Candidatos a Deuses escrita por Eycharistisi


Capítulo 42
Capítulo 42




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– Okay, encontrei – anunciou Yngrid, voltando para junto dos amigos, pouco depois de também Hisui e Circe terem chegado, a primeira lançando um olhar penetrante às tatuagens no rosto de L.

Yngrid poisou um livro grosso no centro da mesa e todos se debruçaram na sua direção. No entanto, antes de a rapariga o poder abrir, uma mão fria poisou-lhe no ombro.

– Oh… professor Darkness – balbuciou ela, corando com o sorriso de lábios apertados que o deus lhe mandava.

– Olá, Yngrid. Lamento ter de te afastar dos teus amigos, mas será que poderias dar-me de novo uma ajuda?

– C-claro – confirmou Yngrid, desorientada – Hã… v-vocês podem ir… vendo esse livro. Eu volto já – disse ela aos amigos, que ficaram a vê-la afastar-se com as bocas escancaradas.

– Onde é que ela vai?! – insurgiu-se Circe, franzindo o sobrolho.

– Cá para mim, vai namoriscar com o professor – disse Bella, piscando um olho maroto.

– Pode fazer isso? – questionou L, admirada.

– Não é algo propriamente aceitável aos olhos das gémeas – disse Bella – Mas elas não podem fazer nada. A Yngrid tornar-se-á imortal, pelo que diferenças de idade deixarão de fazer sentido, ou irá morrer como uma simples humana, tornando-se apenas uma pequena parcela da vida de Darkness. As gémeas não têm forma de condenar algo que eles tenham os dois.

– Além disso, a Yngrid já está no segundo ano de Atlantis, pelo que já não tem aulas com o Darkness e não o podem acusar de não ser imparcial com as notas que lhe daria – continuou Saya.

– E o Darkness é um deus relativamente novo – disse Bella – Não deve ter mais de cento e cinquenta anos.

– E chamas a isso novo?! – admirou-se Softhe.

– As gémeas têm quase dois mil anos – revelou Bella, erguendo levemente uma sobrancelha.

Softhe fez uma careta enojada muito engraçada, mas depois a atenção de todos foi absorvida pelo livro que Yngrid trouxera e que Hisui já estava a folhear furiosamente.

– Está aqui – anunciou ela, empurrando o livro na direção de Saya.

A rapariga começou a ler em voz alta:

– “Os selos de trancamento, como já referido acima, não são fáceis de abrir, mas”, blá, blá, blá, isto já sei… mais blá… oh, está aqui. “Para proceder à abertura do selo, o Deus Supremo terá de proceder à realização de uma poção com os seguintes ingredientes…” Okay, alguém aponte os ingredientes, se faz favor.

– Eu aponto – ofereceu-se Lilás de imediato, saltando logo para a última página do seu caderno de apontamentos, que estivera a estudar.

Saya ditou-lhe a lista de ingredientes da poção e depois continuou a ler.

– “Esta poção deverá ser dada à pessoa selada, com o propósito de enfraquecer o selo no seu corpo. Seguidamente, o Deus Supremo que se propôs a quebrá-lo terá de pressionar os dedos médio e indicador contra o ponto ou pontos e pressioná-los enquanto convoca o seu poder para esses mesmo dedos. Dependendo da força dos poderes, o selo poderá ou não ser quebrado.”

“«Avisos! Primeiro: Se o selo se espalhar por mais do que dois pontos no corpo do selado, eles terão de ser pressionados por Deuses Adeptos do Deus Supremo que o está a quebrar, para assim se conseguir um fluxo de energias semelhantes. Segundo: o poder com que se pressiona o selo para o quebrar terá de ser moderado, não poderá ser a menos (o selo não se quebrará) ou a mais (o selado será atingindo pelos poderes). Esta regra é especialmente importante quando o Deus Supremo que abrir o selo tenha poderes ligados à Morte, à Força ou a qualquer outro elemento que possa causar danos graves no selado.»”

Saya poisou o livro e os amigos ficaram todos a olhar uns para os outros.

– Chiça, a Yngrid tinha razão quando disse que não seria fácil – notou Bella.

