Depois de um tempo, um exército invadiu a van, um exército com roupas vermelhas e pretas, todos carregavam duas pistolas, creio que seus objetivos sejam matar a Elite. Me peguei perguntando: Será que essas pessoas realmente tem coração? Eu sei que foi por um milagre eu estar viva, mas agora só consigo me perguntar isso. Não consigo entender o que leva uma pessoa a querer o mal das estrelas, seria uma tristeza nunca mais vê-las no Céu, não ter nada para iluminá-lo todas as noites, não ter aquele brilho que te faz ficar calmo e a vontade de ficar a noite inteira, só olhando para elas. Assim como eu sempre fazia, até descobrir que eu era parte de uma também.

Mais tarde, Jane e Lúcifer, entraram na van, acompanhados de Jeff, que descobri através de um diálogo deles, ser seu filho. Lúcifer foi dirigindo, e um tempo depois, chegamos a divisa entre o final da trilha e a floresta, ninguém falou nada até chegarmos lá, mas assim que chegamos, Jane disse:

–Prontos para assustá-los - Respirei fundo ao saber que eles não iam matá-los, mas saiba que morrer não é a pior coisa da vida, a pior coisa da vida, e viver sozinho, sem ter aquelas pessoas para te considerar como um amigo. E quando você morre, apenas seu corpo é morto, sua alma, vai para o Céu, em forma de estrela. Mas se você é uma pessoa má, sua alma permanece na Terra, fazendo com que os outros sofram... Óh vida... Porque és tão injusta?

Todos saíram da van, e foi um alívio eles abrirem o porta malas, porque além de eu estar com falta de ar, as correntes estavam apertando meu coração, mais do que ele já estava, porque essa guerra toda só por minha causa? Simples, porque uma equipe nunca deixa um para trás, e é capaz de se sacrificar por ele.

Tiraram minha cadeira, e a carregaram até o final da trilha, que era a única noção de divisão mostrada, e a Elite chegou logo em seguida. Estava tão feliz em vê-los! Em saber que estavam bem! Em saber que eu não estou mais sozinha! Mas ao mesmo tempo triste, triste por saber, que, eles estão arriscando suas vidas por mim. Eu deveria estar totalmente imunda, e mal-tratada, com sangue seco em meu lábio, e um pouco acima, mas acho que quando se trata de aparência, não importa. Porque eles olharam para mim e sorriram, inclusive Celeste, acho que sorriram pelo fato de eu estar viva, eu também sorri, mas eles não haviam visto meu sorriso, pois eu estava com uma venda na boca.

Olhei para o céu, por alguns minutos, ele me dizia que havia esperança, mas ao voltar meus olhares para a Elite, tive que encarar a realidade, estavam todos amarrados na mesma corrente de ferro que eu, com as bocas vendadas, de olhos fechados, enquanto Jane tirava as argolas de suas orelhas.

Olhei para o céu, e perguntei, em minha mente, enquanto lágrimas escorriam de meus olhos, e ao mesmo tempo, me queimavam:

Óh mundo... Porque és tão injusto? Porque fez com que o mal vencesse novamente?

Mas ele ainda me mostrava esperança, por algum motivo que eu ainda não reconhecia, olhei novamente para o Céu e pensei uma pergunta, esperando que não ele, mas que as estrelas conseguissem me ouvir:

Se nós falharmos, vocês ainda vão nos aceitar junto a vocês, no reino dos céus?

As estrelas conseguiram me ouvir, e me responderam, que, se eu tivesse fé, tudo iria dar certo. Mas até que ponto a minha fé iria chegar?