Eu Ainda Estou Aqui escrita por A Garota Dos Livros


Capítulo 11
Capítulo 11




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– Apostar em um racha ? Assistir uma luta ilegal? Fazer uma tatuagem ? – ele diz com as sobrancelhas para cima.

Dou de ombros.

– De onde saiu esse assistir uma luta ilegal? – ele pergunta com os olhos serrados.

– Ninguém ganha carros em lutas legais, Jason – digo dando de ombros – você podia me levar em uma de suas lutas.

– Vai contar pro seu pai ?

– Claro que não. A menos...

– A menos que eu te leve em uma luta – ele diz, seus lábios viraram uma linha fina.

– Exatamente – digo sorrindo.

– Ah meu Deus! Eu te transformei em um monstro.

– Idiota – dou um soco brincalhão no braço dele.

Jason sobre na moto e eu subo logo atrás, ele colocou minha lista no bolso da calça. Na frente de casa, Jason para a moto e eu desço.

– Então ? – pergunto.

– Então ?

– Quando vai me levar em uma luta ?

– Amanhã, ou hoje se preferir, porque já passou da meia noite. Enfim, te pego as dez.

– Ok.

– Princesa, tem certeza ? Não é o tipo de coisa pra qual eu quero te levar.

– Tenho.

– Ok – ele suspira – enrole seu pai, e não diga a ele sobre as lutas.

– Tudo bem.

– Boa noite – ele se estica e dá um beijo no alto da minha cabeça.

– Boa noite.

...

– Aonde vocês vão tão tarde? – meu pai pergunta ao me ver arrumada.

Para esta noite eu vesti uma calça jeans e uma camiseta branca regata, coloquei sapatinhas pretas e um pouco de maquiagem.

– Sair.

– Engraçadinha. Onde vão ?

– Dar uma volta. Nada com que precise se preocupar pai.

Ouço Jason buzinar a moto do lado de fora.

– Tchau, pai – lhe dou um beijo no alto da cabeça e saio.

Do lado de fora vejo que Jason usa a roupa habitual, mas sem a jaqueta de couro, a camiseta branca ressalta seus músculos bem definidos e a luz da lua faz com seu sorriso contraste com sua pele bronzeada.

– Tem certeza disso ?

– Oi pra você também, Jason.

– Oi. Tem certeza disso ?

– E sim, eu tenho.

– Ok, escuta, enquanto eu estiver fora do ringue...

– Você vai lutar ?

– Vou. Enquanto eu estiver fora do ringue, você fica perto de mim, e quando eu estiver lá dentro, você vai ficar perto do Mike, eu vou te apresentar ele. Entendeu ?

Assinto.

– Ótimo, vamos.

Subo na moto, e Jason parte a toda velocidade. Vamos até seu bairro e a moto vai adentrando cada vez mais, as casas vão ficando cada vez mais simples, as maiores são todas pixadas e há pessoas fumando na ruas. Jason para a moto junto com muitas outras do lado de um barracão aparentemente abandonado.

– É isso que você faz de domingo a noite ? – pergunto enquanto desço da moto escondendo o nervosismo.

– Não só de domingo.

Assinto. Jason faz sinal para que eu o siga e eu ando ao seu lado até a porta lateral do barracão, ele abre e vejo o lugar está cheio de pessoas, seguro em seu braço ao ver a quantidade de pessoas em volta de um ringue onde um homem alto de cabelos loiros e tatuado está.

– Aquele – ele aponta para o loiro tatuado – é o Mike.

Nós andamos em direção a multidão que quando nos vê, abre espaço para passarmos. Enquanto andamos em direção ao ringue, ouço pessoas dizendo ‘’ ele não perdeu nenhuma das lutas desde que começou ‘’, ‘’ quem é aquela com ele ?’’ , ‘’ ele nunca traz ninguém, não deve ser importante’’.

– Mike! – Jason chama.

