Nightmares Come True escrita por Polo


Capítulo 8
Gepeto e Pinóquio


Notas iniciais do capítulo

É claro que Ariel não seria a única personagem a narrar nessa história, eis que Peter Pan volta ao NCT, espero que vocês gostem do capítulo. Como sempre, eu quero agradecer a todos aqueles que favoritaram e comentaram nessa fic, vocês são demais, gosto muito de falar com vocês.
E um agradecimento mais que especial para a leitora Dama Misteriosa que fez uma recomendação linda para a história. Sério, Dama, eu adoro os seus cometários e agradeço muito o que você fez. Você é demais. Um abraço mais que especial a você, Polo.



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Todo aquele balanço que a embarcação fazia estava começando a me deixar nauseado. Depois de dois dias inteiros em alto mar, as ondas deixam de ter um aspecto curioso e empolgante para dar lugar a um marasmo torturante. Minha companheira de viagem, Wendy, parecia compartilhar do meu mal estar. Durante um bom tempo ela reclamou das condições do navio, porém agora ela parecia estar enjoada demais para falar qualquer coisa. Entretanto, Alice parecia melhor do que nunca, a garota loira andava de um lado para o outro, geralmente falando sozinha, e gritava algo sem sentido para qualquer peixe que aparecesse saltando ao lado da embarcação.

Estávamos a bordo do “Baleia”, um grande navio feito de madeira que estava indo em direção a uma ilha apelidada de Terra do Nunca, a embarcação fazia parte da frota de navios de um homem misterioso que eu nunca havia visto. O capitão do Baleia era um homem de cabelos brancos e sorriso simpático chamado Gepeto. Era um homem aparentemente bom e que tratava bem sua tripulação. Seu gato preto, de nome Fígaro, sempre podia ser visto perto do dono.

No momento eu estava sentado em uma cadeira de madeira no convés principal do navio. Wendy e Alice estavam lá também. O tempo passou, porém a tensão entre as duas não havia melhorado muito. Vai saber, eu tenho mesmo um efeito sobre as mulheres. O vento soprava sobre as nossas cabeças e o cheiro de maresia era bastante presente. O sol do meio dia inundava a embarcação e nos forçava a estreitar os olhos para falar uns com os outros.

– Segundo o Gepeto nós chegamos a Terra do Nunca amanhã à tarde, Peter – Wendy disse olhando para o horizonte – E depois disso, qual é o plano?

– Então... O plano, não é? – Eu não tinha a menor ideia do que fazer quando chegar lá, na verdade eu não tinha a menor ideia de como seria a Terra do Nunca, quando eu chegasse lá eu iria improvisar – Sobre isso... Eu queria muito saber a opinião de vocês, é muito importante para ter uma noção do que vocês querem.

– Bem, que atencioso de sua parte – Wendy revirou seus olhos azuis e mexeu no cabeço cor de mel que era bagunçado pelo vento – Eu estava pensando em darmos uma vasculhada pela área, sabe? Nós não temos muita ideia do que podemos encontrar lá, então é bom fazermos um reconhecimento. Depois disso, nós podíamos procurar por João, talvez ele esteja na ilha.

– Parece perfeito! – Eu falei sorrindo simpaticamente – E você, Alice? O que você acha?

– Eu acho que eu estou com fome, Chapeleiro – Disse se levantando de sua cadeira – Vou falar com o cozinheiro para assar alguma carne de coelho para mim.

– O cozinheiro não é aquele homem nojento que fica olhando para as nossas coxas? – Wendy olhou para Alice como se não acreditasse no que a garota estava falando – Como você ainda consegue falar com ele?

– Eu mostro a minha coxa, eu ganho uma coxa de coelho – Alice saiu saltitando em direção à cozinha – E todo mundo sai feliz nessa história. Quer dizer, menos o coelho...

Não pude deixar de rir. Eu gostava bastante de Alice, ela podia ser muito excêntrica, mas era uma boa companhia. Era engraçada, boa de papo e adorava aventuras. Wendy, ao contrário, era responsável e nos repreendia inúmeras vezes. Eu sabia que ela fazia isso para nossa própria segurança, mas ela parecia que havia crescido muito rápido desde que o fim do mundo começou, enquanto nós continuávamos sendo as mesmas crianças de sempre.

