Nightmares Come True escrita por Polo


Capítulo 14
Pátio dos Milagres


Notas iniciais do capítulo

Continuando os agradecimentos especiais prometidos no últimos capítulo, eu queria começar com a Lua. Vamos lá, ela que tem se mostrado uma das leitoras mais perspicazes que descobriu coisas sobre a trama que eu ainda não posso revelar e que me ajuda pacas com suas correções no meu português de escritor desatento que eu sou. Eu só tenho a agradecer por tudo o que você já me proporcionou de verdade, quero sempre te ver por aqui.
E eu já falei da Katherine Winchester Valdez (vão lá ver no capítulo 11 que vocês podem confirmar isso), mas ela é alguém tão incrível que merece ser duplamente homenageada. Ela fez a capa que eu estou usando agora aqui sem nem mesmo eu ter pedido, foi um verdadeiro presente, mas o verdadeiro presente é ter a sua presença por aqui. A capa não ficou irada? A responsável é essa guria, meus parabéns.
Para a próxima semana fica a homenagem que eu vou fazer a autora Inaah, não estou nem remotamente esquecido de você, aguarde.
Enfim, além delas, eu quero agradecer a você. Sim, você mesmo que está lendo isso. O por que? Porque essa história só existe porque você está aqui para lê-la. Uma frase que eu acredito é que a felicidade só é real quando se é compartilhada. Talvez seja verdade, é uma honra poder compartilhar essa minha pequena felicidade com vocês.
Sem mais delongas... O capítulo!

(Kuzco is back)



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– Você ia mesmo me deixar para trás? – O homem grande e de cabelos negros disse ainda afetado – Quer dizer, se eu não encontrasse aquele pedaço de pau para me proteger eu já estaria morto.

– Claro que não, Pacha... – Eu respondi em um tom propositalmente não convincente – Você sabe o quanto eu gosto de você.

– Acho bom, Kuzco – Pacha argumentou logo atrás de mim – É bom você não se esquecer de quantas vezes eu lhe salvei.

– E como eu poderia? – Disse me virando para trás e dando um sorriso cínico para o homem que me acompanhava no momento – Você repete isso a cada cinco minutos.

Encontrei o patético grandalhão quando fui exilado do meu próprio império. Eu havia ordenado para que ele fosse procurar chocolate do lado de fora de Kuzcotopia e por isso estava ausente na pior noite da minha vida. Quando eu contei a minha história ele decidiu que iria me acompanhar. Ele falou que sentia muito pela tragédia que havia acontecido, mas que talvez fosse algo que pudesse possibilitar uma mudança em mim, que me tornasse um homem melhor.

Sério, dá para acreditar em tanta baboseira?

O fato era que eu não era realmente bom em matar as criaturas que tentavam nos devorar e por isso aceitei a sua companhia. Porém não houve um momento em que eu não pensei em simplesmente partir e me ver livre da companhia desagradável de Pacha. Por hora eu era obrigado a simplesmente aceitar os corriqueiros sermões e as lições de moral.

Andávamos por uma cidade pequena nos arredores de Agrabah. Eu ia à frente com uma pistola, enquanto o bom samaritano me seguia como sombra carregando um machado. A cidade estava relativamente livre de mortos e isso indicava presença humana nas proximidades. Minha experiência com Yzma havia me ensinado que às vezes devemos temer mais os vivos que os mortos.

Seguimos por uma rua que outrora havia sido bastante movimentada, mas que agora o único barulho que se escutava era o som de nossos passos. O sol do meio dia nos castigava e o calor estava com a clara intenção de me derreter. Andamos por alguns minutos até que nos deparamos com um cemitério. Olhei para Pacha e ele parecia nervoso, isso foi o impulso principal para eu dar de ombros e ir em direção aos túmulos.

