POV – Peeta

Duas semanas depois...

— Amor, pode, por favor, tirar esse salto alto? – Falei abraçando Katniss pelas costas enquanto ela arrumava o cabelo no banheiro.

— Peeta, eu ainda estou com um mês de gravidez.

— Mas e se você cair?

— Peeta eu não vou cair...

— Mas Kat...

— Peeta. – Ela se virou pra mim e eu a agarrei pela cintura. – Eu sei que você está preocupado e tudo mais, mas fica tranqüilo, por favor.

— Eu não quero que você se machuque ou ao bebê. – Falei acariciando sua bochecha e ela sorriu.

— Eu amo esse seu jeito protetor. – Ela depositou um selinho em meus lábios e eu sorri.

— Vai tirar o salto então? – Perguntei esperançoso.

— Não. – Ela falou se virando de frente pra o espelho.

— Ótimo. – Falei me dando por vencido e saí pisando forte do banheiro. Eu não consigo entender o porquê disso, ela está grávida, tem que tomar cuidado. E ficar andando por aí de salto alto é muito arriscado. Tá! Talvez eu esteja mesmo exagerando, mas não posso evitar. Eu morro de medo de qualquer coisa que possa acontecer aos dois amores da minha vida, acho que eu morreria se algo acontecesse. Nunca na minha vida me senti tão feliz e completo como me sinto agora, é a minha família, a família que eu sempre quis. Uma mulher incrível, forte e determinada, e agora um filho, fruto do nosso amor, sei que ás vezes a Kat fica preocupada com o fato de ser mãe, mas sei que no final vai dar tudo certo, porque estaremos juntos. Somos pais de primeira viagem então tudo é novidade pra nós, hormônios então nem se fala, estão á flor da pele. Às vezes fico confuso, pois em um momento a Kat está toda carinhosa e romântica, frágil a qualquer coisa e do nada ela muda de humor, fica irritada e grossa. Eu me estresso ás vezes com isso, mas no final das contas sei que isso não é culpa dela. Claro que não estou colocando a culpa no bebê, longe disso, mas sim aos hormônios devidos á gravidez. Ás vezes eu chego a sentir medo dela, mas medo mesmo, ela me olha com um olhar mortal, sinto ela me fuzilar com os olhos. Mas a parte boa de tudo isso? O “apetite” dela está muito maior, ás vezes chego cansado do trabalho e ela quer por que quer fazer amor. Não estou reclamando! Longe disso! Eu sou homem e nunca vou recusar fazer amor com minha mulher, mas ás vezes tenho medo de machucar o bebê. Sei que isso é besteira porque a médica já disse que isso não vai acontecer, mas não tem como evitar, fico muito preocupado.

— Amor, estou pronta. Vamos? – Kat entrou na sala me tirando de meus devaneios.

— Vamos minha linda. Como está meu bebê? – Falei indo até ela e me agachei no chão colocando o ouvido em seu ventre. – Tá tudo bem meu amor? Eu sei, eu sei, mas a sua mãe é teimosa! – Falei revirando os olhos. – Eu também te amo meu anjo, logo, logo você estará aqui com o papai, aí não vai mais precisar ficar com medo dos saltos da mamãe, porque o papai que vai te carregar tá bom? – Ouvi Katniss dar uma risada baixinha e em seguida beijei sua barriga. – Te amo. – Sussurrei e depois me levantei.

— Amo quando você conversa com ele sabia? – Ela falou passando os braços em volta do meu pescoço e eu a puxei pela cintura. – Você vai ser um ótimo pai Peeta.

— E você uma ótima mãe. – Falei lhe dando um selinho e ela sorriu.

— Acha mesmo?

— Tenho certeza minha princesa. – Demos um beijo rápido e logo saímos pro trabalho. Assim que deixei a Kat no trabalho Cinna veio nos cumprimentar, como todos os dias ele fazia. Era incrível esse vinculo que ele tinha com a Kat, como se fossem pai e filha. Ele sempre nos perguntava sobre o bebê, e me perguntava se a Kat estava dando muito trabalho devido ás suas mudanças de humor. Em seguida, me despedi deles e saí com o carro em direção ao meu trabalho.

POV – Katniss

— Eu estou bem Cinna, é sério. – Falei me sentando em minha cadeira. Cinna estava igual – ou pior – que o Peeta. No começo é legal toda essa atenção e preocupação, mas depois de um tempo enche o saco.

