Momoi estava particularmente cansada aquele dia. Talvez fosse culpa da gravidez, que já atingia seus últimos meses, deixando-a mais pesada do que esperava.

Não era nem tarde da noite quando ela decidiu se arrumar para dormir.

E foi bem quando estava trocando suas roupas, colocando uma camisola grande e bem confortável, que viu um livro diferente em cima do armário de seu quarto.

Não, não era um livro, era um álbum de fotos. Um álbum bem antigo, já havia quase se esquecido dele. Provavelmente Aomine o achara em algum lugar e deixara ali antes de dormir.

A mulher então se sentou no lado livre da cama, pegando o álbum de fotos em seu colo e abrindo.

Uma das primeiras fotos que encontrou era uma bem antiga e desbotada devido aos anos que se passaram.

Nela, Daiki, ainda criança, estava com os olhos marejados enquanto olhava triste para seu dedo inchado, parecendo nem ao menos ter consciência de que estava sendo fotografado.

Momoi esboçou um sorriso com as lembranças daquele dia atingindo sua mente...

A pequena Satsuki nunca se sentiu tão preocupada antes ao ver o pequeno Daiki ao seu lado chorando abertamente, olhando para seu dedo inchado.

Uma abelha havia o picado enquanto os dois estavam brincando no parquinho.

Momoi rapidamente correu para chamar a mãe do menino, já temendo o pior.

— Ele vai morrer? — Ela perguntou à mãe de Daiki, já sentindo as lágrimas descerem pelo seu pequenino rosto.

Ela não queria que seu melhor amigo morresse, ele nem havia realizado o seu sonho de jogar basquete ainda!

A mulher a sua frente sorriu, parando de acalmar o filho por um segundo, para explicar à garota.

— Ele não vai morrer, Satsu, vocês ainda vão poder brincar bastante — Aquilo acalmou em parte o coração da rosada, mas a outra parte dela ainda se sentia despedaçada com o choro de Aomine.

Estava doendo e ela não podia fazer nada!

Ou podia...? De repente se lembrou do que sua mamãe fazia em situações em que ela se machucava. Quem sabe isso não funcionaria com o amigo também?

— Dai-chan... — Ela o chamou, pegando com cuidado o dedo inchado dele e dando um beijo rápido — Pronto, não precisa chorar mais, agora já vai sarar!

— Desde aquela época nós já éramos ligados de uma forma intensa... não é, Dai-chan? — Momoi falou baixinho, olhando o marido já adormecido do seu lado na cama.

Ainda não era tão tarde da noite, mas Aomine tinha voltado cansado para casa naquele dia, depois de horas intensas de treinamento. Ser um jogador profissional de basquete não era algo fácil.

Mas ela não se importava que o marido não estivesse ouvindo. Estava imersa demais em seus pensamentos, olhando as fotos de infância, relembrando os vários momentos que compartilhou ao lado do homem que amava.

— Dai-chan, lembra quando você me perguntou se eu acreditava em destino? Na época, eu fui pega de surpresa e nem sabia o que responder. Mas você disse que acreditava e eu não esperava aquilo de você. Hoje, quando penso em como crescemos e nos aproximamos cada vez mais com o passar do tempo... eu tenho certeza que o destino existe.

“Eu tenho certeza de que, de alguma forma, estamos destinados a ficar juntos. Desde o começo, desde quando nos conhecemos ainda novos demais para compreender algo deste mundo... Desde aquele dia, o destino estava traçado, e as pedras no meio do caminho só provaram que o nosso laço é ainda mais forte do que havíamos pensado.”

— Nós estamos destinados a vivermos juntos. E eu não poderia estar mais feliz. — Satsuki falava, agora acariciando o ventre, onde o fruto do amor deles esperava para vir ao mundo — Obrigada por sempre estar ao meu lado, Dai-chan.

Momoi se levantou, guardando o álbum de fotos e voltando a se deitar ao lado do marido que agora esboçava um pequeno sorriso em seu rosto.