Doc Hudson, Coral, James, Ellie Fredricksen… Li esses nomes em seus epitáfios e pensei o quanto eu tinha inveja de todos eles. Todos os que estavam enterrados naquele lugar havia morrido antes do mundo ir que nós conhecíamos se tornar essa coisa podre que não nos deixa descansar nem por um minuto. Porém, entre todos os túmulos havia um que mais me chamou a atenção entre todos. Sendo maior que todos os outros que estava a sua volta, o único nome que ele deixava em sua mensagem póstuma era “Moralidade”. Indiquei a minha descoberta para o meu indesejado companheiro e o seu semblante mudou para algo mais desconfiado. Silenciosamente fomos em direção ao túmulo. Tirando o seu tamanho e os seus dizeres me parecia um túmulo comum. Porém Pacha se agachou e colocou seu ouvido direito perto do túmulo, em seguida bateu na estrutura e pareceu analisar por algum tempo.

– Estranho – Ele falou depois de alguns momentos – A vibração deveria ser bem diferente disso.

– Hum... – Eu analisei pensativo -... Parece interessante, vamos abrir!

– O que? Ficou louco por acaso? – Pacha se assustou – É um túmulo, não devemos desrespeitar os mortos dessa forma, ninguém nunca o ensinou que...

– Ora, Pacha, não seja tão estraga prazeres – Eu disse começando a empurrar a tampa do túmulo – Aliás, o máximo que podemos encontrar aqui dentro é um caixão. Eu e você já vimos coisas muito piores nesses últimos dias.

O homem deu de ombros e começou a me ajudar a empurrar. Tivemos que fazer um pouco de força, mas o túmulo acabou se revelando para nós. Na verdade aquilo não era uma cova e sim uma passagem secreta. Havia uma escada que levava ao subterrâneo. Sorri animado para Pacha, em um apocalipse era difícil encontrar coisas interessantes para se fazer, não havia nada a perder mesmo. Pulei dentro da cova e comecei a descer as escadas. O meu santo acompanhante veio logo em seguida fechando a tampa ao passar.

Depois de algum tempo de descida chegamos a um corredor extenso, porém pouco iluminado, passamos a ficar mais tensos mais continuamos no trajeto. Depois de cerca de um minuto de caminhada pude notar a presença de corpos espalhados pelo chão. Todos eles tinham pele podre e já deveriam ter causado muitos problemas, porém agora não representavam nenhum perigo. Olhamos a nossa a volta e não havia nenhum vivo por perto.

Porém, de repente senti um puxão para trás e alguém havia tirado as armas da minha mão. Rapidamente, braços fortes me seguraram e eu não conseguia me mover. Olhei s minha volta procurando Pacha e pude notar que um defunto enorme segurava Pacha. Esperei para ver o morto morder o homem e acabar com a sua vida, mas nada aconteceu. Mais dois mortos apareceram, cada um deles segurando uma corda. Eles então nos amarraram e começaram a nos empurrar na direção que estávamos seguindo antes.

– O que faremos com eles, mademoiselle? – Um dos cadáveres disse se aproximando do morto que havia me prendido – Devemos executa-los ou fazer eles se sentirem bem-vindos?

– Você sabe a minha opinião sobre assassinatos, Lumière... – Uma voz feminina imponente respondeu. Ótimo, eu havia sido imobilizado por uma garota -... Mas devemos falar com o Fera. Ele irá decidir o destino desses dois.

– E esse Fera é um cara legal? – Eu perguntei abrindo um sorriso nervoso – Quer dizer, ele não vai mandar nos matar sem ter um julgamento antes, certo?

– Oh, monsieur... – O homem chamado Lumière disse em tom meio entristecido -... Sinto dizer, mas ele é um homem que se diverte com um pouco de sangue ocasionalmente.

– Odeio concordar com você, Lumière – Um homem gordo e pequeno disfarçado de cadáver comentou – Porém, o senhor está mais preciso que um relógio.

– Pois sinto dizer que o seu líder é um grande filho de uma puta – Comentei sem paciência – Desejo falar com ele imediatamente!

Senti um chute forte em minhas costas e quase perdi o meu equilíbrio e bati de cara com o chão. Olhei para trás e notei que o autor do ato era o grandalhão que havia imobilizado Pacha. Era um homem realmente enorme e que tinha orelhas igualmente grandes. Seus passos eram imprecisos e ele se mantinha calado por todo o tempo. Conclui que ele estava bêbado.

– Dumbo, isso não foi educado de sua parte! – Lumière comentou – Pardon, monsieur! Ele se irrita quando falam algo negativo sobre o Fera. Diz para ele, Esmeralda!

