POV – Katniss

— E então Kat, sente falta de nós? – Gale pergunta deixando todos de boca aberta, inclusive eu. Como ele tem a coragem de me perguntar isso? Na frente do meu namorado e do meu irmão. Eu não respondo, apenas me agarro á Peeta e ele me abraça com força.

— Como tem coragem de perguntar isso? – Peeta grita.

— Foi só uma pergunta. – Gale diz como se fosse a coisa mais normal do mundo.

— Não vê que ela está namorando e não sente mais a sua falta? – Finnick quem se pronuncia desta vez.

— É melhor você sair daqui agora, antes que eu quebre essa sua cara. – Peeta grita se levantando.

— O bar é público, qualquer um pode entrar aqui. – Gale, você não está ajudando! E então Peeta vai até ele e lhe dá um soco no nariz, Gale não pensa duas vezes antes de revidar, mas Finnick o impede.

— Vai pra casa Gale, é o melhor pra você. – Finn diz enquanto o segura.

— Eu vou matar esse cara! – Gale grita e meu irmão o puxa pro lado.

— Você ainda ama a minha irmã? – Ouço Finnick sussurrar pra ele, Gale apenas assente. – Então a deixe ser feliz. Você acha que “matando esse cara”. – Finnick falou o imitando. – A faria feliz? Não dá pra ver que ela o ama? Se liga Gale, ela não te ama mais cara. – Gale não responde, apenas sai do bar e então meu irmão volta até nós. – Vamos pra casa?

— Ótima idéia Finn. – Digo puxando Peeta e então nós vamos pra casa. No caminho ninguém disse uma palavra, Finn foi dirigindo e eu fiquei no bando de trás com Peeta, encolhi as pernas no banco e deitei com a cabeça no colo dele. Suas mãos acariciavam meus cabelos de forma carinhosa e então eu acabei pegando no sono.

...

Acordei com os raios de sol penetrando as frestas da janela, abri os olhos devagar e olhei pro lado, a cama estava vazia. Fechei os olhos mais uma vez e me ajeitei na cama pra dormir novamente, mas comecei a ouvir gritos vindos da sala, eram Peeta e Clove. Pêra ai, Clove? Sai correndo e abri a porta, os dois discutiam e Finnick estava no meio tentando fazer os dois calarem a boca.

— Calem a boca! – grito e todos olham pra mim em silêncio. – Que porra está acontecendo aqui? – Ninguém responde. – Eu juro que se vocês não falarem eu vou arrancar os seus cabelos com a pinça!

— Kat, não é nada. – Clove diz calma.

— Nada? Não me pareceu nada.

— Olha Kat, Gale foi até o apartamento da Clove procurar por você. – Finn diz.

— E porque vocês estão brigando?

— Porque a Clove o mandou pastar antes de eu quebrar a cara dele. – peeta diz com raiva.

— Ninguém aqui vai quebrar a cara de ninguém! Vocês estão parecendo crianças! – grito e Peeta vem até mim.

— Kat eu...

— Nem tenta falar nada... Chega disso! Eu estou cansada! – Grito e então as lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto. – Eu mesma vou falar com ele e falar umas poucas e boas na cara dele. Ele não quer falar comigo? Então ele vai ter que me escutar! – Grito e vou até o quarto, bato a porta em seguida. Me jogo na cama e começo a chorar, logo ouço a porta do quarto se abrir, não abro os olhos pra ver quem é, mas pelo cheiro do perfume sei que é Peeta. Ele se senta ao meu lado e acaricia meus cabelos.

— Amor...

— O que foi? – pergunto irritada.

— Você não vai falar com ele. – No mesmo instante abro os olhos e me sento na cama e olho bem dentro dos seus olhos.

— Eu não pedi a sua permissão. – Cuspo as palavras na cara dele. – Isso é algo que só eu posso resolver, você bater nele não vai adiantar nada, você não o conhece!

— Eu não estou te impedindo de falar com ele, só estou pedindo. Por favor, Kat.

— Eu preciso fazer isso, se não ele nunca vai me deixar em paz. – Digo chorando.

— Kat, por favor...

— Por favor, peço eu Peeta, eu não quero ele estragando a nossa vida... Eu preciso fazer isso, e preciso que você me apóie. – No mesmo instante ele me abraça com força.

— Eu só tenho medo de perder você. – Ele diz quase chorando, afasto nosso abraço e seguro seu rosto com as duas mãos, vejo dor em seus olhos.

— Você não vai me perder... Nunca. Preciso que confie em mim. – Digo e então ele sorri.

— Eu confio. – Ele diz e me abraça novamente. – Eu te amo Kat, e se você quer meu apoio pra fazer isso, você o terá.

— Eu também te amo, amor. Não precisa se preocupar, meu coração sempre será seu.

...

Estou na porta da casa de Gale, mas estou tentando resolver se aperto ou não a campainha. Faz exatamente quinze minutos que estou aqui, encarando a porta, tremendo feito uma vara verde, e então decido que não vou falar com ele hoje, quando estou prestes a sair dali a porta se abre e Gale me olha sorrindo.

— Sabia que você viria me procurar.

— Tira esse sorriso estúpido do rosto... – Digo o empurrando e entrando na casa dele, ele entra logo atrás e fecha porta.

— Qual é Kat...

— Katniss pra você. – digo e me sento no sofá. – Agora eu preciso falar com você.

— Pode falar, sou todo ouvidos... – Ele sorri e se senta em uma poltrona quase de frente pra mim.

— Quero que você nunca mais fale comigo, nunca mais me procure! – Cuspo as palavras e ele sorri outra vez.

— Kat, para de ser marrenta, sei que ainda me ama.

— Pelo visto você não me conhece tão bem... Eu não te amo mais Gale.

— Ama quem então? Aquele loirinho esquisito? – Ele ri debochado e então eu me levanto e aponto o dedo na sua cara.

— Nunca mais fale dele assim está me entendendo? Você perdeu o direito de falar qualquer coisa da minha vida no momento em que me deixou!

— Então é isso? Ainda está chateada porque eu te deixei?

— Não, eu não estou mais chateada, na verdade eu te agradeço por ter me deixado. Graças á você eu conheci o Peeta! – Ele se levanta e fica cara a cara comigo, nossos rostos á milímetros de distância.

— Olhe nos meus olhos e diz que não me ama mais Kat, quero ver se consegue fazer isso. – Eu sorrio de lado e o olho bem dentro dos olhos.

— Eu não te amo mais Gale. – No mesmo instante ele arregala os olhos e se afasta.

— Não acredito em você. – Ele fala meio chocado.

— Quer que eu diga outra vez? – Pergunto chegando mais perto. – Você quer que eu diga mais uma vez Gale Hawtorne? – ele não responde, apenas me olha pasmo. – Imaginei... – Digo e vou até a porta, mas ele segura meu braço com força. – Me solta, agora!

— Não vou soltar. – Ele diz e então eu me viro para olhá-lo.

— Você pode ser duas vezes mais alto e mais forte que eu... Mas eu ainda posso fazer isso! – No mesmo instante chuto suas partes baixas e ele me solta gritando de dor. – Por favor, não me procure mais! – Digo e saio batendo a porta.