Me apaixonei pelo seu sorriso... escrita por Suzanna


Capítulo 95
2º temp. " Prioridade "




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Seu abraço, seu corpo, seu beijo, seu tudo. Seus olhos, a melhor coisa que eu encontrava ao acordar. Sua boca, o gosto mais gostoso de todos os gostos do universo. Sua pele a coisa mais intensa e macia que eu tocara. Seu perfume, mesmo que suado era a melhor fragrância do galáxia. E seus braços, o lugar onde eu me sentia mais segura... O sol de final de tarde sombreava sobre nossos corpos parados em frente a janela, seus braços me envolviam por inteira e seu rosto se escondia em meu pescoço, meus cabelos caiam sobre meu rosto encostado ao seu peito, meus braços apertavam sua cintura.

Estávamos perfeitamente colados como se houvesse uma saudade do tamanho do mundo e isso já fazia mais de vinte minutos:

_ Juro que nunca vou deixar alguém te machucar... - sua voz estava rouca. Abri os olhos que estavam fechados e suguei seu cheiro que eu amava.

_ Eu sei... - respondi levantando minha cabeça e segurando seu rosto com as duas mãos. Seus olhos estavam vermelhos e os meus provavelmente também.

_ Você e a coisa mais preciosa da minha vida! - falou encarando meus olhos que agora não choravam de tristeza e sim de emoção. Sorri de tão feliz com suas palavras e puxei seu rosto para o meu. Seus lábios eram as coisas mais deliciosas do mundo e seu beijo a coisa mais perfeita do planeta. A porta se abriu e afastamos nossas bocas.

_ Foi mal. Mais é que a mamãe quer falar com você. - disse Gabi se referindo ao ruivo que assentiu, beijou minha testa e saiu.

_ É sobre a suspensão? - perguntei para a garota que agora sentava sobre a cama.

_ A diretora ligou e explicou as coisas, mais sabe como ela é. Quer ouvir dos filhos! - a garota respondeu meio irônica e depois se deitou sobre a cama.

Sorri com tamanha tranquilidade e felicidade que a garota esboçava e fui para o banheiro tomar um banho. Um banho quente tiraria as impurezas de hoje do meu corpo, voltei para o quarto enrolada em uma toalha e encarei a cama vazia. Vesti uma roupa simples e amarrei os cabelos em um rabo de cavalo, peguei meu celular e desci. Dizem que braços de mãe é o melhor lugar para deixar suas mágoas. E talvez seja verdade. Quando fui recebida pelo abraço de minha mãe que chorava triste, eu senti como se o melhor lugar do mundo fosse ali, nos seus braços frágeis e aconchegantes.

_ Eu vou processar esse garoto. - ouvi meu pai dizer e depois o senti beijando o topo de minha cabeça.

_ Não pode. Ele ainda é menor de idade. - o ruivo respondeu encostado ao sofá.

_ Então os pais deles vão pagar por isso. - meu pai estava realmente irritado. Minha mãe me soltou limpando as lágrimas e recebi abraços do meu tio e minha tia.

_ Pai, o conselho tutelar já está cuidando disso. Não devemos julgar os pais dele, eles não têm culpa de colocarem um monstro no mundo. - falei o abraçando e senti sua respiração acelerada.

_ Tudo bem, minha pequena. - ele disse esmagando meus ossos.

***

Um fato importante por não precisar ia ao colégio: Você pode ficar acordado até tarde e fazer algumas bobagens, como assistir filmes de terror com seu namorado nada amável.

_ PUF! Odeio sangue. – reclamei ao ver a cena macabra do filme. Era exatamente meia noite.

_ Então se eu fosse um vampiro você não namoraria comigo? – perguntou o ruivo com os olhos atentos na TV.

_ Primeiro se você fosse um vampiro, você ia querer me morder e eu viraria uma vampira então meu ódio por sangue deixaria de existir e segundo que vampiros não existem. – respondi de braços cruzados, sentada ao sofá e ele sorriu.