– É verdade – A mulher comentou, ignorando o disfarce de criatura morta, pude perceber o quanto ela era bonita – Foi o Fera que salvou o grandão aqui da morte. Pelo que eu entendi, Dumbo estava bebendo em um bar qualquer quase que inconsciente, se o grande filho da puta do nosso líder não tivesse chegado...

“Isso é bom” Não pude deixar de pensar “Se esse tal de Fera pode salvar a vida de um bêbado qualquer, poderá salvar a vida de alguém útil como eu, porém quase chego a sentir pena do que ele fará com o pobre Pacha”. Seguimos calados por um bom tempo até que chegamos a um lugar impressionante. O corredor escuro deu lugar a um espaço amplo e bastante iluminado. Panos de cores vivas enfeitavam o teto de tijolos e barracas se espalhavam por todo o perímetro. Dezenas de pessoas viviam naquele lugar e essas pararam as suas atividades quando notaram a nossa presença. Algumas risadas macabras puderam ser ouvidas na multidão e as pessoas clamavam pela presença de seu líder. Dumbo nos empurrou até uma rampa e em seguida amarrou uma corda em nosso pescoço.

Eu era um estudante de Ciências Políticas, não de direito, mas aquele não me parecia o tipo de julgamento justo.

O foco da minha visão foi levado a uma plataforma na parede da estrutura onde havia uma cortina roxa cobrindo algo. Então uma luz vinda de sabe-se-lá-de-onde iluminou a cortina e eu pude vir a silhueta de Fera. No mesmo momento, minhas expectativas foram frustradas. Imaginei o Fera sendo um homem grande, forte e ameaçador. Mas a silhueta me mostrava algo diferente. Um homem magro usando um chapéu grande e exagerado segurando um bastão. A cortina havia se aberto e revelou um homem moreno, de cabelos negros indo até o pescoço, com um nariz razoavelmente grande e com uma barbicha negra em seu queixo. Olhei dentro dos seus olhos negros e travessos, e ele olhou dentro dos meus, cínicos e igualmente negros. E foi nesse momento que nós nos reconhecemos.

– Kuzco!

– Clopin!

– Liberem os dois – Fera ordenou massageando a testa – Esse idiota é o meu irmão.

...

A vida no Pátio dos Milagres não era fácil. Pensei que a minha situação seria de privilegio, pois era irmão do líder, mas não era isso que acontecia. Eu tinha que acordar de manhã cedo todos os dias e trabalhar na limpeza do local, além disso, as pessoas me olhavam de mau jeito quando eu aparecia. Pelo jeito Clopin não havia contado histórias muito agradáveis ao meu respeito. E a situação somente piorava quando eu contava que havia sido o Imperador em uma comunidade de sobreviventes antes. Pelo que eu havia entendido as pessoas lá se denominavam ciganos e eram contra qualquer demonstração de poder. Meu irmão era apenas uma figura que se sobressaia no grupo, não alguém que era superior. Achava toda aquela condição anárquica uma idiotice. Pacha não concordava comigo, ele se adaptou muito bem ao local, todos lá amavam ele (algo que prova a minha tese de que todos no Pátio dos Milagres eram idiotas).

O único que pareceu concordar comigo era Cameron, o único cigano que eu consegui fazer amizade por lá. Com pele negra, estatura alta e esguia, e olhos quase roxos, o homem era bastante misterioso. Para acrescentar o tom de mistério, Cameron acrescentou ao seu visual um colar com ossos de galinha, uma cartola, uma camisa social roxa extremamente apertada e um bigode fino. A sua função lá dentro era ler o futuro através das cartas, poderia parecer um afazer inútil, mas empunha respeito em todos à sua volta. O misterioso adivinhador concordava comigo que deveria haver uma escala de poder naquela comunidade, mas preferia manter-se calado, pois não queria ir de encontro à opinião de Clopin.

No momento eu estava descansando dentro da tenda de Cameron. O cheiro era desagradável e a decoração era propositalmente exuberante. A iluminação era limitada o que aumentava ainda mais o clima de mistério. O meu amigo estava sentado com as pernas em cima da mesa olhando suas cartas.

