Candidatos a Deuses escrita por Eycharistisi


Capítulo 35
Capítulo 34




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– Okay, tu vais sentar-te aqui! – exclamou Saya, empurrando L para se sentar numa cadeira – E vocês vão parar de comer e dar mais alguma comida à L – continuou ela, apontando um dedo ameaçador aos rapazes.

– Porquê?! – perguntou Burn, ultrajado, com a boca cheia de pão.

– Já viste o estado em que ela está? – perguntou-lhe Saya, indicando L com as mãos.

– Eu estou bem – garantiu L, apesar da voz débil.

– Não pareces bem – negou Shark, preocupado – Estás pálida. E a ferver! – exclamou ele, ao passar a mão pelo rosto de L.

– Devíamos levá-la à enfermaria – disse Bella.

– Ela não quer ir – disse Saya, encolhendo os ombros.

– Ela não tem que querer! – defendeu Shark, levantando-se – Se ela está doente vai à enfermaria e acabou! Vá, vamos embora – ordenou Shark, empurrando a cadeira de L e dando-lhe a hipótese de ir pelo seu próprio pé. Caso contrário, ele levá-la-ia ao ombro.

– Eu estou bem – tentou L explicar, com um pequeno sorriso trémulo – Isto vai passar ao longo do dia.

Shark lançou um olhar desconfiado a L.

– A sério – insistiu ela – Tenho somente tido umas manhãs más. Já não devo ter nada na próxima semana.

– Se não estiveres melhor à hora de almoço – começou Shark, apontando-lhe um dedo ameaçador –, eu levo-te de rojo. Entendido?

L limitou-se a rir-se suavemente e a dar-lhe uma palmadinha na mão, para desviar o seu dedo. Shark deixou-a cair, com um último olhar de aviso, e depois inclinou-se para depositar um beijo muito suave nos lábios da rapariga.

– Uh-lá-lá! – exclamaram várias vozes, enquanto outros batiam palmas ou assobiavam.

– Não pensem que também vos vou beijar a vocês – avisou Shark de imediato, depois de se endireitar.

– Deves estar com uma sorte, se achas que quero um beijo teu – disse Ónix, com um sorriso sardónico – Mas da L… não me importava nada.

– O melhor é estares calado, ou levas mas é um beijo da minha mão – disse Shark, erguendo o punho cerrado – E é logo nos dentes!

– Malta! – exclamou Hisui, erguendo as mãos para tentar impor a ordem – Onde andam a Gina, o Lilás e o Niko?

– Porquê? – perguntou Ouro – Também vais ficar obcecada com ela?

– Claro que não! – negou Hisui de imediato, parecendo ofendida – Só acho que… enfim, nada.

Houve alguns momentos de silêncio desconfortável, até que Saya insistiu para que L comesse mais. Depois disso, cada um foi para seu lado, entreter-se com algo até a noite cair. Felizmente, L encontrava-se realmente melhor à hora de almoço, pelo que Shark não insistiu para que ela fosse à enfermaria.

– Tenho a chave – anunciou Niko, chegando junto dos outros à hora de jantar e sentando-se de imediato ao lado de Gina – Encontramo-nos a que horas?

– Logo depois de todos estarem a dormir – disse Circe – Por volta da meia-noite. Conseguem todos ir?

Os outros acenaram todos.

– Eu vou manter o caminho livre para vocês – garantiu Bella – Mas não prometo mais do que dez minutos. Têm de correr.

Os outros acenaram.

A hora de recolher pareceu demorar uma eternidade a chegar, mas, finalmente, Bella podia andar pelos corredores sem ver vivalma. Cruzou-se com alguns outros guardas da escola que, tal como ela, verificavam se não estava ninguém fora da cama, mas fez questão de os desviar dos corredores que os seus amigos teriam de percorrer para chegar à cave da escola.

– Psst! – ouviu Bella, atrás de si, virando-se com um salto de susto.

– Dest! – ralhou ela, baixinho, enquanto via o rapaz de cabelos negros sair do seu esconderijo e caminhar até ela, com um pequeno sorriso – Que fazes aqui?

– Estou… a garantir uma coisa – disse ele, evasivo – Mas, de qualquer modo, vi-te a passar e lembrei-me de que já há algum tempo que não temos uma conversa.

– Queres conversa, hã? – disse Bella, fazendo um pequeno sorriso entendido.

– Ah, bem… – disse Dest, rindo suavemente – Talvez.

Bella continuou a sua patrulha, com Dest a seu lado, caminhando despreocupadamente.

– Não devias andar assim pelos corredores depois da hora de recolher – disse Bella – Eu sou uma guarda de Atlantis, mas tu não. Serás punido, se fores apanhado.

– Não serei apanhado – garantiu Dest – E, mesmo que não resulte, tu estás comigo. Só tens de pôr-me as algemas e dizer que estás a levar-me para a masmorra por mau comportamento.

– Não sejas tonto – pediu Bella, sem conseguir evitar um pequeno sorriso – Mas disseste “se não resultar”. Se não resultar o quê?

Dest ficou subitamente atrapalhado, como se tivesse falado demais.

– Ah, bem… – murmurou ele, esfregando nervosamente a cabeça.

– Tem algo a ver com os teus poderes? – arriscou Bella.

– Bem… sim…

– Mas como podes ter os teus poderes, se estás a usar o Colar Negro? – perguntou ela, apontando para a fina corrente que brilhava sombriamente com o luar que entrava pelas grandes janelas do corredor.

– Os meus poderes são superiores a isto – disse ele, tocando com a ponta dos dedos na corrente.

– Ah, são? – perguntou Bella, curiosa.

– Se calhar… se calhar é melhor conversarmos sobre isto depois – disse ele, atrapalhado – Quando já estivermos dentro da Bolha de Isolamento.

– Oh, claro – cedeu Bella, compreendendo – Sem problema. Mas… vamos mesmo conversar sobre isso, certo? Não te vais tentar esquivar até lá, pois não?

– Não, não! – negou Dest, rápido demais.

– É bom que não – disse Bella – Porque eu não me esquecerei e não descansarei enquanto não tiver a resposta. Além disso, não são a única a querê-la e tu sabes bem disso. Os outros irão também espremer-te todo, até que lhes contes tudo o que querem saber.

– Eu sei – suspirou Dest, derrotado.

– Vá, não te sintas mal – disse Bella, apertando o ombro de Dest como se para lhe dar força, mas sem conseguir evitar um sorriso ao mesmo tempo.

Dest soltou uma pequena risada triste pelo nariz.

– Estou aqui para garantir que ninguém é apanhado a ir para a cave – murmurou ele – Não é que esteja particularmente ansioso pela reunião e por revelar todos os meus segredos, mas… tenho a impressão de que a Circe poderá realmente ajudar-nos. A mim e ao Tech, digo.

– E em que é que precisam de ajuda? – perguntou Bella.

Dest suspirou tristemente.

– Em descobrir de onde raio viemos e quem diabo somos.


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