_ Odeio meninas mimadas... – sua voz era num tom irônico e fuzilei-o com os olhos. Ah, se eles tivessem o poder.

_ Quem é mimada aqui, senhor Castiel?! – perguntei num tom irritado e o vi sorrindo debochado.

_ Ninguém, meu amor... – respondeu tentando se aproximar. O empurrei e bati forte com uma almofada em seu rosto.

_ Idiota! –bufei e ele riu.

***

ROSA:

Passei a mão pela ultima vez sobre meu vestido preto e me encarei no espelho dando um leve suspiro. Calcei minhas sapatilhas e retoquei o batom vermelho, não esquecia nunca de colocar o colar que ganhei do Victor. “Um floco de gelo para a linda garota que descongelou meu coração” essas foram às palavras dele quando me entregou o colar com pingente de floco de gelo. Passei perfume e me encarei novamente na frente do espelho e sorri ao ver o que refletia no espelho.

_ Vou dormir aqui todos os dias só para te ver assim... – ele dizia enquanto eu encarava-o pelo reflexo do espelho e continuava sorrindo.

_ Minha cama adorará isso, ela já está mal acostumada contigo. – respondi o vendo se aproximar e me abraçar por trás.

_ E a dona dela também! – ele disse convencido, afastou meu cabelo e beijou meu pescoço. Não provoca em plena 07h10min da manhã, Victor.

Ele se soltou do meu corpo e caminhou até a porta:

_ Vamos. Ou vou me atrasar para faculdade. – ele disse sumindo no corredor e revirei os olhos.

Era sempre assim. Nossos encontros passaram a ser rápidos e de vez em quando. Quando ele dormia aqui e me levava para o colégio feito um jato ou quando a faculdade terminava mais cedo. Não era assim antes. Peguei minha bolsa e meu celular e sai.

_ Vai chegar o momento em que terei que marcar a hora para ver meu namorado. – resmunguei já dentro de seu carro.

Seus olhos me encararam confusos e revirei os meus, irritada:

_ Os momentos que te vejo são quando dorme aqui, o que é muito raro, ou quando você sai mais cedo da aula e nos finais de semana que você não vai sair com sua galera. – falei irritada e dei ênfase no “sua galera”.

_ Não é bem assim... – ele disse dando partida no carro.

_ Ah não?! E como é?! – perguntei irônica.

_ Só temos vidas diferentes e isso dificulta um pouco as coisas, mas nada de exagerado. – respondeu com a maior calma do mundo.

_ Ah claro. Sua vida é tão corrida que me sinto até culpada em querer que perca seu tempo comigo. – continuei sendo ainda mais irônica.

Ouvi seu suspiro e depois simplesmente ele desligou. Percebi que já estávamos em frente ao meu colégio:

_ Não dificulta mais, por favor. A gente conversa sobre isso melhor mais tarde, eu prometo! – ele disse tocando minha perna. Tirei sua mão da mesma e mordi os lábios, irritada.

_ Para Jenny você sempre tinha tempo... – falei sem encara-lo.

_ Eu não estava na faculdade quando a conheci. – respondeu.

_ Mais aposto que se fosse agora, você não a largaria pra ficar com sua galera da faculdade, ou muito menos a viria tão pouco. – rebati e ouvi seu suspiro cansado.

_ Quer dizer que eu ainda gosto da Jenny? – perguntou meio ofendido.

_ Com certeza. – respondi.

Ouvi seu suspiro irritado:

_Estou atrasado. A gente conversa sobre isso mais tarde! – ele disse e sorri sarcástica.

_ Não tem mais tarde. Se não sou prioridade na sua vida, eu prefiro não fazer parte dela. – falei irritada e abri a porta do carro. _ Aproveite sua vida, eu estou fora! – conclui saindo do mesmo e batendo a porta.

Olhos não me falhem agora. Segurava as lagrimas e passava as mãos pelo cabelo. Meus olhos lentamente encontraram os deles ainda me encarando decepcionado. Suspirei e adentrei os portões velhos de minha vida completamente diferente da dele.


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