Blind escrita por AnneBlack


Capítulo 4
Nunca diga nunca


Notas iniciais do capítulo

Depois de um longo tempo...



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O dia amanheceu ensolarado em New Orleans, Caroline arrumou-se e saiu para procurar emprego. Ela já tinha trabalhado no bar de Mystic Falls e sua primeira opção eram os bares da cidade, assim ela poderia trabalhar a noite e aproveitar o dia para ir até Mystic Falls visitar sua mãe e as amigas.

A cidade era feita a moda europeia e detalhes de sua arquitetura revelavam isso, prédios antigos feitos de pedra e colunas caprichosamente decoradas. Ela andou pela cidade até encontrar um bar cuja placa dizia “precisa-se de atendente”.

Caroline entrou no bar, que estava vazio, e foi até o balcão do bar. Um garoto bonito limpava os copos, ela se lembrou de Matt e ficou com saudades.

– Oi. Estão precisando de atendente?

O garoto olhou para ela e deixou o copo sobre o balcão, ele jogou o guardanapo no ombro e disse:

– Está no lugar certo?

– Não estão precisando de ninguém?

– Bem, estamos. – ele deu de ombros. – Mas você não parece do tipo que trabalha em bares.

– Como você sabe meu tipo? – Caroline arqueou a sobrancelha.

– Você vem aqui usando Chanel e cheirando a Victoria’s Secret. Até um cego perceberia que limpar mesas não é a sua.

Caroline ficou calada por um instante. Pessoas eram julgadas por se vestirem mal, mas por se vestirem bem? Isso era novidade.

– Posso fazer a entrevista ou não?

Ela ouviu os passos antes de ouvir a voz:

– Claro que pode.

A mulher se aproximou do bar e estendeu a mão para Caroline. Era uma negra alta com longos cabelos negros, era muito bonita também.

– Meu nome é Drew, sou a dona desse bar e farei uma entrevista com você. Embora eu não ache necessário.

Caroline apertou a mão de Drew.

– Eu sou Caroline. Por que não acha necessário?

– Está na cara que é uma garota inteligente e que pode fazer isso. E seu rosto agradará a todos os clientes.

Um sorriso largo se abriu no rosto dela, foi muito mais fácil do que ela imaginava.

– Estou contratada então?

– É só vir comigo e assinar os papeis e pode começar seu treinamento hoje a noite.

Ela assentiu e seguiu Drew até o seu escritório no fundo do bar. O escritório de Drew era pequeno e bem organizado, todo o madeiramento era escuro.

– Sente-se.

Caroline sentou-se e Drew entregou a ela maços de papel, os quais ela leu com atenção. Não havia nada demais, os funcionários tinham direito a plano de saúde – não que ela fosse precisar -, alimentação – desnecessário – e o salário era mais do que ela gostaria.

Ela assinou os papeis e os entregou.

– Muito bem Caroline. – disse Drew. – Esse bar é uma herança de meu pai e eu espero que o mantenha em bom funcionamento, nós abrimos todas as noites e ficamos abertos até as quatro da manhã. Consegue se adaptar ao horário?

– Sem problemas. – ela sorriu.

– Ótimo. Vamos voltar.

As duas mulheres voltaram para o salão do bar e Drew a deixou com o garoto e disse:

– Cuide bem dela. Caroline, esse será seu treinador, Bill.

E virou as costas para ir embora, deixando Bill e Caroline sozinhos.

– Você tem que estar aqui as 19h todos os dias e sai depois que limparmos todas as mesas. Você vai servir e limpar, eu ficarei de olho. E ah, seu uniforme.

De maneira rude, Bill jogou para ela uma pilha de roupas. Caroline ficou irritada com a grosseria do garoto e pegou as roupas em silencio para ir embora.

Ela odiou o uniforme.

Caroline estava na frente do espelho vestida em suas roupas de trabalho, que não eram nada bonitas e muito vulgares. O uniforme era um top vermelho, imitando uma camisa de flanela, decotado e amarrado na frente e um short bege com cinto marrom e botas pretas de cano alto.

