As aulas passaram devagar como sempre, mais eu não ligava, pelo menos, hoje não. Estou feliz de voltar a rotina e aos maluquinhos da minha vida, Alexy sempre com sua animação, Rosa sempre eufórica e os outros sempre tão fofos. Encarei a sala e vi um ruivo me fitando de longe, DROGA, será que ele não percebe que isso incomoda?!

***

Enfim o intervalo chegou e eu sai junto com as meninas para o pátio, sentamos-nos à mesa e começamos a falar sobre como foi minha estádia em Nova York e sobre o show.

_ Cá pra nós. Aquele Pietro é o maior gato. – Alexy disse sorrindo e revirando os olhos como quem está sonhando.

_ Não é á toa que ganhou o troféu. –Iris disse como resposta.

_ Fez bem em ter dado uns pegas nele, Jenny. – rosa disse rindo e eu corei depois de ouvir pessoas pigarreando logo atrás.

_ Vou indo para o porão. – o ruivo resmungou para o grisalho.

_ E eu vou para uma sala jogar. – Armin disse saindo logo atrás do ruivo.

Rosa ficou sem graça, porque ela percebeu que incomodou os dois. Quando vi o Armin saindo lembrei-me de um detalhe importante, na escolha entre ele e o ruivo eu vacilei e precisava pelo menos me explicar com ele, levantei da mesa e cochichei no ouvido do Alexy.

_ Como está o Armin? – perguntei

_ Péssimo. Sabe como ele é sensível. – ele respondeu.

_ Preciso falar com ele. – eu disse.

_ Vai lá. Eu distraio o pessoal. – ele disse sorrindo e eu assenti

Como todos pareciam conversar divertidamente, eu resolvi sair de fininho e fui a procura do Armin, olhei em todas as salas e na ultima eu achei-o, ele estava distraído jogando em seu PSP. Aproximei-me com passos leves e me sentei ao seu lado, ele me olhou assustado e depois sorriu meigo.

_ Não tive tempo de conversar contigo. – parei um pouco pensando em como falar. _ Mais podemos conversar?

_ Claro. – ele respondeu e parou o jogo. _ Sobre o que?

_ Bem... é que sei que vacilei com você é queria me desculpar. – eu disse meio nervosa.

_ Ah, é sobre o assunto de você ter escolhido o babaca lá e ter se arrependido. – ele disse me olhando sério e um pouco decepcionado.

_ É... – respondi meio sem graça.

_ Tudo bem. – ele disse sorrindo falso.

_ Olha não quero que você pense que só porque me arrependi, quero te usar e estou correndo atrás de você. Jamais te usaria. – eu disse meio sem graça e ele me olhou surpreso.

_ Jamais pensaria isso de você. – ele respondeu

_ Percebi você meio longe de mim e decepcionado. – eu disse e me levantei.

Eu iria sair e deixá-lo em paz, afinal, não o culpo por nada, eu que errei e vacilei feio com ele e comigo mesma. Quando ia sair da sala senti uma mão segurar meu pulso com firmeza e depois me puxar de volta, virei e dei de cara com o Armin.

_ Confesso que fiquei decepcionado com sua escolha. Mais é como dizem, não mandamos no coração. – ele disse segurando minha cintura, estávamos bem próximos.

_ E sinto muito por isso. – respondi.

_ Eu sei... – ele sorriu e depois se aproximou mais de mim, encarou meus olhos e depois selou nossos lábios em um beijo sem pressa e carinhoso, sua mão envolvida em minha cintura e outra segurando minha nuca, meus braços apoiado em seu peito e nossas línguas travando uma batalha empolgante, paramos por falta de ar e ele sorriu.

_ Não é só porque não mandamos no coração que não podemos conquistá-lo. – ele disse sorrindo e eu sorri como resposta.

_ Então você me desculpou?! – perguntei

_ Não só desculpei como quero você hoje ás quatro na frente da sua casa. – ele disse me soltando e sorrindo.

_ Para? – perguntei.

_ Só faça isso, ok?! – ele perguntou.

_ Tá. – respondi e ele saiu da sala sorrindo.

Admito não entendi nada. Sai da sala e encarei o ruivo encostado nos armários conversando com a Debrah, não acredito essa garota ainda está aqui?! QUE INFERNO! Ele me fitou de longe e logo depois a ridícula me fitou sorrindo sarcástica, caminhei em passos normais e de cabeça erguida passei por eles.

_ JENNY. – o ruivo gritou e eu olhei-o parando de andar.

_ O QUE É? – perguntei.

_ Minha e mãe e seu tio, ligaram e pediram para voltarmos cedo hoje. – ele disse e eu assenti.

Voltei a caminhar e deixei-os á sós, eles devem ter usado muito a casa enquanto eu estive fora e só em pensar nisso eu sentia anciã e raiva. O intervalo acabou e voltei para sala, no fim da quarta aula o ruivo me cutucou e disse que teríamos que ir embora, eu me levantei e peguei minha mochila, nem dei tchau aos outros e sai da sala acompanhada do ruivo.

_ Porque temos que voltar cedo? – eu perguntei enquanto caminhávamos já fora do colégio.

_ Minha mãe disse que tem uma noticia. – ele respondeu, com as mãos no bolso da calça, eu achava charmoso isso nele.

Não disse mais nada só continuei o caminho em silêncio, ele parecia incomodado com algo e eu me incomodava com o silêncio e com a presença dele de certo modo. Entramos em casa e eu estava ansiosa e ao mesmo tempo com receio da tal surpresa, encarei a sala com meu tio sentado no sofá sorrindo de algo na televisão que não dava pra ver e minha tia na cozinha com a Marta.

_ Então, porque tanta confusão?! – o ruivo perguntou direto.

_ Bem... Vamos viajar por umas duas semanas e pretendo trazer suas irmãs Castiel. – minha tia disse sorrindo.

_ Ok... Quando você diz “vamos”, quer dizer?! – ele perguntou.

_ Espera ai. Você tem duas filhas? – eu perguntei.

_ Quando digo vamos, é eu e o meu marido. E sim, tenho uma filha de treze anos e uma de sete anos do meu outro casamento. – ela respondeu.

_ Que dia vão? – o ruivo perguntou.

_ Hoje, agora. – meu tio respondeu. _ Por isso o motivo de vocês virem cedo.

_ Tudo bem. – eu respondi mais só de imaginar sozinha nessa casa com o ruivo me causava calafrios.

_ Acho que vou gostar de ficar longe de vocês por uns tempos. – ele disse rindo e subiu para o quarto.

_ Sem coração. – minha tia brincou.

_ Boa viajem tia e tio. – disse para eles e fiz o mesmo que o ruivo fui para o quarto.

É muita informação. Duas filhas, o ruivo tem duas irmãs, como serão elas?! OMG! Não posso esquecer-me do Armin ás quatro e nem de trancar a porta á noite, quero evitar contato com o ruivo, perto dele perco o controle de tudo. Joguei-me na cama com tudo e esperei o tempo passar olhando para o teto.

***