– Eu percebi que você ainda não consultou as minhas cartas, Kuzco – Cameron Facilier disse com o seu típico tom despreocupado – Devo me sentir ofendido, ou o que?

– Talvez devesse – Respondi rindo – Desculpa, mas toda essa história de magia e cartas me parece trambicagem.

– Ah, meu amigo, eu posso lhe garantir que não... – Cameron olhou no fundo dos meus olhos –... Sabe, eu tenho amigos do outro lado...

– Ah, claro – Falei com ironia – Mas vamos lá, eu quero ver o que esses amigos seus vão me mostrar sobre o meu futuro.

O homem de pele escura se animou e pegou o seu baralho apressadamente. Em seguida, ele começou a embaralhar de várias formas diferentes enquanto falava algo indecifrável que eu simplesmente não conseguia compreender. Ao terminar de embaralhar, ele se calou e me olhou sorrindo.

– Vamos, três cartas – Seu sorriso era tão estranho que me causava arrepios – Vamos descobrir o que o destino reserva para o grande imperador...

Peguei três cartas aleatórias do baralho e as expus na mesa. A primeira tinha a imagem de um homem barbudo em cima de muitos crânios com postura ameaçadora, algo que me fez recordar automaticamente do trono que eu tinha em Kuzcotopia. A segunda revelava a cena de uma garota vestida de guerreira segurando uma espada e defendendo o rei. A terceira mostrava a cena de um homem enforcado, mas que continuava falando.

– A primeira eu tenho que admitir que tem mesmo haver comigo – Assumi – Mas isso é o passado, não conta.

– Aí que você se engana, Kuzco, é com o passado que se consegue compreender o futuro – Cameron disse olhando para a primeira carta – Vejamos, aqui diz que você foi um homem muito autoritário e mesquinho, pronto para fazer qualquer coisa pelo poder, estou correto?

– Eu acrescentaria egocêntrico e genial, mas é um começo.

– Porém, a segunda carta me mostra um gesto nobre que você irá realizar – Uma de suas sobrancelhas estava arqueada – E a opinião de todos ao seu respeito irá mudar, inclusive a sua própria.

– Quer dizer que eu vou ser um herói... – Ri bastante, não que eu não considerasse a ideia, mas eu simplesmente não me conseguia ver salvando o dia. Depois eu me calei e olhei para a terceira carta: Um homem tagarela enforcado – E essa? O que quer dizer?

– Ah... Essa é mais interessante... – Cameron pegou a carta para si – Bem, como você deve saber...

A explicação do adivinhador foi interrompida por um grito estridente na barraca da frente. Cameron e eu nos encaramos e corremos em direção ao local. Saímos da barraca escura e entramos na da frente que era decorada com tapetes vermelhos. E ao chegar ao local eu tive que agir rápido. Um morto estava atacando um dos ciganos e não tive tempo para duvidar em nenhum instante e corri até um abajur que estava próximo, acertei a cabeça do defunto com força e o que lhe restava de vida foi retirado naquele instante. O cigano que estava em baixo do morto empurrou o corpo para longe e só então eu percebi quem era.

Era o meu irmão, Clopin, que pela primeira vez desde que ele havia fugido de casa me olhou com olhares de gratidão. Naquele mesmo momento eu senti que voltava a ter dez anos e observava o meu irmão de dezenove abandonar o lar para seguir junto com um grupo de ciganos anti-governo. Era quase como se por um instante estivéssemos conectados mais uma vez.

– Eu nunca vou me esquecer disso – Clopin afirmou arfando – Nunca vou me esquecer do seu heroísmo, irmão, e vou fazer questão que ninguém mais esqueça também.

Olhei para Cameron que observava toda a cena de braços cruzados. Ele arqueou uma sobrancelha e sorriu: A segunda carta havia se realizado. Um calafrio se apoderou do meu corpo e eu me perguntei qual era o significado do tagarela enforcado.

...

Eu estava voltando de uma busca por suprimentos acompanhado por Esmeralda e Horloge, dois dos que me capturaram na minha chegada ao Pátio dos Milagres. Agora a situação era bem diferente, desde que salvei a vida do Fera, todos começaram a tratar-me como eu merecia. Não posso negar que comecei a me afeiçoar a todos aqueles tolos que viviam por lá. Minha função mudou e agora, ocasionalmente, eu participava de grupos de busca para achar suprimentos para a comunidade.