– Saya, diz-me que tens um poder inofensivo – pediu L.

A sua Madrinha limitou-se a torcer levemente a boca.

– É bom que faças bem as coisas, Saya – disse Shark, começando a estalar os dedos das mãos de forma ameaçadora – Se magoares a L, eu arranco-te a carne dos ossos à pancada. Ouviste bem?

Tech e Dest pigarrearam suavemente, ao mesmo tempo e com expressões malandras idênticas.

– Sim? – perguntaram todos, olhando para eles desconfiadamente.

– Se vocês esperarem mais alguns dias, até este colar nos ser tirado – disse Tech, apontando para o Colar Negro.

– Nós garantiremos que tudo correrá bem – concluiu Dest.

– Não temos tempo para esperar – negou Saya – Temos de fazer isto agora. Antes que a L fique pior.

– Terás de esperar seja de que maneira for – disse Ouro, espreitando o caderno onde Lilás apostara tudo – Esta poção demorará algum tempo a fazer.

– Eu posso apressar a parte das ervas sem qualquer problema – ofereceu-se Lilás.

– E eu posso tratar das partes animal que serão necessárias – disse Hisui.

Gina soltou um pequeno bufo de desprezo, revirando os olhos, e Niko poisou-lhe de novo a mão no braço, para a acalmar.

– Então está feito – concluiu Saya, satisfeita.

* * *

– Tenho quase a certeza de quem são os deuses da profecia – disse Darkness, enquanto Yngrid ia tocando os livros dos Arquivos Classificados – Só preciso de ajustar alguns pormenores, saber um pouco mais sobre eles…

Darkness calou-se quando viu Yngrid lançar-lhe um olhar arregalado, quase assustado.

– Que se passa, Yngrid? – perguntou Darkness, inclinando ligeiramente a cabeça.

– P-posso fazer uma pergunta? – inquiriu Yngrid.

– As que quiseres – confirmou Darkness, sorrindo – As regras dos outros deuses não se aplicam a mim, lembraste? Como poderia eu tirar dúvidas aos meus alunos se eles não me pudessem perguntar coisas?

Yngrid acenou com a cabeça e pigarreou suavemente antes de perguntar:

– Porque é que o Darkness está tão preocupado com a profecia? O Darkness quer ajudá-la a realizar-se… ou impedi-la?

Darkness suspirou, pressionando a cana do nariz entre o indicador e o polegar. Depois fez um gesto com a mão para a cadeira de braços ao lado daquela em que ele estava sentado. Yngrid cedeu, corando e engolindo em seco quando Darkness se virou de lado, pegando nas suas mãos e começando a brincar com os seus dedos enquanto contava:

– Não te posso contar tudo. As paredes têm ouvidos e nenhuma palavra é segura. Mas… há uns anos atrás, houve uma grande confusão entre os deuses e ninguém sabe verdadeiramente o que aconteceu. Nunca me passou pela cabeça andar a meter o nariz onde não era chamado, até que um outro Deus Supremo me veio falar de uma teoria mirabolante, baseada nessa profecia. Ele sabia que estão a conspirar para que a profecia não se realize e queria que eu o ajudasse a desvendar o mistério, mas eu preferi manter-me à parte. Até ao dia em que ele me deixou uma caixa com várias cartas, uma delas de despedida. Nunca mais o vi e, estando ligado à Morte… sei que ele morreu. Sinto-me extremamente culpado pelo que lhe aconteceu e sinto-me na obrigação de terminar o que ele começou: encontrar os deuses da profecia.

Yngrid mordiscou nervosamente o lábio, desviando o olhar do de Darkness.

Deveria contar-lhe?

– Porquê essa cara, Yngrid? – perguntou Darkness, poisando suavemente a mão no rosto de Yngrid e acariciando-lhe a maçã do rosto com o polegar.

A rapariga estremeceu levemente, o seu corpo entrando em colapso enquanto os seus pulmões de esqueciam de como respirar e o coração de como bater. Os pensamentos fugiram-lhe todos da cabeça e só conseguiu balbuciar:

– Eu sei… quem são os deuses da profecia.


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