– Peter – Wendy me olhou séria – Eu sei que isso pode ser difícil, mas você precisa crescer. Em suas mãos, há a vida de mim e daquela lunática. Por favor, não me decepcione. Bem, agora eu preciso ir, todo esse balanço está começando a me deixar enjoada, vou deitar um pouco.

Ela me beijou no rosto e com essas palavras me deixou sozinho no convés. Fiquei encarando o mar e deixando que as palavras da garota cor de mel fizessem efeito em mim. Quando eu morava nas ruas eu só tinha a mim para me preocupar, agora eu tinha duas vidas maravilhosas para cuidar. Era algo incrível, eu finalmente não me sentia mais só, porém era muita responsabilidade para mim. Ás vezes eu me pegava pensando em sair daquele lugar, me imaginava criando asas e voando para bem distante. Porém, eu sabia que aquela não era a melhor escolha sempre que eu me lembrava dos dias solitários das ruas de Nova Londres. Ser um garoto de rua é como ser nada mais que uma sombra para os outros, ninguém parece notar a sua presença e a única coisa que você faz é escurecer a cidade.

Eu estava tão entretido com as minhas indagações que não percebi a figura que me observava. Parecia uma garota loira, um pouco mais nova que eu, que usava uma blusa folgada verde. Porém ao notar a minha presença, a menina saiu correndo e entrou na cabine do capitão. Sem perder tempo, fui atrás da garota e abri a porta de pinheiro onde o capitão Gepeto estava. Ao entrar no estabelecimento notei que a menina não estava presente. O capitão, ao contrário, alí estava. Sentado em uma poltrona com o Fígaro em seu colo. A iluminação do quarto era limitada e apenas uma lareira estava garantindo luz no recinto. A mobília era totalmente antiquada e feita de madeira e haviam muitos relógios espalhados pelas paredes. Fiz menção de sair, mas Gepeto me convidou a sentar. Me sentei em um banco extremamente confortável ao lado do capitão e o fitei esperando ele dizer algo.

– Você vê todos esses móveis, Peter? – Gepeto me perguntou enquanto acariciava o gato – O que achas deles?

– Hã... – Eu simplesmente não sabia o que dizer -... Muito bonitos, senhor.

– De fato são – Gepeto olhou para cada móvel calmamente com orgulho – Eu que os fiz, sabia? Antes de toda essa tragédia eu era um marceneiro, fazia milagres utilizando a madeira, era um verdadeiro artista – O velho passou a mudar de semblante e passou a ficar bem mais sério - Agora olha para mim, Peter, o que você vê?

– Eu vejo... – Eu não sabia direito o que dizer, toda aquela conversa estava muito estranha. Porém me concentrei no que Gepeto havia perguntado e olhei fixamente para o homem, o que eu via quando olhava para ele? Encarei os olhos azuis e frios do marceneiro e ignorei o sorriso simpático dele, vi pela primeira vez um ser humano triste nele, alguém que havia passado por muita coisa -... Um homem que perdeu muita coisa.

– E você está certo – Gepeto me deu um sorriso triste – Você deve estar se perguntando o porquê de eu está falando todas essas coisas, não é?

– Sim...

– Pois bem – Gepeto me olhava diretamente nos olhos, naquele momento eu me sentia tão incomodado quanto quando Wendy via que o cozinheiro do navio olhava para suas pernas – Peter, nós estamos indo para a Terra do Nunca, um lugar seguro, onde todos que chegam estão imunes aos mortos. Lá vocês podem ser crianças, crianças para sempre. Se vamos conviver lá temos que nos conhecer primeiro, é isso, eu sou só um homem que perdeu tudo e que está querendo ajudar o mundo agora.

– Que legal, capitão! – Eu disse me levantando, eu apenas queria sair daquele lugar – Bem, antes de eu ir, eu posso lhe fazer uma última pergunta?

– Todas que você quiser.

– Eu vim aqui porque tive a impressão que uma garota entrou aqui primeiro – Eu disse de modo despreocupado, como se não esperasse uma resposta – Você a viu por acaso?

