Nightmares Come True escrita por Polo


Capítulo 9
Cícero


Notas iniciais do capítulo

Demorou, mas chegou! Sim, eu tenho noção da demora, mas posso explicar, estava na época das minhas provas finais e, como um bom aluno que sou, precisei estudar e focar totalmente nisso. Anteriormente, eu disse que a história passaria por algumas semanas complicadas, mas que isso passaria. E de fato, passou. Se tudo der certo, a partir de agora eu conseguirei postar dois capítulos por semana. Me comprometo a postar o próximo capítulo durante a semana.
No mais, eu gostaria de agradecer a todos os comentários que eu recebi até agora, eu sei que demorou muito também para responder a todos, mas é que, como eu disse, as provas foram conturbadas. Mas obrigado a todo vocês, de verdade. Enfim, sem mais delongas, apresento-lhes o mais novo capítulo. Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/526851/chapter/9

– Eu quero que você me prometa que vai se cuidar – A minha irmã disse passando a mão pelo meu cabelo carinhosamente – E que não vai se meter em nenhuma encrenca!

– Nani, a gente vive em um lugar onde há mortos devoradores de carne por todos os lados, eu não posso prometer nada – Eu disse sorrindo para a minha irmã que me encarava com um sorriso e um olhar preocupado – Mas eu não queria que você tivesse que ir!

– Lilo... – Nani encava o chão do hangar militar onde estávamos – A gente já conversou sobre isso... Ele deve estar em algum lugar lá fora, eu tenho que tentar encontra-lo.

– Afinal, ele faz parte da nossa Ohana – Eu disse abraçando a minha irmã que retribuiu calorosamente – Eu te amo, Nani, vai dar tudo certo!

Ficamos nos abraçando por um bom tempo até que ela se afastou. Ela sorriu para mim e depois, segurando uma grande bolsa de viagem começou a caminhar em direção do jipe que estava estacionado perto. Ela jogou a bolça no porta-malas e se juntou aos seus dois companheiros de viagem. Um deles era Cobra Bubbles, o homem que havia nos trazido para aquela base militar, eu gostava e confiava nele, embora a sua disponibilidade para ajudar Nani na busca pelo seu namorado perdido tivesse me parecido bastante suspeita. Junto a eles havia um homem que eu nunca havia visto até o momento. Deveria ter seus vinte e oito anos e tinha cabelo ruivo. Usava óculos de grau e tinha um ar de intelectual em volta dele. Nani havia me falado sobre ele, embora ela não conhecesse o seu verdadeiro, ela tinha conhecimento pelo seu apelido, Grilo Falante.

Cobra Bubbles acenou para mim e o Grilo Falante fez um movimento de saudação com a cabeça. Os militares que cuidavam dos grandes portões de metal do hangar o abriram e o jipe onde estava aquela que por muito tempo foi a minha única noção de família partiu. Senti no meu peito uma dor forte e tive vontade de chorar, porém evitei ao máximo fazê-lo. Eu estava no meio dos militares, deveria provar que era forte, e não um peso morto. Resolvi caminhar até a área residencial.

Sempre ouvi falar que o governo escondia informações do resto da população, mas finalmente tive a oportunidade de observar isso com os meus próprios olhos. A base militar Cícero era surreal, havia campos de treinamento, sala com armas, cúpulas de discussões estratégicas, laboratórios científicos e uma área residencial. O que me deixava intrigada era o quanto eles pareciam ilesos aos mortos que estavam do lado de fora, era quase como se eles tivessem tido tempo para se preparar para tudo isso. Porém, eu sabia que não deveria fazer muitas perguntas.

Felizmente, o hangar era perto das casas e não demorei muito até chegar à área residencial. Era como um enorme condomínio com casas completamente iguais e apertadas. Entrei em umas das ruas e caminhei em direção a minha casa, suspirei, os dias passarão a ser bastante solitários a partir de agora. Desde que chegamos à Cícero, eu fui separada de Stitch e não o vi desde então. No começo eu fiquei desolada, mas tive que aprender a me controlar, além disso, Cobra Bubbles havia me assegurado que o meu cachorro não estava sofrendo nenhum tipo de maltrato. Antes, pelo menos, eu tinha a minha irmã para me fazer companhia no apertado cubículo militar de paredes brancas onde vivíamos, agora não mais. Eu estava sozinha.

Já perto de casa, avistei um amigo, que quando me viu veio correndo para me abraçar. Era Arthur, um garoto que havia encontrado Cícero assim como eu. Ele era um ano mais novo que eu e tinha um cabelo grande e loiro. Era um pouco magro e tinha grandes olhos negros e curiosos. Ele estava tão solitário quanto eu, seu pai e irmão mais velho não havia resistido ao apocalipse, e agora ele se via sozinho. Uma vez, ele me contou que ele já se sentia sozinho muito antes do fim do mundo. Sua família adotiva nunca havia o tratado como igual e ele sempre se sentira diferente. Nós dois tínhamos muito em comum.

