Vontade de mata-lo, enforca-lo, esfaqueá-lo, quebrar cada ossinho do seu corpo delicioso. Deitada na cama de barriga pra cima, olhando para o teto branco, fones de ouvido na lista de reprodução de “Sum 41”, nem banho tinha tomado ainda, eu estava feliz pela vinda do Pietro, mais sem nem ele ter chegado ainda e já causou problemas.

_ Vai se vestir mulher. – uma voz soou assim que uma mão tirou meu fone de ouvido e eu tomei um susto.

_ Sua FDP, sua vaca, sua sem noção, sua... – nem tinha mais nomes para apelidar a grisalha rosinha.

_ Também te amo. – ela disse sorrindo e abrindo a porta do meu armário. _ Odeio suas roupas. – ela completou dando um leve suspiro.

_ E eu as suas. – falei rindo e ela me deu língua. _ O que faz aqui? – perguntei.

_ Vim com o Lysandre, vocês começam os ensaios hoje. – ela disse sorrindo e pegando alguns cabides com roupas e fazendo cara de “eca”.

_ Quer parar de mexer ai?! – perguntei me levantando e fechando a porta do armário.

_ Tá, mais vai logo tomar um banho e vem pra sala. – ela disse saindo do meu quarto e fechando a porta.

Essa vaca bagunçou tudo, já não basta eu não ser organizada ela ainda vem piorar. Entrei no banheiro e tirei a roupa, o contato da agua quente em minha pele fria, era relaxante, terminei o banho e sai do mesmo, enrolada em minha toalha, fui até o armário e escolhi uma calça preta, um moletom escuro, calcei minhas pantufas e prendi o cabelo em um coque frouxo, passei perfume e peguei meu celular.

_ Os acordes não se batem. – ouvi o ruivo dizer assim que adentrei a sala.

_ Temos que mudar. – o Lys respondeu.

_ Ai está a diva da banda. – o azulzinho gritou assim que me viu e eu sorri, Lys me olhou meigo e sorriu também, rosa sorriu me olhando de cima a baixo e o ruivo, me olhou feio.

_ Oi Lys. – eu disse sorrindo e me aproximando dele, que se levantou e me deu um abraço.

_ Grisalho dá pra ajudar aqui?! – o idiota foi logo atrapalhar.

_ Senta aqui, diva. – Alexy disse sorrindo e eu me sentei perto dele e da Rosa.

_ Qual música vocês tocarão primeiro? – Rosa perguntou.

_ Não decidimos ainda. – Lys respondeu. _ Jenny, poderia pegar as suas para vermos qual ficaria melhor de entrada, o que acha? – ele me perguntou e eu assenti.

Levantei-me e fui até meu quarto buscar as letras de música, algumas até tocadas no ultimo show, me virei para voltar e lá estava o ruivo me observando com seu violão na mão, foi muito estranho, pensei que ele iria sair e não dizer nada, mais ao contrario, ele entrou no meu quarto e ficou me olhando estranho.

_ Não me provoque com meu amigo. – ele disse bem autoritário e o sangue me subiu a cabeça.

_ O mundo não gira em torno de você, meu caro amigo. – eu disse bem grossa e ele me olhou irritado.

_ Errou, o SEU MUNDO não gira em torno de mim. – ele disse dando ênfase no ‘seu mundo’.

_ Não totalmente, existem outras pessoas. – rebati.

_ O Pietro por exemplo. – ele disse irônico.

_ Sim. E meus amigos, meus pais, meus tios. – respondi e fui saindo do quarto e ele me segurou pelo braço.

_ Volto a repetir, não me provoca com o Lysandre. – ele disse bem grosso e ele estava apertando meu braço.

_ Me larga. – eu disse irritada. _ Está me machucando. – completei bem alto.

_ O que está havendo aqui? – rosa e alexy perguntaram assim que viu a cena.

_ Nada. – respondi e o ruivo me soltou. _ IDIOTA. – disse irritada e sai.

_ O que foi aquilo? – rosa veio perguntando enquanto me seguia.

_ Simples, ele me viu no telefone com o Pietro e se irritou, trocamos xingamentos e ele tá ai todo nervosinho. – respondi irritada.

_ Aquele gostoso do Pietro? – alexy perguntou e eu assenti.

No final eles não disseram mais nada e voltamos para sala, entreguei as letras ao Lys e me sentei, o ruivo chegou logo depois e ficou me encarando feio, estupido! Estava meio difícil decidir a sequência de músicas, mais conseguimos. A de entrada ficou para “Born to die” e depois uma de “Ariana Grande” e por ultimo um dueto que os desgraçados dos meus amigos decidiram ser meu e do ruivo, a música era “Just give me a reason”.