Gepeto se calou por um instante. Seu sorriso se desfez e seus olhos azuis e frios passaram a me analisar por completo. Porém, esse momento passou, e ele se limitou a sorrir novamente.

– Uma garota? – Ele disse como se não entendesse a minha pergunta – Eu não vi nenhuma por aqui, a não ser que eu esteja ficando caduco.

E com um sorriso torto eu fechei a porta de pinheiro e saí da sala de estar. Havia algo estranho no velho capitão do navio. Porém, ao ver que Alice agora brincava com uma espada de madeira que ela havia encontrado em algum lugar por alí, deixei minhas suspeitas para trás e fui acompanha-la no jogo.

...

Eu não estava conseguindo dormir naquela mesma noite. As palavras de Wendy e do Capitão Gepeto ecoavam na minha cabeça como se fossem minha própria voz. Estava quente e abafado na cabine onde eu estava e eu estava começando a suar frio. Depois de muitas tentativas fracassadas de adormecer, decidi que tudo aquilo era inútil. Decidi que iria dar uma volta pelo convés. Levantei-me da desconfortável cama de algodão e empurrei as pesadas portas da minha cabine.

A cabine dava para um corredor escuro que dava para uma escada que terminava no convés. Percorri todo o trajeto e cheguei aonde eu queria estar. Era um cenário lindo, o dia estava começando a amanhecer e o vento soprava de um jeito agradável. As estrelas se tornaram mais visíveis, porém, entre todas, as que me chamou mais atenção foi a segunda estrela a direita, ela estava mais brilhante que nunca. Eu estava tão focado na paisagem que não percebi que eu era o único que não tinha conseguido dormir.

A garota de mais cedo estava de costas para mim. Ela observava o horizonte e eu, tomando cuidado para não ser visto, a observei com mais atenção. Sua pele era branca e seu cabelo loiro estava preso em um coque. Seus olhos eram de um azul que eu nunca havia visto antes e me pareciam os mais interessantes que eu já havia visto. Um dos seus ombros aparecia por baixo de sua folgada blusa verde. Cuidadosamente fui me aproximando da garota.

– Obrigado – Eu disse ironicamente me sentando do lado da garota – Graças a você, eu tive que ter uma conversa completamente estranha com o capitão desse navio.

– De nada – Para a minha surpresa ela não fugiu, apenas continuou observando o sol amanhecer – Ei, posso fazer uma pergunta?

– Todas que você quiser, senhorita.

– Você sabe tocar isso? – Ela me perguntou enquanto me apresentava uma gaita vermelha – Eu achei por aqui e até agora não consegui tocar uma música corretamente.

– Para a sua sorte – Eu disse sorrindo para ela e tirando a gaita de suas mãos – Eu sou o melhor tocador de gaita de toda Nova Londres.

Assoprei o instrumento e toquei uma canção que havia aprendido nas ruas. Era uma melodia agradável e interessante, dava para ver que a garota havia ficado impressionada com a minha habilidade. Ela só voltou a falar depois que eu terminei de tocar.

– Pan – Ela disse, me deixando instantaneamente confuso – O deus antigo da natureza. Dizem que era um ser imortal que tocava a sua flauta e a única coisa que se importava era com a diversão. Ele, por alguma razão, me lembra você.

– Eu me chamo Peter, na verdade – Eu disse manuseando a gaita com as mãos – Mas Pan me parece um nome bem interessante também.

– Então está decidido, para mim, você vai se chamar Peter Pan – E pela primeira vez ela sorriu para mim – Parece um bom nome, não acha?

– O melhor de todos – Eu disse retribuindo o sorriso – E você? Como devo chama-la?

– Bem, meu nome verdadeiro é Tinker – A garota disse um pouco envergonhada, provavelmente por causa do nome – Mas eu prefiro muito mais o apelido que a minha mãe me deu: Sininho.

E eu havia gostado instantaneamente de Sininho e de seu nome. Ficamos os dois conversando por horas até que ouvimos barulhos vindos das cabines. Todos estavam acordando. Sininho deu um suspiro e depois se virou para mim.

