Aquele era o sinal que eu esperava ansiosamente. Aquele tom grave e perturbador nunca me fizeram tão bem. Observei aquelas inúmeras cabeças correndo para o pátio e se habitando das outras mesas de onde me encaravam. No meio de tantas, loiras, morenas e ruivas... Aquelas me chamara atenção. A cor azul ofuscante e logo ao lado a cor branca brilhante. Como eu morrera de saudades desses tons anormais.

_ Cara, aquele novo professor de educação física é um pão! – o azul disse um pouco próximo da mesa. Ele continuara o mesmo. Sua única mudança teria sido o seu físico bem mais definido. Parece que ele anda praticando bem atividades físicas.

_ Sério? Quero conhece-lo! – me intrometi. Eles ainda não tinham me visto ali sentada, estavam distraídos com uma revista de moda. No mesmo instante os dois ambos me encararam de olhos bem arregalados. _ Oque?! Eu esperava abraços! – disse me fazendo de triste e eles rapidamente pularam em meu pescoço me sufocando em seus abraços de urso.

_ Meu deus, meu deus, meu deus... – o azul repetia agitado.

_ Como pode voltar e não avisar, sua tratante. – a voz da Rosa era como musica para meus ouvidos, morri de saudades da minha amiga grisalha. E por falar nisso ela havia cortado o cabelo na altura das costas e feito mechas verdes.

_ Como pode ficar mais bonita e não me informar. – rebati e ela sorriu.

E como estava previsto, eles não perderiam tempo em querer saber de tudo. Bom... Contei tudo, que meus pais enfim foram pais, que o Pietro teve tempo o suficiente para atazanar meus dias, que eu fiz alguns shows particulares e que estava morrendo de saudades de todos. Eles... Bem, me contaram que as coisas andavam bem, Mellody e Nath continuara seu namoro, o Lysandre e Iris estavam bem apesar de eles terem terminados alguns dias atrás, Rosa e Victor estavam bem até demais, Armin continuava ligado aos seus jogos, Viollete estava um pouco mudada em relação à timidez e enfim...

_ Como está ele? – perguntei. Notava-se o brilho em meus olhos.

_ Como antigamente. Amargo e frio! – respondeu sua amiga.

_ E com certeza naquele porão escuro! – o azul se intrometera dizendo.

Meu coração gelou-se, tinha medo de como seria sua reação ao nos encontrarmos.

_ Tenho medo de vê-lo... – sussurrei.

_ Por quê? – perguntou sua amiga confusa.

_ Como saberei o que ainda sinto por ele? – respondera balbuciando outra pergunta.

_ Saberá ouvindo seu coração! – sua amiga aconselhara.

_ E vendo que ele está ainda mais gostoso. – o azul tornara se intrometer dessa vez eu ri sem querer.

***

Cara, como eu senti saudades desse loiro nerd de uma mer**, ele havia cortado seu cabelo, estava mais descolado. Eu abraçara forte o mesmo. E aquela ruivinha que correra para meus braços, ela estava linda e se vestia diferente, seus cabelos estavam ainda maiores e totalmente soltos e lisos. Abracei forte a ex-cabelos violetas, ela os pintara de rosa. Mellody estava ainda mais linda com franjinha, ela fora a que mais me apertou. O grisalho seguiu o estilo da Rosa e jogara mechas verdes no branco do cabelo, este me jogara pra cima e me pusera no chão novamente. Armin jogara seu PSP no chão e correra ao meu encontro, meu grandalhão.

_ Senti tantas saudades de vocês! Até da diretora velhota. – falei. Ambos rimos e demos aquele abraço em grupo. Todos juntos de novo, eu não poderia estar mais feliz.

***

Eu sabia que teria que deixa-los para assistirem suas aulas e voltar para casa. Mais eu queria mesmo estar ali. Encostava-me em um dos armários do corredor principal enquanto Rosa pegara seus livros no armário ao lado.

_ Jura que não vai vê-lo? – ela perguntara algo que nem mesmo eu saberia responder.

_ Já vou vê-lo em casa. – respondi.

_ Olha tenho aula agora. Você sabe onde ele sempre fica! – ela disse como se tivesse certeza de que eu iria vê-lo.

E ela estava certa. Não consegui ignorar o fato de estarem só metros longe dele e ir embora. Suspirei e atravessei aqueles corredores vazios e desesperadores. Parei em frente á porta atrás da escadaria e rezei para não ser recebida com pedras. Girei a maçaneta e adentrei o espaço escuro, fechei a porta e desci o primeiro degrau. Meu salto rangeu sobre o azulejo e isso me fez sentir mais medo. Afinal agora ele sabia que alguém estava indo ao seu encontro.

_ Lysandre? Cara, já disse pra me deixar sozinho. – sua voz adentrou meus ouvidos como facas, atingiram meu coração e fizeram meu sangue ferver. Ele sempre me confundira com o grisalho. Ainda não tinha terminado os degraus, eu poderia fingir ser o Lysandre e ir embora ou descer e matar de vez minha alma?!

Ouvir tua voz me fez cegar, me perdi em tuas palavras, deixei de ser só tristezas, esquecidas em minhas lembranças. De te ouvi me perdi, mergulhei em uma piscina de lagrimas.