Flashback On

A dois anos atrás, quando eu me mudei pra Manhattan e entrei nessa escola, eu só tinha três amigos. Clarisse (que se mudou pra cá junto comigo, já que nossas famílias receberam propostas de emprego iguais), Thalia e... Nico Di Angelo.

–Hey loira! -ele disse me abraçando por trás e dando um beijo estalado na minha bochecha.

– Hey Black Angel! - disse retribuindo o beijo que ele havia me dado com outro em sua bochecha.

– Porque vocês não assumem o namoro logo? Ta na cara que rola algo! -Clarisse resmungou.

– Que? Nada a ver! -falei corando.

–Ai meninas, o Nico e tão fofo, ele e tão lindo!!!– Thalia disse imitando minha voz.

–Eu não falo assim! - percebi que agora os 3 me olhavam, falei merda. - e também, eu não falo isso! Eu e o zumbi não temos nada a ver!

– Vocês ate se inventaram apelidinhos fofinhos!

– Argh, vocês são umas iludidas, nunca vai rolar nada, certo Nico?

– Certíssimo, loira!

–Agora meninas, eu tenho que ir devolver o livro da biblioteca. Beijinhos - disse dando um beijo na bochecha de cada uma e um na de Nico, aproveitando também pra dar uma leve mordida ali. Gostava de fazer pela cara que ele fazia. E então sai.

2 horas depois

Ouvi meu celular tocando... O nome de Nico brilhava na tela.

– Heey. – respondi assim que atendi.

–Hey loira, vai fazer o que hoje de noite? – ele perguntou, assim, direto... Tão Nico

– Nada, por quê? – perguntei mesmo sabendo a resposta.

– Videogame e muita coca-cola?

– Ta esperando o que pra vir zumbi? – eu perguntei.

– Você me convidar. – dei uma risada forçada

– Nico, você agora precisa de convite pra vir ate a minha casa? – perguntei ainda rindo.

– Não.

– Então vem logo, bobão! E traz coca, pleeease! – supliquei.

– Só porque sou um anjo.

– My Black Angel. Agora vem logo ou eu te castro. – falei e ele riu.

– Quem vê diz que é perigosa. – ele disse e então desligou.

Nem liguei para o fato de eu estar de short e regata de pijama, era Nico, ele já estava mais que acostumado a isso.

20 tediosos minutos depois ele chegou.

– A chave continua em baixo da flor! - gritei, to com preguiça de levantar, vou fazer o que?

– Preguiçosa, sim ou claro? - ele disse quando fechou a porta e colocou os refrigerantes na mesinha de centro da sala.

– Que horas são? -perguntei pra ele como fazia sempre que nos assistíamos HDA juntos.

– HORA DE AVENTURA! - ele respondeu animado, então foi ate a cozinha e voltou com dois copos.

– Bom menino! - ri da careta que ele fez.

– Desde quando você usa pijamas tão curtos senhorita Chase?

–Desde quando é da sua conta?

– Não vou deixar minha amiga andar por ai como uma vadia! -ele disse e então se jogou ao meu lado.

– Mas eu to em casa. Me deixa! E oque que você ta olhando pras minhas coxas pra ver se meu short ta curto? -reclamei.

– E que coxas! - Ele brincou.

– Babaca! -disse e fui ligar o videogame.

E assim ficamos jogando. Primeiro Mario, já que era sempre o primeiro jogo. Depois jogamos um pouco de corrida, eu havia ganhado dele três vezes, já estava pronta pra ganhar a quarta.

– TOMA ESSA! QUEM É A MELHOR? ANNABETH CHASE! QUERO MINHAS PALMAS! -disse quando ultrapassei a linha de chegada.

– Foi sorte! Meu carro quebrou! - ele argumentou, claro, culpa o carro.

– Admite, eu sou a melhor! - disse sorrindo vitoriosa.

– Nunca baby!

– Então vamos mais uma vez, uma aposta. Quem perder tem que...

– Contar um segredo pro vencedor.

– Já sabe o que vai me contar? - perguntei.

– Você nem sabe se vai ganhar!

– Eu sou Annabeth Chase querido, eu sempre ganho.

– Vamos logo com isso. - e então ele começou a corrida.

Uma volta, ele ta na frente, bosta!

Duas voltas, to quase passando, vão lá Annie!

Três voltas, CHUPA ESSA PASSEI!

Só mais uma volta e eu ganho. Mas ai de repente decide cair à luz do apartamento.

–PUTA QUE PARIU! -gritei com o susto.

– TA CHAMANDO MINHA MÃE DE PUTA? - ele perguntou exaltado e rindo ao mesmo tempo.

– Não, mas e agora? Quem ganhou? -perguntei.

– Empate?

– Okay, e a aposta?

– Os dois contam algo.

– Você começa porque você tava perdendo. - respondi. E nisso a luz voltou. -HA! A luz voltou! Agora eu ligo o vídeo e ganho de você.

–Ou eu viro o jogo.

– Duvido. - disse e fui ate o videogame

–Nico... Essa merda não quer ligar... FUDEU!

– Ha! Toma isso e carma! - ele disse vitorioso.

– Não esquece que você também tem que contar algo.

–Porque você não podia ser uma loira burra e esquecer as coisas? - ele pediu.

– Ai amigo, sabe, aquela revista que eu comprei ta um arraso! -disse imitando as meninas da minha escola.

– Não, volta a ser a minha Annie, prefiro aquela. - ele disse me puxando de volta pro sofá.

– Sua Annie o cacete, não foge do assunto e falar logo! -olhei-o, incentivando a falar logo de uma só vez.

– Ta legal... O meu segredo e que... Eu... Annie... -ele estava totalmente travado. Ai que bixa!

–Fala logo Nico, eu não vou morder você! - disse o incentivando a falar.

– Eu amo você Annabeth Chase! -ele exclamou, relaxando como se um peso enorme fosse tirado dele. Ficamos alguns segundos assim, só se olhando...

Mas de repente me vi puxando ele pra mais perto, colocando as mãos em sua nuca e sussurrando:

– Eu também amo você Nico.

E então ele encostou nossos lábios, ficamos assim por um tempo, ate que ele pediu passagem com a língua e eu não só concedi como correspondi. Era um beijo calmo, mas que foi ficando cada vez mais profundo, ate que o ar se fez preciso.

– De quem foi a ideia de que precisamos respirar? -Nico disse e nos dois rimos ainda um pouco ofegantes.

– De algum filho da puta encalhado. - brinquei.

– Vamos quebrar a cara desse idiota. - ele riu - mas antes, preciso de mais dessa loira. - E então ele me beijou de novo.