– Arthur! – Eu disse retribuindo o abraço do meu amigo – Que bom encontrar você!

– A recíproca é verdadeira – Ele falou se afastando – Então, como foi a despedida de mais cedo?

– Emocionante e melosa – Eu disse fazendo pouco caso – Você teria odiado!

– Tenho a certeza que sim - Ele disse rindo. E então fez um gesto de cavalheiro e indicou o braço dele para que eu pudesse acompanha-lo - Vamos?

Segui Arthur e andamos de braços dados em direção a minha casa. Nós provavelmente iríamos para mais uma sessão de filme, já havia se tornado uma tradição entre nós. Ele ia para a minha casa e nós ficávamos discutindo por meia hora qual filme deveríamos assistir, eu sempre sugeria ficção científica e ele sempre discordava porque preferia ver filme com reis e cavaleiros, ás vezes o chamava de Rei Arthur apenas para implicar com ele. Seguimos pelas ruas da área residencial falando alguma coisa boba quando nos deparamos com a minha casa.

Em frente a ela estava um homem de meia idade, cabelos brancos e corpo bastante musculoso. Estava usando trajes militares e olhava fixamente para mim, pude sentir uma sensação de poder só de olhar para o homem.

– Lilo Pelekai, você foi intimada a comparecer os laboratórios da Base Militar Cícero – Ele diz com um tom de voz sério e rude – O experimento 626 deseja ver você.

...

Eu estava em uma sala de espera com uma lâmpada queimada piscando em cima de mim. Era um cômodo com um cheiro insuportável e a cadeira de plástico onde eu estava sentada era a mais desconfortável que eu já sentara antes. Fiquei por um bom tempo esperando naquele lugar, quando de repente a grande porta branca de madeira se abre e de dentro dela sai um homem que eu nunca havia visto antes. Era um jovem de cabelos castanhos claros e olhos castanhos que estavam escondidos por lentes grossas e redondas de óculos. Seu traje miliar parecia grande demais para o seu corpo.

– Hã... Oi, bom dia – O homem estava segurando algumas pastas, mas as deixou cair, ele riu disso e as apanhou mais uma vez. O jovem veio para perto de onde eu estava e apertou a minha mão – Eu me chamo Milo James e você dever ser a Lilo, acertei?

– Acertou... – Eu disse, gostei de Milo logo de cara, seu jeito atrapalhado me deixou menos tensa que antes -... E então, eu posso ver o Stitch?

– Ah, então o nome dele é Stitch? É um belo nome, quer dizer, melhor que Experimento 626 na minha opinião – Milo James sorriu – Bem, você poderá vê-lo sim, mas antes há algo que você precisa saber sobre ele.

Não falei nada e apenas continuei olhando fixa para o militar. Pude notar que o olhar do jovem, por trás dos óculos, ás vezes descia e ficava encarando os meus peitos. Dava para notar que Milo não havia tido muito contatos com mulheres porque ele parecia um pouco nervoso.

– Hã... Certo. Bem, talvez você já deva ter notado, talvez pela coloração azul, mas Stitch não é bem um cachorro, sabe? – O jovem falou – Quero dizer, ele já foi um cachorro, mas isso foi mudado. O modo que ele é totalmente adaptado a esse mundo nunca lhe causou estranheza?

– Bem, Sim, mas... – Eu não sabia ao certo o que pensar sobre o que eu estava ouvindo – Eu não sabia que...

– Nós acreditamos que ele foi criado, sabe? Completamente desmembrado, projetado e adaptado para sobreviver. Mas a pergunta é... – A empolgação de Milo era evidente – Quem está por trás disso? Bem, o governo tem as suas maneiras de descobrir as coisas e...

– ...E você está listada como voluntária para ir atrás desse louco – O Militar de mais cedo entrou na sala pela mesma porta que Milo havia saído – Sua equipe a aguarda na outra sala.

Encarei o homem de fisionomia agressiva. O que ele estava dizendo? Eram muitas informações jogadas em cima de mim em um curto período de tempo. Minha irmã tinha partido, meu cachorro era algum tipo de Monstro de Frankstein e agora eu teria de partir em algum tipo de missão militar para descobrir os possíveis responsáveis pelo genocídio canibal que vem se seguindo nos últimos meses.

– Não – Eu disse, determinada – Não faz o menor sentido! Por que eu? Olha para mim, eu sou apenas uma garota órfã de dezesseis anos que deu sorte em achar um lugar seguro para ficar! Por que não mandar alguém treinado?

