Eu Ainda Estou Aqui escrita por A Garota Dos Livros


Capítulo 16
Capítulo 16




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Para minha sorte, meu pai não recebeu a noticia do mesmo jeito que Jason. Ele ficou chateado, sim, tanto é que depois ficou na sala sendo consolado por Clary, mas não ficou com raiva de mim.

Esperei Jason pelo resto daquela semana na academia. E esperei a próxima semana também.

Já eram 20h e eu estava indo embora, Will sempre toma conta a noite. Ultimamente eu tenho ficado até mais tarde na esperança de que Jason apareça, mas ele não apareceu.

Eu tinha acabado de sair da academia, e a rua estava escura, tenho ido embora a pé.

– Está meio tarde pra você andar sozinha na rua – diz Jason saindo da sombra de uma arvore.

– Ah meu Deus! – digo colocando a mão no peito por causa do susto.

Eu quase pude ouvir uma risada abafada. Quase. Os minutos seguintes que se seguiram foram de um silencio constrangedor, pelo menos pra mim.

– Desculpa – eu digo baixo olhando para minhas mãos – eu deveria ter contado pra você.

– Sabe, eu fiquei me perguntando depois – ele começa falar como se eu não tivesse dito nada – você disse que fez aquilo porque não queria que eu sentisse pena de você, mas será que foi só isso? Eu pensei, será que ela só pensava que eu iria sentir pena dela e não por outro motivo?! E é por isso que eu vim te procurar. Teve outro motivo para que você não me contasse ?

Assinto.

– Qual ?

– Eu fiquei com medo, de que, de alguma forma, ao saber você poderia acabar se... machucando. Eu não posso evitar que meu pai se machuque, e agora Clary... – deixo minha voz morrer.

Durante o tempo todo em que falei olhei para baixo, só percebi que Jason estava perto de mim quando seus dedos tocaram meu queixo levantando meu rosto. Ele sorri para mim, enquanto eu apenas o encaro.

– Quanto tempo disse que tem ? – ele pergunta suavemente.

– Agora, quatro meses – seus lábios desfazem o sorriso e se transformam numa linha fina – mas não exatos, pode ser mais, pode ser menos, não sei. Mas as coisas vão começar piorar.

Ele assente.

– Você está mais magra – ele diz – mas, quanto aos quatro meses – ele se próxima do meu ouvido e sussurra – vamos fazê-los os melhores da sua vida.

Um sorriso se forma no meu rosto e eu abraço Jason com força, ele retribui meu abraço e nós ficamos por minutos apenas assim.

– Meus braços estão ficando dormentes – ele diz por fim, eu rio e o solto – Vamos, eu te levo.

Jason me conduz até sua moto, na sombra da arvore onde ele estava e nos montamos nela. Minutos depois a moto para, mas não na frente da minha casa, na frente da ‘’casa’’ do Jason.

Entramos no barracão e eu me sento no sofá com Jason ao meu lado, um de seus braços nos meus ombros.

– Pensei que ia me levar pra casa.

– E perder a chance de ficar perto de você depois de duas semanas ? Sem chance.

Eu rio e nós ficamos assistindo TV. Não demora muito, eu durmo sentindo Jason me abraçar.

...

Acordo e levanto bruscamente.

– Banheiro... – consigo dizer meio engasgada.

Jason aponta para o andar exposto e eu corro escada acima, ele corre atrás de mim. Passo pela cama gigantesca coberta por lençóis de seda e entro no banheiro, ele é todo decorado de preto e branco. Me agacho na borda do vaso sanitário e jogo tudo pra fora. Jason está com a mão espalmada acariciando minhas costas e segurando meu cabelo curto.

Depois de acabo, fecho a tampa do vaso sanitário e dou descarga, Jason me levanta e me apóia enquanto lavo a boca na pia.

– Desculpe – digo fazendo uma careta.

– Tudo bem – e dá um beijo no alto da minha cabeça.

– Sua barba está me espetando – digo com uma careta.

Ele ri e eu me sento no vaso sanitário fechado com sua ajuda.

– Você está bem ?

Assinto.

– Ok. Vou fazer a barba e depois podemos ir.

– Acho que meu pai vai me matar – eu digo.

– Mais fácil ele me matar, mas fique tranquila, eu disse que você estava comigo.

– Ah, é acho que você vai morrer – ele ri em resposta.

Jason escova os dentes, e depois pega a espuma de barbear no armário e passa no rosto, ele pega a gilete.

– Posso ? – digo apontando para o gilete em sua mão.

– Tá bom – ele diz com um sorriso – só não me corta, seria patético.

– Ok, vou tentar – digo rindo.

Me levanto do vaso sanitário e Jason me coloca sentada no balcão de mármore da pia, ele me entrega a gilete e eu começo deslizá-la por seu rosto. Ele começar rir.

– Quer parar! Ou vou acabar te cortando!

– Tá bom – ele diz contendo o riso – é só que ninguém nunca me pediu isso antes.

Faço uma careta, e continuo.

– Jason quando você faz aniversário ? – pergunto subitamente.

– 3 de novembro. Por que ?

– Nada só queria saber. Quantos anos você vai fazer ?

– Não sabe ? – ele levanta a sobrancelha.

– Eu li na sua ficha, mas esqueci.

– Ah, isso é diferente. Uma mulher esquecendo. Mas enfim, vou fazer 27.

– Ual! Você é velho!

– Vou tomar isso como um elogio – ele diz – mas e você ? Não me contou sua idade também.

Faço movimento com os lábios para dentro da boca, esperando que ele me imite para que eu possa tirar a barba dentre os lábios e nariz.

– 19.

Jason segura meus punhos e me olha com os olhos arregalados.

– Isso deve fazer de mim algum tipo de pedófilo! – ele finge preocupação.

– Aham – digo revirando os olhos – e um completo idiota também. Anda, deixa eu acabar isso.

Enquanto acabo, Jason fica me fitando com seus olhos escuros.

– Para de me olhar assim!

– Assim como ?

Reviro os olhos. Desço da pia e ele lava o rosto, depois passa a mão no mesmo olhando no espelho.

– Parece que você sabe fazer a barba – ele diz olhando para mim – tem alguma coisa pra me contar ?

– Ã?

– Bem, mulheres não deveriam saber fazer isso. Vai que você nem sempre foi uma...

– Ah meu Deus! Você só pode ter fugido de um manicômio!

Ele ri e me abraça.

– Acho melhor irmos.

– Ok.


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