– É uma pena que o livreiro tenha morrido naquele dia – Horloge comentou se referindo ao morto que eu havia tido que me livrar para salvar o meu irmão – Porém, você fez muito bem em agir pontualmente, Sr. Trouillefou.

– Valeu, relógio ambulante! – Respondi me referindo a mania do homem de sempre chegar aos lugares na hora correta, estranhei o fato dele ter usado o meu sobrenome – Mas eu sei que eu fui incrível naquele momento.

– Também não exagera, garoto – Esmeralda olhou para o céu com seus vivos olhos verdes, o tempo estava fechado, o que indicava chuva, tínhamos que nos apressar para chegar logo ao cemitério – Mas há algo que eu sempre achei estranho nessa história.

– O que?

– Eu não consigo imaginar o que poderia ter transformado o livreiro em um daqueles... – A morena indagou pensativa – Quero dizer, a entrada para o pátio estava fechada, não havia nenhum jeito dele ter se contaminado por qualquer um e ter se transformado.

– Agora que você comentou... – Pensei por um momento, era realmente algo muito estranho -... Você tem toda a razão, foi algo esquisito. Mas de que importa? Eu passei de faxineiro para algo muito melhor.

– Importa porque um dos nossos foi morto – Esmeralda rosnou séria a minha frente – Mas eu não esperaria que alguém como você que só age em benefício próprio entendesse a importância disso.

Fiquei calado. Mesmo que a minha situação tivesse melhorado de alguma forma, era notável que ainda havia uma desconfiança. Ela normalmente não me incomodava, mas ás vezes tinha certo efeito. O resto do trajeto foi silencioso o que me possibilitou focar nos meus pensamentos.

De fato alguém havia transformado o livreiro, não havia outra possibilidade. A única passagem que levava o pátio dos milagres ao exterior é o longo corredor que era intensamente vigiado. Mesmo que um dos mortos fosse esperto o suficiente para abrir a tampa do caixão e descer as escadas, ele teria sido descoberto pela intensa vigilância. Então como explicar a transformação do livreiro?

E então os meus pensamentos me levaram de volta a pior noite da minha vida. Mais precisamente para o momento que Kronk, já transformado, entra na sala a fim de me matar. Até aquele momento eu não havia pensado em como isso tinha acontecido. Nenhum dos mortos havia entrado em Kuzcotopia, eu como imperador saberia disso. Yzma havia chamado Kronk para lhe ajudar com o jantar antes. E então tudo se iluminou na minha cabeça, Yzma havia transformado Kronk de alguma maneira, do mesmo jeito que o livreiro havia sido transformado. Cabia a mim descobrir quem havia feito isso.

As primeiras gotas de chuvas começaram a cair e eu usei isso como pretexto para correr até o Pátio dos Milagres para contar a Cameron a minha descoberta. Ao me ver correndo, Esmeralda deu de ombros, colocou o capuz de sua camisa roxa e me seguiu na corrida. Até Horloge se juntou, a pesar dos constantes protestos por todo o caminho.

...

– Cameron, você não sabe o que eu descobri! – Eu disse animado entrando na barraca – Na verdade, tecnicamente eu não descobri nada ainda, mas eu vou descobrir.

– Ah, tenho certeza que sim – O homem de cartola estava preparando uma bebida e me indicou uma cadeira para me sentar – Aceita um coquetel?

Sentei-me na cadeira e bebi um gole da mistura. Era uma bebida doce demais para o meu gosto e de cheiro muito forte. Fiz uma careta e devolvi para o meu amigo, isso fez com que ele risse e eu sorri para ele logo depois.

– Alguém envenenou o livreiro e fez com que ele se transformasse em um deles – Eu falei de uma vez – Agora só falta descobrir quem fez isso.

– Ah, meu caro, isso é muito fácil – O homem disse me olhando com seus olhos quase que roxos – Fui eu.