Mike desce do ringue e cumprimenta Jason com um toque de mão depois um abraço.

– Quem é essa ? – ele pergunta apontando e sorrindo para mim.

– Princesa, Mike, Mike, Princesa. Eu ia te pedir uma coisa, quando eu estiver lá, fica de olho nela, não deixa ninguém chegar perto.

– Pode deixar – Mike pega minha mão e dá um beijo – é um prazer princesa.

Dou um sorriso amarelo para ele, e depois Mike volta para cima do ringue, Jason me arrasta até um lado do ringue onde ele me puxa para perto, me segurando contra ele pela cintura.

– Fique perto de Mike – ele diz.

– Senhoras e senhores, voltamos a uma luta épica – as pessoas gritam – eles estão de volta, meus queridos. Do nosso lado esquerdo temos : Carter Wilbern, nosso antigo campeão – Carter, o cara que conversou comigo na primeira vez que sai com Jason sobe no ringue, as pessoas gritam o nome de Carter – Mas... do nosso lado direito, temos nosso querido e novo campeão invicto: JASON HAPBURN – as pessoas vão a loucura gritando nome de Jason enquanto outras vaiam.

Jason começa a ir em direção ao ringue me arrastando junto com ele, antes de subir ele me solta e eu fico, ele sobe e Mike desce do ringue e se coloca ao meu lado. Mike coloca o braço em meu ombros de maneira protetora, Carter olha para mim e sorri ao me reconhecer.

– Senhores! Vocês sabem as regras – percebo que Mike usa microfone – então, que vença o melhor.

Mike desliga o microfone e a luta começa. Carter vai pra cima de Jason que desvia. Carter tem uma estrutura muscular forte, mas não se compara a Jason, porém, Carter é mais rápido, e isso pode ser ruim para Jason, mas ele parece saber o que está fazendo, a ponto de não ser acertado por nenhum dos golpes rápidos de Carter.

– Você por aqui de novo – ouço alguém sussurra no meu ouvido.

Dou um pulo e vou para cima de Mike, que me joga para seu outro lado se colocando na minha frente.

– Vazando daqui Gabe, essa é a garota do Jason.

O cara chamado Gabe poderia ser bonito se não fosse o cheio de cerveja que emanava dele e a impressão repugnante que ele me causou da primeira vez que vim aqui nesse bairro.

Olho para o ringue, e vejo que Jason se distraiu com a cena que acabou de acontecer, Carter lhe dá um soco potente no rosto e a cabeça de Jason é jogada para esquerda. Jason recobra os sentidos e parece furioso, ele vai para cima de Carter e lhe desfere golpes certeiros no rosto, Carter desvia de boa parte deles, mas os socos são fortes o bastante para derrubá-lo no chão. Carter protege o rosto com as mãos, mas Jason continua a socá-lo. Nenhum deles usa luvas e por um momento de descuido Carter estica os dedos tentando proteger o rosto, mas um dos socos atingem seus dedos, quebrando o dedo anelar esquerdo. Carter grita, mas Jason não para.

– Já deu Jason – Mike diz no microfone.

Jason continua batendo em Carter, Mike então me larga e me deixa encostada no ringue, ele sobe no ringue e tira Jason de cima de Carter com esforço aparente. Jason para e olha em volta, então seus olhos encontram os meus.

– E o vencedor é Jason ! – Mike grita e as pessoas vão a loucura, algumas xingam e gritam por perderem suas apostas.

Jason cospe sangue enquanto uma de suas mãos é levantada por Mike, ele logo se solta e salta do ringue em minha direção.

– Você está bem ? – ele pergunta segurando meu rosto com as mãos analisando-o – Aquele filho da mãe do Gabe...

– Eu estou bem, Jason – digo irritada.

– Hei, o que foi ?

– Você continuou batendo nele! – digo indignada- Você quebrou o dedo dele!

