Candidatos a Deuses escrita por Eycharistisi


Capítulo 33
Capítulo 33




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Softhe acabou por desistir a meio de um corredor deserto, sem fazer a mínima ideia de onde estava. Não demorou até Burn a apanhar. Softhe gritou, tentando soltar-se, mas Burn manuseou-a com facilidade, encostando-a de costas à parede enquanto lhe prendia os pulsos ao lado da cabeça com as suas mãos de ferro.

– Eu estou tão farto de te aturar – rosnou Burn, o rosto perigosamente chegando ao de Softhe, tentando intimidá-la – Tu és pura e simplesmente insuportável.

– Tu és pura e simplesmente idiota – ofegou Softhe, estoirada da corrida.

– Não mais que tu – negou Burn.

– Tu é que tens o totó ridículo na cabeça – lembrou Softhe, apontando somente com o indicador para a cabeça de Burn.

– Foste tu que mo fizeste – rosnou Burn, apertando mais os pulsos da rapariga.

– Larga-me – rosnou Softhe, debatendo-se.

– Ah, não gostas que te toque, pois não? – perguntou Burn, com um sorriso maldoso, esmagando Softhe contra a parede com o seu corpo – Mas tu podes andar toda agarrada a mim, né?

Softhe engasgou-se na sua respiração, o ar fugindo-lhe dos pulmões enquanto os seus sentidos despertavam para a proximidade de Burn. Talvez ele pretendesse apenas aumentar o desconforto da rapariga com aquela proximidade, e conseguiu-o em parte. Softhe estava muito desconfortável, mas por outras razões.

Ela sentia-se a arder por dentro, com uma necessidade explosiva e desconhecida a grassar-lhe o estômago. E o pior era que não conseguia esconder nada disso a Burn. Sentia o sangue subir-lhe às bochechas enquanto lhe fervia nas veias, fazendo cada poro da sua pele bradar pelo toque de Burn. Estupidamente, ergueu os olhos para os dele, procurando uma reação da parte dele àquilo que estava a acontecer dentro dela.

Sentiu Burn enrijecer quando os seus olhos de cruzaram. Ficaram alguns segundos a olhar um para o outro, ofegando, e depois o rapaz praguejou e afastou-se de repente, virando-lhe as costas.

Softhe sentiu-se subitamente desamparada, um frio cortante substituindo o calor anterior.

– Burn… – chamou, insegura, estendendo uma mão para tocar nas costas dele.

– Não me toques – rosnou Burn, olhando para ela por cima do ombro – Ou… eu não me vou conseguir controlar. E não serei meigo, Softhe. De todo.

Softhe sentiu um pequeno balão de felicidade inchar-lhe no peito ao ouvi-lo dizer o seu nome. Era a primeira vez que o nome lhe brotava dos lábios, não era? E que lábios aqueles eram…

Engolindo em seco a sua insegurança, Softhe poisou a mão nas costas de Burn. Ele estremeceu levemente e depois, sem dar tempo à rapariga de reagir, virou-se e tomou-a nos braços. Atirou-a de costas contra a parede e a exclamação de dor da rapariga foi engolida pela boca ávida de Burn, que desceu ao encontro da sua.

Softhe não conseguiu evitar um pequeno gemido ao sentir o gosto da boca de Burn, a sua língua macia procurando a sua com urgência enquanto as mãos dele lhe seguravam a cabeça, impedindo-a de se afastar. Como se ela tivesse alguma vontade de o fazer… estava também ela demasiado entretida em enterrar os dedos nos sedosos cabelos vermelhos de Burn, comprimindo com ainda mais força o seu corpo contra o dele.