– Merda, Peter Pan, por que você tem que ser um cara tão legal? - Ela disse me pegando pela mão e me puxando – Vem comigo, eu tenho que te dizer uma coisa, mas não aqui.

Ela me conduziu até um compartimento nos fundos do convés onde ficava a dispensa. Nós dois entramos lá e ficamos, mesmo que involuntariamente, muito próximos um do outro. Aquele lugar era extremamente apertado e mal cheiroso. Olhei atentamente para Sininho.

– Certo, vamos lá... – Ela disse um pouco nervosa -... Há algo que você deveria saber sobre a minha família.

– Você já quer que eu conheça a sua família? – Eu disse com um sorriso torto e provocador – Não estamos indo rápido demais, não?

– Ah, vai crescer, garoto! – Ela disse, porém estava sorrindo – É sério, Peter, presta atenção. Eu sou filha do capitão desse navio – Eu devo ter feito uma expressão muito cômica porque ela começou a rir – É sério, eu sou filha do Gepeto. Antes de tudo isso começar eu, meu pai e o meu irmão mais novo, Pinóquio, vivíamos em uma agradável cidade do interior. Minha mãe morreu no nascimento do Pinóquio e eu sempre tive a impressão que desde então o meu pai não foi o mesmo.

– Eu... Sinto muito por ouvir isso – Eu mentia. Como nunca tive pais, não sabia como era o luto por eles, porém eu entendia que devia ser algo bem difícil – E o que você quis dizer com nunca mais foi o mesmo?

– Eu não sei... Ele começou a nos tratar diferente – Ela me parecia um pouco mais séria – Comigo foi menos, sabe, a minha mãe foi uma grande bailarina. Havia perto da minha cidade uma escola de balé muito conhecida, o Balé das fadas, a minha mãe, um dia, foi conhecida como a grande Fada Azul. Assim que ela morreu, o meu pai me inscreveu para aquela academia, mesmo contra a minha vontade. Você entende o que eu estou querendo dizer, Peter Pan?

– Sim... Mas aonde você quer chegar com tudo isso?

– Mas com o meu irmão era bem pior – Sininho continuou, ignorando a minha pergunta – Era como se o meu pai não deixasse que ele tivesse vida própria. Ele nunca podia sair, era como se ele não fosse um menino de verdade. E então, o fim do mundo veio e, bem, não é de se espantar que o Pinóquio não durou muito tempo... – Uma lágrima rolou pelo rosto da garota, me senti mal por ela - ... E então, Gepeto, bem...

– O que? – Eu perguntei, algo em toda aquela conversa estava me deixando bastante incomodado – O que aconteceu?

– Vamos apenas dizer que ele era bom em empalhar animais – Sininho não conseguia me olhar nos olhos agora – E que ele expandiu esse talento para pessoas, em especial crianças, e que suas amigas estão em grave perigo agora. É isso.

Precisei de tempo para absorver tudo o que aquela garota loira e baixinha estava dizendo para mim. Senti-me nauseado a imaginar o que Gepeto fez com o próprio filho e em alerta ao descobrir o que ele planejava fazer com Alice e Wendy. Mas também senti ódio por Sininho. Ela havia me escondido todas aquelas informações e só resolveu contar porque eu era um “cara legal”, nem tentei imaginar o que teria acontecido se eu não tivesse acordado naquela mesma madrugada.

– Como você é capaz, Sininho? – Eu disse descarregando toda a minha raiva em seus olhos azuis que me observavam – Como você pode ser tão fria a ponto de deixar minhas amigas morrerem dessa forma. Eu nunca vou te perdoar por isso, entendeu? Eu nunca...

Ela me surpreendeu avançando em minha direção e me dando um beijo. Eu devia continuar com raiva, eu devia continuar descontando todo o meu ódio nela, mas aquele beijo me fez sentir algo diferente. Sininho era igual ao mim. Por mais que procurasse fazer a coisa certa, pensava sempre nela. Era engraçada, egocêntrica e uma verdadeira criança por dentro. Ela gostava de mim, apesar de todos os meus defeitos e por todas as minhas qualidades. Eu não poderia ser um falso-moralista e condená-la por esconder um segredo do pai. Merda, por que ela tem que ser uma garota tão legal?