Os lábios de Jason formam uma linha fina e ele não me responde, apenas pega em meu braço e me leva pela multidão para fora do barracão.

– Eu avisei que não era lugar para você – ele diz subindo na moto.

– Não se trata de não ser lugar para mim! Se trata de você ter batido nele mesmo depois da luta ter acabado!

– Sobe na moto.

– Eu não vou subir na moto com você!

Jason olha para mim, e seu olhar se passa para trás de mim e eu vejo que Carter sai de dentro do barracão junto com o homem chamado Gabe atrás e mais dois caras.

– Você pode ir comigo, se quiser – diz Carter debochado ao ouvir o que eu disse.

Olho para Carter, apesar dele não parecer ser má pessoas, eu não vou com ele.

– Não, obrigada – digo.

– Você quem sabe – ele dá de ombros e eu vejo que segura o dedo quebrado, seu nariz está sangrando e um dos olhos está inchado e roxo.

– Hei – Jason grita para ele – melhor manter seus capachos nojentos longe dela.

Carter olha para Jason e depois sai andando, eu aponto para onde ele estava indignada.

– Precisava disso ? – quase grito e as pessoas saindo do galpão olham para nós - Essa porcaria deve tem regras!

– A única regra é que você só pode bater com o próprio corpo!

– Deve ter alguma coisa contra isso!

– Eu avisei que era uma luta! – ele grita para mim – Disse que não era lugar para você! Agora sobe na porcaria da moto pra gente ir embora!

Subo na moto furiosa e Jason dá partida antes que eu me ajeite totalmente, coloco os braços em volta da sua cintura como se qualquer contato com sua pele fosse me queimar. Jason mal para a moto na frente de casa e eu salto dela batendo o pé indo até a porta. Sinto um apertão no braço e meu corpo vira dando de cara com uma parede de músculos.

– Me. Solta.

– Escuta, eu te avisei. Avisei que não era coisa pra você e mesmo assim você teimou e foi. E quer saber, coisas muito piores acontecem em lutas assim, o que aconteceu com Carter...

– Eu sei muito bem que coisas piores acontecem, é só que você não parava de bater nele, Jason! Você não parou quando o dedo quebrou e nem quando a luta acabou, você continuou batendo nele!

– E por que isso te incomoda tanto ? Você nem faz ideia de que tipo de pessoas Carter é!

– Tem razão, não sei que tipo de pessoa ele. Mas eu sei que tipo de pessoa você é, e você nunca perdeu o controle como fez hoje! Poxa, Jason! E ele se resolver se vingar de você por causa disso ?

– Está brava por que está com medo dele se vingar ? – ele dá um sorriso.

– Você é inacreditável! – jogo as mãos para cima.

Viro de costas para Jason e saio andando, mas ele me puxa de volta no mesmo movimento e dou de cara com seu peito novamente.

– Olha, desculpa, ta bem?! Não tenho ideia do porque eu to te pedindo desculpa, mas, por favor, para de bobeira. Ele nunca tentaria chegar perto de mim fora do ringue.

Balanço a cabeça de forma negativa, apenas ouvindo o que ele fala.

– Como pode ter tanta certeza?

– Só confie em mim quanto a isso.

– Eu confio. Mas você não pode fazer isso de novo!

– Lutar ? Mas é assim que eu ganho...

– Lutar não, perder o controle desse jeito.

– Ok. Prometo.

Jason me puxa para um abraço apertado, sinto-me extremamente feliz pelo contato inesperado.

– Tá me sufocando – digo ao perceber que o abraço se prolonga.

Jason me solta.

– Vou indo – digo – boa noite.

Fico na ponta dos pés e lhe dou um beijo no rosto.

– Boa noite .

Saio andando em direção a porta. Já com a chave na maçaneta Jason me chama:

– Princesa – viro de frente para ele – não me peça para te levar de novo, ok ?!

– Ok – eu rio – boa noite.

Entro em casa.


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