POV – Katniss

— Eu tenho que parar de fazer isso? – Perguntei colocando as mãos na cintura. – É você que me beija a cada dois segundos...

— A culpa é sua!

— Como é? – Pergunto sem entender.

— A culpa é sua de ter uma boca tão gostosa e beijar tão bem! – Ele diz me puxando pela cintura e colando nossos corpos mais uma vez. – Me arrependo de não ter te beijado antes. – Ele diz arrumando uma mecha de cabelo que caia do coque no meu rosto.

— Se arrepende é? – Pergunto fazendo charminho, ele apenas assente mordendo o lábio inferior. O quão sexy esse homem ainda pode ser?

— Na verdade eu me apaixonei por você no instante em que eu te vi fazendo carinho naquela mala. – Ele diz sorrindo. – Você pareceu tão louca, tão eu... – Ele diz e eu dou um tapa no seu ombro.

— Eu não sou louca... Eram meus sapatos. Sabe o que os meus sapatos significam pra mim?

— Não faço idéia. – Ele diz revirando os olhos.

— Não revire os olhos pra mim Peeta Mellark! – Brinco fazendo biquinho.

— Que bico lindo amor... Posso morder? – ele pergunta com os olhos fixos em meus lábios.

— Claro que não!

— Só um pouquinho vai... Faz esse bico de novo pra eu dar uma mordidinha... – No mesmo instante a porta se abre.

— Não acredito! – Clove grita da porta. – Resolveram virar adultos?

— Háhá Clovelinha. – Digo encarando-a.

—Clovelinha é a mãe! – Ela grita e bate a porta fazendo eu e Peeta rirmos.

— Cadê o seu bom humor de segundos atrás? – Peeta pergunta rindo.

— Engraçadinho você, Senhor Peeta Babaca Mellark. – Ela diz e se joga no sofá. – Agora coloca essa camisa, por favor. – Ela pega a camisa do sofá e joga em cima dele. – Daqui a pouco o meu namorado chega e não quero que ele te veja aqui praticamente nu.

— Não me diga que Cato é gay? – Digo colocando as mãos no rosto e abrindo a boca. – Coloca essa camiseta logo amor, não quero Cato te comendo com os olhos. – Digo e ele ri.

— Tá engraçadinha hoje hein Kat? – Clove pergunta me enviando um olhar matador.

— Também te amo Clovelinha. – Digo e então ela levanta do sofá com raiva. Pego na mão do Peeta e corro com ele até o meu quarto e fecho a porta passando a chave.

— Abre essa porta Katniss! – Clove grita enquanto esmurra a porta. – Agora eu vou te matar mulher! Você não sabe do que sou capaz!

— Nossa, to morrendo de medo desse seu um metro e meio de altura! – Grito de volta fazendo Peeta rir.

— Katniss Everdeen você mexeu com a baixinha errada! – Ela grita ainda esmurrando a porta. Não respondo, apenas sento na cama e fico conversando com Peeta até ela cansar.

...

Os dias foram passando e eu e Peeta estávamos cada vez mais apaixonados, e Clove ficava cada dia mais irritada. Eu e o Peeta junto não prestamos! Mas tinha uma coisa que estava me incomodando profundamente, trabalho. Eu não conseguia nada, nem se quer uma entrevista. Effie me ferrou de acordo! Claro que ela ia me ferrar pra outras empresas, ela me quer de volta. Sim, minha ex-chefe Effie Trinket me quer de volta na empresa, mas eu não estou nem um pouco a fim de voltar pra lá.

— Katniss querida, pense um pouco.

— Não tem o que pensar Effie, eu não quero voltar. Eu não tinha vida quando trabalhava aí.

— Mas eu já disse que não vou mais pegar tanto no seu pé. Seus horários vão ser mais flexíveis querida.

— Effie não me chame de querida.

— Por favor, Katniss, você era uma das nossas melhores estilistas, todos estão sentindo sua falta.

— Já eu não posso dizer o mesmo, não sinto falta de nada que diz respeito á sua empresa.

— Olha, vou deixar você pensar ok? Se por um acaso você quiser voltar, seu lugar estará te esperando.

— Eu não vou querer voltar Effie.