_ Vocês vão arrasar. – alexy começou a gritar feito louco e não resisti em ri.

_ Tá, vamos começar logo com isso. – o ruivo disse bem apressadinho.

Lysandre começou os primeiros acordes em seu violão e logo reconheci a música, o ruivo o acompanhou e me preparei, pigarreei a garganta e respirei fundo.

Feet don't fail me now

Take me to the finish line

All my heart it breaks every step that I take

But I'm hoping that the gates

They'll tell me that you're mine

Walking through the city streets

Is it by mistake or desire?

I feel so alone on a friday night

Can you make it feel like home

If I tell you you're mine

It's like I told you honey

Don't make me sad, don't make me cry

Sometimes love's not enough

When the road gets tough

I don't know why

Keep making me laugh

Let's go get high

Road's long, we carry on

Try to have fun in the meantime

Come and take a walk on the wild side

Let me kiss you hard in the pouring rain

You like your girls insane

Choose your last words

This is the last time

Cause you and I

We were born to die

Lost but now I am found

I can see but once I was blind

I was so confused as a little child

Tried to take what I could get

Scared that I couldn't find

All the answers honey

Don't make me sad, don't make me cry

Sometimes love's not enough

When the road gets tough

I don't know why

Keep making me laugh

Let's go get high

Road's long, we carry on

Try to have fun in the meantime

Come and take a walk on the wild side

Let me kiss you hard in the pouring rain

You like your girls insane

Choose your last words

This is the last time

Cause you and I

We were born to die

We were born to die

We were born to die

Pés, não me falhem agora

Leve-me até a linha de chegada

Todo o meu coração se rompe a cada passo que dou

Mas eu estou esperando que os portões

Digam-me que você é meu

Andando pelas ruas da cidade

É por engano ou desejo?

Sinto-me tão sozinha numa noite de sexta-feira

Você pode chegar e se sentir em casa

Se eu te disser que você é meu

É como eu te disse querido

Não me deixe triste, não me faça chorar

Às vezes o amor não é suficiente

Quando o caminho se torna difícil

Eu não sei por quê

Continue me fazendo rir

Vamos ficar loucos

O caminho é longo e nós continuaremos

Tente se divertir nesse meio tempo

Venha e dê um passeio pelo lado selvagem

Deixe-me te beijar na chuva

Você gosta de garotas insanas

Escolha suas últimas palavras

Esta é a última vez

Porque você e eu

Nós nascemos para morrer

Estava perdida, mas agora eu me encontrei

Eu posso ver, mas já fui cega

Eu era tão confusa quando criança

Tentava levar o que eu conseguia

Com medo de que eu não conseguiria encontrar

Todas as respostas, querido

Não me deixe triste, não me faça chorar

Às vezes o amor não é suficiente

Quando o caminho se torna difícil

Eu não sei por quê

Continue me fazendo rir

Vamos ficar loucos

O caminho é longo e nós continuaremos

Tente se divertir nesse meio tempo

Venha e dê um passeio pelo lado selvagem

Deixe-me te beijar na chuva

Você gosta de garotas insanas

Escolha suas últimas palavras

Esta é a última vez

Porque você e eu

Nós nascemos para morrer

Nós nascemos para morrer

Nós nascemos para morrer

Eu amava isso tudo, cantando eu me sentia livre e em casa, me sentia capaz de qualquer coisa, terminei e vi Alexy e Rosa aplaudindo e sorri, não vejo a hora de cantar no palco novamente.

_ Toda boa cantora merece seu público. – o grisalho disse sorrindo e eu retribui. _ Mais mudando de assunto, precisamos de um guitarrista, já que vou ficar na bateria. – ele completou.

_ Eu posso ajudar. – falei e ele me olhou. _ O Pietro chega na quarta e garanto que ele é um bom guitarrista. – completei.

_ Maravi... – ele não terminou de falar, foi interrompido pelo ruivo que saiu irritado.

__... Mandou mal. – rosa disse me encarando e eu revirei os olhos.

_ Melhor irmos, ensaios por hoje dados por encerrado. – o grisalho concluiu e os outros dois assentiram.

_ Tchau. – eu disse chateada e cada um me deu um abraço e foi embora, peguei as letras das musicas e fui para meu quarto, guardei as mesmas e sai fechando a porta atrás de mim.

