POV – Katniss

Prazer, meu nome é Katniss Everdeen, tenho 25 anos e acabei de pedir a conta do meu serviço. Sim, foi isso o que eu acabei de fazer. Meu emprego era “ótimo”, pagava um ótimo salário, eu era conhecida, mas tinha uma coisa que eu odiava em tudo aquilo, o estresse. Meu Deus, como esse posso era estressado, raivoso. Todos tinham que trabalhar duro e nunca tinham tempo para suas vidas pessoais, os chefões sugavam nossa vida, literalmente. Eu já disse também que perdi meu namorado por causa desse emprego? Bem, eu perdi. Gale me deixou por causa desse maldito emprego, na verdade se eu fosse ele faria a mesma coisa, eu nunca tinha tempo pra ele, sempre desmarcava nossos compromissos, e também sempre esquecia os nossos aniversários de namoro. Fala a verdade, eu era uma péssima namorada! Mas não era minha culpa, meu serviço exigia muito de mim. Até que um dia eu explodi, cansei! Gritei com todo mundo e chutei o balde, literalmente. Eu chutei um balde com água suja de limpeza na minha antiga chefe, Effie Trinket. Ela ficou uma arara comigo, me mandou trabalhar muito mais e foi aí que pedi a conta. Agora estou pegando minhas coisas do meu antigo apartamento e indo para o da minha melhor amiga, Clove. Ela me deixou ficar lá até eu arrumar outro emprego e poder voltar a pagar um aluguel. O apartamento dela não é muito grande, mas têm dois quartos, o que pra mim é perfeito. A Clove é gente boa, mas meio irritada, ela e o namorado, Cato vivem brigando por bobagens, mas sempre voltam. Ele meio que mora com ela, na verdade ele dorme lá quando eles estão bem, e quando não estão ela chuta ele. Mas os dois são perfeito um para o outro, ele parece o cachorrinho dela, dá até dó ás vezes, ela chama e ele vem correndo. Mas fazer o que? Como não amar a Clove? A minha baixinha irritada.

— Katniss tem certeza que não quer ajuda? Eu posso ligar pro trabalho e avisar que vou chegar um pouco mais tarde.

— Não Clô, tudo bem. Eu me viro pode deixar, você já está me ajudando muito cedendo um pedaço do seu APÊ.

— Tenho certeza que você faria o mesmo por mim. – Ela sorri e me dá um beijo. – Se cuida e qualquer coisa me liga ok?

— Ok. – Digo e ela sai pro trabalho.

Agora tenho mil e quinhentas coisas pra trazer até o 10° andar e não faço idéia de como vou fazer isso, droga! Desço até a portaria onde estão guardada minhas coisas e pego uma das enormes caixas e carrego até o elevador, pressiono o botão número 10 e o elevador começa a subir. Puxo a caixa até o apartamento e fecho a porta, desço novamente e pego outra caixa. Meu Deus! Será que ninguém está vendo o meu sofrimento? Não tem um filho de Deus aqui pra me ajudar? Penso e volto a carregar a caixa, e fico nesse sobre e desce por uns 15 minutos, mas ainda faltam umas cinco caixas, fora as malas.

— Porque será que eu tenho tanta coisa? – Resmungo puxando uma das malas e então ela cai no chão. – Não, não, a mamãe te ama! – Digo fazendo carinho na mala que contem um dos meus bens mais preciosos... Meus sapatos! Até que ouço alguém rir, olho pra cima e vejo um cara muito lindo, deve ter seus vinte e sete anos, tem cabelos loiros escuro, barba falhada e olhos azuis. E por Deus! Que olhos!

— Precisa de ajuda? – Ele pergunta me encarando.

— Obrigada Deus! – Digo olhando pra cima fazendo-o sorrir. E por Deus que sorriso! – Na verdade preciso sim. Faz uns vinte minutos que estou tentando carregar minhas coisas pro décimo andar e ninguém nem se quer perguntou se eu precisava de ajuda. – Acabo falando muito rápido por causa do nervosismo, o que causa um ataque de risos no rapaz.

— Isso é um sim ou um não?

— Sim, isso com certeza é um sim! – Digo suplicante e então ele me ajuda com a mala, vou até onde estão minhas coisas e pego outra, subimos juntos no elevador.

— E então... – Ele começa. – Comprou ou alugou?

— Como é? – Pergunto.

— Você alugou ou comprou o apartamento?

— Na verdade nenhum dos dois. Eu acabei de pedir demissão e vim passar um tempo com a minha amiga, até arrumar outro trabalho.

— Hum... – ele diz enquanto passa a mão pela nuca e sobre até os cabelos.

— Você mora aqui?

— Moro. – Ele responde meio nervoso.

— E não conhece a Clove? Por Deus! Ela arruma briga com todo mundo, impossível você não conhecer ela.

— Na verdade eu me mudei á pouco tempo.

— Ta explicado. – Digo e encaro o chão.

— Posso te fazer uma pergunta? Na verdade duas... Porque uma já foi. – Ele ri discretamente.

— Claro!

— Porque você se demitiu? – E no mesmo instante se ouve um “Pin” e as portas do elevador se abrem. Nós saímos e eu abro a porta do apartamento.

— Aqui. – digo e ele assente, me ajuda a levar as malas pra dentro e depois saímos e pegamos o elevador outra vez.

— Longa história. – Respondo revirando os olhos.

— O que? – Ele pergunta desentendido me fazendo rir.

— Você me perguntou por que eu me demiti.

— Ah é! – Ele diz sorrindo envergonhado e coçando a nuca.

— Na verdade meu trabalho pagava muito bem. – Digo dando de ombros. – Mas era muito estressante, ele estava sugando a minha vida, meu namorado até me largou por causa dele.

— Eu sinto muito. – Ele disse com pesar.

— Relaxa! – Digo sorrindo. – Eu não era tão afim dele assim. E você, trabalha em que?

— Trabalho em uma revista de esportes, sou fotógrafo.

— Hum... Que chique! - Digo fazendo biquinho e ele ri. E então mais uma vez as portas se abrem e nós pegamos mais algumas coisas e levamos pra cima. Alguns minutos depois já estava tudo no apartamento. – Obrigada. – Digo sorrindo. – Se não fosse por você eu ainda estaria subindo e descendo.

— Que isso. – Ele sorri. – Se precisar de alguma coisa eu estou no 12° andar. Apartamento 368.

— Pode deixar! – Digo sorrindo e então ele se vira. – Ah! Meu nome é Katniss. – Digo e ele volta a tenção pra mim.

— Peeta.

— Ok Peeta. – Digo e ele entra no elevador. Por Deus! Como esse homem é lindo!