Blind escrita por AnneBlack


Capítulo 11
Mentiroso


Notas iniciais do capítulo

Fico feliz com os comentários de vocês, sério mesmo. Achei que não ia dar em nada essa fanfic, mas estou amando escreve-la, graças a vocês ;p



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Klaus se encontrou com Maicon no beco ao lado de sua casa.

– O que ela fez?

– Rebekah estava vivendo com um humano, mas ele abriu a boca e saiu falando pra todo mundo que dorme com uma vampira. Ela não o compeliu.

Klaus queria matar a irmã, a loira sempre tinha sido um problema constante com sua mania de humanidade, mas agora ela passara de todos os limites. Rebekah esperava lealdade de um humano qualquer? Sua irmã era muito ingênua.

Os dois homens correram noite adentro a procura de Rebekah. A encontraram no apartamento dela, que segundo Maicon ela dividia com o humano, chorando em cima de roupas.

– O que é isso Rebekah? – gritou Klaus. – Você tem noção do que fez agora?! Você passou dos limites do ridículo.

Rebekah levantou a cabeça, suas mãos seguravam firme as roupas do namorado, o lindo rosto estava borrado pelo rímel preto e os cabelos loiros grudavam no rosto junto com as lagrimas.

– O que você quer aqui? – ela disse em uma voz tremula, pela raiva e pela dor. – Veio tripudiar em cima da minha dor? Vá embora Klaus!

– Não posso. Tenho que arrumar a bagunça que você fez sua estupida!

Com um grito ensurdecedor, Rebekah partiu para cima do irmão. Klaus defendeu-se jogando Rebekah contra a parede, ela caiu de lado, pronta para atacar novamente.

– Você é louca Rebekah!

– Você matou John! Matou meu amor! – gritou Rebekah. Ela chorava copiosamente. – Você destruiu minha vida de novo e eu prometo que essa vai ser a ultima vez!

Ela partiu para cima de Klaus novamente, ele não podia matar Rebekah, pois além de sua irmã ela era também uma original. Rebekah o atacou duramente e o irmão apenas defendeu, ele não queria aquela briga, ela sempre foi sua irmãzinha.

Com um nó na garganta, Klaus pegou Rebekah pelo pescoço e torceu até ouvir o estalo do membro se quebrando. O corpo da mulher cai no chão, provisoriamente sem vida.

Ele pegou no colo o corpo de Rebekah.

– Limpe essa bagunça. – disse para Maicon. – Vou garantir que Rebekah não cause mais problemas.

Klaus olhou para o rosto lívido da irmã, era como se ela dissesse a ele que era tudo culpa dele e ela jamais o perdoaria. Enquanto levava Rebekah para casa, ele pensou em como ela tinha sido a única a se manter ao lado dele.

Não importava a situação, Rebekah nunca o deixou de lado, ela sempre o defendia. Quando Ester brigava com ele, quando os irmãos o excluíam da brincadeira, Rebekah o acolhia de braços abertos, não importando quantas vezes ele errasse.

Aquilo tinha de ser amor.

Caroline apareceu na porta quando ele chegou, Klaus pode ver o choque no rosto dela ao ver o corpo de Rebekah em seus braços.

– O que aconteceu?!

– Depois Caroline.

Ele passou direto por Caroline e desceu para seu estúdio. Aquele era um lugar que ele ainda não mostrara a Caroline e deixou bem claro que não era a hora, aquele lugar era secreto.

Klaus tirou todos os materiais de pintura da mesa e colocou o corpo de Rebekah, depois foi até a parede e empurrou para trás. Era uma parede falsa, dentro da pequena sala ele escondia os caixões e as adagas que um dia mantiveram seus irmãos mortos.

Ele voltou para pegar o corpo da irmã e levar para o caixão, quando a deitou o veludo vermelho do caixão contrastou com a palidez da irmã e ela nunca pareceu tão jovem e inocente.

– Ah Rebekah. – ele sussurrou. – Como eu queria que pudesse ser diferente.

Antes que perdesse a coragem, Klaus cravou a adaga no peito de Rebekah e então ela estava morta. Ele se debruçou sobre o caixão e chorou, chorou porque novamente tinha perdido parte de sua família e a parte que mais o amava.

Rebekah, sua irmãzinha. Rebekah que sempre teve o sonho de ser humana. Rebekah que ele amava.

Ele subiu as escadas como se carregasse um peso enorme sobre as costas, Klaus passou direto por Caroline, que estava na sala assistindo TV, e subiu para seu quarto. Klaus ligou o chuveiro e deixou que a água fria levasse junto suas lágrimas e sua dor.

Caroline o encontrou sentado na poltrona, olhando fixamente para o nascer do sol.

– Você não dormiu Klaus.

Ele não respondeu.

Ela se aproximou mais da poltrona e tocou o ombro de Klaus, ele virou o rosto para olha-la e ela pode ver as lágrimas escorrendo por seu rosto.

– O que aconteceu Klaus?

Então, ele fez uma coisa que nunca passou pela cabeça de Caroline. Klaus abraçou Caroline e começou a chorar como uma criança pequena, ela apenas o abraçou de volta e esperou que os soluços parassem.

– Caroline. – disse Klaus.

– Sim?

– Eu fiz tudo errado. – confessou ele. Caroline agachou-se na frente de Klaus enquanto ele falava. – Aquele acidente com o lobisomem foi como um presente, eu salvei sua vida, mas sabia que iria me ligar a você, eu quis isso.

– Klaus... – Caroline o interrompeu.

– Não. Escute. – ele disse. E continuou: - Eu menti o tempo todo. Meu amor por você é tão cego que eu não consegui falar a verdade, não consegui enxergar que o amor nasce apenas da verdade. Eu sei como me desligar de você, a obriguei a morar aqui, meus sentimentos a chamaram até aqui.

Lagrimas voltaram a escorrer pelo rosto de Klaus.

– Eu sou um monstro que não pode dar alegria nem a própria irmã que ama.

Ele baixou a cabeça e ficou em silencio. Caroline levantou-se e ficou imóvel, olhando para a imagem de um homem destruído, olhando para alguém que um dia já foi temido. Agora Klaus parecia uma criança órfão.

Caroline gostaria de perdoa-lo, gostaria de dizer que tudo bem e então o abraçar, mas cada fibra de seu corpo queria ir embora, porque ela não sabia lidar com as mentiras de Klaus.

– No fundo você nunca vai mudar. Você continua esse monstro, matou sua família toda. – Klaus ergueu a cabeça e pela ultima vez ela olhou naqueles olhos verdes. – Tudo o que você quer é amor. Não é assim que vai consegui-lo.

Caroline jogou a mala em cima da cama e colocou a jogar suas roupas para dentro, não demorou muito fazendo as malas, enquanto isso Klaus nem ao menos deu sinal de vida. Parecia um morto vivo.

Ela desceu as escadas correndo e foi direto para seu carro, ela não dirigia há muito tempo, mas tomou coragem, jogou a mala no banco de trás e deu a partida. Caroline queria ficar o mais longe possível de Klaus.


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