_ Castiel? – falei enquanto batia na porta de seu quarto, poderia ser impossível ele querer abri, mais tentei.

_ O que é? – ele perguntou bem grosso depois de um tempo calado.

_ Posso entrar? – perguntei e mesmo sem resposta entrei, lá estava ele deitado na cama olhando para janela.

_ Eu não disse que podia. – ele disse grosso e sem me encarar.

_ Mais também não disse que não. – respondi e me aproximei, me sentando na cama. _ Então você acha mesmo que vale a pena isso? – completei.

_ Defina o ‘isso’. – ele disse ainda sem me encarar, com suas respostas curtas e grossas.

_ Brigarmos por uma pessoa que nem está aqui e que não faz diferença alguma em nossas vidas. – respondi e dessa vez ele me encarou.

_ Ela não esta aqui agora e não faz diferença na minha vida, na sua eu já não sei. – ele respondeu se levantando e indo até o armário.

_ Se fizesse, eu não estaria aqui passando por cima do meu orgulho e te dizendo que a única pessoa que quero nesse mundo, está bem na minha frente me ignorando enquanto eu falo. – eu disse curta e grossa, ele parou de mexer no armário e congelou.

_ Não estou na sua frente, estou mais para o lado. – ele disse bem debochado e eu suspirei irritada, me levantei no intuito de sair e foi quando ouvir ele ri abafado. _ Vem cá sua boba. – ele me puxou para seus braços e me derrubou na cama caindo por cima de mim.

_ Você gravou isso?! Por que eu não vou fazer de novo. – eu disse imitando o Damon Salvatore.

_ Sei, sei... – ele disse sorrindo. _ Sabe que ficou fofa falando “eu não estaria aqui passando por cima do meu orgulho e te dizendo que a única pessoa que quero nesse mundo, está bem na minha frente me ignorando enquanto eu falo” – ele disse me imitando e eu dei uma tapa de leve em sua costela.

_ Idiota. - resmunguei.

_ Novidade. – ele respondeu rindo e me apertou no abraço.

Lá fora o frio e a chuva, aqui o calor em seus braços e mais lá dentro do meu peito, uma revolução no meu coração, acelerado e aliviado. Conversamos sobre coisas aleatórias enquanto nos mantínhamos deitados e abraçados, queria que esse momento não passasse nunca mais.

***

Olha a grande ideia do ruivo, pegou uma câmera de dentro da sua gaveta e começou a nos gravar na cama, fazendo caretas e rindo, aqueles momentos que não tem o que fazer mesmo, ele fazia bico e eu dava língua, ele sorria e eu fazia cara de mal.

_ Olha que linda. – ele disse ainda gravando enquanto eu sorria e colocava a mão no rosto.

_ Sei que sou. – respondi dando língua pra ele e depois para câmera.

_ Chata. – ele disse sorrindo e eu fiz uma cara triste bem fofa.

_ Magoou. – eu disse fazendo bico e ele posicionou a câmera bem encima de mim e fez bico, logo depois me dando um selinho, aproveitei e mordi sua bochecha e ele gritou de dor.

Momento fofo e registrado passou, hora da realidade, frio do cacete e chuva que não parava, hoje era aquele domingo onde eu digo graças deus por tu TV existir e que porra que o ruivo idiota toma conta do controle e só quer assistir filmes feios que nem ele, MENTIRA!

Eu podia bater, morder, xingar, ele não me daria a porra do controle, comecei a fazer cocegas e ele me jogou no sofá me prendendo com as pernas, garoto chato.

_ Eu te mato seu ruivo irritante. – eu gritava e me batia para me soltar, mais nada, ele era forte demais.

_ Só se conseguir sair. – ele dizia rindo debochado, meu pé encostou-se a seu ponto fraco em um chute e logo ele me largou gritando de dor e colocando as mãos sobre o dolorido. _ Você me paga, anã. – ele completou gritando e eu arregalei os olhos e comecei a correr pela casa, ele me seguia e às vezes chegava a me tocar mais eu me saia, correndo feito doidos e brincando foi se passando o dia.

_ Ruivo lerdo! – eu disse olhando pra trás mais não o vi, voltei a olhar pra frente e esbarro no próprio, como ele chegou ali, ele me pegou pela cintura e me jogou em seus ombros me carregando até o quarto. _ ME LARGA! – eu disse rindo e distribuindo socos em sua costa e ele só ria e continuava o caminho para o quarto.

O que esse ruivo quer?! Raí ai...