Candidatos a Deuses escrita por Eycharistisi


Capítulo 25
Capítulo 25




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– O que é que o Darkness queria? – perguntou Softhe, quando L já estava no exterior da sala.

– Era para eu convencer a Gina a vir às aulas, basicamente – disse L.

– Acho que para isso servia melhor a Saya – comentou Softhe.

– Sim, foi o que eu lhe disse. Mas ele acha que a Saya tem uma filosofia de “deixa andar” e blá, blá, blá.

– Vocês vão ter com a Gina? – perguntou a voz suave de Lilás por detrás das duas amigas.

Elas viraram-se e viram Lilás e Niko olhar para elas, expectantes e impacientes.

– Se a encontrarmos – disse L.

A verdade era que Gina desaparecera completamente, desde o dia de ontem, quando a tinham encontrado a cantar no jardim da escola. Saya passara horas à procura dela, mas ninguém a tinha visto. Bella, sendo uma guarda de Atlantis e sabendo de toda a gente que entrava e saia da escola, garantia que ninguém tinha sido desde o dia dos Testes, o que queria dizer que ela tinha de continuar dentro da escola.

– Manda uma mensagem à Saya – sugeriu Softhe – Talvez ela finalmente a tenha encontrado.

L cedeu, pegando no telemóvel e mando uma rápida mensagem à sua Madrinha e logo obtendo resposta:

#Sim, encontrei-a. Tá fechada no quarto. Pq?

– A Saya encontrou-a, diz que está fechada no quarto – anunciou L aos outros três enquanto respondia:

#Preciso d falar c ela. Consegues faze-la sair?

– Bem, então pede à Saya que lhe diga o que o Darkness disse – decidiu Softhe, cruzando os braços – Poupa-se trabalho.

– Vamos ter com elas – pediu, quase implorou, Lilás.

As duas raparigas olharam para ele, admiradas.

– Okay – cedeu L.

Meteram-se a caminho do Átrio das raparigas e, a meio, L recebeu outra mensagem de Saya.

#S for pra perguntares à Gina sobre os pais dela, ela ñ tá interessada.

Com um pequeno suspiro, L mandou uma mensagem a negar; queria apenas dar o recado de Darkness. Assim, quando chegaram ao Átrio, já tinham Saya e Gina à sua espera.

– Olá, Gina – cumprimentou L, fazendo um pequeno sorriso.

A rapariga não lhe respondeu, simplesmente erguendo ligeiramente uma sobrancelha.

“Okay, voltámos à estaca zero”, constatou L.

– Humm… o professor Darkness pediu-me para te avisar de que… se queres passar de ano, é melhor que vás às aulas – disse L, torcendo nervosamente as mãos, depois de pigarrear levemente.

Gina ficou a olhar para L alguns segundos e depois suspirou, deixando cair a cabeça.

– Okay, fixe – resmungou ela – Agora deixem-me em paz.

E, depois de lançar um último olhar penetrante na direção de Lilás e Niko, deu meia volta e voltou para as cápsulas que a levariam ao quarto.

L soltou um suspiro, deixando descair os ombros desalentados.

– Porque é que ela é assim? – perguntou, na direção da sua Madrinha – Foi a Hisui quem lhe fez a perguntar e, mesmo assim, não é uma pergunta tão escandalosa quanto isso. Porque é que ela está tão fria connosco?

– Para ela pode ser uma pergunta escandalosa – relembrou Saya, de braços cruzados na frente do peito – Pode ser escandalosa, intrometida… dolorosa. Eu estou farta de vos dizer para não se meterem na vida dela. Infelizmente, vocês insistem em não me ouvir.

– Ora, Saya, tu sabes a razão de a Circe e a Hisui quererem essa informação – relembrou L, lançando-lhe um olhar sugestivo.

– Sim, sei a razão, mas não lhe vejo a validade – disse Saya, erguendo levemente uma sobrancelha – É tão importante assim descobrir o que se anda a passar com… aquilo.

– Sim, é – confirmou Hisui, surgindo de repente de uma das cápsulas – Se está a acontecer aquilo que nós já te dissemos que está a acontecer, temos de fazer alguma coisa.

– Porque não contar simplesmente à Aino e à Aina? – sugeriu Saya.

– Elas sabem – disse Hisui.

– Estão deixa que sejam elas a investigar esse assunto. Não se metam nisso. Não vos diz respeito.

– Desculpa? – perguntou Hisui, num tom com algo de ameaçador – Diz-me respeito, sim! E tu sabes a razão. Acho que não tenho de te voltar a explicar de onde vim e quem descobri que sou.

Saya revirou levemente os olhos e virou costas, preparou-se para ir embora, mas, antes disso, Hisui exclamou:

– Para ti é fácil, não é?! Que sempre viveste aconchegadinha no Templo dos teus pais, a saber perfeitamente quem eles são e quem tu haverias de ser! É fácil falar quando se teve uma vida de regalias e luxos, nos braços dos paizinhos, bastando-te piscar esses olhinhos inocentes para ter tudo o que querias!

Saya parou de andar, ficando imóvel alguns segundos. Quando olhou por cima do ombro, os seus olhos azuis ardiam de raiva.

– Vida de regalias e luxos, nos braços dos paizinhos? – repetiu ela, num tom ameaçador – Fica tu sabendo, Hisui, que eu nunca conheci a minha mãe. Ela morreu, ao dar-me à luz! E o meu pai desapareceu sem deixar rasto depois de partir numa missão ao mundo humano! Perguntei a toda a gente que poderia saber dele onde ele poderia estar. Cheguei a perguntar às Parcas! Sabes a resposta que me deram? Está morto! O Deus Supremo da Luz, morto no mundo humano! E eu somente com treze anos, sozinha no meio de um Templo que não me pertencia e, portanto, não me obedecia. Tive de sair de lá, antes que ele se desmoronasse. Pensei que ao menos ainda tinha os Deuses Adeptos do meu pai. Mas não! Eles morreram todos, um por um, a partir do momento em que o seu poder deixou de fazer sentido, por já não haver um Deus Supremo da Luz. Portanto, agora diz-me: achas que tive uma vida assim tão perfeita? Responde-me!

Hisui ficou somente a olhar para Saya, que ofegava levemente dos gritos que soltara durante o discurso.

– Pensa bem antes de fazeres juízos sobre as outras pessoas, Hisui – avisou Saya – Para mais pessoas que não conheces! Como acabaste de ver, eles nem sempre estão certos.

E depois afastou-se, com passadas largas e furiosas, na direção das cápsulas que levavam aos quartos.


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