...

Ao descer as escadas que levavam ao compartimento secreta do Baleia, me deparei com o cenário mais assustador que eu já havia visto em toda a minha vida. Haviam crianças, de idades que variavam entre cinco à dezesseis anos, todas elas paralisadas e usando adereços ridículos. Seus olhos estavam vidrados e a pele conservada, meus olhos se encheram de lágrimas e me senti enojado. Ouvi gritos que vinham do fundo do lugar e então eu e Sininho fomos até lá desviando das crianças empalhadas. Lá estavam elas, sãs e salvas. E não estavam sozinhas, junto a elas, em uma jaula, estavam seis meninos, todos eles usando fantasias ridículas de animais, fiquei inteiramente feliz em ver que havia tido tempo de salva-los.

– Então você descobriu o meu hobby – Uma voz simpática disse do outro lado da sala, um calafrio percorreu a minha espinha – Meus parabéns, menino, que bom que você conseguiu.

Virei-me para ver Gepeto do outro lado do compartimento. Seu cabelo branco estava bagunçado e suas roupas estavam desarrumadas, ele segurava uma arma e tremia. Por alguma razão, eu não estava nem um pouco assustado, na verdade, eu apenas sentia pena naquele momento. Aquele senhor era um homem patético, alguém que nunca conheceu o amor e que havia sido muito infeliz nessa vida. Aquela arma não me assustava e, algo me dizia, que Gepeto não pretendia usar aquela arma contra nós.

– Estamos quase chegando a Terra do Nunca, vocês poderiam chegar lá a nado, é um ótimo lugar para ficar – O velho agora chorava – Vocês poderão encontrar a chave da jaula em meu bolço. Peter, eu devo lhe alertar, alguém bem pior está por vim. Eu sei que fui uma pessoa terrível, fiz coisas horrendas, mas agora vocês sabem que agora eu me redimo. Sininho, não olhe, querida. – E então o homem apontou a arma para a sua cabeça – Papai te ama.

E com um tiro, Gepeto tirou a sua própria vida.

...

E então tudo aconteceu no automático, eu devo ter me esquecido de pensar, tirei a chave do bolso do velho e libertei as crianças da jaula. Fomos, a nado em direção a ilha e, ao chegarmos lá, montamos um acampamento na praia. Só me lembro de ter voltado totalmente a mim quando vi Wendy chorando. Sentei-me ao lado dela nas areias da praia da Terra do Nunca. Ambos observamos as ondas por um bom tempo.

– João estava lá – Uma lágrima rolou pela face da garota de cabelos cor de mel – Ele estava com as outras crianças empalhas. Eu o vi. Ele estava usando uma cartola e usava um guarda-chuva ridículo. Ele estava lá, eu não pude...

E então a garota mais madura que eu conheci se rompeu em lágrimas. A abracei e ficamos olhando o mar. Todos os outros Meninos Perdidos, se juntaram a nós, todos nós chorávamos. E não tínhamos vergonha disso. Chorávamos, mas chorávamos tanto que parecíamos crianças.

“Peter, nós estamos indo para a Terra do Nunca, um lugar seguro” uma vez um velho triste me disse “Lá vocês podem ser crianças, crianças para sempre”.


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Notas finais do capítulo

Espera. Polo, você está nos dizendo que a Cruella é uma mocinha e que o Gepeto, aquele velhinho gente boa que eu gostava quando era criança, é um vilão escroto? Sim e não. É bom lembrar que o universo de NCT é bem diferente dos filmes da Disney e por isso muitos personagens vão passar por algumas transformações. Seja transformado-os em humanos (como aconteceu com o Sebastião), seja mudando sua condição de mocinho-vilão. Enfim, próximo capítulo mais um personagem irá retorná, quem será dessa vez?
Como sempre, conto com o seu comentário porque é ele que realmente me impulsiona a continuar escrevendo e me deixa mais feliz.
(mais um abraço a Dama Misteriosa que fez uma recomendação a fic, palmas pessoal!)
Acho que por hoje é só pessoal. Abraços, Polo.