– Comandante Rouker... – Milo disse se intrometendo – Ela tem certa razão, veja bem, eu conheço e concordo com a estratégia até então utilizada, mas invés de utilizar civis, nós poderíamos usar agentes que apenas parecessem com civis.

– Garoto, eu sei o que estou fazendo, acredite em mim – o Comandante Rouker disse – É necessário que os grupos de apreensão aparentem ser grupos de sobreviventes comuns para não chamar a atenção de possíveis inimigos. Além disso, é necessário a presença do Experimento 626 e...

– Stitch, senhor!

– Como é, soldado? – o homem olhou para Milo James como se não entendesse o que ele havia dito, não pude deixar de ver graça naquela situação – O que você disse?

– O nome dele... É Stitch, – O jovem parecia muito nervoso – Senhor.

– De qualquer forma, o... Stitch é necessário para o grupo e ele só cooperará com a ajuda da nossa amiguinha aqui – O Comandante apontou para mim – O ideal era ter começado esse projeto a muito tempo atrás, mas do jeito que o Cobra Bubbles protegia essa garota, seria impossível.

Vi-me sem alternativas. Eu não tinha opções, o que eu faria se não aceitasse o que o militar estava propondo? Eu iria voltar para a estrada e, sozinha, tentaria a minha sorte? Não, isso estava fora de cogitação. Além disso, eu queria ver Stitch mais uma vez e a ideia de fazer algo realmente importante me deixava animada, meus dias não seriam mais solitários afinal de contas.

...

Fui transferida até outra sala para o “primeiro contato” da equipe. Pelo que fiquei sabendo, Stitch ainda não estaria presente e o grupo seria formado por um grupo de cinco pessoas e que todos teriam entre quinze a vinte e três anos. A sala era apertada e pintada completamente pintada de preto e contava com apenas cinco cadeiras formando um circulo. Quando cheguei, três pessoas já estavam lá. O primeiro, para a minha felicidade, era Arthur. Ele sorriu quando me viu e indicou uma cadeira ao lado dele para eu sentar. Olhei para os outros dois que estavam lá. Havia uma garota, mais ou menos da minha idade, que olhava impacientemente para todos os lados. Ela tinha cabelos negros e um sorriso brincalhão. O jovem que estava do lado dela, e que deveria ser um pouco mais velho também, era muito grande e forte. Ele tinha um cabelo castanho arrepiado e cara de poucos amigos.

– Então... – A garota que eu não sabia o nome cortou o gelo e falou se dirigindo a mim - ...Vocês estão juntos ou o que?

– O que? – Pude notar a minha bochecha corando, ela devia está falando de mim e do Arthur – Não, somos só amigos.

– Besteira – A garota continuou – Eu e o grandão aqui começamos sendo grandes amigos, não é? Hoje em dia nós somos o casal mais apaixonado que já pisou por aqui.

– É o que ela sempre diz – O namorado disse rindo – Qual é o nome de vocês?

– Eu me chamo Lilo e esse é o Arthur – Eu disse, pude notar que Arthur estava um pouco calado na frente deles dois, me perguntei os motivos dele – E o de vocês?

A garota sorriu. Algo em sua fisionomia me dizia que ela estava esperando eu perguntar pelos seus nomes.

– Eu me chamo Vanellope – Ela disse rindo – E esse aqui do meu lado é o Detona Ralph.

Eu conhecia aqueles nomes. Aqui na Cícero, ouvi boatos sobre alguns prisioneiros famosos que estavam trancados alí. Ralph era bastante conhecido por lá, ele havia feito coisas terríveis, diziam que era puramente mau. Mas lá estavam eles, simpaticamente sentados conosco. A tensão estava no ar e só foi quebrada com a chegada da última integrante do grupo. Trajando roupas militares, a jovem sentou na última cadeira. Era bonita, tinha cabelos e olhos negros e era oriental.

– Boa tarde, eu me chamou Mulan – A jovem disse, até o jeito que ela falava era imponente – E nós vamos salvar a Disney Land.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Muitos de vocês tem pedido para que certos personagens apareçam na história, eu acho isso ótimo porque me dá uma noção do que vocês querem ver, mas em especial, há seis personagens que são bastante recorrente. Eu, logicamente, estou falando deles, dos queridinhos do Nyah, do "The Big Six".
Merida, Jack Frost, Rapunzel, Soluço, Anna e Elsa. Por onde será que andam eles nesse mundo complicado de NCT? Bem, próximo capítulo essa pergunta será respondida, pelo menos em parte, um deles será o narrador. Mas quem será?
Ainda em tempo, eu queria lembrar que essa história é principalmente motivada pelos seus comentários. Me digam o que estão achando, as suas teorias para o futuro da fic e seus personagens favoritos. Sempre é legal saber.
No mais, é sempre um prazer escrever para vocês. Abraços, Polo.