Candidatos a Deuses escrita por Eycharistisi


Capítulo 21
Capítulo 21




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– Eu disse para não se meterem na vida da Gina – lembrou Saya, pela enésima vez – E pedirem-me a mim para descobrir…

– Tu és a única pessoa que consegue ter uma conversa minimamente decente com a Gina – lembrou Circe – E nós precisamos mesmo de saber se ela conheceu ou não os pais.

– Acham que ela…? – começou L a pergunta, sendo cortadas pelos “shius” imperiosos de Hisui e Circe.

– Tenho de aprender a lançar uma Bolha de Isolamento – disse Circe – Enquanto não souber fazê-lo, não poderemos falar nesse assunto. A não ser que alguém se queira oferecer para engendrar uma manobra de diversão que distraia a Aino e a Aina.

– Eu acho que devíamos criar uma manobra de diversão fosse de que maneira fosse – disse Hisui – Caso contrário, as gémeas poderão descobrir que queremos esconder alguma coisa delas. Elas já estão desconfiadas disso. Se nos ouvirem falar em Bolhas de Isolamento, então é que elas nos levam para interrogatório.

– Podem fazer isso? – perguntou L, alarmada.

– Capaz disso eram elas – disse Hisui.

– Meninas, estamos numa biblioteca – lembrou Bella, erguendo finalmente a cabeça do livro sobre o qual estava debruçada – Vamos falar menos, okay?

– Obrigada por as avisares por mim, Bella – agradeceu Yngrid, a aprendiz de bibliotecária com que L e Hisui se tinham cruzado no dia anterior, chegando nesse momento com mais uma braçada de livros – Okay, não encontrei mais nenhum livro que diga respeito ao poder do Saber. Acham que já chega?

– Podes crer que chega – garantiu L, olhando para as dezenas de livros que tinham por ali.

– Do que é que estão à procura, exatamente? – perguntou Yngrid, que parecia estar a morrer de curiosidade para saber isso desde que lhe tinham pedido ajuda – Seria mais fácil ajudar-vos se…

– Queres ajudar-nos? – cortou Hisui, olhando para a rapariga de frente e de um modo que parecia ter algo de ameaçador.

– Bem… sim – confirmou Yngrid, insegura – Eu… tenho o poder de conhecer todo o conteúdo de um livro apenas por o tocar, pouparia tempo.

– A sério? – admirou-se Circe – Isso seria perfeito. És uma Deusa da Literatura, então?

– Uma Deusa Dadivada da Literatura – confirmou ela – Mas… não posso usar os meus poderes na escola…

– Podíamos chamar o Burn – sugeriu Hisui.

– Em que é que tu estás a pensar? – perguntou Saya, desconfiada, ao reparar no olhar pensativo da outra.

– Os rapazes podiam criar uma manobra de diversão para nós – disse ela, encolhendo defensivamente os ombros.

– Deixa comigo – disse Softhe, levantando-se – Eu e o Burn podemos criar uma distração que fixará as atenções da escola inteira.

– Tu gostas mesmo de o irritar, não gostas? – perguntou L, com um pequeno sorriso maldoso.

– Se ele é o Deus Supremo do Fogo, quero saber se ele realmente cospe fogo quando se irrita – defendeu-se Softhe – Bem, mas eu vou indo à procura dele. Despachem-se, porque não sei quanto tempo vos consigo dar.

– Tratando-se de ti e do Burn, só temos cinco minutos – disse Saya, virando uma página – Ele vai fazer de ti churrasco.

– Vamos ver – disse Softhe, com um sorriso provocador, saindo depois da biblioteca.

Não lhe foi difícil dar com Burn, sentado nos sofás da sala comum, com o seu bando todo em redor. Sentara-se com os braços abertos poisados nas costas do sofá e os joelhos ligeiramente afastados, parecendo a pessoa mais confortável, despreocupada e rebelde de todos os tempos. E era justamente isso que atraia Softhe, o seu ar de animal selvagem indomado. Softhe queria domá-lo, fazer aquele tigre bravio deitar-se no seu colo e ronronar de satisfação enquanto comia da sua mão.

– Hey, fósforo – chamou-o, aproximando-se por trás dele e fazendo o rapaz lançar um olhar ameaçador por cima do ombro.

– O que é que tu queres? Morrer? – perguntou Burn, com maus modos, voltando a virar a atenção para a televisão.

– Preciso de alguma coisa que distraia as gémeas – disse ela – Por meia hora ou assim.

– E porque é que me estás a dizer isso? – perguntou Burn, aborrecido.

– Porque és uma lesma nojenta de raciocínio lento. Admite: o teu QI não é superior ao número que calças.

Burn ficou imóvel por alguns segundos, enquanto os seus amigos abriam sorrisos tortos, parecendo adivinhar o que estava para vir. Softhe tentou esconder também um sorriso, sabendo que conseguira, quando Burn, lentamente, tornou a olhar por cima do ombro, para ela.

– Estás tão morta – disse ele, baixinho, antes de se levantar de repente e lançar-se contra a rapariga. Ela não conseguiu evitar um guinchinho quando Burn a agarrou, atirando-a por cima do ombro. Depois começou a correr a uma velocidade inumana, ignorando Softhe, que esperneava e gritava, esmurrando as suas costas enquanto lhe ordenava que a poisasse no chão. Atrás dele vinham os amigos, rindo à gargalhada.

Subiram escadas e mais escadas, até que foram dar a um terraço que Softhe não conhecia.

– Olha só o mar tão lindo! – exclamou Burn, num tom agudo e jocoso.

E de repente Softhe viu-se a balançar no meio do ar, não caindo ao mar somente devido à mão de ferro de Burn, que a segurava pelo colarinho da blusa do uniforme.

– NÃO! – gritou Softhe, em pânico, com a certeza de que Burn a largaria e a deixaria a esbracejar na água salgada até que perdesse as forças e se afundasse.

– Não? O que é que vocês dizem? Não a atiro? – perguntou Burn, aos amigos que estavam a assistir, rindo.

– Atira! – gritaram algumas vozes.

Burn largou Softhe, que soltou um grito agudo, qual sirene, ao sentir que não tinha nada a segurá-la. Mas não teve realmente tempo de cair, porque Burn segurou-a logo com a outra mão, rindo dela.

– Tira-me daqui! – gritou Softhe, esperneando.

– Não me parece – negou Burn – Tu querias distrair as gémeas e eu quero vingar-me de todas as vezes que me insultaste. Porque não juntar o útil ao agradável? Ops! – exclamou ele, largando Softhe de novo, para no último momento a segurar somente com uma mão, parecendo estar a fazer malabarismo com ela.


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