Burn largou o rosto de Softhe quando a sentiu a corresponder completamente ao seu beijo furioso, deixando que as mãos deslizassem para o pescoço da rapariga, descendo depois ainda mais, pelo seu tronco, até à cintura. Afastou-se um milésimo de segundo para recuperar o fôlego e depois voltou a beijá-la, ardentemente. Com as mãos que ainda mantinha na sua cintura, ergueu-a do chão e obrigou-a a enrolar as pernas à volta dos seus quadris, segurando-a para que não escorrega-se. E tudo isto sem interromper os seus beijos esfomeados.

Quando ele largou os seus lábios para traçar um trilho de fogo até ao seu pescoço, Softhe foi incapaz de conter outro gemido, abraçando a cabeça de Burn e atirando a sua para trás, entregando-se por completo a ele.

– Chega! – exclamou Burn, afastando-se de repente, retirando todo o apoio a Softhe que quase ia caindo no chão, sustendo-se no último segundo – Chega – murmurou Burn, ofegando, os olhos negros ainda a brilhar com um desejo profundo enquanto observava a rapariga endireitar-se, com o rosto abrasado pela paixão – É melhor parar agora. Antes que seja tarde demais.

– Não quero que pares – murmurou Softhe.

– Não queres que continue – garantiu Burn, antes de virar costas e se ir embora. Softhe viu-o, ainda assim, ergueu uma mão na direção da boca e imaginou-o a passar o polegar sobre o seu lábio inferior, limpando-o da saliva de ambos.

* * *

– Onde é que se meteu a Softhe? – perguntou L, batendo com o pé no chão devido à impaciência – Já aqui devia estar, para irmos juntas para a aula de Desenvolvimento da Condição Física.

– Acho que vamos encontrar o corpo dela a flutuar no meio do mar logo à tarde – disse Shark, rindo-se entredentes – De certeza que o Burn a matou.

L soltou um estalido exasperado com a língua e verificou de novo o relógio.

– Vamos chegar atrasadas – constatou.

– Hey, L, tem calma – pediu Shark, com um pequeno sorriso, segurando o braço de L para a impedir de continuar a andar de um lado para o outro – Estás a stressar demasiado. Relaxa – murmurou ele, massajando lentamente os ombros da rapariga.

Ela soltou um suspiro e deixou que os músculos tensos relaxassem sob o toque suave do Deus Supremo da Água.

– Obrigada, Shark – murmurou ela, dirigindo-lhe um pequeno sorriso agradecido.

– Sempre às ordens – murmurou Shark, depositando um beijo no pescoço de L que a fez arrepiar-se e estremecer levemente.

– Se calhar devias levar o Shark para o teu quarto, para te relaxar antes de dormir – comentou Saya, com um sorriso malandro, aparecendo sabe-se lá de onde – Assim talvez dormisses melhor e curasses essas olheiras.

– Que olheiras? – perguntou Shark, segurando o queixo de L para virar o rosto dela para si e o poder observar de perto.

– Ela tapou-as com corretor – disse Saya, antes de L poder falar.

– Bem, obrigada pela sugestão, Saya – disse L – Mas duvido que as gémeas aprovem que eu leve o Shark para o meu quarto.

– Olá, malta – cumprimento Softhe, chegando nesse momento com uma corridinha, o rosto completamente iluminado por um sorriso suspeito – O que é que estás ainda aqui a fazer, L? ‘Bora para a aula!

– Yah, ‘bora, Shark – chamou Saya, afastando-se pelo corredor.

L tentou seguir Softhe para o pavilhão da escola onde teriam aula, mas Shark segurou-a suavemente pelo braço, chamando:

– Hey…

L virou-se para o olhar e depois arregalou os olhos quando sentiu os lábios de Shark poisar suavemente nos seus, só por um segundo, antes de ele se afastar a correr, fugindo de um possível estalo. A rapariga seguiu-o com o olhar, a boca escancarada pelo choque.

Quando já se encontrava a uma distância segura, Shark deu uma pequena pirueta para lançar um sorriso muito atrevido a L, juntamente com um aceno de despedida. E depois, sorrindo como uma menino maroto e feliz, continuou a correr para a sua aula.


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