Ela sentia-se uma vagabunda.

– Acho que esse não é o emprego certo para mim.

Durante o caminho até o trabalho, Caroline foi ajeitando o gigantesco decote para que seus seios aparecessem o mínimo possível. Era um trabalho inútil, já que sua barriga e suas pernas estavam de fora.

Ela suspirou e desceu do carro. Coragem, Caroline, ela pensou.

O bar ainda estava vazio quando ela entrou. Bill estava sentado em uma das mesas e sorriu para ela, fazendo sinal de aprovação.

– Ficou ótimo em você, loira.

– Cale a boca Bill.

Ele sorriu e estendeu para ela uma prancheta.

– Anote os pedidos e os deixe na cozinha, depois pegue e sirva na mesa certa. – ele enfatizou a ultima palavra. – Entendeu?

– Sim.

Não demorou para que o bar estivesse lotado e Caroline estivesse correndo com pedidos de um lado para o outro. Não era tão fácil quanto ela imaginava.

– Duas cervejas para a mesa dois Bill! – ela gritou.

Bill jogou duas cervejas e dois copos sobre o balcão. Caroline os pegou e levou rapidamente para a mesa.

Seu horário estava quase acabando quando dois homens entraram no bar, agora quase vazio, um dos homens era negro e sorria o tempo todo e o outro era...

Caroline deixou cair a bandeja junto com todos os pedidos, ela ouviu o grito de Bill, mas era apenas uma musica de fundo. O protagonista de seu pesadelo era Klaus.

Ele estava ali. Com seus cabelos loiros e olhos verdes, era um príncipe medieval feito de gelo e rancores.

Klaus.

Os olhos dele encontraram os de Caroline e imediatamente ele deixou o amigo para seguir na direção dela, Caroline ficou estática.

– Parece que você fez uma bagunça. – ele apontou para os copos quebrados e a sujeira no chão.

– Você tem que sair para que eu possa limpar. – Caroline foi dura.

– Por que tem tanto ódio em seu coração, Caroline?

O jeito como ele pronunciava seu nome causava arrepios nela.

– Por que? – ela aproximou-se dele de um jeito perigoso – Você destruiu minha vida, mais de uma vez. Tentou assassinar meus amigos, você é mal, cruel e tudo o que eu mais desprezo nesse mundo.

– Eu salvei sua vida. – ele disse lentamente. Mas estava visivelmente magoado, o que fez Caroline recuar. – Se eu fosse o monstro que você pinta, não teria salvado sua vida e nem a de seus amigos. Mais de uma vez.

– Obrigada. – disse ela. – Mas eu nunca, nunca mais.

– Nunca diga nunca, Caroline. – ele deu um meio sorriso para ela – Até breve.

– Até nunca.

Klaus passou por ela e foi sentar-se com seu amigo no bar, Bill atendeu os dois rapidamente. Caroline ajoelhou-se e catou os restos de comida e as louças quebradas, depois ela teria que limpar o chão.

O bar estava finalmente fechado e ela estava pegando sua bolsa quando Bill a chamou.

– Estou indo embora. Se veio me xingar por causa...

Bill ergueu a mão e a interrompeu.

– Você não pode tratar o Klaus assim.

Caroline ficou confusa e franziu as sobrancelhas.

– Você o conhece?

– Todo mundo conhece ele. – Bill disse em Tom obvio – Ele é muito importante na cidade.

– O que ele faz? Quer dizer, com o que trabalha?

Ele ficou confuso, franziu o cenho e deu de ombros.

– Eu não sei direito. Está tarde Caroline, hora de ir.

Ela assentiu e eles saíram do bar. Bill ficava encarregado de fechar o bar e ficava com as chaves, então eles se despediram e Caroline foi para seu carro.

Caroline fechou a porta do carro e encostou a cabeça no volante e suspirou. Ela tinha fugido de Mystic Falls e acabou em algum tipo de cidade do Klaus.

Ótimo.


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