— Você tem meu número, me ligue quando parar de manha.– Ela diz e desliga.

— Filha da Puta! – Grito jogando o celular no chão.

— O que foi amor? – Peeta pergunta me abraçando pelas costas.

— Aquela desgraçada! Ferrou com a minha reputação em qualquer empresa de moda só porque me quer de volta.

— E você está pensando em voltar?

— Eu não sei, não posso ficar dependendo da Clove pro resto da vida. – Viro ficando de frente pra ele. – Se eu não arrumar outro emprego logo, serei obrigada a voltar.

— Pensa direito ok? – ele diz arrumando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

— Ok. – Digo e ele me abraça.

— Agora vem almoçar comigo. – Ele diz autoritário e eu apenas cruzo os braços e ergo uma das sobrancelhas. – Por favor? – Ele pede com uma carinha tão linda que eu não consigo resistir. Porque ele tem que ser tão fofo?

— Ok Sr. Eu sou tão lindo que a Kat não resiste. – Ele apenas riu e me deu um selinho.

Duas semanas se passaram e nada de arrumar um serviço, nem sequer uma entrevista pra me deixar na expectativa, resumindo, serei obrigada a trabalhar pra Effie. Droga!

— Não tem jeito né? Nada que eu faça ou diga vai te fazer mudar de idéia?

— Não Clô, eu já te enchi bastante, não posso depender de você pro resto da vida. E outra, eu preciso me mudar logo daqui, estou atrapalhando você e o Cato...

— Não diga isso Kat, eu amo ter você aqui. – Ela diz sorrindo.

— Clô, não dificulta...

— Ok, mas saiba que pode ficar o quanto você quiser, e também pode contar comigo pra o que for... – Ela diz e me abraça.

— Eu sei amiga. Já disse que você é a melhor?

— Já. – Ela disse revirando os olhos o que me fez rir.

— Agora vem a parte difícil. – Falei fazendo biquinho.

— Peeta?

— Uhun. – digo e assinto.

— Boa sorte amiga, vai na fé que ele tá vindo aí... – Ela levanta e me da um beijo no rosto. – Vou nessa!

— Ótima amiga você Clô. – Digo e ela ri. Peeta chega e se senta no lugar que Clove estava. (Estamos na sala de estar pública do prédio – só pra constar)

— Oi amor. – ele diz sorrindo, como sempre.

— Oi. – Digo sem ânimo.

— O que foi?

— Precisamos conversar...

— Pode falar.

— Resolvi aceitar meu emprego de volta. – Falo na lata.

— Mas amor, você odeia aquilo.

— Eu sei Peeta, mas eu preciso. Como já disse não posso ficar morando com a Clove pra sempre, eu estou atrapalhando ela e o Cato. E também não quero ficar dependendo dela.

— Vem pro meu apartamento então. – Ele diz e pega na minha mão.

— Claro que não! Vou parar de depender dela pra depender de você? Nem pensar! – Falei irritada. Como se eu fosse depender de marmanjo! Tudo bem que ele é um marmanjo lindo e super gostoso, mas mesmo assim não.

— Ah Kat, por favor.

— Peeta, por favor, não faça essa carinha linda pra mim não. Isso é chantagem emocional... – Digo e ele ri.

— Vai que dá certo. – Ele diz dando ombros e sorri lindamente. Mas que droga, porque esse cara tem que ter um sorriso tão lindo? – Então é isso? Você vai mesmo voltar?

— Sim.

— Mas você não vai deixar acontecer com a gente o que aconteceu com seu antigo namorado vai? – Ah! Esqueci de dizer que ele me pediu em namoro! Fofo ou não?

— Eu prometo! – disse cruzando os dedos na boca e beijando.

— Então tá, né? Eu não tenho outra opção mesmo... – Ele diz fazendo uma cara triste.

— Não fica assim amor... É só até eu arrumar algo melhor. Você me entende né?

— Entendo. – Ele disse e sorriu.

Bom, depois dessa conversa com Clove e Peeta, resolvi ligar pra Effie, nem vou dizer que ela quase surtou quando eu disse que voltaria. A má noticia? Eu começo a trabalhar amanhã mesmo!