ficaram depois quietos e calados, esperando que Yngrid e Darkness se aproximassem.

– G-Gina – gaguejou Yngrid, nervosamente – O-olá. O Darkness queria falar contigo e com os outros e… hã… vamos reunir-nos no quarto da L para falar. Só precisamos de encontrar a Hisui.

Gina ficou alguns segundos a olhar para Darkness através das pestanas, com os cabelos escorridos na frente do rosto, todo o à vontade que tinha junto de Niko perdido. Essa era a principal razão para o rapaz odiar que alguém os interrompesse quando estavam sozinhos.

A rapariga acabou por acenar, sem deixar de olhar ameaçadoramente para Darkness.

– Então agora… vamos procurar a Hisui – disse Yngrid.

* * *

Hisui empurrou para o centro da mesa a taça vazia e dirigiu um sorriso a Ouro, que a observava com expetativa.

– Cozinhas bem – gabou.

– Gostaste? – perguntou Ouro, recolhendo a taça.

Hisui acenou, sorrindo, e Ouro soltou um suspiro aliviado.

– Fico contente. A minha mãe diz que o meu verrine de bolo de morango é ótimo, mas…

– É óptimo – confirmou Hisui, rindo.

Ouro fez um sorriso torto e chegou-se à frente para depositar um beijo suave nos lábios de Hisui.

– Sabes a morango – murmurou ele, partindo para um beijo mais ousado.

Separaram-se com dificuldade, as respirações pesadas e arduamente controladas.

– É melhor mantermos a distância – disse Ouro, afastando-se com um sorriso de menino feliz, os olhos dourados a brilhar – Ou ainda te levo para o meu quarto.

Hisui corou levemente, baixando o olhar para o colo. No entanto, rapidamente ficou séria, lembrando-se de algo.

– Acho que devemos manter a distância também por outras razões.

– Que razões?

– Elpída – respondeu Hisui, erguendo o olhar para o rapaz – Ela já ficou muito magoada com… enfim, quando lhe disse que não gostava dela do mesmo jeito que ela gosta de mim. Não quero que ela sofra ainda mais por saber que estamos a… enfim, a…

– A namorar – completou Ouro, o sobrolho franzido numa expressão séria – Queres manter a nossa relação escondida? Ou não queres simplesmente que ela saiba?

– Não é nada disso – negou rapidamente Hisui – Simplesmente quero ter tempo de falar com ela. Quero ser eu a contar-lhe, quero… Enfim, quero ser eu a explicar-lhe tudo, a resolver os impasses entre nós.

Ouro ficou mais algum tempo a olhar para Hisui, mas depois acenou.

– Eu compreendo – murmurou.

Hisui ensaiou um pequeno sorriso, mas logo depois saltaram os dois de susto, quando Darkness abriu a porta da cozinha.

– Oh – fez ele – Estão aqui.

– Ah! – fez Yngrid, com voz esganiçada – Ah, Hisui… E-estás aqui. S-sabes, o Darkness tem algo para te contar…

– A mim? – perguntou Hisui, erguendo desconfiadamente uma sobrancelha.

– N-não é só a ti – gaguejou Yngrid – É a todos os deuses que fazem parte da profecia…

A voz de Yngrid morreu-lhe na garganta e Hisui ficou alguns segundos a olhar para ela, até que suspirou e se levantou.

– Okay – murmurou – Vamos ter com os outros então.

– Já estão todos no quarto da L – disse Darkness.

– Então vamos lá – suspirou Hisui, encaminhando-se para fora da cozinha.


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