— Tem certeza meu amor?

— Cinna... – Falei massageando as têmporas. – Eu estou ótima, agora vai trabalhar, sem você essa empresa não anda.

— Certeza?

— Absoluta.

— Ok. Se precisar de alguma coisa, qualquer coisa que seja me chama ok?

— Ok Cinna, eu chamo. Agora me deixa trabalhar antes que meu chefe me mande embora. – Falei rindo e ele riu também.

— Ele nunca faria isso.

— E se por um acaso eu o chutasse da minha sala? – perguntei rindo.

— Nem se você fizesse isso. – Falou e em seguida me deu um beijo estalado na bochecha. – Se cuida mamãe. – Apenas revirei os olhos e ele riu, depois fiquei observando-o sair da minha sala remexendo os quadris.

Dois meses depois...

—Peeta... – Chamei manhosa.

— Oi meu amor. – Ele respondeu cansado, me deu uma dó na hora, mas eu precisava daquilo.

— Desejo... – Ele revirou os olhos e pegou o celular.

— São 1:00h da manhã.

— Mas eu to com desejo... – Falei tentando ser mais manhosa possível.

— O que é? – Ele falou sentando na cama.

— Eu quero salmão defumado e suco de kiwi.

— Como é? – Ele falou arregalando os olhos.

— Isso mesmo que você ouviu Peeta... – Ele ficou em silêncio e fechou os olhos. A principio achei que ele estivesse pensando onde compraria isso á essa hora, mas depois percebi que ele havia cochilado. – Peeta! – Gritei e ele pulou de susto.

— O que? Eu! O que houve? – Ele perguntou assustado, olhando para os lados.

— Você cochilou enquanto eu dizia que estava com desejo! – gritei.

— Desculpa amor, eu estava prestando atenção e aí... Eu to cansado. – Ele falou suspirando.

— Tá, descansa depois, agora eu to com desejo. Ou você quer que seu filho nasça com cara de salmão defumado e kiwi?

— Não, claro que não... Eu só... Tem que ser agora?

— Não Peeta, semana que vem! – Falei irônica. - É claro que é agora.

— Ok. – Ele falou já se levantando da cama, foi até o closet parecendo um zumbi e colocou uma roupa qualquer, em seguida me deu um beijo na testa e saiu de casa.

POV – Peeta

Eu estava um caco, e isso era visível a milhares de quilômetros de distância. Só essa semana foram três desejos na madrugada. O que há de errado com essa mulher? Porque só tem desejos na madrugada? Eu estava cansado e precisava dormir urgentemente. Assim que cheguei á portaria do nosso prédio, o porteiro me olhou pronto a me fazer uma pergunta, mas eu o cortei antes.

— Nem pergunta! – Falei passando por ele parecendo um zumbi e ele arregalou os olhos. – Salmão defumado e suco de kiwi. – Falei suspirando.

— Oh! – Ele falou colocando a mão sobre a boca.

— Nem me fale... – Falei revirando os olhos. – Deixa eu ir...

— Até mais senhor! Boa sorte!

— Eu vou precisar! – Falei descendo até o estacionamento partindo para mais uma busca incessante por um desejo totalmente maluco. Depois de rodar por quase uma hora eu vi que não ia achar nada aberto, então liguei pra Kat.

— Peeta? Você achou?

— Não amor, nada aberto.

— Mas Peeta... – Ela falou manhosa e eu suspirei.

— Amor, o que quer que eu faça?

— Não sei Peeta, mas eu preciso. – Foi então que eu tive uma idéia maravilhosa.

— Olha, eu vou continuar procurando, então não se preocupe se eu demorar pra chegar ok?

— Tudo bem, mas traz meu salmão, por favor.

— Tá bom amor. Eu te amo.

— Eu também. – Ela disse e em seguida desligou.

— Alô? – Ele falou com a voz embargada, devido ao sono.

— Hey! Aqui é o Peeta, preciso da sua ajuda.

— O que houve? A Kat está bem? – Ele perguntou preocupado e eu ri.

— Ela está bem, eu é que não estou. Posso ir à sua casa?

— Claro, pode vir.

— Obrigado.

— De nada, até mais!

— Até! – Falei e desliguei, em seguida saí com o carro em direção á algumas horas de sono maravilhosas.