Olhei sério para ele por algum tempo e depois sorri meio nervoso. Aquilo que ele havia dito era um absurdo, por que ele teria qualquer motivo para assassinar o livreiro? Não, estava fora de cogitação. Uma dor de cabeça forte brotou na minha cabeça.

– Não, é verdade! – Cameron continuou abrindo um sorriso – Eu envenenei o livreiro com uma mistura que eu mesmo preparei – Ele percebeu o meu desconforto, mas continuou falando – Sabe, há muitas pessoas que acham que a desordem é a chave. O seu irmão pensava assim quando deixou a casa de vocês e veio viver com essa comunidade anárquica. – Ele disse, eu estava começando a ficar zonzo – Claro que essas comunidades chamaram atenção de homens muito importantes, inclusive daquele para quem eu trabalho, e ele me encarregou de supervisionar essa comunidade sem ninguém saber. Por isso que, quando alguém aparecer fazendo perguntas demais, bem... – Ele mexeu no jarro do coquetel -... Eu tenho que ajudar os meus amigos do outro lado.

– Por que está me contando tudo isso? – Eu perguntei com poucas forças, a minha visão havia começado a se tornar negra – Vai me matar?

– Ora, não seja tolo... – Ele disse apontando para o copo que eu havia bebido – ...Eu já lhe matei no momento em que você bebeu isso.

– Você... Não...

– Não vou o que? Sair impune dessa? – O homem sombrio disse se levantando de onde estava sentado e se dirigindo para fora da tenda – Eu sou conhecido como o Homem das Sombras. Sempre ajo sem ser visto. E quanto a você, eu lhe desejo tod...

O Homem das Sombras deve ter continuado falando, mas eu já não ouvia nada. Meus olhos pesavam duas toneladas e a minhas respiração se tornou pesada. Fechei meus olhos e imaginei por uma última vez o sorriso de Malina. E eu estava com tanto sono...


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Notas finais do capítulo

Yep, eu matei o Kuzco. Mas não é sobre isso que eu vou falar por aqui, eu vim falar de alguns comentários que eu vejo aqui e que me chamam muita atenção. Tem pessoas que falam que NCT deveria virar uma série de televisão de verdade. Bem, embora eu fique feliz em ouvir isso eu duvido muito que isso aconteça (põe muito nisso), mas eu achei interessante a ideia e resolvi fazer uma coisa.
Segue-se a lista dos atores que eu escolheria para viver alguns personagens de NCT:

Peter Pan - Logan Lerman http://i.capricho.abril.com.br/img/capricho/292X403/logan-lerman14469.jpg

Alice - Chloe Moretz http://www.listal.com/viewimage/3683852

Wendy - Tara Lyne Barr http://www.taralynnebarronline.com/IMG__250%20Bio.jpg

Ariel - Emma Stone http://theseattlelesbian.com/wp-content/uploads/2014/09/EmmaStone.jpg

Jim - Andrew Garfield http://www.wallpapersphere.com/wp-content/uploads/Male-Celebrities/Andrew-Garfield/andrew-garfield-long-hair-2.jpg

Gepeto - Eli Wallach http://media.trb.com/media/photo/2010-11/57346889.jpg

Hércules - Channing Tatum http://static.tumblr.com/xdfedp0/iqfm083ej/channing-tatum-channing-tatum-20369950-805-1291.jpg

Mulan - Lee Yo Won http://1.bp.blogspot.com/-m0Ht6VpODMg/TazCT4z3kzI/AAAAAAAABb0/1V1Q8BHY2xg/s1600/Lee+Yo-Won.jpg

Ralph - Jason Clarke http://www.joblo.com/images_arrownews/ApesDawnwnw.png

Cruela - Olivia Wilde http://www.fansshare.com/gallery/photos/10715437/olivia-wilde-tron-legacy-tron/?loadimage

Claro que é só uma brincadeira, mas eu gostei bastante de fazer a lista. Só por divertimento mesmo, no próximo capítulo eu posso fazer uma continuação. Sintam-se livres para fazer sugestões!
Enfim, como sempre eu conto com o comentário de vocês porque ele é o que mais me movimenta a continuar escrevendo e me deixa com vontade de continuar. Bem, é isso, até o próximo capítulo.

Abraços, Polo.